tag:blogger.com,1999:blog-50841507722196644742023-11-15T23:21:17.428-08:00Virgilio Campos História AntigaUnknownnoreply@blogger.comBlogger88125tag:blogger.com,1999:blog-5084150772219664474.post-20707317636470600532019-09-04T15:48:00.001-07:002019-09-08T16:11:46.357-07:00<span style="font-size: x-small;"><b><u>Post nº 89</u></b></span><b style="font-size: small;"> </b><br />
<span style="font-size: x-small;"><b><br /></b></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<b style="font-size: x-large;">O RELATÓRIO SECRETO DO </b><b style="font-size: x-large;">EMBAIXADOR BRASILEIRO NOS EUA (1850) SOBRE</b><br />
<b style="font-size: x-large;">A TRAMA</b><b style="font-size: x-large;"> INTERNACIONAL </b><b style="font-size: x-large;">PARA</b><br />
<b style="font-size: x-large;">A </b><b style="font-size: x-large;">CONQUISTA </b><b style="font-size: x-large;">DA AMAZÔNIA </b><br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZ59K9LlTgg7RnYsndgFDLp6FWX4A66tfG48ZepXGZMrfSHX_BY0bntVWSVai-YzTlGZTXVJMtoZ-GRj5gatog84rOHJVpzwcvII9x-jlmV2hoIdyR_PchG0IbbaztCoUdhRonC9NVSOOa/s1600/330px-Amazon_CIAT_%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="210" data-original-width="330" height="253" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZ59K9LlTgg7RnYsndgFDLp6FWX4A66tfG48ZepXGZMrfSHX_BY0bntVWSVai-YzTlGZTXVJMtoZ-GRj5gatog84rOHJVpzwcvII9x-jlmV2hoIdyR_PchG0IbbaztCoUdhRonC9NVSOOa/s400/330px-Amazon_CIAT_%25282%2529.jpg" width="400" /></a><br />
<b><span style="font-size: x-small;">Há séculos a Amazônia é alvo da cobiça</span></b><br />
<b><span style="font-size: x-small;">internacional</span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
A cons<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">piração internacional para tomar a Amazônia do Brasil é antiga. Em 14 de novembro de 1850, o nosso embaixador nos EUA, Teixeira de Macedo, na época denominado ministro, dirigiu ao Chanceler Souza Franco, ofício confidencial onde denunciava a intensa conspiração que se organizava nos EUA visando uma futura intervenção em nossa região amazônica, onde não estava descartada uma invasão armada pura e simples. A justificativa era a de sempre, ainda hoje usada pelos EUA nas intervenções ao redor do mundo: levar a civilização e os valores ocidentais àquela região atrasada do mundo, onde a imensa maioria dos habitantes eram índios que ainda viviam na Idade da Pedra, e cujo incompetente governo brasileiro era incapaz de arrancar da barbárie. Também falava-se nas imensas riquezas que os bisonhos empresários nacionais, carentes do arrojo e da criatividade dos homens de negócios anglo-saxões, eram incapazes de explorar e de pô-los ao desfrute comum da humanidade. Urgia, portanto, que as nações adiantadas do mundo tomassem a iniciativa que faltava aos primitivos habitantes locais e ao seu ronceiro governo.</span><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZhDCAdDzqqTvYhegYYNtITWubKwrVvQexN00DvSULzgAScxnu7owwASCf2DGtzsdXhzJj0KJ2mWUZvQxphWnBPQu0nDW5KwZE-gM4Nj4l9MFtzMpAI_Ci4yCGfe3rfNaoV9dZfoImFs2N/s1600/Sergio_Teixeira_de_Macedo_-_Litografia_%2528cropped-2%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="595" data-original-width="521" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZhDCAdDzqqTvYhegYYNtITWubKwrVvQexN00DvSULzgAScxnu7owwASCf2DGtzsdXhzJj0KJ2mWUZvQxphWnBPQu0nDW5KwZE-gM4Nj4l9MFtzMpAI_Ci4yCGfe3rfNaoV9dZfoImFs2N/s400/Sergio_Teixeira_de_Macedo_-_Litografia_%2528cropped-2%2529.jpg" width="350" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;"><b>Teixeira de Macedo, nosso ministro-embaixador nos EUA </b></span><b style="font-family: times, "times new roman", serif; font-size: small;">que</b></div>
<div style="text-align: center;">
<b style="font-family: times, "times new roman", serif; font-size: small;">em 1850 denunciou a trama internacional das </b><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;"><b>grandes</b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;"><b>potências </b></span><b style="font-family: times, "times new roman", serif; font-size: small;">para apoderarem-se da Amazônia</b></div>
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">O ofício de Teixeira de Macedo é longo e detalhado, verdadeira obra-prima produzida por um diplomata culto e patriota que não subordinava os interesses do Brasil às grandes potências coloniais e conquistadoras da época, França, Inglaterra e Estados Unidos. Após historiar minunciosamente as origens da trama, sobretudo a campanha levada a cabo junto a opinião pública dos EUA e dos altos escalões do seu governo por um brilhante oficial naval americano, que, como agente-espião, havia percorrido toda a Amazônia, o nosso ministro-embaixador desmascara os argumentos utilizados para influenciar o povo e seus líderes, que eram, basicamente, levar a "civilização e os elevados princípios da cultura ocidental" às primitivas populações amazônicas, cuja imensa maioria vivia ainda na "Idade da Pedra". Como se vê, nada muito diferente do palavreado que o governo dos EUA usa até hoje para justificar suas intervenções políticas e militares ao redor do mundo. Mas o papel da França e da Inglaterra na trama também lhe chama a atenção:</span><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">"As nações que têm interesse e podem exercer influência sobre o Brasil são unicamente os Estados Unidos, a Inglaterra e a França, porque são as únicas que têm uma marinha de comércio de guerra considerável, reúnem o espírito de empresa, uma larga indústria fabril, e por conseguinte a necessidade de obter mercados a seus produtos, e ir para esse fim contender com países longínquos, agrícolas e consumidores de gêneros manufaturados".</span><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Logo adiante ele analisa a política externa de cada uma dessas nações, mostrando que não são guiadas por nenhum "alto princípio", mas pura e simplesmente por interesses, seja o demagógico de satisfazer o orgulho e a arrogância dos seus governos e povos, seja o comercial de satisfazer a ganância de suas elites financeiras e empresariais. Vejamos o que diz ele sobre a França:</span><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">"O governo francês, ou esteja na mão de fidalgos, ou de professores, ou de advogados, ou de generais, é sempre o mesmo, inepto em suas relações estrangeiras, incapaz de fundar estabelecimento algum colonial que prospere, mas sempre atrapalhado com questões de nenhuma utilidade, como a das ilhas Marquesas, e só sabendo criar dificuldades em países remotos, para poder redigir boletins e cantar louvores à bravura dos seus guerreiros nos discursos em solenidades, em banquetes, e na abertura do Corpo Legislativo. Se o governo de Luis Napoleão, ou de quem lhe suceda, achar na questão do cônsul em Pernambuco pretexto para bombardear alguma cidade nossa, destruir alguma fortaleza, meter a pique algum navio, folgará de poder apresentar-se ao público e ao Corpo Legislativo, dizendo como Carlos X em 1828 - 'Dans les parages lontains et sous la domination incertaine de gouvernements naissants, notre pavillon a eprouvé quelques agressions, mais j'ai ordonné qu'on exigeat de justes reparations' - e, como aquele desditoso rei, Luis Napoleão julgará assim firmar e prolongar seu poder. É este perigo que deve preocupar-nos em nossas relações com a França, e o de estabelecimentos baseados sobre usurpações do nosso território."</span><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqnE7wC70w58-Wp3_JQkJddp8vW0RzR-cLs3aSx9JYzi_KQ6cYEPNx-zXipc4cBvG9PghHkyNShlu9E3E_mocSekOeqMSNNvZxYU5TCEAJ4lmZ4HS6OMfTzGzoIniNek64lXNKp9a7U3EQ/s1600/330px-Amazon_Tall_Tower_Observatory.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="247" data-original-width="330" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqnE7wC70w58-Wp3_JQkJddp8vW0RzR-cLs3aSx9JYzi_KQ6cYEPNx-zXipc4cBvG9PghHkyNShlu9E3E_mocSekOeqMSNNvZxYU5TCEAJ4lmZ4HS6OMfTzGzoIniNek64lXNKp9a7U3EQ/s400/330px-Amazon_Tall_Tower_Observatory.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O Brasil hoje monitora a floresta amazônica com o que há de mais<br />moderno em tecnologia, mas ainda falta muito para ter total<br />controle sobre as suas imensas riquezas</b></span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; text-align: justify;">Sobre a Inglaterra, vejamos o seu julgamento objetivo e honesto:</span></div>
</div>
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">"Para abrir ao seu comércio os portos da China à chicana do ópio, fez a um povo fraco e inocente uma guera injusta, com pretexto de certas faltas de forma, arrancou-lhe dinheiro, obrigou-o a envenenar-se com o seu ópio, a renuncia à sua política secular, a conceder-lhe terras, e por fim ainda se voltou para os povos civilizados, e veio blasonar da generosidade, com que, em vez de reservar para si o comércio dos portos, cuja abertura conseguia, os franqueava a todo o mundo, obteve aplausos, e cada povo foi pensando em aproveitar a seu modo dos portos abertos."</span><br />
<br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">"Para obter uma das passagens do istmo de Panamá, não recorreu ao ópio, mas à cachaça. Com ela comprou um aliado, que arvorou em rei legítimo. À sombra dessa impostura criou uma cidade inglesa, estabeleceu os regulamentos que bem quis para o rio São João e do lado da Nicarágua espatifou uma República, criou por onde lhe pareceu comoções populares, e iria por diante tranquilamente se seus interesses não se achassem em oposição com os interesses do único povo que pode contrariar suas empresas naquelas paragens. Uma vez a braços com este rival, fingiu recuar, firmou Tratado, prometeu desistir, mas chegado o momento nem quer recuar, nem entender francamente o Tratado, nem largar o que já tem nas mãos. Cumpre porém notar que o governo norte-americano, atravessando-se diante dos projetos britânicos, não lhe foi intimar que deixasse a Nicarágua o que lhe pertence, mas sim que não monopolizasse o que usurpara a Nicarágua e que o deixasse a todo o mundo."</span><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">"Estes dois exemplos dão uma ideia dos meios que o Gabinete de S. James empregaria, para nos forçar a abrir-lhe a navegação do Amazonas, no momento em que isso lhe parecesse vantajoso. Suas multiplicadas relações conosco, seus tratados vigentes e caducos, os estabelecimentos ingleses entre nós existentes podem fornecer-lhe quantos motivos de guerra ele quiser imaginar mais plausíveis do que o ópio da China. Suas possessões na Guiana lhe podem fornecer quantas facilidades queira para improvisar alianças denominadas antigas, com reis denominados legítimos das tribos dos índios Jumas, Parintintins, Araras, ou Mandacurus, que lhe deem direitos de exigir para sua bandeira a navegação do Amazonas como ribeirinhos do Rio Branco, do Rio Negro, ou do mesmo Amazonas. Bastar-lhe-á a declaração que vai seguir neste caso a política generosa e civilizadora que seguiu na China, para que não só ninguém se lhe oponha, mas todos o aplaudam e exaltem o seu espírito justiceiro." </span><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Este quadro aterrador que o notável ministro-embaixador Teixeira de Macedo nos traça em 1850 da ameaça das duas super-potências, Inglaterra e França, que na época pairava sobre a nossa Amazônia, agravada pelo fato das duas serem nossas vizinhas nas duas Guianas que dominavam, e que no final do século avançariam sobre o nosso território tentando anexar os nossos atuais estados do Amapá e de Roraima, o que foi em parte evitado pela arguta diplomacia do Barão do Rio Branco, mostra-se muito pior quando Macedo aborda o papel dos Estados Unidos na trama sinistra.</span><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">"Quaisquer porém que sejam as vantagens do governo britânico, não têm elas comparação com as dos norte-americanos quando se trata de usurpações de territórios ou senhorios quaisquer dentro da América. Este país apresenta hoje um sistema de conquista e usurpação desconhecido nos tempos passados e no Velho Mundo, sistema que está encarnado na população que faz parte de suas opiniões, de seus preconceitos, que se pratica independente do governo, e mesmo contra a vontade do governo, e que portanto de continuar por muitos anos, talvez por séculos. O anglo-americano não se apresenta como um exército para combater, comprimir e submeter os outros povos, como fizeram até Napoleão todos os conquistadores, e como ainda fazem os ingleses na Índia".</span><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Após longa análise do caráter aventureiro, conquistador e exclusivista do anglo-americano, ele diz:</span><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">"O anglo-americano se identifica completamente, absorve e assemelha a si todas as raças caucasianas mas a nenhuma delas, antes dessa completa fusão por muitas gerações, deixa subir ao governo ou ter uma verdadeira influência. Com a raça africana, com o homem em que seu sangue tenha a menor mescla do africano, não quer nunca identificar-se, não reconhece a essa raça direitos políticos nem civis, e só lhe reserva a escravidão doméstica. Nessa condição, engorda e faz multiplicar os pretos e mulatos como animais úteis, de sorte que é a raça cujo aumento aqui é maior e mais rápido mesmo comparado com a prolífica raça anglo-saxônica. Os indígenas do país estão votados ao completo extermínio. Eles não servem para a escravidão como os africanos e o anglo-saxão não admite mescla de sangue; não há outro destino a dar-lhe senão a morte".</span><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Continuando sua acurada análise por várias páginas, onde descreve a sordidez dos métodos americanos de sistemática conquista de territórios alheios, e da sabujice com que muitos em nossa sociedade e nos meios políticos olham para o "colosso do norte", e antes de apresentar as suas sábias considerações finais no seu extraordinário relatório secreto que honra a nossa diplomacia, o ministro-embaixador apresenta provas do tamanho atingido nos EUA pela conspiração usurpadora da nossa soberania sobre a Amazônia:</span><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">"Estabelecidos os anglo-americanos na margem esquerda do Amazonas, e podem estar nele antes de 30 ou 40 anos, a questão da navegação do rio fica por si decidida. No número que incluso remeto do <i>National Intelligencer, </i>de 28 do mês passado, V. Exa. verá que os desejos de explorar o Amazonas não estão só no governo, mas já se espalham pelo público. Verá ainda uma amostra desse desprezo com que o anglo-americano olha para os outros povos, e especialmente para o nosso, e como a si mesmo se inclui como o civilizador por excelência da América. Devemos pois contar que muito em breve, e muito tempo antes de estenderem os americanos seu domínio até nós, começarão a insistir por essa navegação, irritando-se a qualquer recusa ou demora, e empregando contra nós ou essas manobras com que provocam a guerra, e portanto o direito de fazer a conquista da ilha de Marajó, ou as outras manobras com que se podem por em comoção essas províncias, destaca-las do Império, formar nelas repúblicas da ordem da Nicarágua, para delas obterem quanto quiserem. À página 490 do folheto. V. Exa. achará um vigoroso e bem escrito artigo a propósito da expedição de Cuba, sobre essa falta de escrúpulo com que este povo lança mão desses meios odiosos, para verificar suas não menos odiosas usurpações, sobre a cumplicidade dos altos poderes do estado às mais das vezes, e sobre sua impotência outras vezes para reprimir essa nefanda pirataria. É um norte-americano que escreve, seus raciocínios são baseados em fatos, e a única couraça que o defende contra a intolerância democrática é a verdade. No seu trabalho já citado, o tenente Maury insiste e prova que as comunicações entre o Pará e Nova Iorque são mais fáceis e curtas do que entre o Pará e o Rio de Janeiro, e por consequência é mais fácil governar as regiões banhadas pelo Amazonas de Washington do que da capital do Império do Brasil."</span><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKHD_v00oYUxAdWeHclJkLWYixoNLyaQHbNG42OotV8wH2wR4KO1khbxUYHBany2mYVczZp1m-RSB5BZipucCeyeUq6AR3R_gT-JjC5CII-JONzmgpcdrGiQbLZZQMrjJscnURHnqGtNhy/s1600/Pedro_II_of_Brazil_Paris_1887.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="431" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKHD_v00oYUxAdWeHclJkLWYixoNLyaQHbNG42OotV8wH2wR4KO1khbxUYHBany2mYVczZp1m-RSB5BZipucCeyeUq6AR3R_gT-JjC5CII-JONzmgpcdrGiQbLZZQMrjJscnURHnqGtNhy/s400/Pedro_II_of_Brazil_Paris_1887.jpg" width="286" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b><i>Alertado por seu embaixador nos EUA sobre a trama<br />que se urdia para a tomada da Amazônia, ele<br />adotou imediatas e eficazes providências</i></b></span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">O longo relatório secreto de Teixeira de Macedo teve consequências práticas imediatas, pois, alertado do perigo, o imperador Pedro II, apesar de envolvido na Guerra do Prata contra a Argentina, cuidou de duplicar nossa esquadra com novos e modernos navios, vários deles couraçados a vapor, e encarregou o barão de Mauá, empresário mais rico do Império, de fundar companhia de navios de carga e passageiros a vapor para navegar o rio Amazonas. Mauá também cuidou de estabelecer ao longo do rio vasta rede de entrepostos comerciais privados financiados pelo seu Banco, com isso afastando o argumento estrangeiro sobre nossa incapacidade de levar a "civilização" às populações locais e de explorar as suas vastas riquezas naturais. </span><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7tDvxVTaotfF5sm0kG7_CYxEg8OwP5zXoMme2AF9RKSyPeq-QtdFyHwKa5lpozLTEX5t8OEsXfs0PFQiuS_zbtlnP4DYGt9IKYkSPyYX8RdcBc_u3Y32WIcychtDFm6q2EqFAumgdBOxB/s1600/Batalha+do+Riachuelo+-+2+-+v%25C3%25ADtor+meirelles+1882.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="295" data-original-width="450" height="261" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7tDvxVTaotfF5sm0kG7_CYxEg8OwP5zXoMme2AF9RKSyPeq-QtdFyHwKa5lpozLTEX5t8OEsXfs0PFQiuS_zbtlnP4DYGt9IKYkSPyYX8RdcBc_u3Y32WIcychtDFm6q2EqFAumgdBOxB/s400/Batalha+do+Riachuelo+-+2+-+v%25C3%25ADtor+meirelles+1882.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>O imperador Pedro II aumentou o tamanho e poderio da nossa frota,<br />inclusive com couraçados a vapor, e quando da Guerra do Paraguai<br />ela se tornara a 3ª maior do mundo. Os EUA só a igualou e<br />ultrapassou nos anos 1880</b></span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Mas creio que o que realmente salvou a Amazônia de na época cair em mãos norte-americanas foi o agravamento da sua questão escrava, que o dividiu e poucos anos depois o levou ao quase esfacelamento na custosa, demorada e catastrófica Guerra da Secessão entre os seus estados do norte e do sul. Terminada a Guerra, o país estava tão combalido e assoberbado de problemas e dívidas, que dedicou-se a cuidar inteiramente de suas próprias graves questões internas, entre as quais sua galopante industrialização e a colonização do seu "wild west", recentemente conquistado ao México. Isto o fez "esquecer" a Amazônia por pelo menos algumas décadas, mas a questão voltaria sob novas roupagens já no século XX.</span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5084150772219664474.post-7268412560955315942017-08-16T18:02:00.000-07:002018-11-06T11:24:22.250-08:00<div style="text-align: justify;">
<br />
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<b style="background-color: white; color: #666666;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;"><u>Post nº 88</u></span></b></div>
<b style="background-color: white; color: #666666; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: xx-large;"><br /></b><b style="background-color: white; color: #666666; font-size: xx-large;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">JANE AUSTEN - A GENIAL CRONISTA</span></b><br />
<b style="background-color: white; color: #666666; font-size: xx-large;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">DA SOCIEDADE INGLESA NO INÍCIO</span></b><br />
<b style="background-color: white; color: #666666; font-size: xx-large;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL</span></b><b style="background-color: white; color: #666666; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: xx-large;"> </b></div>
<span style="background-color: white; color: #666666; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtJMUwKE1iwyWr5eVTRiYXg_eZSwQse1yVIhQUjnwbG9ye3cyMI1ImJdgFYSzFsvwTMOXM0Zwf4Yv0BEui1xDfGSY4tg5dxQBD2aRRluy3OB-BXTu1BSp5ObqZ4ihBfa1Uq1y8Jf1JEyEt/s1600/Jane+Austen.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="326" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtJMUwKE1iwyWr5eVTRiYXg_eZSwQse1yVIhQUjnwbG9ye3cyMI1ImJdgFYSzFsvwTMOXM0Zwf4Yv0BEui1xDfGSY4tg5dxQBD2aRRluy3OB-BXTu1BSp5ObqZ4ihBfa1Uq1y8Jf1JEyEt/s640/Jane+Austen.jpg" width="460" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b><i>Jane Austen morreu solteira e quase desapercebida aos 41 anos de idade,</i></b></span><br />
<span style="font-size: x-small;"><b><i>mas hoje é a mais famosa romancista inglesa de todos os tempos</i></b></span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHWWNFm5hllbdEKJR4_G-TvVjX_Q4dVOQuFHKZ9Z9S1o5xHWW6k1ndA3gaq_iF9oXqV7q1MnCUEpvOKjWwOLvM8hGDHL7fU0QrCA3lr3hsRgHo9Or3z6embYN_wFOF9wd46rnP7bDa3ILh/s1600/O+Capital.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="348" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHWWNFm5hllbdEKJR4_G-TvVjX_Q4dVOQuFHKZ9Z9S1o5xHWW6k1ndA3gaq_iF9oXqV7q1MnCUEpvOKjWwOLvM8hGDHL7fU0QrCA3lr3hsRgHo9Or3z6embYN_wFOF9wd46rnP7bDa3ILh/s400/O+Capital.jpg" width="277" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b><i>O livro de Piketty é o maior bestseller de Economia do século XXI e usa a obra de Austen <br />para analisar as relações sócio-econômicas no início da Revolução Industrial</i></b></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="background-color: white; color: #666666; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #666666; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><span style="background-color: white; color: #666666; font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Há 200 anos (18-7-1817) falecia Jane Austen, a mais popular romancista inglesa de todos os tempos. Filha de um clérigo membro da</span><span class="text_exposed_show" style="color: #666666; display: inline; font-family: "times" , "times new roman" , serif;"> pequena nobreza rural, morreu solteira aos 41 anos de idade após publicar em vida quatro romances dos seis que escreveu: <i>Pride and Prejudice, Reason and Sensibility, Emma </i>e <i>Mansfield Park</i>. Os dois restantes, <i>Persuasion </i>e <i>Northanger Abbey, </i>foram publicados postumamente. Porém o que mais surpreende é que ela publicou seus livros anonimamente, mesmo quando já eram sucesso de venda e de público. A sua timidez e excesso de modéstia não só diminuiu o seu valor de mercado, e portanto os seus ganhos, como a impediu de gozar fama e prestígio em vida, o que poderia ter evitado seus graves ataques de depressão e minorado o sofrimento causado pela cruel doença que a levou a prematuro final de vida doloroso e solitário. </span><span style="color: #666666; font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Na época, sua obra foi considerada "água com açúcar (<i>tea table romance,</i> no jargão literário inglês), própria para senhoras românticas e mocinhas casadoras, parecendo que nem mesmo seus familiares mais íntimos levaram a sério sua literatura, pois no carinhoso epitáfio que lhe fizeram exaltam seu intelecto e suas virtudes pessoais e morais, mas omitem ter sido ela escritora!!!</span></span><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><span style="color: #666666; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><br /></span>
</span><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJMtn1rVPzuXNGk-_5t7EEUXlJrNSWmh5tPQz_evanGBuSVMBICfr9RC_8h442w91_ofU05RtoxKDCd0myNN9miFMX-YmjSA2Ci1qxTprJc_ytv__Q3eMeYFH6cZwU9B2oH_0hY98Xt81z/s1600/Austen+4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><img border="0" data-original-height="282" data-original-width="432" height="416" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJMtn1rVPzuXNGk-_5t7EEUXlJrNSWmh5tPQz_evanGBuSVMBICfr9RC_8h442w91_ofU05RtoxKDCd0myNN9miFMX-YmjSA2Ci1qxTprJc_ytv__Q3eMeYFH6cZwU9B2oH_0hY98Xt81z/s640/Austen+4.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;">Casa paroquial onde Jane nasceu e tornou-se adulta. Gravura da época.</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #666666; font-family: "times" , "times new roman" , serif;"> </span></div>
<span style="color: #666666; font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Nos anos seguintes à sua morte o manto do esquecimento caiu sobre ela e sua obra, até que nos anos 1830 seu editor resolveu reimprimi-la e devolvê-la ao mercado com bom sucesso de vendas, o que atraiu a atenção da crítica e de alguns respeitados intelectuais da época. À medida que as vendas se mantinham em bom patamar e as edições se sucediam, a atenção da crítica e dos intelectuais se voltava cada vez mais para a infeliz escritora, até que em meados do século XIX a atenção virou entusiasmo e alguns chegaram a compará-la a Shakespeare, o que era incabível mas perdoável por serem tempos de lutas entre escolas (<i>realistas x românticos) </i>e exaltado frenesi literário. Fato é que se passou a admirar e tratar com respeito a escritora "caipira", pois Austen sempre viveu no bucólico interior campestre inglês e conhecia Londres apenas de visita. Por isso fala da grande metrópole apenas incidentalmente, e tudo indica que o único lugar sofisticado que conheceu bem foi a pequena Bath, onde viveu seis anos e era na época o mais elegante balneário da Inglaterra, lugar preferido da alta sociedade inglesa para passar o inverno e as festas de fim de ano.</span><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><span style="color: #666666; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><br /></span>
</span><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivIAdhYhgpXRrlIrRJutkuAx4QinSMO_A7zEUH7o4mN05dixUxkOxscvcgrJH_HFt7sybwMMM3cdtcXPAb9sCMotyWGH4_vLOgZY6_hkgQch-U_9OsSE6IMOWa1BrBGwUx9Nm0KSV1H0A1/s1600/Austen+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><img border="0" data-original-height="826" data-original-width="1187" height="444" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivIAdhYhgpXRrlIrRJutkuAx4QinSMO_A7zEUH7o4mN05dixUxkOxscvcgrJH_HFt7sybwMMM3cdtcXPAb9sCMotyWGH4_vLOgZY6_hkgQch-U_9OsSE6IMOWa1BrBGwUx9Nm0KSV1H0A1/s640/Austen+2.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;">Centro da elegante cidade de Bath na época de Jane Austen (primeiras décadas do século XIX)</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><span style="color: #666666;">Mas o fato é que a</span><span style="color: #666666;">pesar da "redescoberta" literária de Austen ter causado vívido interesse entre os intelectuais, a maioria continuou a vê-la como simples autora "chá das cinco", sem valor maior, salvo a apurada linguagem e o refinado estilo. De qualquer forma, o debate despertou a curiosidade do público leitor e desde então Austen não parou de ser lida, fazendo com que seus livros virassem peças de teatro e, mais modernamente, filmes para o cinema e séries para a TV. Dentre estas últimas destacam-se as produzidas pela BBC, com destaque para a notável versão de <i>Pride and Prejudice</i> levada ao ar em 1995.</span></span><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><span style="color: #666666; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><br /></span>
</span><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgniJsS1BZWPV2ayAFb8FfnFMHrVt5igbrF1hVxmVvrZkTPPFluhVGjXxFqyArcr5gKHEuLqB2sTyK9Uiv1CapqXD27ylFfekKyW3NPwPgcyDC5KG45KL06d5LuDB66tkk8_XavcqBu61qB/s1600/Pickering_-_Greatbatch_-_Jane_Austen_-_Pride_and_Prejudice_-_She_then_told_him_what_Mr._Darcy_had_voluntarily_done_for_Lydia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="957" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgniJsS1BZWPV2ayAFb8FfnFMHrVt5igbrF1hVxmVvrZkTPPFluhVGjXxFqyArcr5gKHEuLqB2sTyK9Uiv1CapqXD27ylFfekKyW3NPwPgcyDC5KG45KL06d5LuDB66tkk8_XavcqBu61qB/s640/Pickering_-_Greatbatch_-_Jane_Austen_-_Pride_and_Prejudice_-_She_then_told_him_what_Mr._Darcy_had_voluntarily_done_for_Lydia.jpg" width="380" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;"><b><i>Gravura de antiga edição da obra mais popular de Austen,<br />sucesso permanente desde que dada a público em 1814</i></b></span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #666666;"><span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: "times" , "times new roman" , serif;">No passado, teve-se como seu maior defeito a "atemporalidade" e "vazio histórico" de sua obra, pois embora escrita durante as Guerras Napoleônicas, um dos momentos mais difíceis da história inglesa, nunca fala-se das guerras nem dos seus atores. Não há menções a Napoleão nem aos heróis ingleses Nelson, Wellington ou quaisquer outros. Para Austen, é como se a tragédia, da qual dependia a existência da sua pátria, não existisse ou ocorresse no planeta Marte. Nem mesmo em seu livro <i>Persuasion</i>, cujos principais personagens masculinos são marinheiros, há menções a batalhas navais, ao almirante Nelson ou a quaisquer outros militares notáveis em virtude dos seus feitos gloriosos. Os oficiais existem apenas como namorados, noivos, maridos ou "bons partidos" em razão da fortuna ganha com os saques dos navios inimigos, sem que se saiba quem é o "inimigo" e em qual guerra ou batalha foram eles saqueados.</span></span><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><span style="background-color: white; color: #666666;"><span class="text_exposed_show" style="display: inline;"><br /></span></span>
</span><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLwBYloafIEk2XcdBZppgXCamt2nj10dDUio2PY0VTNIV5WiKLUYLyD40KPkfc2srzR_6DHge1TzCKbpkWMwEOKcWWdBiF2kLVwSz6rmt0l0VkUOXsKjhpFeJkfv9ZctoiKdkpO0LlRvqJ/s1600/batalha+Spanish_Armada+-loutherbourg.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><img border="0" data-original-height="545" data-original-width="700" height="497" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLwBYloafIEk2XcdBZppgXCamt2nj10dDUio2PY0VTNIV5WiKLUYLyD40KPkfc2srzR_6DHge1TzCKbpkWMwEOKcWWdBiF2kLVwSz6rmt0l0VkUOXsKjhpFeJkfv9ZctoiKdkpO0LlRvqJ/s640/batalha+Spanish_Armada+-loutherbourg.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;">Na época de Austen a Inglaterra lutava ferozmente contra a França pela hegemonia<br /> mundial, mas para a escritora é como se a guerra não existisse</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; color: #666666;"><span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: "times" , "times new roman" , serif;"> </span></span></div>
<span style="background-color: white; color: #666666;"><span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Mas a "atemporalidade" de Austen, tida no passado como grave defeito, hoje é vista como grande virtude, pois permitiu-lhe focar com exclusividade na mentalidade, usos e costumes da nobreza e da burguesia na hora em que o feudalismo morria, o industrialismo avançava, a burguesia se enobrecia e a nobreza se aburguesava, tornando o dinheiro o valor maior e fazendo com que as duas classes se misturassem em processo pacífico que pouparia a Inglaterra dos horrores da recente Revolução Francesa, a qual tampouco é citada por Austen. As duas últimas décadas do século XVIII e as duas primeiras do século XIX, durante as quais ela viveu, foi a época do deslanche da "Revolução Industrial" e do crescimento em grande escala do capitalismo moderno na Inglaterra, mas isso não acontecia uniformemente em todo país. A grande transformação econômica em curso passava-se principalmente em Londres e no centro-norte do Reino Unido, poupando dos seus aspectos mais dramáticos e deletérios o bucólico sudoeste rural onde Austen vivia, mas suas consequências sociais e espirituais espalhavam-se por toda sociedade, embora ela disso não tivesse consciência, dando às pessoas novo modo de sentir, pensar e proceder. Assim, o rentismo ocioso da nobreza e o empreendedorismo dinâmico da burguesia se amalgamaram na tarefa de evitar os horrores da revolução político-social, dando bases sólidas ao capitalismo, derrotando a França Napoleônica e tornando a Inglaterra mundialmente hegemônica. Para isso nem sequer precisaria ter grande exército, bastando-lhe ter grande esquadra que protegesse suas rotas marítimas e interesses econômicos ao redor do mundo, pois seus industriais, comerciantes e banqueiros fariam o resto. O resultado foi a criação do poderoso Império Britânico que dominaria o mundo por mais de um século.</span></span><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj7kjJKQIzRwk9bPpFrBWQtCq-EsnxOp9jr3WCvkH2PMfZej46Dqt1a5NfIPjD8idiPYfsxC5_9nlrDb1iclB4aFgNAxYwYIHySIPGHSzwIKzuXG8GM8tokWy29_D4N6tXDFvnq5eBH3dP/s1600/Austen+6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><img border="0" data-original-height="999" data-original-width="1600" height="247" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj7kjJKQIzRwk9bPpFrBWQtCq-EsnxOp9jr3WCvkH2PMfZej46Dqt1a5NfIPjD8idiPYfsxC5_9nlrDb1iclB4aFgNAxYwYIHySIPGHSzwIKzuXG8GM8tokWy29_D4N6tXDFvnq5eBH3dP/s400/Austen+6.jpg" width="400" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;"><b><i>Casa onde Jane viveu os últimos anos de sua vida. Hoje é um museu.</i></b></span></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><span style="background-color: white; color: #666666;"><span class="text_exposed_show" style="display: inline;">Nada indica que Austen tivesse noção do drama histórico em meio ao qual seus personagens se moviam, mas isso não muda o fato de que ninguém retratou melhor, com ironia, argúcia e talento, a alma de uma sociedade que procurava disfarçar sua paixão pelo dinheiro com hipócrita polidez e hiperbólico linguajar, onde jamais se ia direto ao ponto e a ele só se chegava indiretamente por círculos tortuosos e subtendidos que as vezes originavam incríveis confusões. Nunca as palavras foram mais usadas para ocultar os pensamentos nem estes para sepultar os sentimentos quanto na sociedade capitalista da Inglaterra do século XIX, o que deu aos ingleses a fama de "hipócritas", "excêntricos" e "esquisitos". </span></span><span style="background-color: white; color: #666666;">É graças à pena magistral de Austen que hoje podemos conhecer as incríveis distorções espirituais e morais que podem ser causados pelo "<i>deus dinheiro</i>" nos corações e mentes de uma jovem sociedade que avança a passos de gigante rumo à grandeza material e política. </span></span><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><span style="background-color: white; color: #666666;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #666666;">Em seu recente livro "O Capital no Século XXI", best seller mundial no gênero, o economista francês Thomas Piketty cita a obra de Austen como o mais autorizado retrato das classes alta e média da Inglaterra e das instituições econômicas que procuravam se firmar no desabrochar da nossa moderna sociedade capitalista. </span><span style="background-color: white; color: #666666;">Creio que nem mesmo em seus mais loucos sonhos, Austen imaginaria que dois séculos depois a sua obra "água com açúcar", retrato da sociedade em que viveu, viria a ser sobre ela a fonte mais valiosa de que lançaria mão uma das mais brilhantes obras de Economia do século XXI.</span></span></div>
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #666666; display: inline;"></span><br /></span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #666666; display: inline; font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #666666; display: inline; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><br /></span></div>
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #666666; display: inline; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;">
</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5084150772219664474.post-76448531567729802332015-09-08T14:26:00.001-07:002018-11-06T11:18:50.806-08:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: 28.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
<div style="text-align: left;">
<div style="text-align: left;">
<span style="line-height: 17.12px;"><b>Post 87</b></span></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: left;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-large; line-height: 17.12px;"><b>BATALHA DO RIO TRÉBIA - A FUGA</b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-large; line-height: 17.12px;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-large; line-height: 17.12px;"><b>SIMULADA E A CILADA MORTAL</b></span><br />
<span style="font-size: x-large; line-height: 17.12px;"><b><br /></b></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijasdf-QlHAVTg898cKffrXxPKlkhBNNw_DSWlM_Po4ZyKnLR5hYIugaCur9exEIomgm9TxQYNjqpHIC7b7yu2X2f1S37a_DwLZ2XLrTPkYFzpO9dTrUJnGGFVtgmT9TZ8eMKJ4WkbtfFu/s1600/roma-anibal01.gif" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="434" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijasdf-QlHAVTg898cKffrXxPKlkhBNNw_DSWlM_Po4ZyKnLR5hYIugaCur9exEIomgm9TxQYNjqpHIC7b7yu2X2f1S37a_DwLZ2XLrTPkYFzpO9dTrUJnGGFVtgmT9TZ8eMKJ4WkbtfFu/s640/roma-anibal01.gif" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Os elefantes de Aníbal foram fundamentais para a sua esmagadora vitória na batalha do Rio Trébia (218 AC)</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
</div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0Pk1wetZbpnCC-iTVGdRKQbQnM8RY516YelTKHNCNgks9jqVJYt4K6Zt-72dZVswlncfhV-M1bir3GW82ceUy0PMFGZiZw0XWCvTzoG6qb1JbUHdgI9AabG7KSwCTPAN10QEeYHKB4GeD/s1600/livro+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0Pk1wetZbpnCC-iTVGdRKQbQnM8RY516YelTKHNCNgks9jqVJYt4K6Zt-72dZVswlncfhV-M1bir3GW82ceUy0PMFGZiZw0XWCvTzoG6qb1JbUHdgI9AabG7KSwCTPAN10QEeYHKB4GeD/s320/livro+3.jpg" width="243" /></a></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9fgCNl-uIn8-a9vds2v9QtwQRq7j_TvmWVDuoWTD02PXgHkQ_UYj_cSwtFlpS3rWfbjIR84j-PMSRvw0dUCHVFUP-6Quik82plmMXEbmizVM5sLfCb1qWgPFYQrXcZAXbW6Qm0KUmBPE7/s1600/livros.jpg" imageanchor="1" style="font-size: 28pt; line-height: 107%; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="231" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9fgCNl-uIn8-a9vds2v9QtwQRq7j_TvmWVDuoWTD02PXgHkQ_UYj_cSwtFlpS3rWfbjIR84j-PMSRvw0dUCHVFUP-6Quik82plmMXEbmizVM5sLfCb1qWgPFYQrXcZAXbW6Qm0KUmBPE7/s320/livros.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Para adquirir estes livros vá ao site da Amazom.com ou à</span></b></i><br />
<i><b><span style="font-size: x-small;">nossa </span></b></i><i style="font-size: 12.8px;"><b><span style="font-size: x-small;">livraria virtual acima</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="line-height: 107%;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="line-height: 107%;">A batalha do Rio Trébia
foi travada entre os exércitos de Roma e de Cartago no final de 218 AC, poucas semanas depois do general cartaginês Aníbal Barca cruzar os Alpes à frente de grande
exército. Foi a mais surpreendente e dramática travessia da mais alta cadeia de
montanhas da Europa em todos os tempos, o que permitiu ao genial estrategista
ocupar o noroeste da Itália antes que os romanos se refizessem da surpresa. O
inverno estava próximo e eles estavam certos de que Aníbal, com dezenas de
elefantes, milhares de cavalos e numerosa infantaria, seria aniquilado pelas
tempestades de neve durante sua inacreditável marcha por traiçoeiros
desfiladeiros e profundos abismos gelados. Aníbal perdeu metade do seu exército
na quase impossível travessia, mas sua genialidade militar lhe permitiu não só
realizá-la como desbaratar o exército reunido às pressas que os estupefatos
romanos mandaram ao seu encontro na região do Tessino. A vitória obtida por Aníbal lhe valeu o precioso apoio dos gauleses cisalpinos, ansiosos para livrarem-se do domínio de Roma. Com o exército
reconstituído e reforçado, Aníbal marchou para o sul e os romanos, refeitos da derrota no Tessino e com exército muito superior, decidiram cortar seu avanço
no vale do rio Trébia, bastante apropriado para as manobras das suas pesadas legiões.</span></i><br />
<i></i><br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><i>Abaixo, publicamos um resumo adaptado de trecho da notável obra do
ilustre historiador espanhol Juan Eslava Galan sobre o grande comandante cartaginês, na
qual o autor descreve a batalha como se o narrador fosse o próprio Aníbal.</i></span><br />
<i><br /></i></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: large; line-height: 107%;">A VÉSPERA DA BATALHA<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="line-height: 107%;"><br /></span></b></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWLVtuqPDn7PW-NpqD9GqjVQmJkHhj6-MlXT-h_34yyLs7TiEnvxsiSoz8D3E01NpmyP1mlHLXIwvUPT9616qqpxVpQKp3zuAHOOgDWdYEF-SGc3blCRm6FhAPL9pl5myYkRqj9eLXd9nj/s1600/an%25C3%25ADbal+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWLVtuqPDn7PW-NpqD9GqjVQmJkHhj6-MlXT-h_34yyLs7TiEnvxsiSoz8D3E01NpmyP1mlHLXIwvUPT9616qqpxVpQKp3zuAHOOgDWdYEF-SGc3blCRm6FhAPL9pl5myYkRqj9eLXd9nj/s400/an%25C3%25ADbal+2.jpg" width="304" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Aníbal foi um dos maiores generais de todos os tempos e suas batalhas até hoje são estudadas<br />nas melhores academias militares do mundo como modelo de perfeição estratégica</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;">"Notícias recentes diziam que os exércitos romanos
tinham se reunido sob o comando do cônsul Semprônio, homem robusto de tez rosada
e temperamento fogoso. Sabíamos que ele era experiente e gozava em Roma de grande fama como hábil e valente estrategista,
mas sabíamos também que era irritadiço e irreflexivo, defeitos imperdoáveis em um general. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;">Concebi um plano simples, adequado à irreflexão de Semprônio:
o exporíamos à isca de uns poucos regimentos de cavalaria e estes, em sua fuga,
o atrairiam a uma cilada. </span><span style="line-height: 107%;">Durante dois dias estudei cada trecho do terreno às margens
do rio Trébia e não foi difícil achar o local ideal para os meus planos: uma
pradaria descampada onde nossa cavalaria podia manobrar livremente! Era
limitada de um lado pelas elevadas margens do rio e do outro por cadeia de
suaves colinas revestidas de espessa arborização. A cavalaria espanhola podia
ocultar-se no bosque e passaria completamente despercebida até que chegasse o
momento de entrar em ação.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;">O exército de Semprônio atravessou o rio Pó e acampou a cinco
quilómetros de nós, do outro lado do rio Trébia, e eu decidi provocar o inimigo
antes que se refizesse de sua marcha. Uma hora antes do amanhecer, os meus
generais Maharbal e Nura Avas foram à minha tenda para repassarmos o plano,
depois desejei-lhes boa sorte e os despedi.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;">Ainda era noite quando três mil cavaleiros númidas dos nossos
melhores regimentos cruzaram o Trébia, cujas águas geladas chegavam ao peito
dos cavalos. Enquanto isso nossas sentinelas e vigias reavivavam as fogueiras e
os sargentos despertavam seus homens silenciosamente. O frio era intenso,
fazendo a respiração dos homens e dos animais formarem nuvens de vapor enquanto
os oficiais, à frente dos seus pelotões, iam para os locais designados. Depois, homens e cavalos deitaram-se no solo e aguardaram em completo silêncio, ao
mesmo tempo em que próximo a eles ocultava-se um esquadrão de trezentos
fundibulários. Atrás do bosque, nossos batalhões de guerreiros insubros e boios
também aguardavam em silêncio.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: large; line-height: 107%;">A BATALHA<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="line-height: 107%;"><br /></span></b></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEIeorb3gEnA9N3Bn8GDTQrnse5GmJkhIsNovs8JZiMggEXUvXOXMvy86oHVA0Cz-vkl-KRBuL9PY4HBkvpRJ0J8XAN6IzlmCR4q-E8te0T82mahuX2_GYk4A5ypeXRR_owNV6IKzCZYlp/s1600/batgalha+canae+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="443" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEIeorb3gEnA9N3Bn8GDTQrnse5GmJkhIsNovs8JZiMggEXUvXOXMvy86oHVA0Cz-vkl-KRBuL9PY4HBkvpRJ0J8XAN6IzlmCR4q-E8te0T82mahuX2_GYk4A5ypeXRR_owNV6IKzCZYlp/s640/batgalha+canae+1.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Apanhados em uma armadilha mortal, os romanos foram massacrados<br />pelos guerreiros de Aníbal</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;">Quando começou a clarear, nossa cavalaria númida caiu de
surpresa sobre as tropas inimigas que pernoitavam fora do acampamento e
soltaram seus cavalos, incendiaram suas carroças e mataram os legionários que saiam das
tendas antes que entendessem o que estava ocorrendo. O irreflexivo Semprônio pensou
que todo meu exército sitiava seu acampamento e, furioso consigo mesmo por se
haver deixado surpreender, ergueu os estandartes, organizou suas tropas e
contra-atacou impetuosamente. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;">Seguindo nosso plano, o general Maharbal retardou o contra-ataque durante algum tempo e depois mandou inverter as insígnias, que era o sinal de
fuga. Assim que o viram, os cavaleiros númidas voltaram as costas ao inimigo e
fugiram em rápido galope, perseguidos furiosamente pelos romanos.<o:p></o:p></span><br />
<span style="line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;">Já amanhecera por completo e apesar de chover bastante eu
podia ver, do outeiro onde estabelecera meu posto de observação, o curso do rio
e a planície abaixo. Como planejado, os cavaleiros númidas chegaram em
desordenado galope, cruzaram o rio e depois prosseguiram sua carreira pela
planície, como se tentassem refugiar-se nas elevações vizinhas. Quase
imediatamente surgiu a cavalaria romana, que se lançou à água sem nenhuma
vacilação. Ela acabara de cruzar o rio quando chegou a infantaria em marcha
acelerada, mas sem romper sua rígida formação. Os disciplinados legionários estavam
se agrupando junto ao rio, como se esperassem ordens para atravessá-lo, quando
o irritado Semprônio chegou de espada na mão, censurando sua hesitação e
ordenando que cruzassem o rio imediatamente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;">Era o que eu estava esperando.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;">Obedecendo às irrefletidas ordens de Semprônio, a infantaria
romana começou a cruzar o rio em jejum e com água gelada até o peito! Quando
sua primeira linha de manípulos chegou à planície e a última entrou na água,
ordenei aos sinaleiros que fizessem subir a fumaça branca combinada. A este
sinal, os fundeiros baleares surgiram pela direita lançando os projéteis
mortais de suas compridas fundas. Isto foi para os romanos um verdadeiro
pesadelo, pois o zumbido do projétil só é percebido instantes antes
do impacto e a vítima não tem tempo de se proteger nem de erguer o escudo para
atenuar os danos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;">Atrás dos fundeiros surgiram os elefantes que, açulados pelas
varas e gritos dos seus <i>indis, </i>precipitaram-se
sobre a cavalaria inimiga, ao mesmo tempo em que os cavaleiros númidas cessavam sua fuga simulada e voltavam-se contra seus arrojados perseguidores.
<o:p></o:p></span><br />
<span style="line-height: 107%;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4E5o1bfiSif2FGfI91J5Qs5GCBOKMvQZfqID-Hgl2Mda83kCvQozgeBG0132gX6XLh31Dm9JZqaj-gOmxdRwqyJ94KPcoUGYGljdV2DdbzPtpZokraCIODuEC0jkO6XneSGObNOGhoQYs/s1600/battle+of+zama+-unknown.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="424" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4E5o1bfiSif2FGfI91J5Qs5GCBOKMvQZfqID-Hgl2Mda83kCvQozgeBG0132gX6XLh31Dm9JZqaj-gOmxdRwqyJ94KPcoUGYGljdV2DdbzPtpZokraCIODuEC0jkO6XneSGObNOGhoQYs/s640/battle+of+zama+-unknown.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">A batalha do Rio Trébia foi a última em que Aníbal usou elefantes na Itália. Algum tempo depois perdeu<br />todos eles, vitimados por moléstia infecciosa contraída nos pântanos italianos </span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;">No lado oposto da planície, os guerreiros gauleses ocultos no
bosque saiam do seu esconderijo e arremetiam contra a retaguarda inimiga.
Confusos e desorganizados, vendo-se atacados por vários lados, os oficiais romanos
davam ordens contraditórias que só faziam piorar sua grave situação. <o:p></o:p></span><br />
<span style="line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;">Chovia torrencialmente quando os legionários mais prudentes
começaram a recuar em ordem para escapar do massacre. Mas sua sensata manobra de retirada contaminou com medo incontrolável os menos valentes, instaurando o
pânico e o “salve-se quem puder” nas fileiras inimigas. Em pouco tempo quase todos fugiam e seus
cavalos atropelavam-se diante dos furiosos elefantes, jogando ao solo os
aterrorizados cavaleiros. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;">Milhares de fugitivos correram de volta para o Trébia sem
perceber que suas margens já estavam ocupadas por nossos guerreiros celtiberos.
Mesmo assim, parte deles conseguiu organizar-se em relativa ordem para escapar pelo único
local do rio que eu não guardara por ser muito profundo. Isto fez com que muitos deles, que não sabiam nadar ou não eram inteligentes o bastante para
livrarem-se das suas pesadas armaduras, fossem arrastados pela correnteza e morressem
afogados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;">A mortandade entre os inimigos foi enorme e nossa vitória foi
esmagadora. Tivemos poucas baixas, mas os romanos perderam dois terços do seu
exército, incluindo o impetuoso general Semprônio. De quebra, fizemos cerca de
dez mil prisioneiros e capturamos equipamento bélico suficiente para armar
vinte mil homens. Também apreendemos grande quantidade de prata e de objetos
valiosos, mas não fiquei com nada, pois mandei distribuir tudo entre os meus
homens. Infelizmente perdemos vários dos nossos preciosos elefantes e em pouco tempo perderíamos os restantes, vítimas de cruel doença contraída nos pântanos da Itália.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;">À noite, comemoramos a vitória com alegres cânticos, ruidosas
danças, muito vinho e comida abundante. Embriagados, muitos dos meus oficiais diziam que a guerra
terminara e os romanos logo pediriam a paz. Acrescentavam alegremente que em
breve voltaríamos para casa vitoriosos e ricos!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;">Eu também partilhava de sua otimista esperança, mas o implacável futuro nos mostraria que a guerra estava apenas começando e os romanos jamais se renderiam.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 107%;"> <o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5084150772219664474.post-72131707807947984822014-12-02T15:49:00.000-08:002015-10-08T12:57:19.106-07:00<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<b><span style="font-size: x-small;"><u>Post nº 86</u></span></b></div>
<div style="text-align: left;">
<b><span style="font-size: x-small;"><u><br /></u></span></b></div>
<b><span style="font-size: 18.0pt;">VITELLIUS -
O IMPERADOR GLUTÃO QUE FOI LINCHADO
PELA PLEBE NAS</span></b><br />
<b><span style="font-size: 18.0pt;">RUAS DE </span></b><b><span style="font-size: 18.0pt;">ROMA</span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 18.0pt;"><br /></span></b></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8wuHRa9irgGigFwGCqFq5Q83vqsayKjt3fHKVp54_GD5tB9yahcjZ4LW36pt7AnwEbssWwZkEP0be-gE-6BrMqnTorrOc3MV1Yht6-vF8v_3eLIwmv-pKMjNmk2NDEkXH-ivW-ISIf3NE/s1600/vitellius+4.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8wuHRa9irgGigFwGCqFq5Q83vqsayKjt3fHKVp54_GD5tB9yahcjZ4LW36pt7AnwEbssWwZkEP0be-gE-6BrMqnTorrOc3MV1Yht6-vF8v_3eLIwmv-pKMjNmk2NDEkXH-ivW-ISIf3NE/s1600/vitellius+4.JPG" width="398" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b><i>A plebe arranca o glutão imperador Vitellius do seu esconderijo</i></b></span><br />
<span style="font-size: x-small;"><b><i>e o leva às ruas para linchá-lo</i></b></span></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTQS2gk0R9L_4o9UqKt1d2oorIsJjli74gdEFUK3uRkhByJ3F-01R1vYBRFJCFogq9M4ZzZFQD1-Df4RdfcrTsW6dJ69854JRHhsyzqwFqsHnmlFcbzwVlP4FovlRzglKdq3LFTrMdzKgb/s1600/livro+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTQS2gk0R9L_4o9UqKt1d2oorIsJjli74gdEFUK3uRkhByJ3F-01R1vYBRFJCFogq9M4ZzZFQD1-Df4RdfcrTsW6dJ69854JRHhsyzqwFqsHnmlFcbzwVlP4FovlRzglKdq3LFTrMdzKgb/s1600/livro+3.jpg" width="243" /></a></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiY6Rnqu5yKfYnAUWmODRc2PSnAXAXTPQXORbj99AnNKK6BSSdOuSVnk640NLWUCgE6EbD4mSpjrFHq-B_ENjpMcp5vd2MSJAdiUlpIJQjnZxOj8fBm5roGyUf4je8bLd2BsqJhN1VbJurC/s1600/livros.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="231" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiY6Rnqu5yKfYnAUWmODRc2PSnAXAXTPQXORbj99AnNKK6BSSdOuSVnk640NLWUCgE6EbD4mSpjrFHq-B_ENjpMcp5vd2MSJAdiUlpIJQjnZxOj8fBm5roGyUf4je8bLd2BsqJhN1VbJurC/s1600/livros.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Para adquirir estes livros click no site da Amazon.com<br />ou acima no site da nossa livraria virtual</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 18.0pt;"><br /></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por quase um século, desde a
subida de Augusto ao poder em 30 AC até a queda de Nero em 68 DC, Roma gozou de
paz interna sob o comando de líderes como o ótimo Augusto, os bons Tibério e
Cláudio, e até mesmo os péssimos Calígula e Nero, cujos absurdos não foram
muito além das suas Cortes para perturbar a paz geral. Mas quando as legiões da
Gália e da Espanha rebelaram-se em 68 DC contra a insensata tirania de Nero, fazendo-o
suicidar-se, a longa paz acabou e a anarquia a substituiu, fazendo cinco
imperadores sentarem no trono imperial em menos de dois anos, sendo que três
deles sentaram-se por tão pouco tempo que mal puderam esquentá-lo. O último dos
três foi Vitellius, um gordo aristocrata romano preguiçoso e comilão, que seria bom chefe de cozinha e ótimo gerente de restaurantes se não escolhesse ser mau chefe militar e péssimo gerente de impérios.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpRO-kjr1PqtVT_YwDQQPJ0dRVbTXmm-TJvfCMxzWrz5ZCv063WKec5scBQmPPZDU07HikxbWrgJSir1lHuU63tvRndQ3yDibu0USMO-sZcF9b6OCLG-fxd8wWq5Z1b12aQime5yXmFkpR/s1600/galba+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpRO-kjr1PqtVT_YwDQQPJ0dRVbTXmm-TJvfCMxzWrz5ZCv063WKec5scBQmPPZDU07HikxbWrgJSir1lHuU63tvRndQ3yDibu0USMO-sZcF9b6OCLG-fxd8wWq5Z1b12aQime5yXmFkpR/s1600/galba+1.jpg" width="467" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Galba era bom general, mas era mau político. Muito correto e honesto, caiu</span></b></i><br />
<i><b><span style="font-size: x-small;">no desagrado dos corruptos pretorianos e eles o assassinaram</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O general Galba, sucessor de
Nero, era homem idoso e decente, mas desconhecia as nuances da sociedade
civil, nada sabia da Corte e não tinha experiência política ou administrativa,
por isso desde o início o seu governo foi um desastre de relações públicas e
algumas de suas boas medidas foram feitas sem habilidade, criando-lhe censuras em lugar de aplausos. Ao invés de dissolver a viciada Guarda Pretoriana e
substituí-la por batalhão dos seus fiéis soldados, quis reformá-la e
moralizá-la, tornando-a sua inimiga mortal. O resultado é que tão logo a cidade
foi pacificada e o exército voltou aos quartéis, guardas instigados por Othon,
ex-cortesão de Nero, assassinaram Galba antes que ele sequer esquentasse o trono.
Othon foi aclamado novo imperador provocando graves discórdias no Senado e no
exército, disso aproveitando-se Vitellius, indolente governador da baixa
Germânia, para desafiar Othon e reclamar o trono. Ele gozava do apoio das
tropas da Germânia porque a estas não impunha qualquer disciplina e as cumulava
de benefícios, vez que ocupando todo o seu tempo com farras e banquetes pouco
se importava com a administração, a eficiência do exército e a defesa das
fronteiras a seu cargo. Após dar gorda gratificação à soldadesca, encarregou
seus melhores oficiais de comandarem o exército rebelado e marchar sobre Roma,
enquanto ele na retaguarda os acompanhava a uma distância segura com luxuoso
séquito, como se estivesse em divertida excursão, fazendo apenas o que sabia
fazer bem: preguiçar, comer e beber!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEid6TsHAuxpHbD0H3NFbeA4Bs8vWFcQN_QcjsOUApmHyLftm8ob7GPd-VvGrUZdkJCfRLisoTZPyvIqE_k_UFo0dCDhif20Yy3hmCRdZc9vpYnL27G7LyIOS6VUhFnYB8uMamHwpPyhNgvS/s1600/vitellius+I.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEid6TsHAuxpHbD0H3NFbeA4Bs8vWFcQN_QcjsOUApmHyLftm8ob7GPd-VvGrUZdkJCfRLisoTZPyvIqE_k_UFo0dCDhif20Yy3hmCRdZc9vpYnL27G7LyIOS6VUhFnYB8uMamHwpPyhNgvS/s1600/vitellius+I.jpg" width="512" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Vitellius era bonachão e preguiçoso, mas era sobretudo um glutão que se</span></b></i><br />
<i><b><span style="font-size: x-small;">preocupava mais com comidas e bebidas do que com o Império</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Durante o percurso, bajuladores
lhe traziam o que na região havia de mais requintado em comida e bebida. Nas cidades
onde passava, reunia os principais cidadãos e os oficiais em banquetes esplêndidos,
enquanto a soldadesca, livre de qualquer disciplina, imitava-o e fazia parecer
que no seu acampamento se festejava perpétua bacanal. Assim, cruzaram a Itália
na época da colheita devastando, pilhando e violando como se estivessem em país
inimigo, mas a sua má conduta não causou falta de apoio e, sem nem ao menos se
dar ao trabalho de assistir a batalha, derrotou o exército do seu rival Othon,
que não quis sobreviver à derrota e suicidou-se (15-4-69 DC).<br />
<br />
Ao aproximar-se de Roma, Vitellius decidiu lá entrar de couraça e espada como um conquistador que conduzia adiante de si o senado e o povo, mas os seus amigos disseram-lhe que seria levado no ridículo, pois todos sabiam que ele não lutara e nem sequer vira a batalha que lhe dera a "vitória". O vaidoso gorducho desistiu da tola fanfarronice, porém em seu discurso aos senadores e ao povo, agradecendo as insignias imperiais, exagerou nos auto-elogios e provocou enorme gargalhada quando falou da sua <i>"temperança e incansável dedicação ao trabalho"</i>. Mas no fim todos o aplaudiram, apesar de conhecerem de sobra sua glutoneria, preguiça e vergonhosa devassidão.<br />
<br />
Como o seu séquito de comilões e beberrões
entrara em Roma sob gerais aplausos das massas, ele tratou de cortejá-las com magníficos espetáculos no circo e distribuição gratuita de rações
dobradas, mesmo estando o Estado falido e o Tesouro vazio. Porém, de um modo ou
de outro, arranjou dinheiro e por alguns meses Roma foi palco de permanente
festa, enquanto nas horas vagas ele adotava algumas boas medidas, como a de
restaurar a autoridade do Senado, ao qual ia com assiduidade ganhando a
simpatia de todos. Isto não quer dizer que fosse isento de crimes e crueldades, mas na época as infâmias da tirania
eram corriqueiras e todos as tinham como naturais, sobretudo porque Vitellius
parecia ser inofensivo devido à sua conduta simplória, típica dos gordos
comilões que se ocupam mais de comida que de política. Por isso ninguém
estranhava suas atrocidades e até as aplaudia por serem quase sempre cometidas
sob a justificativa de “defesa da república”.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJirK-VBrMZ_ixcdmrKzU52O-r7MQ2ccfQyKCzG-S9qWUCRXnv_y35f-9aref-PMAJ3sHITAjsbK5XzGy2kW6IZNij0aO3_cb9FGUmCthmqgS_qE7O-tuFHZW1lwlX2Ogz7VAfjYq_0dlV/s1600/vitellius+2.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="382" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJirK-VBrMZ_ixcdmrKzU52O-r7MQ2ccfQyKCzG-S9qWUCRXnv_y35f-9aref-PMAJ3sHITAjsbK5XzGy2kW6IZNij0aO3_cb9FGUmCthmqgS_qE7O-tuFHZW1lwlX2Ogz7VAfjYq_0dlV/s1600/vitellius+2.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Os banquetes e festins de Vitellius superaram os de Nero em abundância de comidas e bebidas finas</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Apesar de lhe render
simpatias, seu procedimento bonachão era toldado por sua mania de festas e
banquetes, a eles dedicando-se com exclusividade após entregar a administração
do Império aos seus íntimos assessores Valens, Cecina e Asiático.
Nesses meses sinistros, em que três imperadores morreram violentamente em meio a
guerras civis e Roma precisava com urgência de líder sério que lhe curasse
as feridas, a principal ocupação de Vitellius foi procurar novos meios para
estimular o apetite. Chegando a banquetear-se cinco vezes por dia, convidava-se para almoçar na casa de um amigo, jantar na casa de
outro, lanchar com um terceiro e cear com um quarto, todos apostando para ver
quem o trataria mais esplendidamente. Porém seu irmão Lúcio os venceu, servindo-lhe
dois mil pratos de peixe e sete mil de aves, as mais delicadas trazidas de
todos os recantos do mundo. O próprio Vitellius imaginou prato chamado “Escudo
de Minerva” por sua grandeza prodigiosa e que reunia os mais refinados manjares
capazes de lisonjear o paladar. Eram miolos de faisões, fígados de sargos, ovas
de lampreias, línguas de aves, araras de mil cores tiradas da gaiola na hora
certa, sendo as fêmeas surpresas sobre as suas ninhadas e os machos tirados do
seu sono porque a inquietação fazia do seu fígado delicioso manjar. Eram ovas
de peixe tiradas do fundo dos lagos com aparelhos de pescar pérolas; outros
peixes vinham a Roma na mesma água em que tinham sido pescados; cogumelos tinham
seus nascimentos espreitados nas noites úmidas antes de serem colhidos para a
mesa do imperador; frutas ainda nas árvores, levadas em caixas com a
mesma terra onde cresceram,
eram trazidas para que Vitellius as colhesse e gozasse das primícias do seu
perfume e lanugem. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por onde passava era
preciso ter manjares preparados, do contrário lançava-se a tudo que estivesse
ao alcance dos seus dentes e chegou até a devorar as oferendas depositadas
pelos devotos no altar dos deuses. Em pouco tempo gastou novecentos mil
sestércios em banquetes e outro tanto em estrebarias para animais do circo,
corridas e lutas de gladiadores e de animais ferozes. Para adular a plebe, que muito
usufruíra das loucuras de Nero, gastou uma fortuna promovendo-lhe esplêndido
funeral para grande alegria da gentalha e profunda indignação das pessoas
decentes. <br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhto3S0OXPwcJ5z6ERrUjb6OUzl3Xt68JXxl00tKys5MwDZDdnFSt7JVNV3gx7cIyhAeLMAk2-SKfZz5Z733poR3nFeWiFPCqvAPnIebNGZKJzsDvxugQxF4e8TSQaMaiyj7I77httO6f7N/s1600/Vespasiano.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhto3S0OXPwcJ5z6ERrUjb6OUzl3Xt68JXxl00tKys5MwDZDdnFSt7JVNV3gx7cIyhAeLMAk2-SKfZz5Z733poR3nFeWiFPCqvAPnIebNGZKJzsDvxugQxF4e8TSQaMaiyj7I77httO6f7N/s1600/Vespasiano.jpg" width="478" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Vespasiano era bom general, mas ao contrário de Galba era bom político, por<br />isso calculou bem sua campanha e não deu chance ao adversário</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas enquanto reinava o descalabro
em Roma, o general Vespasiano, competente governador da Síria, preparava o seu golpe. Ele recebera bem a notícia da subida ao trono do decente general Galba e
lhe dera seu apoio, mas quando soube que ele fora assassinado por cortesãos
ambiciosos e pretorianos corruptos, resolvera tomar o poder e por ordem na casa.
O seu exército era o maior e o mais poderoso do império, pois tinha a seu cargo
o Oriente Médio e a problemática fronteira com o Império Persa, mas estava
empenhado em duríssima guerra no Reino da Judéia, protetorado romano que sob a
liderança de fanáticos religiosos rebelara-se algum tempo antes. Ele varrera os
rebeldes do interior do país e os acuara em Jerusalém, onde agora estavam
cercados e lutavam com feroz determinação. Diante da dificuldade da guerra e
sabendo que Othon vira-se às voltas com a revolta de Vitellius após
sentar-se no trono, resolveu adiar o seu projeto até que as coisas ficassem
mais claras e esperou. Com o suicídio de Othon e a vitória de Vitellius, viu
que sua hora chegara e com o general Tito, bravo filho que o ajudava na luta
contra os judeus, traçou seu plano. Sendo seu exército muito grande, o dividiu
em três: o primeiro ficaria sob o comando de Tito cercando Jerusalém, operação
que dispensava abundância de tropas; o segundo marcharia pelos Bálcãs sob o
comando de general Muciano e invadiria a Itália pelo norte; finalmente, o
terceiro marcharia pelo litoral da África mediterrânea sob o seu comando e
invadiria a Itália pelo sul. Assim foi planejado e assim foi feito sem pressa e
sem afobação, pois Vespasiano acreditava que face à incompetência de
Vitellius, era provável que seu governo e exército se desintegrassem antes
de combater.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A maioria das províncias do
império aderiu a Vespasiano, porém as províncias ocidentais, sobretudo Gália,
Espanha e Britânia ficaram divididas porque Vitellius as cobrira de favores e
privilégios. Mas nem todos eram tão gratos, e Cecina, artífice da sua vitória
sobre Othon e chefe do seu exército, o traiu. Não obstante esse revés, o
gorducho imperador mostrou que graças à sua largueza possuía muitos amigos e soldados fiéis não só nas províncias ocidentais, mas na própria
Itália, todos dispostos a combater por ele. Entre estes estava o
valoroso general Valens, que com grande habilidade conseguiu organizar a resistência,
inclusive obtendo o decidido apoio da estratégica cidade de Cremona no norte da
Itália. Com o exército acampado próximo às suas muralhas, ele decidiu cortar o
avanço dos rebeldes, mas foi uma atitude suicida porque, apesar dos seus
esforços, não tivera tempo de restituir eficiência ao exército e suas
indisciplinadas tropas foram massacradas. Cremona foi cercada, tomada e
destruída pelo inimigo vitorioso, não sem antes ser saqueada e
ter sua população civil submetida aos piores horrores. Valens conseguiu fugir e
dirigiu-se à Gália, onde planejava organizar novo exército com os partidários
que lá possuía, mas no caminho foi preso e executado. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Enquanto tudo isso se passava e
milhares morriam por ele, Vitellius permanecia indiferente ao futuro,
distribuindo benesses e favores a mancheias, bebendo, comendo e entregando-se
aos prazeres da sensualidade como se somente o hoje existisse e o amanhã fosse apenas
uma abstração distante que jamais chegaria. Quando finalmente viu que não mais
poderia ignorar o perigo, convocou enorme comício e com lágrimas, súplicas e
promessas recrutou avultado número de vagabundos que se disseram dispostos a
lutar por ele até o fim. Os seus oficiais organizaram os “recrutas” em um simulacro de
Legião para opor-se ao aguerrido exército rebelde, porém bastou a notícia
de que este tinha cruzado os montes Apeninos com a rapidez do raio para
que eles desertassem aos bandos, principalmente quando portadores neutros
levaram a Roma a cabeça sangrenta de Valens, última esperança dos vitelianos.
Estes, após ignorar a realidade e derramar rios de sangue em luta inútil, tentaram
encerrá-la persuadindo Vitellius a renunciar. Ele estava propenso a fazê-lo,
mas a turba se opôs e o indeciso imperador resolveu adiar o assunto enquanto
comia e bebia ainda mais. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikafBRl725MOB0VesqQ0zUQ3aN_4afY-TKTvuXlNOcDia8f_j7U72dzN_rBNZ__UZULiBbD855gpkr4ntSUaWLNV9oIRrfqIEH-YmPQLbZ-_jn43YLgiAX0mM3Ce7AQ92Zq3oonFvXS8Gp/s1600/vitellius+5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="454" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikafBRl725MOB0VesqQ0zUQ3aN_4afY-TKTvuXlNOcDia8f_j7U72dzN_rBNZ__UZULiBbD855gpkr4ntSUaWLNV9oIRrfqIEH-YmPQLbZ-_jn43YLgiAX0mM3Ce7AQ92Zq3oonFvXS8Gp/s1600/vitellius+5.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">A plebe rebelada com a notícia da renúncia de Vitellius incendeia o Capitólio, mata Sabino, governador <br />de Roma e irmão de Vespasiano, e dá seu apoio ao imperador glutão</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Roma tinha por governador Sabino,
amigo íntimo de Vitellius e irmão de Vespasiano, que ficara neutro
enquanto oferecia sua intermediação para que se chegasse a um acordo e a luta
terminasse. Ele fez o irmão garantir que Vitellius nada sofreria e poderia
retornar tranquilamente à vida privada caso renunciasse, mas quando se espalhou
o boato da provável renúncia a turba foi tomada de frenesi inconformista e
rebelou-se, invadindo e incendiando o Capitólio. No meio do tumulto, o cauteloso governador Sabino foi
assassinado, extinguindo-se a última possibilidade de um acordo satisfatório. Mas,
ao invés de lamentar a desgraça e punir os culpados, Vitellius iludiu-se com o ilusório apoio da multidão e julgando-se forte resolveu jogar
na espera de um milagre que o conservasse no trono. Por isso mandou emissários
aos rebeldes, comunicando-lhes que precisava de mais tempo para se decidir. Eles estavam furiosos com o
assassinato de Sabino e responderam que não mais esperariam. No dia seguinte invadiram
Roma massacrando os últimos partidários de Vitellius, mas nem assim ele foi capaz de buscar um fim digno, suicidando-se
como Othon ou apresentando-se altivamente na entrada do palácio imperial para
render-se e enfrentar o seu destino nas mãos dos vitoriosos. Ao invés disso,
escondeu-se em um covil onde foi descoberto por vagabundos que aproveitavam a
balbúrdia para saquear e destruir, como sempre acontece nas ocasiões
anárquicas.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpQUHbg5Mo5TLMpdpxoFYsQa9EmskYIkcgVTwG0C_D_8zC_a0JNPvXU5WKeBE-SIVlxSJrbd2pO0_RNlcFN_pjNLArxyjjtMU8SHkEYcN8QRj76EI85xWNK_Gj_-tHZBQl_-yp05btiD9g/s1600/vitelius+6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpQUHbg5Mo5TLMpdpxoFYsQa9EmskYIkcgVTwG0C_D_8zC_a0JNPvXU5WKeBE-SIVlxSJrbd2pO0_RNlcFN_pjNLArxyjjtMU8SHkEYcN8QRj76EI85xWNK_Gj_-tHZBQl_-yp05btiD9g/s1600/vitelius+6.jpg" width="442" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">A plebe raivosa com o boato da renúncia do imperador invade o Capitólio e</span></b></i><br />
<i><b><span style="font-size: x-small;">mata </span></b></i><i><b><span style="font-size: x-small;">Sabino, mas logo depois também mata </span></b></i><i><b><span style="font-size: x-small;">Vitellius de modo infame </span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sem surpresa para os que sabem o
quanto a populaça é volúvel e cruel, sempre disposta a depositar sua duvidosa
lealdade aos pés de quem lhe dá mais, a mesma canalha que até o
dia anterior jurava lutar e morrer por Vitellius resolveu com ele divertir-se
perversamente e bajular o vencedor com espetáculo da mais vil baixeza. Após o espancarem
brutalmente e o deixarem seminu, amarraram-lhe os braços
nas costas e ataram-lhe uma corda no pescoço para puxá-lo pelas ruas,
chicoteando-o como a um animal, em meio a insultos e gargalhadas. Durante
o torpe linchamento, o desgraçado Vitellius repetia, lembrando aos seus algozes: <i>“todavia eu já fui vosso
imperador e todos vocês me adoraram”!</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por fim, quando ele já era
somente uma posta de carne e sangue disforme, sem condições de continuar andando
e apanhando para sórdido divertimento da plebe traiçoeira e cruel, o mataram (20-12-69 DC) e jogaram seu cadáver no rio Tibre rindo e cantando como
se fosse uma festa: <i>“tu que comeste tantos peixes vais agora ser por eles comido”!<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpk-OziW1sPG3luZbl6rrdLVv1m5Q6U05FadRDATxAEGxIhNa4EKRAVg4rkYKC-rjwMqTnu4jihfYTfRhq9c0D9Voalu94gvNh1nTyh6Vc6NTAKxRkBO6_f0MRrC6xGJHezznPOLmyH5CA/s1600/vitellius+3.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="534" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpk-OziW1sPG3luZbl6rrdLVv1m5Q6U05FadRDATxAEGxIhNa4EKRAVg4rkYKC-rjwMqTnu4jihfYTfRhq9c0D9Voalu94gvNh1nTyh6Vc6NTAKxRkBO6_f0MRrC6xGJHezznPOLmyH5CA/s1600/vitellius+3.bmp" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Linchamento e assassinato de Vitellius nas ruas de Roma - 20.12.69 DC</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O infame linchamento de Vitellius
não foi o fim da anarquia, pois a vanguarda do exército rebelde que ocupou a cidade queria vingança pela resistência encontrada no
caminho e o apoio que os citadinos tinham dado a Vitellius. Eles sabiam que
mesmo o seu linchamento fora feito pela turba irresponsável por mero divertimento e
maldade, pois dele só recebera benesses, por isso
deixaram que se devorassem entre si, com grupos de desordeiros roubando e
incendiando ricas mansões cujos donos não tinham guarda numerosa o bastante
para defendê-las. Muitos assaltantes, vários guardas e alguns
proprietários imprudentes que ficaram para defender os seus bens morreram durante os saques e depredações. A anarquia
só cessou quando Vespasiano chegou a Roma com o grosso do exército e sumariamente prendeu e executou os criminosos, porém meses se passariam antes que as
feridas causadas pelos quase dois anos de tumultos que
se seguiram à morte de Nero fossem curadas e ele pudesse de fato
começar a governar.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiy0U_bcsyyBmqmkEsCe78ORdb7hdHXReh3G_xlZb-Ez52OrR1eCeTW8Mql9P0LkhWKb5UYA6g9wip2pdbTy6VcSbNH5WvAy57omn0MBy1aJEVTHLDe4b_wx6QatxAOdzcOR4RFE-tuLglc/s1600/Colosseum_in_Rome.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="376" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiy0U_bcsyyBmqmkEsCe78ORdb7hdHXReh3G_xlZb-Ez52OrR1eCeTW8Mql9P0LkhWKb5UYA6g9wip2pdbTy6VcSbNH5WvAy57omn0MBy1aJEVTHLDe4b_wx6QatxAOdzcOR4RFE-tuLglc/s1600/Colosseum_in_Rome.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Devido à sistemática destruição nas mãos de Papas e Cardeais na Idade Média, o Coliseu virou uma ruína,<br />mas foi uma das mais notáveis edificações de todos os tempos e ainda hoje impressiona</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Vespasiano viu com acerto que a
principal fonte de instabilidade era a multidão de desocupados que vivia em
Roma improdutivamente do <i>"pão e circo" </i>dado por
imperadores populistas e irresponsáveis, como Nero e Vitellius, por isso iniciou
enorme programa de obras públicas capaz de dar emprego a milhares
de ociosos. Se eles agora quisessem <i>"pão" </i>teriam
que trabalhar duro para ganhá-lo. Entre estas obras, planejadas e executadas por equipes de ótimos engenheiros, estava a maior, mais funcional e mais imponente edificação da antiguidade clássica, destinada não só a
imortalizar o nome de Vespasiano, mas também a se tornar o símbolo de Roma nos
séculos vindouros: <i>o Coliseu!</i> <i> </i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
Unknownnoreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-5084150772219664474.post-57403048477841847262014-11-25T08:42:00.000-08:002016-11-24T13:12:01.344-08:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: x-small;"><u>Post nº 85</u></span></b></div>
<b><span style="font-size: 18pt;"><br /></span></b>
<b><span style="font-size: 18pt;">LORD
COCHRANE - O ALMIRANTE CORSÁRIO QUE SE TORNOU </span></b><b><span style="font-size: 18pt;">HERÓI </span></b><b><span style="font-size: 18pt;">DE TRÊS MUNDOS</span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIAmXSuHQmmWmgInNDjlUR0X3acuwOaW98BGjsZSrDZurgq9qeszHRm4vktQGkpz7qQejIApzI3i2_wDrbc6gXz83SWLij4F1E-n1vc7_ZznNr0p1rX8DBVFrVlA5UMdtSbwunfwQljZ9f/s1600/batalha+Spanish_Armada+-loutherbourg.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="498" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIAmXSuHQmmWmgInNDjlUR0X3acuwOaW98BGjsZSrDZurgq9qeszHRm4vktQGkpz7qQejIApzI3i2_wDrbc6gXz83SWLij4F1E-n1vc7_ZznNr0p1rX8DBVFrVlA5UMdtSbwunfwQljZ9f/s1600/batalha+Spanish_Armada+-loutherbourg.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Cochrane tornou-se famoso nas guerras napoleônicas, obtendo notáveis vitórias navais<br />contra navios de guerra franceses e espanhóis</span></b></i><br />
<i><b><span style="font-size: x-small;"><br /></span></b></i>
<i><b><span style="font-size: x-small;"><br /></span></b></i>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<i><b><span style="font-size: x-small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzXL4YiteiuJ_1a6gh4cPOZjqR8SzZQtpWeHaxnxe7fwxdKIaH_d2xh56dr6Opixd8WoRBztW60X4DxUnG8xkMj3v_8p93_Ip5m7Z4bUjKSUEWy_ATO7upAMfScOndxtGcC2k5VYUwn67O/s1600/livro+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzXL4YiteiuJ_1a6gh4cPOZjqR8SzZQtpWeHaxnxe7fwxdKIaH_d2xh56dr6Opixd8WoRBztW60X4DxUnG8xkMj3v_8p93_Ip5m7Z4bUjKSUEWy_ATO7upAMfScOndxtGcC2k5VYUwn67O/s1600/livro+3.jpg" width="243" /></a></span></b></i></div>
<i><b><span style="font-size: x-small;">
</span></b></i>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<i><b><span style="font-size: x-small;"><br /></span></b></i></div>
<i><b><span style="font-size: x-small;">
</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwmqzUwAwRL6T_wR4VbZF_QP57N-AchVrZK5_rkuV3uckO-CWtP1dUZnDV7vLMQ4nXxDWZXMoBcFlr30timEw90oUJWt6acozMl1SoOkazuRUx8H-HFQa18ECwuE0YHueOwF8wcg-YLNZ5/s1600/livros.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="231" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwmqzUwAwRL6T_wR4VbZF_QP57N-AchVrZK5_rkuV3uckO-CWtP1dUZnDV7vLMQ4nXxDWZXMoBcFlr30timEw90oUJWt6acozMl1SoOkazuRUx8H-HFQa18ECwuE0YHueOwF8wcg-YLNZ5/s1600/livros.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Para adquirir estes livros clique acima em nossa livraria</span></b></i><br />
<i><b><span style="font-size: x-small;">virtual </span></b></i><i style="font-size: 12.8px;"><b><span style="font-size: x-small;">ou no site da Amazon.com</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 54.0pt;">
<o:p> </o:p><span style="text-indent: 54pt;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ler os clássicos é sempre fonte
de ilustração, mas é também fonte de preciosas lições sobre como agir face a
difíceis circunstâncias do presente com base em situações ainda mais difíceis
do passado. Parece ser uma fatalidade histórica que todos os séculos da Era
Moderna comecem bem e logo entrem em crises de grandes proporções. O nosso
começou eufórico, mas em 2008 mergulhou na pior crise econômica dos últimos 70
anos. O século XX começou tão bem que foi chamado de <i>belle</i> <i>époque</i>, porém 14
anos depois veio a catástrofe da 1ª Guerra Mundial. O século XIX não foi
diferente: começou com o que se chamou de <i>jeunesse
doré</i> usufruindo da riqueza e da paz trazida à Europa por Napoleão após a tempestade
da Revolução Francesa e logo teve que enfrentar o tufão das Guerras
Napoleônicas e das Guerras Latino-Americanas de Libertação.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 54.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É no sangrento cenário do início
do século XIX que aparece o britânico lord Cochrane, notável capitão de navio
de batalha nas guerras napoleônicas e comandante naval de fundamental
importância nas lutas de independência do Brasil e do Chile, cujas esquadras
ele organizou e comandou no posto de almirante outorgado pelos governos dos
referidos países. Tão extraordinária foi a sua vida que ele virou personagem de
romances de aventuras, dos quais o mais famoso é <i>Peter Simple </i>de Frederick Marryat, seu antigo subordinado na marinha. Por óbvias razões literárias, em todos eles o lendário comandante
aparece sob nomes fictícios e em <i>Peter
Simple</i> ele é o <i>capitão Savage</i>, notável
lobo do mar em torno de cujos feitos gira o núcleo da obra.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas esqueçamos o <i>capitão Savage</i> “herói do romance de
aventuras”<i> </i>e vejamos o <i>almirante Cochrane </i>“herói da vida real”. Thomas Cochrane nasceu em 1775 em nobre família escocesa cujas raízes remontavam à Idade
Média, tornando-se <i>sir Thomas Cochrane </i>ainda jovem e <i>lord Cochrane,</i> décimo conde de Dundonald, já homem maduro. Na época,
consoante a ordem natural das coisas, o jovem aristocrata estava destinado à vida
pacata de grande senhor rural como seu pai, porém “ordem natural das coisas” e “vida
pacata” eram coisas fora do âmbito do caráter aventureiro de Cochrane. Ademais,
há anos sua nobre família enfrentava sérias dificuldades econômicas e muitos
dos seus membros haviam escolhido a carreira militar como meio seguro de vida e
de manter o elevado status social através da conquista de altos postos nos
forças armadas. Um dos seus tios era almirante e graças a ele entrou
na marinha em 1793 aos 18 anos de idade como suboficial, passando a oficial após rápido treinamento.
Como todas as marinhas da época, a <i>Royal
Navy </i>era depósito de rebotalho social da pior espécie, somente superado por
prisões e colônias de criminosos, mas Cochrane sentiu-se à vontade nesse meio
bizarro e perigoso, logo se destacando por sua notável eficiência profissional
e grande liderança, qualidades que cedo lhe deram o comando de um navio
de guerra.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhn0oN6PkAMKVlT_ZTGTEdTRLRxT1SZFEQSRFnuFYnWhlj0F60r4C45FvqLHGTpVIEXVvLqOWG-qYGMsZC0rHP5mmb2bY8DW6R245qerjdtd62NmGm7UrdKN_Dw11Z4e23tz9NMgagL2H6M/s1600/Lord_Cochrane_1807.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhn0oN6PkAMKVlT_ZTGTEdTRLRxT1SZFEQSRFnuFYnWhlj0F60r4C45FvqLHGTpVIEXVvLqOWG-qYGMsZC0rHP5mmb2bY8DW6R245qerjdtd62NmGm7UrdKN_Dw11Z4e23tz9NMgagL2H6M/s1600/Lord_Cochrane_1807.jpg" width="496" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Cochrane ainda jovem nas guerras napoleônicas. Mais tarde lutaria pela </span></b></i><i><b><span style="font-size: x-small;">liberdade</span></b></i><br />
<i><b><span style="font-size: x-small;">de novos países no Pacífico, no Atlântico e no Mediterrâneo</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Tivesse Cochrane entrado na
marinha em tempos pacíficos teria sido apenas mais um burocrático capitão de
navio sonolento criando lodo nos portos, mas creio que se na época este fosse o
caso ele não teria sido marinheiro. Para os bravos e aventureiros os tempos
ideais são aqueles onde o tumulto e os perigos substituem a pasmaceira da vida
pacífica e bem ordenada, pois são os que permitem seus talentos e qualidades
destacarem-se e serem apreciados. Os tempos de Cochrane foram desse tipo, pois havia
permanente guerra com a França desde antes da rebelião das colônias americanas
ocorrida há décadas. A Revolução Francesa a agravou e o advento de Napoleão a levou
aos quatro cantos do globo. Para um voraz lobo do mar como Cochrane isso era
“sopa no mel” porque nas marinhas da época reinava o sistema do “butim”, pelo
qual, em operações navais singulares, o vencedor ganhava os despojos do inimigo e
os dividia com seus homens, cabendo-lhe a melhor parte. Isto levava capitães
ousados como Cochrane a operar como “piratas”, atacando e roubando tudo que
pertencesse ao adversário. O nome elegante para esse tipo de pirataria
legalizado era “<i>guerra</i> <i>de</i> <i>corso</i>”
e ao capitão não se dava o nome de pirata, mas de “<i>corsário</i>”. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Cochrane era rematado “<i>corsário</i>” e seu alvo principal eram
cidades médias do litoral da França e da Espanha. Ele ancorava
próximo de uma delas durante a noite e mandava botes espiões verificar se havia navios inimigos
mercantes ou de guerra no porto. Conforme a informação, traçava seu plano e ao
amanhecer atacava de surpresa para apreender o maior número possível de barcos
e levá-los como “presa de guerra” à Inglaterra, onde os vendia e embolsava sua
parte após a divisão com seus homens. Quando a apreensão não era possível,
saqueava e incendiava o navio assaltado. Às vezes atacava mesmo quando não
havia navios que valessem à pena e saqueava armazéns e lojas da área portuária,
de sorte que de um modo ou de outro suas operações traziam grandes lucros e
faziam marujos com vocação para o perigo, o roubo e a pirataria adorá-lo.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Embora os moralistas e alguns
membros do almirantado fizessem sérias restrições aos atos de Cochrane e dos
seus iguais, “violadores de elementares princípios de ética e cavalheirismo”, o
povo o tinha como “herói”, pouco ligando para sua ladroeira e vítimas
civis. Diziam que “guerra é guerra” e “na guerra vale tudo”, nela não havendo
lugar para tolices como “cavalheirismo” e “considerações éticas”. Suas façanhas
deram-lhe o título de <i>cavaleiro</i>, indo a sua bandeira adornar uma das naves da
abadia de Westminster, e sua popularidade o elegeu ao Parlamento em 1807, onde se
integrou à ala reformista do Partido Liberal chamada de <i>liberal radical</i>. Muito atuante, logo se destacou, mas era homem
de caráter difícil, duro e com enorme facilidade para fazer inimigos. Assim, aos
muitos desafetos que tinha na marinha somou os desafetos que fez no Parlamento, sobretudo
no Partido Conservador, cujo reacionarismo e oposição às reformas ele não
cessava de vergastar em discursos cáusticos e até mesmo insultuosos.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirFG1Zx_NZWk3X5O8gIolShzyqTC7LXjUBUjfFkV2QETMFhqWR-GnByqAqSUgyQDhrsGbbWXmBbY-GgrPu5zxg2aUMSgiviUXG68fjOFAN2fyGaH284GEFYw8MstJWiUTBvTrXKmIy7fvh/s1600/french+fleet+defeat+-+j.loutherbourg.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="454" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirFG1Zx_NZWk3X5O8gIolShzyqTC7LXjUBUjfFkV2QETMFhqWR-GnByqAqSUgyQDhrsGbbWXmBbY-GgrPu5zxg2aUMSgiviUXG68fjOFAN2fyGaH284GEFYw8MstJWiUTBvTrXKmIy7fvh/s1600/french+fleet+defeat+-+j.loutherbourg.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">A esquadra inglesa colheu grandes vitórias contra as esquadras coligadas da França e da Espanha,<br />dando importante contribuição para a derrota final de Napoleão</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
As sessões
parlamentares duravam poucos meses e o resto do ano ele passava no mar
combatendo ou saqueando navios mercantes e portos inimigos. Seus hábitos não
mudaram nem mesmo quando casou por amor em 1812 com uma bela jovem
plebeia contra a vontade da sua nobre família, coisa que o obrigou a
casar apenas no civil. Somente anos mais tarde ambos casaram também na Igreja
Anglicana, único tipo de casamento aceitável pela nobreza da época. A noiva,
além de bonita, era muito mais moça e Cochrane estava tão apaixonado que dela
não se separava um só instante, levando-a consigo em suas perigosas viagens, fato naquele tempo comum entre os oficiais de alta patente. Os riscos eram
enormes para as esposas e isso hoje nos parece absurdo, mas testemunhos da
época nos informam que o perigo era aceito de bom grado pelos cônjuges, sobretudo quando
se tratava de uniões por amor. Como diz o ditado, <i>“mudam os tempos, mudam os costumes”</i>!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Com a derrota de Napoleão e seu
exílio na ilha de Elba, as guerras napoleônicas pareciam ter acabado e parte da
<i>Royal Navy </i>foi desmobilizada,
sobretudo os “corsários”, mas Cochrane já estava riquíssimo e mostrando que era
<i>corsário </i>tanto no mar quanto em terra
pôs-se a especular na Bolsa de Valores e ganhou muito dinheiro. Foi quando em 1814 circulou o boato de que Napoleão tinha morrido e o perigo que ele representava
acabara. A bolsa subiu às alturas e alguns
especuladores ganharam fortunas porque compraram barato grande volume de títulos pouco antes do
boato e os venderam caro quando a Bolsa chegou ao pico. No dia seguinte o boato
foi desmentido, os preços caíram, perderam-se fortunas e suspeitas de
manipulação surgiram, instaurando-se processo para apurar possível fraude. Entre
os que lucraram muito estava Cochrane e as provas contra ele eram fracas, mas o
juiz que presidia a Corte era seu desafeto e ele foi condenado à prisão e a
pagar pesada indenização e multa. Perdeu o título de cavaleiro, o mandato de
deputado, a patente de oficial e além da pena de prisão recebeu também a pena infamante de exposição no
pelourinho, mas o povo protestou e grandes manifestações tomaram conta das ruas
de Londres, fazendo com que esta última fosse anulada por temerem revoltas populares mais
graves do que as já ocorridas.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Porém a solidariedade do povo não evitou
que Cochrane fosse para a cadeia. Quando dela saiu, estava arruinado
e alguém de espírito mais fraco teria ido para a casa ancestral no interior da
Escócia e lá vivido recluso até que a morte misericordiosa viesse buscá-lo. Mas
abandonar a vida do mar era coisa que não passava por sua cabeça e ele saiu em busca de emprego. Foi quando a sorte lhe sorriu de
novo. As guerras napoleônicas e a ocupação francesa tinham desagregado o
império da Espanha e revoltas eclodiram assim que seus enviados chegaram às
colônias para repor a antiga ordem de coisas. Várias proclamaram sua
independência e agora travavam dura guerra de libertação. Entre estas estava o
Chile, cuja forma geográfica fazia crucial a guerra naval, por isso tentava
construir frota que lhe permitisse enfrentar à poderosa esquadra espanhola que
lhe devastava o extenso litoral, onde ficava o que havia de relevante no país.
Cochrane estava ansioso para voltar à ação e assim que foi lavrado o contrato ele
alistou muitos marujos da sua antiga tripulação, navegou célere com a esposa para
o Pacífico e lá chegando em 1817 caiu sobre os espanhóis como águia faminta. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmpkitHqEineaJeX5Q5VknNpWLLKiD9dIdhHjd80KnQHfFvh0-2ipE6mYrV9J1p6y4GJCIBoHpDQybXQ8qQ-vvIUQ7cFPJrO-SoYnG3CjU9eXSPMtRrWEt9h2PiYJiH809lCMNrc_nS2NK/s1600/Lord+Cochrane+e+a+frota+chilena.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmpkitHqEineaJeX5Q5VknNpWLLKiD9dIdhHjd80KnQHfFvh0-2ipE6mYrV9J1p6y4GJCIBoHpDQybXQ8qQ-vvIUQ7cFPJrO-SoYnG3CjU9eXSPMtRrWEt9h2PiYJiH809lCMNrc_nS2NK/s1600/Lord+Cochrane+e+a+frota+chilena.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">A frota chilena comandada por Cochrane em operações de guerra contra os espanhóis no<br />litoral sul-americano do oceano Pacífico</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No início sua frota tinha poucos
navios apropriados ao combate, pois a maioria era de pequenos barcos cargueiros
adaptados, mas, à medida que com suas táticas corsárias apreendia vasos de
guerra espanhóis, sua frota crescia e em breve estava apta a travar grandes
combates. Porém era ainda muito inferior e preferiu evitá-los, pois não queria arriscar
tudo em uma única cartada; por isso continuou a fustigar o inimigo com a sua ousada “guerra
de corso”. Até porque era esta que lhe dava os maiores lucros.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Descrever as incríveis façanhas
de Cochrane nos anos em que lutou no Chile daria um livro e lembraremos apenas
uma: a captura do poderoso navio de batalha <i>Esmeralda,
</i>nave capitania da frota espanhola! Informado de que o inimigo concentrara-se
em porto peruano de onde partiria para operações no litoral chileno, ele usou o
método que usava no litoral francês e ancorou secretamente a uma distância
segura da frota inimiga. À noite, mandou dezenas de escaleres com os seus “piratas” até os barcos espanhóis, dos quais se aproximaram silenciosamente,
lançaram ganchos de abordagem em suas amuradas e as escalaram rapidamente,
capturando vários navios que estavam com quase toda tripulação adormecida ou em
terra. Aqueles onde houve luta e não puderam ser capturados foram incendiados e
os assaltantes nadaram de volta aos botes, indo para os barcos já em poder dos
seus companheiros. Ao amanhecer, diversos vasos de guerra, inclusive o <i>Esmeralda,</i> tinham caído em suas mãos e outros estavam em chamas. Quando se retirou, a esquadra espanhola praticamente
deixara de existir e ele dominava o Pacífico Sul, com o poder de sua frota
duplicado graças aos navios apreendidos.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0qk4yPxKbl4It7EYa-m7BwTzjmLelt7o11kJPdelzvi5xuZGQ4ZWBudchiiAdHzz6lpRpefq5IkUk-zwaLc0GS2j1HEAoDWluB2aX-6OE8ICAQ442X1eFjPhJaoszPyanBicxgXKYtlso/s1600/O'Higgins%2Bin%2BRancagua.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="520" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0qk4yPxKbl4It7EYa-m7BwTzjmLelt7o11kJPdelzvi5xuZGQ4ZWBudchiiAdHzz6lpRpefq5IkUk-zwaLc0GS2j1HEAoDWluB2aX-6OE8ICAQ442X1eFjPhJaoszPyanBicxgXKYtlso/s1600/O'Higgins%2Bin%2BRancagua.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Enquanto Cochrane derrotava os espanhóis no mar o general O'Higgins, chefe do governo<br />chileno, derrotava os espanhóis em terra</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Seu trabalho no Chile terminara e
poderia tê-lo adotado como nova pátria, lá ficando como chefe da esquadra e eminente
cidadão, vivendo rico e feliz o resto da vida, mas ele era aventureiro por
instinto e inclinação, não sendo do seu feitio ter vida
sedentária, próspera e pacata, sonho da grande maioria das pessoas. Sem o mar
profundo abaixo e as ondas furiosas ao redor, ele era como peixe fora
d’água, e sem combates à frente ele era como ave migratória que perde
o rumo e voa sem destino até morrer de desespero e cansaço. Ademais, a despeito
de ser um mercenário, era um patriota que nunca deixara de sonhar com o seu
país que o tratara tão mal e buscara sempre estar ao seu serviço, mesmo quando
lutava por outros países, como no caso do Chile. Antes de aceitar o contrato, informara-se da posição da Inglaterra e ficara aliviado ao saber que era do seu
interesse o fim do império colonial espanhol, seu rival. Sua ligação com
representantes diplomáticos ingleses na região, que agiam discretamente para
não ofender a Espanha e oficiosamente por não ter sido ainda reconhecida a
independência dos novos países, era estreita e lhe dava a curiosa condição de
ser ao mesmo tempo agente pago de país estrangeiro e agente gratuito de seu próprio país, sem que houvesse contradição entre as duas coisas.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJiq4YuHHzbJ5OAY43Qqybru8XE0J3cjHX6sMZb0U-giR55T6DMM5P1iVoWfQCsuvB7wpX2VRXOc2uyf5hj-jLN6MTonNhoKDAnn9LmlxGGJPj00nTBGqDo9CBIyneYSGiGJEivg0yQd8U/s1600/Lord+Cochrane+-+tomada+de+Vald%C3%ADvia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJiq4YuHHzbJ5OAY43Qqybru8XE0J3cjHX6sMZb0U-giR55T6DMM5P1iVoWfQCsuvB7wpX2VRXOc2uyf5hj-jLN6MTonNhoKDAnn9LmlxGGJPj00nTBGqDo9CBIyneYSGiGJEivg0yQd8U/s1600/Lord+Cochrane+-+tomada+de+Vald%C3%ADvia.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Em uma de suas muitas audazes operações corsárias na costa do Pacífico durante a guerra de libertação<br />do Chile, os marinheiros de Cochrane capturam o porto de Valdívia</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Com o fim da guerra no Chile, ele
tentou se juntar a Bolívar no norte, mas a guerra que este travava era basicamente
terrestre e dispensava operações navais. Foi quando em 1822 recebeu convite para
comandar a esquadra do recém criado Império do Brasil. O príncipe herdeiro do
Reino de Portugal era príncipe regente do Reino do Brasil e, instigado pelo ministro José Bonifácio e por sua esposa, a arquiduquesa Maria Leopoldina, filha do imperador da Áustria e mulher muito culta que secretamente articulava o apoio europeu à causa brasileira, rompera com Portugal, proclamando a separação dos dois reinos e promovendo-se de príncipe
regente a imperador do Brasil sob o nome de Dom Pedro I. O rei de Portugal seu pai, Dom João VI, não
aceitara a separação e a guerra eclodira. Os dois países ficavam frente a
frente, tendo o Oceano Atlântico no meio, e o litoral brasileiro era duas vezes
mais extenso e mais rico que o chileno, o que fazia da guerra naval um
imperativo estratégico.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A frota ficara ao lado de
Portugal e o imperador teria de criar nova frota se não quisesse ficar sem o
trono de Portugal e sem o trono do Brasil. Assim, pegou velhos navios de guerra
portugueses ancorados no porto do Rio quando da separação e os juntou com cargueiros
adaptados às pressas, dando-lhes o pomposo título de “frota imperial”. Cochrane
quase desesperou ao ver o seu péssimo estado, mas não se intimidou e velejou
para a Bahia, então a mais importante província brasileira e que estava em
poder dos portugueses. Intensos combates se travavam em terra, com clara
vantagem para Portugal, pois sua esquadra bloqueava o porto da capital baiana, impedindo a vinda por mar de socorros aos separatistas enquanto os portugueses recebiam reforços de soldados, armas e munições.<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgO4p0RiOyjG6tSzvDNJly_8qB_zKUaeTZoGbMPEy5bdYZYYtCeRjqI7_oi53A7HkKEo2MOradsy_hNTcWJJn_9lsTaMzHsDraNWh1t6cJQupC0klJJFLrAaxpjRFmemsBb5a2f4ekWbUq4/s1600/Pedro+I+-+coroa%C3%A7%C3%A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="372" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgO4p0RiOyjG6tSzvDNJly_8qB_zKUaeTZoGbMPEy5bdYZYYtCeRjqI7_oi53A7HkKEo2MOradsy_hNTcWJJn_9lsTaMzHsDraNWh1t6cJQupC0klJJFLrAaxpjRFmemsBb5a2f4ekWbUq4/s1600/Pedro+I+-+coroa%C3%A7%C3%A3o.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b><i>Após proclamar a dissolução do Reino Unido do Brasil e Portugal, o príncipe herdeiro do trono dos<br />dois países se fez coroar imperador do Brasil com o título de Dom Pedro I</i></b></span></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Na sua rota, Cochrane capturou um
cargueiro português, mas quando tentou entrar na baía de Todos os Santos o
inimigo lhe infligiu pesada derrota. Só a sua habilidade permitiu-lhe escapar
com metade dos seus barcos e voltar ao Rio, onde fez amargo relato ao governo
acerca do miserável estado da “frota imperial”: barcos desconjuntados, que
ameaçavam se desmanchar apenas com a vibração dos próprios disparos, velas
apodrecidas rasgando-se com ventos fortes, canhões mal conservados explodindo e
matando os artilheiros, pólvora velha ou falsificada produzindo tiro chocho ou
nenhum, e por aí vai. Porém sua maior queixa era das tripulações compostas por
negros libertados da escravidão para servirem na armada, marinheiros
portugueses ancorados no Rio quando da separação e malandros recrutados nas
ruas. Os únicos que tinham treino eram os marinheiros portugueses, mas não
mereciam confiança porque estiveram a ponto de se amotinar e de apoderar-se de
vários navios para aderir ao inimigo durante a batalha. Os outros eram quase
inúteis e todos eram indisciplinados e sujos, recusando-se a fazer qualquer
trabalho de limpeza dos próprios alojamentos e latrinas. Mostrando seu liberalismo radical, que tinha como um dos seus pontos programáticos a abolição da escravatura,
dizia que um dos piores efeitos do regime escravocrata, amplamente vigorante no
Brasil, era a criação de uma cultura avessa ao trabalho manual e à disciplina que lhe
é inerente, fazendo as pessoas tê-lo como "coisa de escravos" e julgá-lo degradante, mesmo quando trabalhavam em seu próprio benefício. À essa perversa "cultura" gerada pela escravidão devia-se a ausência de indústrias no país, para as quais é essencial o trabalho manual e a disciplina, assim como a ela devia-se também a preguiça, o relaxamento e a imundície reinantes na frota, mero reflexo do que ocorria na sociedade brasileira. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sua posição extremamente crítica não lhe causou maiores incômodos porque na época o imperador Pedro I e o ministro José Bonifácio eram maçons e <i>liberais radicais </i>que não defendiam a escravidão, apenas tolerando-a como mal necessário às especiais condições econômicas do país, mas tanto nos encontros oficiais como nas conversas pessoais Cochrane deve ter sido muito mais incisivo no que se referia à frota porque navios novos foram adquiridos, velhos foram
reequipados, antigas tripulações dispensadas e muitos marujos ingleses e
americanos contratados. Daí em diante Cochrane só teve vitórias e quando os
portugueses finalmente retiraram-se da Bahia ele os perseguiu até o meio do
oceano Atlântico, capturando vários dos seus navios. Após fustigar ao máximo o comboio inimigo, fez meia-volta e seguiu para o Maranhão, outra grande província insubmissa, onde com
um ardil obteve a rendição e retirada dos ocupantes tanto do Maranhão quanto do
Pará, província até então também fiel a Portugal. Orgulhosamente, oficiou ao
governo comunicando que os últimos inimigos tinham sido varridos do litoral
brasileiro e o país agora estava em paz.<br />
<br />
Muitos têm criticado o comportamento de Cochrane em São Luís, capital do Maranhão, pois a bombardeou e saqueou após ocupa-la militarmente, mas isto estava em seu contrato e as ordens do Imperador eram tratar com dureza os reinóis impenitentes. Ademais, não há notícia de que lá houvesse lojas maçônicas ou um partido liberal pró-independência, tendo a cidade ficado firme ao lado da antiga metrópole e das suas carcomidas instituições absolutistas e fradescas. Isto talvez explique a diferença entre o tratamento que o maçom liberal Cochrane deu a São Luís e o que mais tarde daria ao Recife. <br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCLpiT4QAbFgNlWUe5TTN8tVkXL4ef6rN0o9YAqQQ5l6VBwK40a2423bB1TvjjIhv7seL1gbhUZb2rlhkVb_VoyR4DSYSInU80nzjDVPlUKSbKW4W6oNUmMNMKl6vq9VxP7yUpN26Pu_cw/s1600/Pedro+I+-Maria_Leopoldina_regent.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="470" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCLpiT4QAbFgNlWUe5TTN8tVkXL4ef6rN0o9YAqQQ5l6VBwK40a2423bB1TvjjIhv7seL1gbhUZb2rlhkVb_VoyR4DSYSInU80nzjDVPlUKSbKW4W6oNUmMNMKl6vq9VxP7yUpN26Pu_cw/s1600/Pedro+I+-Maria_Leopoldina_regent.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">A imperatriz Maria Leopoldina era filha do imperador da Áustria e mulher muito culta. Junto com<br />o ministro José Bonifácio ela articulou o apoio europeu ao novo Império do Brasil</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ao voltar recebeu grandes
homenagens e o imperador lhe outorgou o título de <i>marquês do Maranhão. </i>Pedro I era muito irônico e gostava de fazer
piadas, por isso a cota d’armas correspondente ao título era decorada com cabeças
de ferozes lobos diabólicos, certamente em alusão aos apelidos <i>Loup de Mer </i>e <i>El Diablo</i> que franceses e espanhóis lhe deram. Nos meses de paz que
se seguiram Cochrane se dedicou a fazer da imperial marinha brasileira uma marinha de
verdade, agregando novos barcos, modernizando os antigos e treinando os
marinheiros na tradição, disciplina e eficiência britânicas. Foi com certeza o
seu trabalho que possibilitou ao Brasil meio século depois ter a terceira maior
esquadra do mundo, superior às esquadras russa, alemã e americana.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em 1824 a importante província de
Pernambuco proclamou sua separação do Império e com outras províncias menores
circunvizinhas formou uma república com o nome de <i>Confederação do Equador</i>.
Porém tratava-se mais de um protesto de liberais radicais contra a dissolução
da Assembleia Nacional Constituinte e outorga autoritária de uma Constituição
pelo imperador do que de movimento realmente separatista, para o qual não havia
apoio popular nem reais condições sociais e econômicas. Mas o
governo não hesitou e Cochrane bloqueou o porto do Recife, capital da província rebelde e QG da revolução, sem,
todavia bombardeá-lo ou ocupá-lo, podendo-se dizer que o seu papel foi apenas
tático. Até então, tanto no Chile como no Brasil, ele lutara ao lado de liberais contra opressores, mas agora via-se lutando contra liberais que se rebelaram contra um imperador que era liberal e se tornara opressor. É possível que a conduta moderada de Cochrane no episódio deva-se à sua secreta
simpatia pelos rebeldes, maçons e “liberais radicais” como ele, mas não há evidência
disso. De qualquer forma, mesmo sem ações mais violentas, o bloqueio impediu os revolucionários de receberem suprimentos por mar e teve grande impacto psicológico, enfraquecendo-os
bastante. Todavia a provável desconfortável situação de Cochrane não durou muito porque, enquanto sua esquadra
permanecia ameaçadora defronte ao porto do Recife, exército vindo da Bahia por terra invadiu
Alagoas e Pernambuco, derrotou os rebeldes em vários combates e eles
renderam-se. <br />
<br />
A repressão foi sangrenta, mas Cochrane nela
não se envolveu porque tão logo os imperiais ocuparam Recife ele voltou ao Rio com o seu dever cumprido, apesar de não haver registro dele ter lutado durante a campanha. É até mesmo possível que a duríssima repressão ordenada por Pedro I contra os rebeldes tenha sido uma das causas do posterior rompimento entre ambos, pois vários dos liberais radicais executados eram maçons e o imperador fez ouvidos moucos aos apelos dos mais eminentes membros da Maçonaria, da qual era Grão-Mestre, para que os perdoasse. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMLrsLm7ChcfSE4YQ934nt-baf6RQC1SlqJ97udJlMl9G4F0ZMCPEaFLdgHCpTNurxPnvsX5P-syry_ABg8PO65FGVIFEIO0F3qzxlVr4GBuAR-vwvF9LqwH7Oh5Q2pKYzodsklb0qDvv8/s1600/Lord+Cochrane,_10th_Earl_of_Dundonald.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMLrsLm7ChcfSE4YQ934nt-baf6RQC1SlqJ97udJlMl9G4F0ZMCPEaFLdgHCpTNurxPnvsX5P-syry_ABg8PO65FGVIFEIO0F3qzxlVr4GBuAR-vwvF9LqwH7Oh5Q2pKYzodsklb0qDvv8/s1600/Lord+Cochrane,_10th_Earl_of_Dundonald.jpg" width="504" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Cochrane em seu apogeu no comando da esquadra imperial do Brasil durante<br />a vitoriosa guerra de separação travada contra Portugal</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Depois de pacificado o país nada
mais havia a fazer, porém fosse porque o casal gostasse do Rio, onde a colônia
inglesa era grande, fosse porque não queria partir antes de arranjar novo
emprego, fosse porque o governo relutava em pagar o que lhe devia, ele
deixou-se ficar cuidando dos afazeres rotineiros na marinha brasileira e entretendo-se com
os amigos. Mas seu caráter irrequieto o levou a sérias desavenças com o
imperador, que lhe era de caráter muito semelhante, pois ambos eram valentes, brigões e sem papas na língua. Houve insultos de lado a lado, com Cochrane chamando o imperador de caloteiro e este chamando-o de ladrão, o que fez ambos romperem definitivamente suas conturbadas relações. O resultado foi que Cochrane não recebeu o que julgava ter direito por contrato e decidiu deixar o Brasil. Mas parece que na briga ele tinha razão, tudo indicando que foi apenas mais uma vítima do hábito latino-americano de
desrespeitar ajustes e não pagar dívidas, pois apesar do caso se arrastar
durante décadas nos escaninhos da burocracia e não se saber até onde a diplomacia inglesa influiu na final decisão,
cerca de meio século depois suas pretensões foram atendidas e seus herdeiros
receberam polpuda quantia do governo brasileiro.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas muito tempo antes, cansado do <i>“devo</i>, <i>não</i> <i>nego</i>, <i>pago</i> <i>quando</i>
<i>puder”</i> das autoridades imperiais, Cochrane
rompeu o contrato com o Brasil sem dar quitação e partiu para outras aventuras,
agora no leste do mar Mediterrâneo, onde a Grécia lutava contra os turcos após
separar-se do Império Otomano. Por indicação do governo inglês, mostrando o
quanto suas mútuas relações tinham melhorado desde a sua infame condenação, a
Grécia contratou Cochrane para comandar a sua frota e ele não decepcionou,
derrotando os turcos em várias batalhas e assolando os seus portos na Europa e
na Ásia Menor com suas táticas corsárias. Finalmente a Grécia obteve a sua independência
e Cochrane encerrou sua missão mais rico e glorioso do que nunca. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Tendo recebido dos gregos tudo
que fora acertado e duplicado sua fortuna saqueando os portos turcos no litoral da Ásia Menor, ele voltou à Inglaterra após muitos anos de ausência e foi surpreendido
ao ver que se tornara uma “celebridade”. A única mídia existente na época era a
imprensa e esta padecia da falta de notícias que despertassem o público da sua
madorra, pois os anos que se seguiram à queda de Napoleão foram incrivelmente
aborrecidos para o ávido leitor de jornais que está sempre atrás de notícias
capazes de lhe despertar a imaginação e a emoção. Nesse ambiente abúlico,
depois de serem coloridas por penas talentosas, <i>“as aventuras de lord Cochrane em mares distantes”</i>, lutando pela
liberdade de países remotos dos quais poucos tinham ouvido falar, era um tônico
para as mentes românticas, enervadas pela falta de novidades excitantes. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O seu pai falecera há alguns anos
e ele tornara-se o 10º conde de Dundonald e lord Cochrane. Assim, logo que voltou à Inglaterra
tomou posse da sua cadeira na Câmara dos Lords e foi à luta para obter o que se
tornara o seu principal objetivo: limpar o seu nome da infame
condenação! Devido à popularidade que sempre teve e ao prestígio de que agora gozava nas
altas esferas por seu papel no enfraquecimento dos impérios da Espanha,
Portugal e Turquia, rivais do Império Britânico, a tarefa não lhe exigiu muito
e em 1833 o rei lhe anulou a condenação, devolveu-lhe o título de cavaleiro e o reintegrou à marinha no posto
de almirante. Só não lhe devolveu o mandato de deputado porque este há muito se extinguira e agora, como membro da Câmara dos Lords, não mais poderia exercer mandatos na Câmara dos Comuns. Mas foi plenamente reabilitado e o perdão real teve enorme repercussão militar, política e social. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgP2bvk6Y3tX_HxyyhY1SdMBIYJnFDwOt1-WttdNsLUAqntZkDyJN2gat0s7to3CPq_4EoBjIfaZVpQORkmmwwMl_yg4L2d-Q8eXV9Gp32mb9HAAcE98kXV02F9lWSHNoibhmoATkcxP2un/s1600/Lord_Cochrane+-+homenagem+do+Brasil.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="476" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgP2bvk6Y3tX_HxyyhY1SdMBIYJnFDwOt1-WttdNsLUAqntZkDyJN2gat0s7to3CPq_4EoBjIfaZVpQORkmmwwMl_yg4L2d-Q8eXV9Gp32mb9HAAcE98kXV02F9lWSHNoibhmoATkcxP2un/s1600/Lord_Cochrane+-+homenagem+do+Brasil.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">A marinha do Brasil homenageia Cochrane em seu túmulo na abadia de Westminster. De frente, na foto,</span></b></i><br />
<b><i><span style="font-size: x-small;">vê-se Joaquim Nabuco, então ministro do Brasil na Inglaterra</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ele estava com quase 60 anos de
idade, muito cansado após 40 anos de aventurosa e intensa atividade no mar, sem
igual entre líderes navais de sua época ou de qualquer outra época, e decidiu
parar. Daí por diante levou vida de grão-senhor, mantendo atividade social
compatível e desempenhando apenas funções rotineiras na <i>Royal Navy. </i>Devido à sua avançada idade, esta o usava apenas como
blefe quando precisava incutir respeito em algum país rival que estava pensando
em adotar medidas que não eram do interesse da Inglaterra, e divulgava uma nota
mais ou menos assim: <i>“dados os recentes
acontecimentos, o almirantado em sessão desta data considerou seriamente a
possibilidade de mandar uma esquadra sob o comando do almirante lord Cochrane a
fim de garantir os interesses do governo de sua majestade”.</i> Quase sempre
isso era considerado ameaça de duríssima guerra e o agora avisado atrevido retirava-se
calmamente antes que o pior acontecesse e ele tivesse que enfrentar os métodos
letais do feroz “lobo do mar”. Mas Cochrane, elevado a <i>“bicho papão”</i>, não voltou a comandar
frotas nem navios, pois o almirantado decidira que ele era idoso para
isso e muito mais útil seria aproveitar sua imensa experiência e talento no próprio alto comando, onde sigilosamente formularia novas
políticas e estratégias navais que seriam repassadas aos oficiais mais novos e
promissores.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Rico, famoso e respeitado,
Cochrane tornou-se personagem de livros de aventuras avidamente consumidos pelo
público e morreu em 1860 aos 85 anos de idade durante cirurgia nos rins. Foi sepultado entre os heróis
nacionais britânicos na abadia de Westminster, mas permanece na história como o
único caso de herói que transcende as fronteiras de sua pátria para também ser
herói de outros países situados em continentes,
mares e oceanos diferentes. Enfim: <i>herói
de vários mundos!</i> </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i> </i> <b><i><u><span style="font-size: 18.0pt;"><o:p></o:p></span></u></i></b></div>
Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5084150772219664474.post-79256538615394580532014-11-06T14:46:00.002-08:002015-10-06T12:50:12.909-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<b><span style="font-size: x-small;"><u>Post nº 84</u></span></b><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
<b><span style="font-size: x-small;"><u><br /></u></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 18.0pt;">HELIOGÁBALO – O ADOLESCENTE SODOMITA </span></b><b><span style="font-size: 18.0pt;">QUE</span></b><b><span style="font-size: 18.0pt;"> FOI IMPERADOR E </span></b><b><span style="font-size: 18.0pt;">“ESPOSA” </span></b><b><span style="font-size: 18.0pt;">DE </span></b><b><span style="font-size: 18.0pt;">UM ATLETA DE CIRCO</span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 18.0pt;"><br /></span></b></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKJWdGMa_sBw7fw_q9C219ChZDEzsqPln1XTh52UouwAKeLoc361MWdo_UabU0dMB568X_zwl07rr7_8WUNoVIucSBaSwLbawGnwp2VoXhMJWv1odqs4gM1L0LvVBu4rgtfEnVXKdI_Y9o/s1600/heliog%C3%A1balo+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKJWdGMa_sBw7fw_q9C219ChZDEzsqPln1XTh52UouwAKeLoc361MWdo_UabU0dMB568X_zwl07rr7_8WUNoVIucSBaSwLbawGnwp2VoXhMJWv1odqs4gM1L0LvVBu4rgtfEnVXKdI_Y9o/s1600/heliog%C3%A1balo+3.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">O imperador Heliogábalo vestia-se, depilava-se e pintava-se como mulher. Também adotava voz e trejeitos<br />femininos, exigindo que tratassem seu amante como seu "marido" e a si próprio como "imperatriz"</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZ2Qh5TP1S-c4QaInYNo7OsRZagDr73kG7x7eZDpIgZ4voP3ptZ18ahRj4Kr336cYLLSjGUOYZBY6QkFUvNF9xWcyNOqhsK-50_vKsgE_I3xufb9vMFqLQZfAN7_hkRzLiToCDhyU_XKt3/s1600/livro+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZ2Qh5TP1S-c4QaInYNo7OsRZagDr73kG7x7eZDpIgZ4voP3ptZ18ahRj4Kr336cYLLSjGUOYZBY6QkFUvNF9xWcyNOqhsK-50_vKsgE_I3xufb9vMFqLQZfAN7_hkRzLiToCDhyU_XKt3/s1600/livro+3.jpg" width="243" /></a></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQDOao5h9_l8N3G7TSoRSgr4cprQcPvvr9YmY7c-8x8UHQCXSEAA-mEO8BoJjNfrJhgBgmpJQpSnHBa4bRoaImzJfy1856uSle_huTgJBUUgEqpwHaAlnoMLEaQp407xv0gWxSr44dgDvo/s1600/livros.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="231" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQDOao5h9_l8N3G7TSoRSgr4cprQcPvvr9YmY7c-8x8UHQCXSEAA-mEO8BoJjNfrJhgBgmpJQpSnHBa4bRoaImzJfy1856uSle_huTgJBUUgEqpwHaAlnoMLEaQp407xv0gWxSr44dgDvo/s1600/livros.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Para adquirir estes livros clique acima em nossa livraria</span></b></i><br />
<i><b><span style="font-size: x-small;">virtual ou no site da Amazon.com</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ao contrário do que muitos pensam, a antiga Roma não era um antro de maldade e corrupção, e nem todos os
imperadores eram monstros perversos e devassos como Nero e Calígula. Na verdade, estes foram exceção, pois a grande maioria foi de homens sérios e dedicados à
causa pública que trabalharam com zelo, competência e bravura pelo progresso e
bem-estar do Império. Infelizmente as imagens que melhor se fixaram na memória
popular foram as de uns poucos imperadores criminosos e depravados que
anarquizaram a administração, quebraram o Estado e tornaram-se a vergonha do
gênero humano. Entre estes um dos piores foi Heliogábalo, não tanto por seus
crimes, mas por sua devassidão que chega a ser cômica. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Seu verdadeiro nome era Sextus
Avitus Bassianus e pertencia a mais alta aristocracia romana, pois nasceu sobrinho do
imperador Septimius Severus e primo do futuro imperador Caracala, mas sua
riquíssima família tinha origem na Síria e ele próprio nascera na grande cidade
síria de Emesa, hoje Homs, no final do ano de 203 DC. Ainda menino, o ouro dos seus pais
o fez grande sacerdote do deus sol, venerado na cidade sob o nome de “El
Agaballus”, mais tarde latinizado como Heliogabalus. Esta latinização rendeu ao
seu jovem sacerdote o apelido que os romanos lhe deram ao tornar-se imperador.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpbU0JIjJ0xTBxaB21iY_Nzu06mrUyElPEY2Rt-2omw41pVL2NPR1QbLuqkch6K1o2e13jIjkr0HjEy4q_N8jWILvpYPjDBfHb5lBJgJBVw56zdEkOXiDWFUwTimblMTa7lwsjZjnlSYMG/s1600/Heliogabalus+no+templo+do+deus-sol.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="390" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpbU0JIjJ0xTBxaB21iY_Nzu06mrUyElPEY2Rt-2omw41pVL2NPR1QbLuqkch6K1o2e13jIjkr0HjEy4q_N8jWILvpYPjDBfHb5lBJgJBVw56zdEkOXiDWFUwTimblMTa7lwsjZjnlSYMG/s1600/Heliogabalus+no+templo+do+deus-sol.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">A família de Heliogábalo era bilionária e a peso de ouro o fez ainda menino grande sacerdote<br />do deus sol da cidade de Emesa, na Síria, onde tinha suas imensas propriedades</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em 217 DC o seu primo imperador Caracala
foi assassinado e o general Macrinus tomou posse do trono. Uma das suas
primeiras medidas foi mandar de volta à Síria a velha bilionária Julia Maesa,
tia de Caracala e avó de Heliogábalo. Fria, astuta, decidida e cruel, fez
Macrinus arrepender-se amargamente de não tê-la executado assim que chegara ao
poder, pois com sacos de ouro fez a legião local aclamar novo imperador o seu neto
adolescente Heliogábalo de apenas 14 anos de idade. Sempre usando o ouro como
principal arma, ela comprou o apoio das demais legiões vindas para sufocar a
rebelião e sem demora avançou sobre Roma. Isto fez Macrinus se por à frente de
poderoso exército para esmagar os rebeldes, mas na batalha que se seguiu foi
derrotado porque a astuta Júlia Maesa subornara suas tropas e estas o
abandonaram no momento decisivo. Ele conseguiu escapar, mas foi preso e
executado quando tentava chegar a Roma.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ainda um adolescente, Heliogábalo
viu-se senhor do mundo, podendo-se dizer sem ironia que foi a única vez na
História que uma avó comprou um império para dá-lo de presente ao neto. Claro
que o principal objetivo de Júlia Maesa não era presentear o neto, por mais
querido que ele fosse, mas recuperar o poder que tivera nos
reinados do seu cunhado Severus e do seu sobrinho Caracala. Julgou que isso ocorreria quando Heliogábalo trocasse a toga sacerdotal pela toga imperial, mas frustrou-se ao ver que ele era ingovernável e pouco influiria no seu reinado, o que mais trabalho, perigo e ouro lhe custara. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Logo no início, desprezando os
conselhos da avó e da mãe, ele trouxe de Emesa para Roma o deus estrangeiro de
que era sacerdote e o entronizou no Panteon no lugar de Júpiter, dando-lhe
proeminência sobre os deuses nacionais romanos. Isto chocou os conservadores,
sobretudo porque o novo “rei dos deuses” não tinha forma humana, pois era um enorme
meteoro negro caído na terra há milhões de anos. O povo também se mostrou
descontente, mas ele o conquistou com farta comida e boa bebida distribuídas de
graça nos freqüentes festivais que logo tratou de promover ao seu deus. Nestes
festivais punha a enorme pedra coberta de jóias em cima de carro puxado por
cavalos brancos e desfilava em trajes riquíssimos sentado de costas em um trono
elevado com o olhar fixo no deus. Para completar a maluquice, o suntuoso
cortejo ia pelas ruas de Roma precedido por dezenas de escravos
que polvilhavam o caminho com ouro em pó. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzbAu0kxPyOc81f6QMK74AhoySPRA1ZwQtOtcSY24kBlW2UG4CT4huU1OxnrqhmB1Ue06BBzUeTjM0glUnw_PgCNMVN3HBN7eAI3P2fpSbxcs-jSAU3YIjVNfY7VNd-iGdVhpq7q89df_w/s1600/Heliogabalus+-+prociss%C3%A3o+deus+sol.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzbAu0kxPyOc81f6QMK74AhoySPRA1ZwQtOtcSY24kBlW2UG4CT4huU1OxnrqhmB1Ue06BBzUeTjM0glUnw_PgCNMVN3HBN7eAI3P2fpSbxcs-jSAU3YIjVNfY7VNd-iGdVhpq7q89df_w/s1600/Heliogabalus+-+prociss%C3%A3o+deus+sol.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Na procissão do deus sol Heliogábalo fazia todo o percurso sentado de costas e com o olhar fixo em seu<br />deus enquanto escravos iam à frente dos cavalos polvilhando o caminho com ouro em pó</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A absurda extravagância
escandalizou os que ainda tinham alguma consciência porque só um louco jogaria
ouro fora. Com razão, diziam que um imperador dotado de mínima sensatez o aplicaria
em obras públicas, dando emprego à multidão de desocupados que vivia à custa da
caridade do Tesouro e infestava Roma de miséria, crime e sujeira. Mas o povo e
o exército, satisfeitos com a prodigalidade do adolescente enlouquecido pelo
poder absoluto, não deram ouvidos às vozes sensatas e Heliogábalo desembestou
em extravagâncias cada vez maiores, sobretudo de natureza sexual.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Assim que chegara a Roma, sua
família lhe arranjara um casamento de interesse, mas em poucos meses se cansou
da esposa e trocou-a por uma vestal por quem se apaixonara ao vê-la durante
cerimônia religiosa. As vestais eram jovens das altas classes sociais munidas
de deveres sacerdotais e obrigadas a conservarem-se virgens por 30 anos sob
pena de morte. Elas só saiam de sua reclusão para renderem cultos aos deuses e
foi num desses que Heliogábalo a viu e mandou trazê-la à força para o palácio,
onde a desposou. O escândalo foi imenso e houve gerais protestos, inclusive no senado, onde acusações foram oficialmente feitas contra o sacrílego
imperador, mas calaram após vários dos mais notórios acusadores serem presos e executados. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnz_qQ8hTaiQZOKxOjqraIauLqHU399SDMINY_IHtjkq7zQw-uczU81H-bBl-47S_dQkj_x4hlYe-UjwYmgJyI4TwNe7jHitZb_c_leylLU8lzg3KDrA8RXA9WGKZ1DplB6wZruTP-gO0c/s1600/Heliogabalus+repudia+a+esposa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnz_qQ8hTaiQZOKxOjqraIauLqHU399SDMINY_IHtjkq7zQw-uczU81H-bBl-47S_dQkj_x4hlYe-UjwYmgJyI4TwNe7jHitZb_c_leylLU8lzg3KDrA8RXA9WGKZ1DplB6wZruTP-gO0c/s1600/Heliogabalus+repudia+a+esposa.jpg" width="442" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">O sacrílego e devasso imperador de apenas 15 anos de idade repudia</span></b></i><br />
<i><b><span style="font-size: x-small;">publicamente </span></b></i><i><b><span style="font-size: x-small;">a esposa para casar-se com a vestal que raptara</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em rápida sucessão, casou e
descasou cinco vezes antes de completar 18 anos, mas tudo seria suportado pelo
exército e pelo povo se ele tivesse dedicado um mínimo do seu tempo às suas obrigações militares e administrativas, limitando sua desenfreada
devassidão apenas às mulheres. Mas não foi assim. Como se estivesse possuído
por frenesi erótico, transferiu as obrigações do seu cargo a cortesões
despreparados e corruptos, que cuidaram de enriquecer rapidamente enquanto o
caos reinava, e dedicou-se de corpo e alma a todos os vícios e prazeres
possíveis e imagináveis com escravos, soldados, gladiadores e toda espécie de
homens da mais alta a mais baixa posição social. Para ter o máximo de parceiros
em uma única noite, recrutou prostitutos nas ruas e instituiu campeonato onde o
vencedor seria aquele que atraísse mais fregueses. Para o “jogo”, criou réplica
de ruela da zona do meretrício em ala do palácio que dava para a via pública
e cada um dos contendores ficava na entrada do seu quarto em vestes femininas provocantes, fazendo gestos obscenos, abanando a cortina e tocando o sininho
das meretrizes para chamar a atenção dos passantes, como elas faziam. No fim
da noite se apurava quantos fregueses cada um tivera e quanto ganhara,
aclamando-se o vencedor e dando-lhe o prêmio combinado. Heliogábalo quase
sempre ganhava, donde a suspeita de que seus agentes lhe traziam fregueses já
previamente acertados. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Como se apenas a prática
desenfreada da sodomia não lhe bastasse, passou a vestir-se, depilar-se e pintar-se
como mulher. Também passou a adotar voz e trejeitos femininos da forma mais
escandalosa possível e a referir-se ao seu amante Hiérocles, o belo cocheiro louro de sua carruagem,
como seu “imperador e marido”, exigindo aos demais que tratassem a si próprio
como sua “imperatriz e esposa”. Por fim, fez público oferecimento de enorme
soma ao médico hábil e talentoso que conseguisse lhe implantar órgãos sexuais
femininos a fim de que melhor pudesse cumprir suas obrigações de “esposa” para com
o seu adorado "marido" Hiérocles. Alguns historiadores dizem que a cirurgia foi tentada,
mas dela resultou apenas a amputação dos seus órgãos masculinos, falhando na
criação de um simulacro de vagina, porém é duvidoso que isso tenha realmente
ocorrido. É possível que nos dias atuais Heliogábalo fosse visto apenas como
“travesti” ou “transexual”, todavia os romanos eram menos sutis e passaram a
vê-lo como aberração que precisava urgentemente ser amputada do corpo do
império antes que o gangrenasse.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ao mesmo tempo em que se
entregava a luxuria mais louca, Heliogábalo exercia tirania brutal, ordenando
não só a prisão e o exílio dos desafetos dos seus capangas, mas também a
tortura e a execução dos que criticassem o seu desvairado comportamento, mesmo
que pertencessem à mais alta aristocracia romana. Vários escaparam por serem
amigos e protegidos de sua mãe ou da sua avó, mas a maioria tombou sob o seu
cutelo e sinistro silêncio pairou sobre a cidade apavorada pela onda de terror, que não se detinha diante de nada e nada poupava. Nem mesmo as festas populares, que ele constantemente promovia em honra do deus sol, com distribuição de comidas e bebidas grátis, disfarçava o opressivo ambiente, mas ele não se importava e passava os dias e as noites em frenéticos festins e bacanais, como se a vida se resumisse a uma permanente e alucinada orgia.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgX41R1B7CcEFzh9H-qGQuyC7XnnjjmQxjzoirylNtQqIUyHbXuZ8izcHsZHsIrYQ_irw1KG8GIJpyvX3z3189FlcE2xbPcxjP6AMzWErdYXm7VE8rmmMjhCwtkAbNvq0_4LachqG7uuDMQ/s1600/Heliogabalus'%2Broses.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="420" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgX41R1B7CcEFzh9H-qGQuyC7XnnjjmQxjzoirylNtQqIUyHbXuZ8izcHsZHsIrYQ_irw1KG8GIJpyvX3z3189FlcE2xbPcxjP6AMzWErdYXm7VE8rmmMjhCwtkAbNvq0_4LachqG7uuDMQ/s1600/Heliogabalus'%2Broses.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b><i>Heliogábalo passava quase todo tempo em frenéticos festins onde fazia cair do<br />teto chuvas de rosas sobre os convidados</i></b></span></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
As conspirações pululavam e somente
o exército, a quem dava ótimas gratificações, o mantinha no poder, sobretudo
porque a sodomia era comum entre as tropas e estas a aceitavam sem restrições se o
sodomita fosse “macho”, cumprindo bem o seu dever na hora do combate. Todos os
imperadores, sob cujas ordens os militares tinham servido nos últimos 80 anos, eram homens másculos e corajosos, mesmo quando outras virtudes lhes
faltavam, mas agora viam com acerto que este não era o caso de Heliogábalo, efeminado ao extremo. Ademais,
a tolerância dos militares com a sodomia cessava quando o sodomita
deixava de ser “macho” e agia como “mulherzinha”, semeando o ridículo ao seu
redor e fazendo os seus camaradas duvidarem da sua coragem e do seu valor combativo.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Comportamentos efeminados não eram
tolerados pelo exército em nenhum soldado e muito menos em um imperador, por isso sua situação política se tornou dificílima após o seu público oferecimento de alta soma ao médico que lhe implantasse uma
vagina. Com a irritação a flor da pele, os soldados se indagavam mutuamente sobre o que aconteceria caso tivessem que marchar para a guerra sob o comando
de tal líder e começaram a conspirar. Porém, mesmo com a conspiração em
andamento, o ouro que o ridículo monarca lhes dava em abundância os manteve quietos e nada
aconteceria se não fosse por um dos mais inusitados fatos da história: Heliogábalo
brigou com Hiérocles e para lhe fazer ciúme “casou” vestido de noiva em
cerimônia pública com o seu camareiro e também amante, o atleta de circo Aurélio
Zótico!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Através do seu bom serviço de
informações, a velha bilionária Julia Maesa soube da conspiração e viu que após
mais este escândalo o reinado do seu neto sodomita estava por um fio. Ela fora a única mulher na história do Império a ser eleita para o Senado logo que entrara triunfante em Roma com o neto recém proclamado imperador, mas ao contrário das suas expectativas ela pouco ou nada influíra no governo porque
não havia sobre o que influir. Após passar as rédeas da administração para a
sua desqualificada corja de infames bajuladores, Heliogábalo dedicou-se exclusivamente
às maluquices religiosas e perversões sexuais, fazendo com que o governo
imperial virasse ridícula ficção. A política desapareceu e os corruptos novos
donos do poder, cientes de que o imperador queria distância da mãe e da avó,
com as quais ficara furioso quando elas tentaram incutir-lhe alguma disciplina
e responsabilidade, não deram às duas mulheres nenhuma atenção nem lhes
permitiram intromissões nas suas atividades, dirigidas tão somente ao próprio
enriquecimento. Assim, não sobrou nenhuma área onde a politiqueira Júlia Maesa
pudesse influir. Ela ficou profundamente ofendida e indignada,
passando a odiar o neto ingrato e a querer dele vingar-se, mas como não queria
que o trono imperial saísse da posse da família no caso de queda do imperador
reinante, fez sua filha Júlia Soêmia, mãe de Heliogábalo, conseguir dele, em
nome dos interesses da família, nomear seu primo mais novo Alexandre Severo
co-imperador e sucessor. Ele tinha apenas 13 anos e Heliogábalo mal o
conhecia, por isso, ocupado com suas degradantes bacanais e fantásticos festins, não deu maior atenção ao caso e nomeou o primo por não ver nisso qualquer perigo, mas logo espiões o informaram de que ele agora tinha ao lado do trono não um menino tolo, incapaz de lhe fazer sombra, mas um jovem sério e decente, muito estimado e respeitado pelo povo e pelo exército.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYfItrhLpiSrE1KAcT4L2ARz1C5qMDgg3kIonmq7r3wwIvAxlbi0v1vv7uX_TUF8yNaAlfto8n_xc_ohen0DKFf4d2CAZJ8aJx4ikhpCqKgM15UTXSosEptXgaA8zSfBN65NXPEq7FU2xU/s1600/roma+-heliogabalus+-leo+reiffenstein+sec.19.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYfItrhLpiSrE1KAcT4L2ARz1C5qMDgg3kIonmq7r3wwIvAxlbi0v1vv7uX_TUF8yNaAlfto8n_xc_ohen0DKFf4d2CAZJ8aJx4ikhpCqKgM15UTXSosEptXgaA8zSfBN65NXPEq7FU2xU/s1600/roma+-heliogabalus+-leo+reiffenstein+sec.19.jpg" width="490" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b><i>Mergulhado em suntuosos festins e luxuosas bacanais, Heliogábalo custou a<br />perceber a armadilha que a sua implacável avó lhe preparava</i></b></span></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Heliogábalo despertou do seu torpor orgiático e suspeitando que a implacável
Júlia Maesa planejava vingar-se das ofensas sofridas, tirando-o do trono onde
o pusera e substituindo-o pelo outro neto, mandou os seus vis capangas matarem o
adolescente Alexandre, agindo com cuidado para não comprometê-lo. Porém a avó, já prevendo que isso poderia acontecer, o protegera com verdadeiro exército de guarda-costas
e o atentado falhou. Desesperado com o fracasso, tirou a máscara e demitiu o primo, anulando todos os títulos e privilégios que lhe concedera. Isto tornou evidente ao povo e aos militares que ele invejava e odiava o querido príncipe, podendo matá-lo a qualquer momento. A astuta velha viu que o geral sentimento era favorável ao seu segundo neto e contra-atacou fazendo circular o boato de que o
desprezível monarca o matara traiçoeiramente. O boato foi desmentido, mas o
exército rebelou-se exigindo que o torpe imperador apresentasse às tropas Alexandre são e salvo para verem com seus próprios olhos
que Heliogábalo ainda tinha um mínimo de dignidade e não estava mentindo.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Tudo indica que isso foi um
estratagema de Julia Maesa para neutralizar a poderosa guarda imperial que a
peso de ouro protegia o repulsivo tirano dia e noite, pois sua entrada no quartel não
seria permitida e se entrasse seria cercada e desarmada pelos legionários subornados e instruídos. Assim, como previamente acertado, na
manhã de 11 de março de 222 DC as comitivas de Heliogábalo e de Alexandre
encontraram-se na entrada do quartel da legião e foram
autorizados a entrar seguidos apenas de familiares e assessores, ficando de
fora os seus respectivos guardas. Ambos vieram com as suas mães, mas com Alexandre veio também a astuta avó que planejara o Golpe.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No pátio fora montada uma tribuna em frente ao gabinete do general e os dois jovens nela subiram sozinhos para discursarem. Heliogábalo falou
primeiro e o seu discurso foi ouvido do início ao fim em profundo silêncio, mas
quando Alexandre começou a falar a soldadesca o aclamou delirantemente novo
imperador, erguendo as lanças e com elas batendo nos seus escudos. Heliogábalo
desceu da tribuna às pressas e trancou-se com sua mãe na anexa sala do comando onde solicitou
proteção ao general, seu principal sustentáculo até pouco tempo atrás. Este estava tão
envolvido no golpe quanto os outros oficiais, mas teve pena do jovem pervertido e
disse-lhe que devido à fúria dos soldados o único modo dele sair vivo dali era dentro de um baú que seria levado para local de sua escolha.
Depois fugiria para onde quisesse. Em meio aos festejos da aclamação de
Alexandre, todos esqueceram o refugiado Heliogábalo e horas depois, quando o novo imperador já fora
levado em triunfo para o palácio imperial, carroça transportando pesado baú e uma rica senhora envolta em véus saiu do quartel por uma porta lateral e rodou pelas
ruas desertas, pois quase todos tinham ido ao centro da cidade festejar o início do novo reinado.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdV-ITDK5GtfyOTPacu9hhv6yiaVQROa9LaaFdJYpKrEiTlCZhJbV28EjhT8Zw2yrrMbum97Iwyt2VkBrEq-opJhhDBi_r1CA5MEErC3J4f0wDBb3HmvqmR6tvEfv1wOlTyjoyTTbalbHB/s1600/Heliogabalus+-+busto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdV-ITDK5GtfyOTPacu9hhv6yiaVQROa9LaaFdJYpKrEiTlCZhJbV28EjhT8Zw2yrrMbum97Iwyt2VkBrEq-opJhhDBi_r1CA5MEErC3J4f0wDBb3HmvqmR6tvEfv1wOlTyjoyTTbalbHB/s1600/Heliogabalus+-+busto.jpg" width="626" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Heliogábalo tinha apenas 18 anos quando foi deposto e morto pelos soldados revoltados. Após<br />cortarem-lhe a cabeça, seu cadáver foi jogado no rio Tibre para ser comido pelos peixes</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Heliogábalo teria escapado de fim
tão sórdido quanto foi a sua vida se não fosse o acaso, pois a carroça topou com
soldados bêbados que voltavam das festas e eles resolveram saquear o grande baú
da “rica senhora”. Quando o abriram, viram com surpresa que lá estava todo
encolhido e implorando piedade o outrora “senhor do mundo”. Os brutais soldados
o espancaram cruelmente e quando Júlia Soêmia interveio, abraçando-se com o
filho para defendê-lo, também a espancaram e mataram os dois a punhaladas,
cortando-lhes as cabeças e espetando-as em lanças perante a multidão que se
juntara para assistir o tétrico espetáculo. A turba depois arrastou o cadáver
mutilado do decaído imperador pelas ruas até o rio Tibre onde foi jogado
para ser comido pelos peixes, mas respeitou o cadáver da sua mãe. Heliogábalo viveu apenas 18 anos e reinou somente 4, mas
foram os 4 anos de mais completa anarquia, surrealista loucura e frenética
luxúria que o mundo já vira.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Parece que a morte cruel da filha e do neto não estava nos
planos da dura Júlia Maesa e que o ardil para tirá-lo vivo do quartel fora previamente combinado entre ela e o general comandante, mas o acaso interveio e deu-se a tragédia. De qualquer modo, tenha ou não sido de sua autoria o fracassado plano de fuga, ela pôs de lado lágrimas e lamentações e tratou de
concluir a sua obra, executando todos os amantes e capangas do neto ingrato que a
tinham tratado com desdém, entre os quais os notórios sodomitas Hiérocles e
Zótico, “marido” do caricato governante. Embora tendo de fazer algumas concessões à "nova ordem", entre as quais renunciar ao Senado onde sempre fora vedada a presença de mulheres, ela manobrou habilmente e voltou a ter mais poder do que jamais tivera antes. Com maestria, superou todos os obstáculos em seu caminho e, terminada a faxina, resolutamente
dirigiu os primeiros passos de Alexandre na chefia do império, tornando-se o
centro do poder, objetivo que não lograra atingir com Heliogábalo. Para sorte de
Roma, seus interesses resumiam-se à micro-política, tipo troca de favores,
distribuição de cargos, nomeações, demissões, promoções, remoções, obras públicas pedidas por compadres, e por aí vai. Após dar bons assessores a Alexandre, ela deixou nas mãos deles matérias complexas, como legislação, reforma do Estado, organização
militar, estrutura provincial, finanças públicas e relações exteriores, para dedicar-se apenas à
politiquice miúda de que tanto gostava e que exerceu até a sua morte
alguns anos depois. Isto permitiu ao jovem imperador familiarizar-se com
a alta política e cercar-se de ministros corretos e capazes que o ajudaram a
reconstruir os abalados alicerces da sociedade e do império.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiEYhDd922DWckKr8wuvPG6NUy1HNeNgwtq62S96fFso_Uqc0ElH14z2Tz-1P5sYs-Oc33L_1W_pRNTfHLkSmCW8rUQBtKjgNX3YeYwEj-jUZT7a-ISDT9lLIADOEA4Iz537BYH-9lGlTq/s1600/Alexandre+Severo+no+altar+dos+deuses.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiEYhDd922DWckKr8wuvPG6NUy1HNeNgwtq62S96fFso_Uqc0ElH14z2Tz-1P5sYs-Oc33L_1W_pRNTfHLkSmCW8rUQBtKjgNX3YeYwEj-jUZT7a-ISDT9lLIADOEA4Iz537BYH-9lGlTq/s1600/Alexandre+Severo+no+altar+dos+deuses.jpg" width="436" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">O virtuoso imperador Alexandre Severo orando e queimando incenso<br />diante do altar dos deuses</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Simples, sério, culto e
operoso, Alexandre Severo prezava a generosidade, a virtude e a justiça, mandando inscrever no pórtico do palácio imperial em letras bem visíveis: <i>"Fazei aos outros aquilo que quiserdes que vos façam". </i>Apesar de lhe faltarem qualidades de liderança e de não ter talento militar, ele era justo, leal e corajoso, por isso manteve a afeição do povo e o respeito do exército, o que todavia não impediu que anos mais tarde um oficial traidor o matasse para infelicidade geral do Império. Mas enquanto o ingrato final não veio, o jovem e bondoso Alexandre, agindo com exemplar honestidade e correta moderação, conseguiu dar aos romanos decente reinado de paz e prosperidade, em
notável contraponto ao tirânico e infame reinado do seu primo Heliogábalo, o pior, o mais escandaloso
e o mais imoral imperador que Roma teve em toda a sua história.<br />
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5084150772219664474.post-626869917966741982014-09-11T12:08:00.000-07:002015-10-06T12:42:44.531-07:00<div class="MsoNormal">
<b><u><span style="font-size: 10.0pt;">Post 83</span></u></b><b><span style="font-size: 10.0pt;"><o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 18.0pt;">UTHER - "O SENHOR DOS
DRAGÕES" TORNA-SE DITADOR
DA BRITANNIA<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtbe6nfDU_N26xgePnRoi6-e68OcDzj7yINp5em4AZdsfIqILANIn8_YlMrr1a1_VbSUrW1E4GYXFGWWSySwxvqKAWNvTxa3neYTt-_hS2ghfRwn6jiud5k3agEsR7LznkdJYixjfjiNJV/s1600/UTHER+E+OS+DRAG%C3%95ES.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="596" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtbe6nfDU_N26xgePnRoi6-e68OcDzj7yINp5em4AZdsfIqILANIn8_YlMrr1a1_VbSUrW1E4GYXFGWWSySwxvqKAWNvTxa3neYTt-_hS2ghfRwn6jiud5k3agEsR7LznkdJYixjfjiNJV/s1600/UTHER+E+OS+DRAG%C3%95ES.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Dizia a lenda que em seu castelo nas montanhas de Cornwall o príncipe Uther criava e domava dragões</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: 14.0pt;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8Yk4kziwjVeBvfuRDKoofvzxz53fATEyrB6VtDMu7fBdYa86PCtH3yXn_9T8OIjV87B1k38vdsafuRmm8gMfhVDhd4WcfGAoSUCFcDifJeT2nOooUyo6YEFHmnL37B-EPQ9tmXIwYzdIz/s1600/livro+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8Yk4kziwjVeBvfuRDKoofvzxz53fATEyrB6VtDMu7fBdYa86PCtH3yXn_9T8OIjV87B1k38vdsafuRmm8gMfhVDhd4WcfGAoSUCFcDifJeT2nOooUyo6YEFHmnL37B-EPQ9tmXIwYzdIz/s1600/livro+3.jpg" width="243" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: 14.0pt;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiH-gDGJ7o10-JadPZhVJBuU5BiRoM3jawOVFCwtQ2_-Myn3SO1kTR8iOIqWiiiLf_CQSfV5bg5z-7CAy93aOLowqlrEWHyBLFZIpIlfUhL57El7yVEQZPGSOTokS6f6ANZJYU3n94Qsael/s1600/livros.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="231" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiH-gDGJ7o10-JadPZhVJBuU5BiRoM3jawOVFCwtQ2_-Myn3SO1kTR8iOIqWiiiLf_CQSfV5bg5z-7CAy93aOLowqlrEWHyBLFZIpIlfUhL57El7yVEQZPGSOTokS6f6ANZJYU3n94Qsael/s1600/livros.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b><i>Para adquirir estes livros clique acima em nossa livraria</i></b></span><br />
<span style="font-size: x-small;"><b><i>virtual ou no site da Amazon.com</i></b></span></td></tr>
</tbody></table>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: 14.0pt;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i>
<i>Frei Gildasius Pisanensis conta em seu manuscrito medieval recentemente descoberto como Uther tornou-se ditador da Britannia no século V DC.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
Os britons
foram apanhados de surpresa quando a muralha de Adriano foi atravessada e todo
o norte do reino ocupado em menos de duas semanas pelos caledônios. Arthur
contra-atacou em grave desvantagem, pois o adversário o superava em quase o
dobro. O resultado é que embora não tivesse derrotas também não tinha vitórias
e suas tropas sangraram durante todo o verão no que parecia ser um cruel
empate. Porém os invasores vendo que não teriam nenhuma vitória resolveram se
retirar, mas Arthur os perseguiu e foi gravemente ferido, sendo removido às
pressas para a capital onde ficou entre a vida e a morte sob os cuidados
médicos de Merlin durante todo o outono.</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
Uther veio com
o irmão assim que soube do estado do filho e me indagou como fora possível o
desastre, já que Arthur era um general brilhante e nunca sofrera derrotas. Eu
lhe expliquei que a causa era simples: grave inferioridade numérica do exército
para enfrentar um inimigo que agora agia com disciplina e inteligência.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh05hDWdZN5dznn4tMOyfTz5QGF-1qpZq_NaCerYFNohqWOniwUWJmyiNdMgkAT9RanSBJjp411xuZSQ2-iLjTlGuQHoeboYV2RzKhKD4bPkHx0C5of24H0n1DLUiHDH4qaSCn1nQT-e9GB/s1600/gustave+dor%C3%A9+6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh05hDWdZN5dznn4tMOyfTz5QGF-1qpZq_NaCerYFNohqWOniwUWJmyiNdMgkAT9RanSBJjp411xuZSQ2-iLjTlGuQHoeboYV2RzKhKD4bPkHx0C5of24H0n1DLUiHDH4qaSCn1nQT-e9GB/s1600/gustave+dor%C3%A9+6.jpg" width="506" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Com Arthur gravemente ferido e impossibilitado de governar, Uther tomou o poder</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
Procurou saber
as causas da inferioridade e eu lhe expliquei que além dos orientais há muito
tempo terem deixado de se alistar, agora os ocidentais também não o faziam,
seja por julgarem a profissão militar demasiado arriscada devido às matanças
anteriores, seja porque os salários eram baixos e não atraiam ninguém. Uther,
que estava acompanhado de Corciari, respondeu que o remédio seria dobrar os
salários, mas eu lhe disse que não havia recursos para isso. Ele então me pediu
para olhar as contas do tesouro e viu abismado que apesar do leste ser dez
vezes mais rico que o oeste, contribuía apenas três vezes mais. Quis ver então
os registros das contribuições dos cem senhores mais ricos do leste e constatou
assombrado que enquanto eles eram em média cinco vezes mais ricos do que os
senhores do oeste, estes pagavam o dobro. Expliquei-lhe que isto se devia ao
fato do imposto ser cobrado em função da extensão das propriedades e não em
função do seu valor ou da riqueza por elas geradas. Como as propriedades do
oeste eram muito mais extensas, embora muito menos valiosas e produtivas devido
à escassez de população e atraso econômico, gerava-se o descompasso. Uther
ficou indignado porque julgava corretamente dever o imposto ser cobrado em
função da riqueza, vez que os ricos eram os que mais gozavam da proteção dada
pelo estado aos cidadãos. Sem ela suas riquezas nada valiam.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
Enquanto ele e Corciari examinavam atentamente os registros, mandou-me convocar Kay para urgente reunião e o general veio ansioso para saber do que se tratava.
Sendo homem do oeste ele também ficou indignado ao saber que seu pai, um médio
proprietário, pagava tanto imposto quanto um riquíssimo senhor do leste e aí
estava a razão da pobreza do reino e do exército.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_q4cJcLoqndCP1FhUHGLG1NeaHkU09sgWshbcERwKuMDbZNNHzfpJM1RueDJqj6ApNjkRbnZHXKmUaABaJAJS7A9GUvJr0igK37_rSkRP9RgRp6XqfuB-qsWZtEyTkdYdqlAYgHjrF5rl/s1600/Uther+negocia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="524" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_q4cJcLoqndCP1FhUHGLG1NeaHkU09sgWshbcERwKuMDbZNNHzfpJM1RueDJqj6ApNjkRbnZHXKmUaABaJAJS7A9GUvJr0igK37_rSkRP9RgRp6XqfuB-qsWZtEyTkdYdqlAYgHjrF5rl/s1600/Uther+negocia.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">No Oeste o poder de Uther era absoluto e todos lhe pagavam tributo, mas no Leste ele era desconhecido<br />e teve de agir com dureza para impor sua autoridade </span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
Uther expôs
seu plano sob o olhar frio de Corciari, a expressão prazerosa de Kay e o terror
do meu rosto. Dos cem contribuintes mais ricos do leste, cinqüenta e oito
moravam na capital e todos foram presos ao amanhecer pelos soldados de Kay, levados
a um vasto salão no palácio e obrigados a sentar em cadeiras enfileiradas em
frente a uma mesa atrás da qual eu me sentava como se fosse presidir à
assembléia. Enquanto eu ouvia calado o insulto dos orgulhosos proprietários
furiosos com “a afronta”, duas dezenas de guardas de Uther entraram no salão e
o chefe mandou se calarem; como não foi obedecido, bateu violentamente com o
cabo da lança no rosto de um dos arrogantes falastrões jogando-o ao chão
ensangüentado; depois lhe encostou a ponta da lança no peito e ordenou: “Agora se
levante, sente-se e cale-se antes que eu o mate”! Foi o bastante para que a
arrogância sumisse e o silêncio reinasse.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
Às oito horas
não faltava mais ninguém e Uther entrou solenemente no salão acompanhado de Kay
e Corciari. Falou firme e polidamente, expondo a grave situação da ilha e a
injustiça do sistema tributário vigorante: “Apesar dos senhores do leste serem
em média cinco vezes mais ricos que os do oeste, pagam apenas a metade do que
eles pagam; isto é intolerável e vai ser corrigido agora mesmo, não só para o
presente e o futuro como para o passado, pois vocês terão que pagar o que por
justiça deveriam ter pago antes. Como sou homem justo e bondoso, vou lhes
cobrar só o devido nos últimos cinco anos sem juros e multas, lhes perdoando
generosamente os débitos anteriores”!</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
Depois leu
pausadamente a lista com os cem nomes e as importâncias que deveriam pagar. Quando
acabou a leitura houve um momento de estupor e um dos presentes levantou-se e
protestou indignado, dizendo que aquilo era um ultraje e não ficaria sem
resposta. Quase imperceptivelmente Uther sacou do punhal e o atirou bem no
coração do rebelde. O homem fez uma careta segurando o cabo da arma cravada no
seu peito e caiu pesadamente no chão sob os olhares horrorizados dos demais. Friamente
Uther ordenou que os guardas arrastassem o morto até ele, levantou sua cabeça
pelos cabelos e a decepou com um só golpe de espada. Depois exibiu o sangrento
troféu à platéia, e pondo-o num dos lados da mesa disse-me bem alto para que
todos ouvissem: “Prepare um decreto confiscando os bens desse mau pagador de
impostos”!<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhE76XP5shHdJ4BXIK4nD8CIlmt1sYCr6Z4L_WXtoY6TBb6URNVGS_owtyPqlv1DyF82HRDqWJZJ3C2hcjEWtSOARlPHR4RIQc-TQ5abx_4YuQfPrFSlAzNRo2jIMUVgPnndlOlcDOKUeCu/s1600/dragon+dead+by+john+gilbert.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhE76XP5shHdJ4BXIK4nD8CIlmt1sYCr6Z4L_WXtoY6TBb6URNVGS_owtyPqlv1DyF82HRDqWJZJ3C2hcjEWtSOARlPHR4RIQc-TQ5abx_4YuQfPrFSlAzNRo2jIMUVgPnndlOlcDOKUeCu/s1600/dragon+dead+by+john+gilbert.jpg" width="444" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Dizia a lenda que quando um dos seus dragões o desobedecia Uther o<br />matava e o exibia ao povo para que aprendesse a lição</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
Eu sabia que
na conformidade do plano que ele nos expusera no dia anterior um dos presentes
morreria para dar o exemplo caso houvesse protestos, mas não disse que além de
matá-lo também lhe cortaria a cabeça e a poria ao meu lado na mesa. Tentei
disfarçar o meu pavor e tremedeira pegando um papel e fingindo escrever, pois
não conseguia formar palavras coerentes, mas mantive a cabeça baixa com se
estivesse cumprindo suas ordens enquanto ele dizia aos apatetados ouvintes:
“Vocês têm até amanhã ao meio dia para pagarem os impostos exigidos; depois
disso os que não pagarem serão executados e terão seus bens confiscados. O
secretário Gildásio lhes fornecerá papel e tinta para escreverem aos seus
familiares e administradores ordenando-lhes trazerem o dinheiro devido. Logo
que pagarem ficarão livres para voltarem em paz às suas casas. Tenham um bom
dia”!</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
Em seguida
ordenou aos guardas que entregassem o corpo do falecido aos familiares, mas
determinou que a cabeça dele ficaria ao meu lado na mesa até que todos pagassem
ou fossem também executados. Em seguida retirou-se com Kay e Corciari,
deixando-me sozinho na companhia dos guardas, dos “contribuintes” e da cabeça
do arrogante proprietário. Quando a noite caiu quatro quintos dos presentes já
tinham pago o que deviam e voltado às suas casas, mas os onze restantes tiveram
dificuldades para levantar a soma em moeda sonante e dormiram no assoalho do
tétrico salão em companhia da horrenda cabeça que os contemplava.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
Passei uma
noite horrível, mas voltei ao amanhecer e por volta das onze horas o último dos
aflitos “contribuintes” pagou seu débito e foi liberado. Uther conferiu comigo
e Corciari a vasta soma obtida e depois mandou fincar a cabeça do morto
em estaca na praça central com uma tabuleta onde se lia: “Este é um homem
rico que não quis pagar impostos”!</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhggmLRve1ftuEqfuvfKXP7pXfgoKGB7Vj_1XGNGaxKzCVXJGCAe0r-rwJqYxCqdim7tMgrwVrquKz_8qofIW4JjrW9BfUZvDLCysW642WVXRHP19qCi3RTDm53vmE-M3QeY9R3KpM6w235/s1600/Scan_Pic0009.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="490" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhggmLRve1ftuEqfuvfKXP7pXfgoKGB7Vj_1XGNGaxKzCVXJGCAe0r-rwJqYxCqdim7tMgrwVrquKz_8qofIW4JjrW9BfUZvDLCysW642WVXRHP19qCi3RTDm53vmE-M3QeY9R3KpM6w235/s1600/Scan_Pic0009.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Com Arthur impossibilitado de governar pelos graves ferimentos sofridos em batalha, Uther assumiu<br />o poder como ditador e restaurou a ordem na Britannia</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
Logo após a
reunião do dia anterior ele tomara uma série de medidas. A primeira fora chamar
o bispo e lhe ordenar que tocasse os sinos convocando o povo para missas em
ação de graças pela morte no nascedouro de uma “conspiração” de ricos
aristocratas que não queriam pagar os impostos que deviam à coroa. Na mesma
ocasião determinou que fosse lida do púlpito uma declaração sua dizendo que
após sufocar a “rebelião” assumira o governo e nele permaneceria até que tudo
se normalizasse e o rei reassumisse. Dizia também que a antiga política de
jogar a quase totalidade dos tributos nas costas do povo através do expediente
de embuti-los nos preços das mercadorias seria radicalmente mudada: a partir de
agora tais impostos seriam cortados pela metade e os ricos teriam que pagar dez
vezes mais do que pagavam antes, já que eles eram os principais beneficiários
da proteção que o estado e o exército davam às suas propriedades. Concluía
dizendo que o tempo dos absurdos privilégios tinha acabado e doravante o rei
governaria diretamente com o povo sem a intermediação de aristocratas estúpidos
e gananciosos.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
O bispo quis
recusar por ser ligadíssimo aos nobres locais, mas Uther lhe indagou se ele
preferia ver igrejas incendiadas e cristãos martirizados pelos bárbaros
pagãos que ameaçavam o reino por todos os lados e o bom sacerdote viu que ele
tinha razão, pois as perspectivas não eram nada animadoras. Por isso fez tudo
que lhe foi ordenado e os sinos repicaram enquanto eloqüentes sermões eram feitos em apoio do governo e das justas medidas adotadas para sufocar a
“rebelião”. Pode parecer estranho a um homem culto dotado de sensibilidade, mas
o fato é que o povo ao invés de ficar apavorado com as façanhas do <i>Senhor dos Dragões</i> as comemorou cantando
e dançando nas ruas, sobretudo na praça central onde estava a cabeça do
nobre recalcitrante fincada em uma estaca. O povo sempre
se regozija com a desgraça dos ricos e poderosos!<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM_eIP5TeovZ1_I2aHbztl1-hyI2USLfZyvvJM9_x1Cw6pRnUoqOyQfG3YExM4riQqDiciJxoHjckXtHpczLKQCDo68B5LpIxbm2gL9vFvkz-Iro9dgijx_yF8FiLPAer-iZX7kFpp1Ld1/s1600/gustave+dor%C3%A9+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM_eIP5TeovZ1_I2aHbztl1-hyI2USLfZyvvJM9_x1Cw6pRnUoqOyQfG3YExM4riQqDiciJxoHjckXtHpczLKQCDo68B5LpIxbm2gL9vFvkz-Iro9dgijx_yF8FiLPAer-iZX7kFpp1Ld1/s1600/gustave+dor%C3%A9+3.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Uther sabia cultivar a sua lenda e impor o terror<br />nos adversários</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
Uther governou
dois meses e meio como ditador e além de recuperar as finanças e dobrar os
salários do exército fez também importantes modificações administrativas.
Embora tenha me conservado como segundo homem do governo tirou da minha órbita
o fisco e o serviço secreto, pondo-os aos cuidados de Corciari, que passou a
trabalhar ao meu lado com o título de <i>censor
do reino</i>. Quando Arthur
reassumiu, o governo estava em ordem, o exército aumentava seus efetivos, a
ilha prosperava, o povo estava satisfeito e <i>O
Senhor dos Dragões </i>era o homem mais popular da Britannia.</div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5084150772219664474.post-27227529045035155592014-09-03T16:16:00.000-07:002015-10-04T11:52:44.878-07:00<div class="MsoNormal">
<b><u><span style="font-size: 10.0pt;">Post nº 82<o:p></o:p></span></u></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 18.0pt;">AS
GRANDES POETISAS GREGAS
DA ANTIGUIDADE</span></b><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLmAwy4_380b3p4ugRAMveUVAPnO7rjo90uoqFVR3sIRcob9aUHDXk6UZJ4f8pZ_bb0csasRiQMCo6CbeiqfX_FtFJR5qhoeWr9PS5uxf3jzu30MG9ygeLwx_U2Ko4JmlJQHKrzHSmxNSy/s1600/Safo+,+Alceu+e+amigas+-+Alma+Tadema.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="350" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLmAwy4_380b3p4ugRAMveUVAPnO7rjo90uoqFVR3sIRcob9aUHDXk6UZJ4f8pZ_bb0csasRiQMCo6CbeiqfX_FtFJR5qhoeWr9PS5uxf3jzu30MG9ygeLwx_U2Ko4JmlJQHKrzHSmxNSy/s1600/Safo+,+Alceu+e+amigas+-+Alma+Tadema.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Safo ouve embevecida o poeta Alceu dando recital na Academia Poética só para mulheres que ela<br />fundou em Lesbos. Homens só entravam quando especialmente convidados</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg81rDjIoXLL-C86UdnbX_dTpSmSmkGdTwveAk8TCphLyCM_HZ4p_0ueB4VRifDf8VbPnK4NrLfq4713Ejq0sRqecaZVjC5-vp-eX-39ed0ahYVszNRTA85uAlzaGCuugtWlaTwqmc94ETI/s1600/livro+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg81rDjIoXLL-C86UdnbX_dTpSmSmkGdTwveAk8TCphLyCM_HZ4p_0ueB4VRifDf8VbPnK4NrLfq4713Ejq0sRqecaZVjC5-vp-eX-39ed0ahYVszNRTA85uAlzaGCuugtWlaTwqmc94ETI/s1600/livro+3.jpg" width="243" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 18.0pt;"><br /></span></b></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgL7xxyDk6fKbHO9bAyHUfLgtqfZN500pqGlYFEcCIAPSWkMfMEJa1taLId2yv3awOTaX_6g8LzPXrjJw3SWFF9F9ktd24FrAUK9-0z4aoB_IRAcrwqS1DPxHoOzytqQhu76F52pBAJA-0I/s1600/livros.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="231" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgL7xxyDk6fKbHO9bAyHUfLgtqfZN500pqGlYFEcCIAPSWkMfMEJa1taLId2yv3awOTaX_6g8LzPXrjJw3SWFF9F9ktd24FrAUK9-0z4aoB_IRAcrwqS1DPxHoOzytqQhu76F52pBAJA-0I/s1600/livros.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Para adquirir estes livros clique acima em nossa livraria</span></b></i><br />
<i><b><span style="font-size: x-small;">virtual ou no site da Amazon.com</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 18.0pt;"><br /></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Uma das características mais
extraordinárias do “Milagre Grego” foi o relevante papel dado às mulheres nas
atividades culturais da sociedade. Isto é tanto mais surpreendente quando sabemos
que as sociedades orientais nunca lhes permitiram participar de sua vida
cultural e ainda hoje algumas delas sequer lhes permitem acesso à educação.
Desse absurdo não escapou a nossa moderna sociedade até tempos bastante
recentes e embora sempre lhes tenhamos permitido acesso à educação primária e
média, os portões das universidades para elas ficaram fechados até o século
XIX, quando só então algumas escolas superiores na Suíça e nos Estados Unidos
timidamente começaram a admiti-las. Mas foi só no século XX que a admissão se
tornou geral e as mulheres voltaram a ter na sociedade a mesma atuação
intelectual que tiveram há 2.500 anos na Grécia antiga.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Esta se dava em todos os campos do
intelecto, mas foi na literatura que ela atingiu o seu ponto mais alto,
dando-nos poetisas que até hoje nos maravilham com a alta qualidade dos seus
poemas. Infelizmente nenhum deles nos chegou completo e tudo que temos são
fragmentos, mas, reforçados por citações de autores da época, eles nos dão boa ideia
do alto valor literário da obra das poetisas gregas. Não temos versos de todas
elas e nem mesmo sabemos quantas foram, mas entre os poemas da época feitos por
homens para homenageá-las está o elegante epigrama de Antípater da Tessália:</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 45.0pt; text-align: justify;">
<i>“A estas donzelas de falar divino nutriam de
cantos Helicon e Pieria, rocha macedônia: Praxila, Miro e Anita iguais a
Homero; Safo, honra da Lésbia, de cabelos longos; Erina e a nobre Telesila, e
tu, Corina, que ousaste cantar a égide de Palas; e Nossis, de voz feminina, e
Mírtis de suave voz, todas criadoras de carmes imortais. As nove musas são
filhas de vasto céu; filhas da terra são estas nove, para eterno júbilo dos
homens.”<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 45.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O autor enumera só nove poetisas,
chamando-as de <i>musas terrenas,</i> para igualar
seu número ao das nove <i>musas</i> <i>celestes</i>, mas sabemos que houve outras,
entre as quais Damófila, Megalóstrata, Clitágoras e Femaon. Desta última
sabemos apenas que viveu na época de Safo, foi sacerdotisa de Apolo e inventou
o verso hexâmetro, adotado pelos poetas gregos Eumolpo, Orfeu e Lino e usado
até hoje por poetas de vários matizes, sobretudo os populares, por ser talhado
para a poesia oral através da qual era feita a profecia. Os oráculos, portanto,
eram apresentados aos consulentes em versos e a sacerdotisa Femaon ficou famosa
ao fazê-lo no verso hexâmetro por ela inventado que encantava a vasta audiência
presente às cerimônias divinatórias. Das outras poetisas não sabemos quase nada
e do pouco que sabemos é impossível distinguir o verdadeiro do lendário.<br />
<br />
Para o esquecimento da obra das poetisas gregas foi decisivo o advento do Cristianismo porque todos os textos religiosos e filosóficos importantes eram escritos no dialeto ático de Atenas. Esta não fornecia poetisas e todas elas eram de outras regiões da Grécia onde predominavam os dialetos eólico e dórico nos quais escreviam. Ambos são difíceis e aos poucos tornaram-se pouco lidos, fazendo com que os copistas fossem deixando de reproduzi-los a partir do século IV DC. A falta de reprodução fez com que as obras em eólico e dórico desparecessem lentamente das bibliotecas por desastres ocasionais e ação do tempo. Para completar, no século XI DC a Igreja promoveu uma "caça às bruxas" e as obras de Safo foram banidas das bibliotecas e queimadas em público por serem "imorais". O resultado de tantas adversidades foi que poucas das suas obras, assim como das demais poetisas gregas, chegaram até nós. Porém o atual aprofundamento das pesquisas tem descoberto muitas raridades e recentemente surgiram seis poemas de Safo quase completos. Graças a isso hoje podemos dizer que ela era de fato genial, assim como também devem ter sido as suas colegas famosas cujas obras ainda permanecem desaparecidas. Passemos uma rápida vista d'olhos sobre algumas grandes poetisas gregas a começar por Safo, a mais famosa de todas. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><u>Safo<o:p></o:p></u></b><br />
<b><u><br /></u></b>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh95BroZzimrHtbIrDWUBIB2As4h3qVVRkMBPfNeOJ_UMb7JdNio0RJDBMqo6huwytuvGVXuMNLuk3tpgd-bh3cj1k3JE5cP09yL48iX_m8UAT2TeLEEv3R-yq-hMQkgJzEizDZOW7CAhFe/s1600/Safo+e+uma+amiga+em+um+jardin+de+Mytilene.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="556" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh95BroZzimrHtbIrDWUBIB2As4h3qVVRkMBPfNeOJ_UMb7JdNio0RJDBMqo6huwytuvGVXuMNLuk3tpgd-bh3cj1k3JE5cP09yL48iX_m8UAT2TeLEEv3R-yq-hMQkgJzEizDZOW7CAhFe/s1600/Safo+e+uma+amiga+em+um+jardin+de+Mytilene.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Safo e uma amiga no jardim da sua Academia Poética em Lesbos. O fato da academia ser exclusiva<br />para mulheres criou no puritano século XIX a crença em sua bissexualidade</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="text-align: justify;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Safo viveu no final do século VII AC (em torno do ano 600) e dela temos o maior número de fragmentos apesar de ser a mais antiga. São cerca de 200 e sabemos que era uma rica aristocrata da cidade de Mitilene na ilha de Lesbos, foi casada com o nobre Cercila e teve uma filha chamada Cleide. Alguns a descrevem como de boa estatura, belas feições e cabelos violeta e outros como baixinha, feições comuns e cabelos negros. As esculturas e pinturas de vasos do século V que chegaram até nós, feitas não muito depois da sua morte e que devem ter se baseado em imagens suas ainda existentes na época, adotam a primeira descrição, donde concluirmos que deve ser a mais fiel, pois uma mulher não poderia despertar as paixões que despertou se não possuísse beleza física e uma voz bonita e sedutora, condições básicas para a celebridade numa sociedade fortemente auditiva e visual como a grega, onde predominavam altíssimos padrões estéticos. Sabe-se que ela criou uma Academia em seu palácio para reunir as poetisas de Lesbos e de regiões próximas, onde homens só entravam raramente, como era o caso do seu amigo o poeta Alceu, de quem se diz ter sido amante e que era às vezes convidado para fazer palestras, recitar poemas e porfiar ao som da lira com Safo e outras poetisas da seleta audiência. Isto criou a infundada crença na Europa do século XIX de que ela fora uma educadora que possuía ou dirigia um colégio para moças, atividade feminina altamente aceitável e muito bem adequada aos puritanos padrões da Inglaterra vitoriana.<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7ePnyalFqoCxqmGJw0kUvK-ig5G1yrZquq1KL3xTBpE8YT4bHeeCic-z-KO78M4IvMcGgdHecaKgAjeC5GLcnPUGRT39Cui_9O9aBszFm42WRGWYaupI9YLTEKmdd8EJFAnbK72qkiY7b/s1600/Safo+abra%C3%A7ando+a+lira-Jules_Elie_Delaunay_mg_8275.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7ePnyalFqoCxqmGJw0kUvK-ig5G1yrZquq1KL3xTBpE8YT4bHeeCic-z-KO78M4IvMcGgdHecaKgAjeC5GLcnPUGRT39Cui_9O9aBszFm42WRGWYaupI9YLTEKmdd8EJFAnbK72qkiY7b/s1600/Safo+abra%C3%A7ando+a+lira-Jules_Elie_Delaunay_mg_8275.jpg" width="396" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Safo antes de se suicidar abraçando a sua lira no alto de um rochedo</span></b></i><br />
<i><b><span style="font-size: x-small;">sobre o mar em sua ilha natal de Lesbos</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
Parece que foi o fato da sua
Academia admitir somente mulheres e nela ser rara a presença de homens, o que
deu origem à generalizada crença em sua bissexualidade. O inusitado para os padrões gregos de uma academia literária exclusivamente
feminina, acrescida de dubiedades em seus versos achadas pelos lexicógrafos e
exegetas do século XIX, despertou suspeita e originou a crença em sua perversão
sexual. Na puritana Europa Vitoriana a suspeita logo se tornou verdade e adotou-se
Lesbos, terra natal de Safo, como base semântica para a criação dos termos <i>lésbica </i>e <i>lesbianismo,</i> com os quais se passou a designar a homossexualidade
feminina. Dizemos <i>suspeita </i>porque nenhum
autor antigo conhecido refere-se ao assunto, porém isso talvez se deva ao fato do
homossexualismo entre os gregos ser comum e não haver maiores razões para
mencioná-lo no caso de Safo ou de qualquer outra pessoa, célebre ou não. De qualquer modo, diz a lenda que a grande poetisa amou apaixonadamente vários homens, tendo o último, o barqueiro Faon, causado-lhe a morte ao
abandoná-la quando já era mulher madura. Deprimida com o desprezo do amante, ela teria se suicidado jogando-se ao mar do alto de um rochedo em sua ilha natal.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeftheCxCih4XJUFc_pkx6CCUArT9eczhtjDxoOyjHkoGybFJ04XfuJlc6JwrOgsjFmtn9zWIalBst5RaFP8kWNqTAlqncKLYdWm18UVbi1E_QQZ6O70sQAifcuOEHgfsQAeW6wrFQB8cg/s1600/Sappho_bust.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeftheCxCih4XJUFc_pkx6CCUArT9eczhtjDxoOyjHkoGybFJ04XfuJlc6JwrOgsjFmtn9zWIalBst5RaFP8kWNqTAlqncKLYdWm18UVbi1E_QQZ6O70sQAifcuOEHgfsQAeW6wrFQB8cg/s1600/Sappho_bust.jpg" width="442" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Safo, reprodução romana de escultura grega do século 5º AC. Esta é talvez<br />a imagem mais fiel e autêntica que temos da grande poetisa</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
Há também a versão de que ela morreu idosa de morte natural e para isso alguns baseiam-se em fragmento de poema onde a poetisa lamenta a velhice que traz rugas, branqueia os cabelos e torna difícil amar, porém há fundadas indicações de que se trata apenas de uma antecipação do que lhe acontecerá no futuro ao ver o surgimento dos primeiros cabelos brancos, coisa que em muitos ocorre na casa dos trinta anos, e não de um lamento pelo estado em que já se encontra. Entre as duas versões, preferimos a primeira, pois está muito mais de acordo com o caráter apaixonado de Safo, capaz de todas as loucuras por amor. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKkUU_6uEXkpIW_wgWe2DyG0JCx48_FuDZiNquALu-HeT0zlqFcz5pMHCwczsbGI2ecR02KiIlPjwymis4F06r13npiGzCDDMIV9rOEOAox4VTb1g9zeRjUT3FtNt8QQjqmbpacdejbfk6/s1600/Sappho_lisant.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKkUU_6uEXkpIW_wgWe2DyG0JCx48_FuDZiNquALu-HeT0zlqFcz5pMHCwczsbGI2ecR02KiIlPjwymis4F06r13npiGzCDDMIV9rOEOAox4VTb1g9zeRjUT3FtNt8QQjqmbpacdejbfk6/s1600/Sappho_lisant.jpg" width="626" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Safo sentada e de máscara lê seus poemas. O uso da máscara mostra tratar-se de cena de uma</span></b></i><br />
<i><b><span style="font-size: x-small;">representação teatral - Vaso grego do século 5º AC </span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Seja pelo seu fim trágico, bem ao
gosto dos gregos da época, seja por sua beleza física ou pelo notável valor da
sua obra, Safo virou tema de peças teatrais dramáticas e cômicas de vários
autores, dentre eles destacando-se os poetas cômicos Difilo de Sínope,
Antífenes de Rodes e Tímocles de Atenas. Em seguida vieram os epicuristas
promovendo-a a membro do seu grupo através de narrativas sobre o prazer onde
ela é o personagem central 300 anos após a sua morte. Os epicuristas, portanto,
foram os principais responsáveis pela ligação do nome de Safo a temas
escandalosos, como é o caso da sua exacerbada bissexualidade.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas eles talvez não tenham exagerado e sido fiéis à verdade, pois nos séculos III e II AC,
época do fastígio da Escola Epicurista, a grande fama de Safo continuava viva e a sua popularíssima obra certamente ainda estava
completa, nada mais fazendo os epicuristas do que constatar o seu alto grau de paixão e erotismo, bem de acordo com uma filosofia que punha o prazer material e espiritual acima de tudo. Caso tenha sido
assim, divulgar a obra de Safo por todos os meios ao seu alcance teria sido apenas
a atitude correta a adotar do seu ponto de vista literário e filosófico. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><u>Corina </u></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><u><br /></u></b></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-GSIOfh7KGttdxfesDYOcJ52tdqmMuyjS2fIlHDe_iFp4qNJqO0QdS66p2KAPAej1dDmLHu42dk8VI4gW_GpoQaLt2O0qfS24cdf83tSlD4xjSU45hn5Eebr-s7w7zOJn23HJFq64wQj5/s1600/corina+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-GSIOfh7KGttdxfesDYOcJ52tdqmMuyjS2fIlHDe_iFp4qNJqO0QdS66p2KAPAej1dDmLHu42dk8VI4gW_GpoQaLt2O0qfS24cdf83tSlD4xjSU45hn5Eebr-s7w7zOJn23HJFq64wQj5/s1600/corina+1.jpg" width="448" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Detalhe de estátua de Corina destacando seu belo rosto</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><u><br /></u></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Depois de Safo, a poetisa grega mais conhecida pelo valor literário dos seus versos é Corina, filha do aristocrático casal Apolodoro e Procrácia. Ela
nasceu e viveu no final do século VI AC (últimas décadas dos anos 500) em Tanagra, que lhe ergueu bela estátua
para homenageá-la pelos <i>“invejados ramos
sobre as negras tranças”</i>,<i> </i>referindo-se
às coroas de louros por ela ganhas em cinco Olimpíadas poéticas nas quais
derrotou o grande poeta Píndaro, seu rival e colega na Academia da poetisa
Mírtis, de quem só sabemos que nasceu em Antédon na Beócia.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigL43Fv3EFxlJ-JcclRyIbkXXLa2ONeRPYQm1VdZagk5IAW3qbgkLianzOHAuMd7l3ibTlDbXXpW9a9CF-WAi9cC7l_LXQBv6I9CWqG6XmuhTi9w8jLpQu0LPSNMjOuKVuO-vBvm-umy9x/s1600/pindaro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigL43Fv3EFxlJ-JcclRyIbkXXLa2ONeRPYQm1VdZagk5IAW3qbgkLianzOHAuMd7l3ibTlDbXXpW9a9CF-WAi9cC7l_LXQBv6I9CWqG6XmuhTi9w8jLpQu0LPSNMjOuKVuO-vBvm-umy9x/s1600/pindaro.jpg" width="535" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Píndaro foi um dos maiores poetas da antiguidade e por isso alguns dizem que ele só foi<br />derrotado por Corina porque a grande beleza dela influenciava os juízes</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
Píndaro era brigão
e mau perdedor, tendo insultado Corina chamando-a de “porca” após uma de suas
derrotas, mas esta não lhe deu resposta e até censurou Mirtes por fazê-lo nesta
ou em outra ocasião, como diz em um dos seus fragmentos: <i>“Eu censuro a harmoniosa Mirtes, e censuro por, mulher que era, ter
entrado em disputa com Píndaro”. </i>Para a gentil Corina não era apropriado a
uma dama brigar com homens nem baixar o nível de competições poéticas ao nível
de disputas pessoais. Todavia, dado a alta qualidade da poesia de Píndaro, é
possível que os poetas Eliano e Pausânias estejam certos ao afirmar que, pelo
menos nessa ocasião específica, os juízes deram a vitória a Corina porque foram
influenciados pela sua grande beleza, acrescentando Pausânias que para a sua
vitória também foi importante Corina compor no dialeto eólio, o mesmo dos
juízes, enquanto Píndaro o fazia no dialeto dórico.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7DGUlbSvH387IscUmQWP0uA235Pn5Wq4asLp8mSLOWrLiGLTWqIoMT4T5um2EZghSwu2yTkj8OxxXUiDPWZc-5U3eTVwea-jzJBTCgny2k93VBoFaaRR4S-ZWpRVrigG9qI9ZmV78OlmA/s1600/corinna.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7DGUlbSvH387IscUmQWP0uA235Pn5Wq4asLp8mSLOWrLiGLTWqIoMT4T5um2EZghSwu2yTkj8OxxXUiDPWZc-5U3eTVwea-jzJBTCgny2k93VBoFaaRR4S-ZWpRVrigG9qI9ZmV78OlmA/s1600/corinna.jpg" width="474" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Estátua de Corina. Ela foi a mais vitoriosa das poetisas gregas, pois derrotou<br />em cinco Olimpíadas Poéticas seguidas o grande poeta Píndaro</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Particularidade única de Corina foi não
ter se limitado à poesia lírica como as demais poetisas gregas e feito também poesia épica, gênero próprio dos homens, onde celebra deuses e heróis
conforme nos informa a lista das suas obras elaborada pelo gramático Fabrício
no volume II da <i>Biblioteca Graeca. </i>Infelizmente,
nem mesmo um fragmento dos seus poemas épicos chegou até nós, sendo-nos
impossível aquilatar o seu valor.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><u>Anita</u></b> </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Anita era de Tegéia, onde nasceu
no final do século IV AC, mas passou parte da sua vida adulta em Epidauro como <i>Chresmopoios</i> do templo de Esculápio,
espécie de secretária encarregada de por em versos as respostas do deus aos consulentes.
Pelo visto, a sacerdotisa do oráculo não tinha o mesmo talento de Femaon, que
como sacerdotisa de Apolo já dava as respostas em versos hexâmetros diretamente
do seu altar. Anita não podia fazer o mesmo, pois trabalhava nos bastidores e
não aparecia para o público, por isso teve que buscar reconhecimento para sua
obra poética através dos livros que publicou e dos concursos de que participou.
<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoiiaT74d74Z-UvjQZpdfnghtXessoYpB1wv08z9odCntWTSXbOp5YCmG5oNoS2tchQ2ZUYQSrVLuMKyJK2lZ2mTZgmFpzOr0_PCUIhP9fkq9ZFaIqLsBzX0FKw8EQ5zD8XcI-UfhlHp8_/s1600/Asklepios+-+Epidauros.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoiiaT74d74Z-UvjQZpdfnghtXessoYpB1wv08z9odCntWTSXbOp5YCmG5oNoS2tchQ2ZUYQSrVLuMKyJK2lZ2mTZgmFpzOr0_PCUIhP9fkq9ZFaIqLsBzX0FKw8EQ5zD8XcI-UfhlHp8_/s1600/Asklepios+-+Epidauros.jpg" width="378" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Estátua de Esculápio deus da medicina em seu templo de Epidauro<br />onde Anita era encarregada de por em versos suas respostas</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Fica a pergunta, <i>“por que não foi Anita promovida a oráculo?”</i>,
pois segundo Pausânias ela possuía faculdades especiais e íntimas comunicações
com o deus. Talvez tenha tido graves desentendimentos com seus superiores e em
represália estes lhe negaram o cargo a que seu talento a credenciava. Porém ela
mantinha contacto pessoal com os consulentes quando lhes entregava e explicava em
privado as respostas versificadas. Graças às suas "faculdades especiais" é possível que ao dar aos consulentes as respostas do deus em versos o contato pessoal com eles tenha lhe possibilitado exercer essas "faculdades" e identificar as doenças, prescrevendo o apropriado tratamento e obtendo curas "milagrosas". Os doentes devem ter notado que sua cura se devia tanto à minuciosa e dedicada atenção recebida do <i>"chresmopoios" </i> quanto aos poderes do deus, ficando muito gratos a Anita. Em consequência, ela fez amizades que lhe renderam régios presentes, permitindo-lhe obter independência econômica e
demitir-se do templo para dedicar-se somente às musas.
Infelizmente sua obra sumiu na poeira do tempo, deixando-nos apenas
alguns fragmentos pelos quais é possível dizer que ela pertencia à Escola
Árcade, conforme estes dois belos epigramas:</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>“Forasteiro,
senta-te nesta pedra para dar descanso aos teus doridos membros. Em cima de ti
através das folhas sopra um suave vento. Bebe a água desta fonte límpida que
jorra do rochedo, pois aqui no calor do dia é doce o repouso do viajante.” <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i> “Rústico Pã, é para mim,
sentado na densa floresta por onde vagueiam as ovelhas, que tocas docemente a
flauta a fim de que, ao pé destes declives úmidos de orvalho, as minhas jovens
reses se apascentem da relva deliciosa?”<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><u>Erina</u></b> </div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nada sabemos da vida pessoal ou
pública de Erina e nem sequer onde nasceu e viveu, embora a mistura dos dialetos eólio e dórico por ela usado indique que era oriunda das mesmas regiões poéticas da antiga Grécia de onde vieram as demais grandes poetisas. Dela recebemos bom número
de versos, inclusive uma epopeia feminina quase completa em mais de trezentas linhas intitulada <i>A Roca. </i>O poema é alegórico e tem como
tema homenagear a memória do seu íntimo amigo de infância Baucis falecido antes dela. No belo poema aborda a vida da família no recesso do lar doméstico e a vemos sentada,
virgem ainda, tendo nas mãos a roca e o fuso, tecendo os fios da vida que sempre se emaranham para tornar infelizes os seres humanos, os quais, tal como ela na roca, tentam em vão recolocá-los em ordem. O drama para desfazer os nós dos fios emaranhados se passa sob os olhos vigilantes e a severa autoridade
de sua mãe temida, o que nos faz concluir que ela era de família austera e muito
rica, pois não exercendo atividade externa e não tendo vida pública, pois a isso não permitiu a brevidade de sua vida, logrou publicar vasta obra no curtíssimo período de sua existência. Isto diz muito da fortuna do autor porque publicar 20 ou
30 exemplares de um livro na antiguidade era caríssimo, limitando tal façanha
apenas às pessoas ricas ou com protetores ricos. Quanto à brevidade da sua
vida, o sabemos através de poema da época composto em sua homenagem, talvez por poeta contratado e pago pela família, onde se diz que ela morreu virgem aos 19 anos vítima de mal súbito que a fulminou quando colhia flores no jardim.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizHg5s8YguHwnYd2D6PgaRl6SEN65WPUuSBmQCRpdmEziSUh34kgfugCte5GTxkgJmv5dA9UnXgVFyzgJIdWdU1zeK3y8JBkhTXkF-IMSN_QjmP8iNJ8bQOXZibBF0gTW1GU997VHOqt24/s1600/Biblioteca+de+Alexandria+-+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizHg5s8YguHwnYd2D6PgaRl6SEN65WPUuSBmQCRpdmEziSUh34kgfugCte5GTxkgJmv5dA9UnXgVFyzgJIdWdU1zeK3y8JBkhTXkF-IMSN_QjmP8iNJ8bQOXZibBF0gTW1GU997VHOqt24/s1600/Biblioteca+de+Alexandria+-+1.jpg" width="628" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Erina viveu na época helenista (séculos 4º a 1º AC), quando o centro cultural da Grécia mudou de Atenas<br />para Alexandria, onde a sua grande biblioteca atraía intelectuais de todo o mundo conhecido</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
Apesar de muito jovem, Erina foi uma das mais populares poetisas do seu tempo e pelo estilo dos seus versos pode-se afirmar que viveu na época de hegemonia cultural de Alexandria,
ocorrido depois da morte de Alexandre Magno em 322 AC. Assim, Erina deve
ter vivido nos séculos III ou II AC, não se podendo
excluir a hipótese de ter sido no final deste último ou no início do seguinte, quando a expansão de Roma era avassaladora e estava prestes a devorar a
Grécia. Para reforçar a tese de período mais recente existe uma Ode sua intitulada <i>Eis Romen</i>, podendo a
última palavra significar “Força” ou “Roma”, dependendo do contexto, e no contexto do poema o
significado mais plausível é “Roma”. Há, portanto, um período de aproximadamente 150 anos
dentro do qual poderá ter transcorrido a sua breve e profícua existência.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><u>Telesila</u></b> </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Telesila nasceu e viveu em Argos
no século VI AC e pertencia à alta nobreza, mas só tornou-se poetisa quando procurou um oráculo para tratar-se de males que a atormentavam e este respondeu, <i>"dedica-te às Musas"</i>. Ela seguiu o conselho e seus versos logo a fizeram famosa a ponto de tornar-se a poetisa mais
popular e conhecida da Grécia depois de Safo. Porém forçoso é dizer que isto não ocorreu somente por causa da sua poesia, que embora excelente não era
superior a de suas colegas, mas por causa de notável feito militar, tão extraordinário que apenas alguns séculos depois apareceram autores dizendo tratar-se apenas de uma lenda, já que Heródoto, nascido pouco tempo depois e considerado o fundador da ciência da História, não o menciona em suas obras. <br />
<br />
O fato teria se passado assim:
Argos, cidade natal de Telesila, estava em guerra com Esparta cujo exército
avançou disposto a obter vitória rápida. Os argivos o enfrentaram e foram
postos em fuga pela superioridade do inimigo, que vitorioso intimou a cidade
indefesa a render-se. Face à fuga do seu exército e não tendo como resistir, os
idosos senadores aceitaram os termos da rendição e mandaram abrir os portões
para que os espartanos entrassem, mas do meio da multidão Telesila ergueu-se e
subiu à tribuna para discursar eloqüentemente protestando contra a covardia dos
homens fujões e incitando suas irmãs de sexo a assumirem o lugar deles para
lutarem até o fim. Não se sabe o que fez a multidão apoiá-la naquela situação desesperada,
mas cheias de entusiasmo as mulheres tomaram o arsenal, vestiram as armaduras
masculinas e armaram-se até os dentes, indo depois para o alto das muralhas
esperarem o inimigo. Os espartanos quando souberam do ocorrido riram incrédulos,
mas decidiram atacar e resolver o assunto definitivamente, pois estavam certos
de que elas fugiriam tão logo ouvissem o seu apavorante grito de guerra. Isto
não aconteceu e alguns dizem que o primeiro ataque foi rechaçado com grandes
perdas, obrigando-os a refletirem melhor, mas outros dizem que não chegaram a
atacar por achar desonroso a um guerreiro lutar contra mulheres, e mais
desonroso ainda matá-las em combate. Fato é que ao verem as comandadas de
Telesila não desertarem dos seus postos e aguardarem calmamente o ataque,
prontas para o combate, os espartanos contentaram-se com sua honrosa vitória no
campo de batalha e desistiram de tomar a cidade. Em conseqüência, fizeram
meia-volta e regressaram a Esparta.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAKqRgQ3EmY7I0hTlWfLBmkCnof7xy8gGMSnqTt9DoSxQfJGZ6Ls2O-6cwev4RLJXaWk2v7gTvQzneefoA3IAhR3zm-Q0riSgsk1bMv6sQror1IF4ZTKRJmLZSNZnfasb-kMIBnLsXAqNL/s1600/Marte++deus+da+guerra+-+Est%C3%A1tua++Museu+Capitolini.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAKqRgQ3EmY7I0hTlWfLBmkCnof7xy8gGMSnqTt9DoSxQfJGZ6Ls2O-6cwev4RLJXaWk2v7gTvQzneefoA3IAhR3zm-Q0riSgsk1bMv6sQror1IF4ZTKRJmLZSNZnfasb-kMIBnLsXAqNL/s1600/Marte++deus+da+guerra+-+Est%C3%A1tua++Museu+Capitolini.jpg" width="366" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Marte, o deus da guerra. Somente homens podiam participar<br />do seu culto, mas em Argos abriu-se uma exceção</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A narrativa da extraordinária façanha percorreu a Grécia e Telesila subiu aos píncaros da glória. Cerca
de 500 anos depois quando visitou Argos, o historiador Pausânias ainda viu em
uma coluna fronteira ao Templo de Vênus a estátua erguida em sua honra, que ele assim descreve: <i>“aos seus pés
alguns livros, na mão um capacete que ela olha como se estivesse prestes a pô-lo na
cabeça”.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em memória da valente poetisa celebrava-se uma tradicional festa chamada <i>ybristica,</i> à qual as mulheres iam vestidas de homem e os homens vestidos de mulher. Fato inusitado, Argos era a única cidade grega onde em homenagem à bravura guerreira de Telesila as
mulheres podiam participar do culto a Marte, deus da guerra. Sobre sua obra poética tudo que
pode ser dito é que os antigos a consideravam no mesmo nível de Safo e
Corina, mas nada podemos afirmar porque tudo que dela nos chegou foram apenas
dois versos, insuficientes para qualquer juízo de valor. O tempo destrói não só
as pessoas, mas as suas obras por mais belas e valiosas que sejam.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><i>Sic Transit Gloria Mundi<o:p></o:p></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5084150772219664474.post-12309066828606984262014-08-26T10:53:00.000-07:002016-02-13T10:18:39.301-08:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal">
<b><u><span style="font-size: 10.0pt;">Post nº 81<o:p></o:p></span></u></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: center;">
<b><span style="font-size: 18.0pt;">O IMPERADOR QUE DESFILOU PELAS RUAS COMO </span></b><b><span style="font-size: 18.0pt;"> </span></b><b><span style="font-size: 18.0pt;">P</span></b><b><span style="font-size: 18.0pt;">ALHAÇO </span></b><b><span style="font-size: 18.0pt;">ANTES </span></b><b><span style="font-size: 18.0pt;">DE </span></b><b><span style="font-size: 18.0pt;">SER</span></b><br />
<b><span style="font-size: 18.0pt;">EXECUTADO</span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: center;">
<b><span style="font-size: 18.0pt;"><br /></span></b></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhf1xcaLHJBYF342rD5L6srW_Q5BJNztnFw1jJpPDNrey24m3afAt-vumYc4JJz8zkVrchPLMkyD_q-sSmlKxrktwp3WG9X92m0jaGDHubRfwzbmwxDURzOB_DYItjI5vZ5Lt-ATz3_S2o9/s1600/Johannes.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="308" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhf1xcaLHJBYF342rD5L6srW_Q5BJNztnFw1jJpPDNrey24m3afAt-vumYc4JJz8zkVrchPLMkyD_q-sSmlKxrktwp3WG9X92m0jaGDHubRfwzbmwxDURzOB_DYItjI5vZ5Lt-ATz3_S2o9/s1600/Johannes.png" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Moedas com efígie de Johannes cunhadas no seu curto reinado (425-26 DC). De </span></b></i><i><b><span style="font-size: x-small;">todos </span></b></i><i><b><span style="font-size: x-small;">os imperadores</span></b></i><br />
<i><b><span style="font-size: x-small;">romanos, ele, Vitellius, Heliogabalus e Maximus foram os que tiveram morte mais infame</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: center;">
<b><span style="font-size: 18.0pt;"><br /></span></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8Cgc2a3Z_BaHhdPo96dVZQ4Pc9k2wALs6WEzU7RrcfJ9FuWRlqg9MbeTVDBfZfTtUpFVbeUeNB-CQf59VErmPLD8oex2U8IktEsPQI0fg2ewZPiAfLXBBFsszv5recQKA2GFzzRvqefdM/s1600/livro+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8Cgc2a3Z_BaHhdPo96dVZQ4Pc9k2wALs6WEzU7RrcfJ9FuWRlqg9MbeTVDBfZfTtUpFVbeUeNB-CQf59VErmPLD8oex2U8IktEsPQI0fg2ewZPiAfLXBBFsszv5recQKA2GFzzRvqefdM/s1600/livro+3.jpg" width="243" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: center;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyQ5g_evIdw1hvCCSIzcf5UQLVF8IhwY4ucExhRaI4zZaZgWDQaf8Mja1m7S6Rfi4l2AuIw05LGm4aJtiULYphJPAS3XzoOT4YxC5TBJN6E5ASQxeyfQU9Y2OGuOV2BbCM75RdI0LwlroS/s1600/livros.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="231" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyQ5g_evIdw1hvCCSIzcf5UQLVF8IhwY4ucExhRaI4zZaZgWDQaf8Mja1m7S6Rfi4l2AuIw05LGm4aJtiULYphJPAS3XzoOT4YxC5TBJN6E5ASQxeyfQU9Y2OGuOV2BbCM75RdI0LwlroS/s1600/livros.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Para adquirir estes livros clique acima em nossa livraria</span></b></i><br />
<i><b><span style="font-size: x-small;">virtual ou no site da Amazon.com</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em 423 a imperatriz Galla Placídia, viúva do ex-imperador adjunto Constâncio, foi expulsa da Corte imperial em Ravena por seu irmão o imperador Honório. Comentava-se que após a morte de Constâncio ela tentara forçar o irmão a adotar como herdeiro e sucessor o seu filho Valentiniano de apenas quatro anos de idade e isto irritara Johannes, secretário de Honório e verdadeiro governante civil do Império. Em consequência, Placídia foi expulsa e exilada em Constantinopla.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O imperador Honório reinou por 30
anos mas nunca governou coisa nenhuma, pois era um idiota enfermiço que deixava
tudo na mão dos seus incompetentes e corruptos assessores. Na verdade Honório
não tinha capacidade para distinguir ou julgar da competência ou honestidade de
quem quer que fosse.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Durante o seu incompetente
reinado, de 395 a 425, Roma foi tomada e saqueada pelos Godos em 410 e o
Império só não se esfacelou antes ou depois porque teve a sorte de ter no
comando do exército competentes generais como Stilicon, Constâncio, Bonifácio e
Aécio, sendo que Constâncio chegou a ser seu cunhado e imperador adjunto. Porém
passou pouco tempo no cargo, pois morreu subitamente dois anos antes de
Honório.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgT-X7RiHK9wFyChyphenhyphenrL5SB_C8tfH6UKKahlnE17GJAvEnAfHh7OPZeWctn83GFlYuJYWSaPRVwwibiHUcsBwcjq5j9A17BDja1AjkmMQDzEDBfP31RqxbVyYMhzZYNO86ejCTngjTOxD6rI/s1600/visigoths.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="479" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgT-X7RiHK9wFyChyphenhyphenrL5SB_C8tfH6UKKahlnE17GJAvEnAfHh7OPZeWctn83GFlYuJYWSaPRVwwibiHUcsBwcjq5j9A17BDja1AjkmMQDzEDBfP31RqxbVyYMhzZYNO86ejCTngjTOxD6rI/s1600/visigoths.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Durante o reinado do incompetente Honório os aguerridos Godos conquistaram e saquearam Roma </span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">
<o:p><br />Em 425 os romanos receberam a
notícia de que o imbecilizado Honório finalmente morrera e souberam com
estupefação que o burocrata Johannes proclamara-se imperador com o apoio do ilustre
patrício Castinus, usurpando o trono do herdeiro legítimo Teodósio II,
imperador Romano do Oriente e sobrinho do
falecido imperador do Ocidente.</o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Johannes era um burocrata
astuto e sabia muito bem que o distante Teodósio nada poderia fazer contra a sua
usurpação desde que tivesse a seu favor um poderoso exército, por isso escreveu a todos os altos comandantes militares das províncias fronteiriças, onde se
concentrava o grosso das legiões, pedindo o seu apoio. Quase todos evitaram
comprometer-se com o secretário usurpador e responderam que eram militares profissionais que não entendiam nada de política e não queriam
envolver-se em assuntos fora da sua alçada. De qualquer forma, disseram-lhe que
não se opunham à sua pretensão e o serviriam nas mesmas funções, tal como
serviriam a qualquer outro governo que fosse legitimamente aceito.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A única exceção foi o general Aécio, que após alguma reticência prometeu auxiliá-lo com um exército de cavaleiros hunos,
pois vivera como refém entre eles por vários anos e construíra sólidos laços de
amizade com os líderes dessa tribo guerreira estabelecida onde hoje é a
Hungria. Contudo há dúvidas sobre a sinceridade de Aécio porque ele nada fez de
concreto para sustentar Johannes no poder, ausentando-se do palco dos
acontecimentos sob o pretexto de que iria buscar pessoalmente o exército huno que
prometera e ficando fora por vários meses enquanto a situação do novo imperador
deteriorava-se. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Porém Johannes entendeu as dúbias
declarações dos demais generais como sendo apoio tácito e exibiu as cartas aos
comandantes das fracas guarnições da península italiana, deles recebendo a peso
de ouro o apoio militar de que tanto necessitava. Mas o conde Bonifácio,
comandante do poderoso exército do norte da África, foi radical e o informou
que se não estivesse ocupado com uma grande revolta dos berberes marcharia
sobre Ravena para destronar o usurpador.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjM0F32oqMgwPEPuduoYeOzhXpylSzgOItoViWS8-l6rlWJlq5npCirVLk2u3BgZ88Qxu4rVssP6IQIiq-2qB3W6B4hmfqnmz8bvrYgist33r8oB7SKwP4qEpFzXu9hr6p0jbBMTVWwy1uu/s1600/Bonifacius.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjM0F32oqMgwPEPuduoYeOzhXpylSzgOItoViWS8-l6rlWJlq5npCirVLk2u3BgZ88Qxu4rVssP6IQIiq-2qB3W6B4hmfqnmz8bvrYgist33r8oB7SKwP4qEpFzXu9hr6p0jbBMTVWwy1uu/s1600/Bonifacius.jpg" width="510" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">O prestigioso general Bonifácio era rival do general Aécio e posicionou-se contra<br />Johannes a favor de Teodósio</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas fosse pela falta de algo melhor, fosse porque estavam motivadas por
substancial gratificação, as tropas metropolitanas aclamaram Johannes imperador em praça pública e ele continuou o seu curto reinado que
terminaria em humilhação e tragédia. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não obstante a ausência de Aécio
e a oposição de Bonifácio, ele formou meia dúzia de legiões pagando largas
somas aos soldados, e preparou-se para lutar contra as tropas de Teodósio II,
legítimo sucessor do seu tio Honório no trono do Ocidente. Para os altos chefes
militares tanto fazia um como o outro, pois ambos eram corruptos e
incompetentes, incapazes de fazer face aos problemas que o Império enfrentava.
Na verdade, os mais importantes generais estavam esperando que Bonifácio
apresentasse sua candidatura para apoiá-lo, pois se tratava de brilhante oficial muito popular entre as tropas, com enorme prestígio na aristocracia
romana e no alto clero da Igreja por sua devoção e amizade com Agostinho,
bispo de Hipona e eminente filósofo católico, considerado santo
por muitos. Mas quando ficou claro que Bonifácio não se candidataria, pois se posicionara
firmemente em favor de Teodósio, os comandantes resolveram
continuar neutros e silenciosos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Pouco depois foram surpreendidos com a notícia de que uma tempestade afundara a frota do Império do Oriente,
afogando o exército mandado por Teodósio para combater Johannes, e este aprisionara
o general comandante que sobrevivera ao desastre. Isto fortaleceu a
posição do usurpador e ela seria segura se na mesma época não viesse a novidade
ainda mais surpreendente de que a viúva Placídia conseguira do seu sobrinho Teodósio o que
não conseguira do seu irmão Honório: a abdicação do trono do Ocidente em
favor do menino Valentiniano, então com seis anos de idade. Para completar,
Teodósio nomeara Placídia regente na menoridade do filho!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Todos acharam que se tratava de
uma piada, pois não viam como poderia uma mulher assumir o trono naquela difícil
situação e governar um império em guerra civil, atacado pelos bárbaros por
todos os lados. A pergunta que se fazia era como seria possível Placídia
retirar Johannes do poder e assumir o trono, pois ele
estava firme em Ravena, possuía o controle da administração da Itália e tinha
ao seu lado um exército de aderentes dado a catástrofe que se abatera sobre a
frota e as tropas de Teodósio. Ademais, ela estava a centenas de milhas em
Constantinopla, não tinha apoio popular e não dispunha de tropas dispostas a lutar pelo seu direito. Mesmo o fervoroso apoio de Bonifácio de nada lhe
servia, pois ele estava às voltas com a rebelião dos berberes na África e não
podia deslocar um único soldado para combater na Itália. Somando as coisas,
tudo que Placídia tinha era um decreto de Teodósio transferindo-lhe um trono
que não possuía, o que causava risos nas pessoas, certas de que ela fazia o papel do otário que comprara algo que não existia. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZTVkqeKLXpGDDB-GqNN9OvWPj99D32l5idsveLM9eBKOj_lVI3llpmtoJSDV0MBsWjs64fI-dUzO-gtTAh5Ineju0DZ0wVBq9_HiovQZ-6YHKoIj9-2YbFjsYyNiPiRYgXPHAzO3rtAkB/s1600/gala+placidia+-+familia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZTVkqeKLXpGDDB-GqNN9OvWPj99D32l5idsveLM9eBKOj_lVI3llpmtoJSDV0MBsWjs64fI-dUzO-gtTAh5Ineju0DZ0wVBq9_HiovQZ-6YHKoIj9-2YbFjsYyNiPiRYgXPHAzO3rtAkB/s1600/gala+placidia+-+familia.jpg" width="632" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">A imperatriz Galla Placídia e os seus filhos Valentiniano e Honória</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Porém as dúvidas na época mostram
que os seus contemporâneos ainda não conheciam a mulher de ferro que ela era. Sem
perder a calma, Placídia levantou grande soma de dinheiro e mandou agentes
secretos à Ravena para contatar os generais de Johannes e suborná-los para que
mudassem de lado. Ademais, ele cometera o erro fatal de ao invés de meter no
cárcere o general de Teodósio aprisionado o mantivera imprudentemente em
confortável prisão domiciliar onde recebia visitas e contatava partidários,
conspirando contra o seu captor quase que abertamente. Assim, o general prisioneiro avalizou o acordo
de Placídia com os generais traidores e foi o fim do breve reinado de Johannes.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O poderoso burocrata
imprevidente que ousara desafiar as instituições tivera a má sorte de
tornar-se inimigo de Placídia logo depois que ela enviuvara de Constâncio e
movera céus e terras na tentativa de fazer o amalucado imperador Honório
reconhecer como herdeiro o seu filho órfão Valentiniano de apenas quatro anos
de idade na época. Apesar de todos os agrados e carinhos com os quais procurara
conquistar o favor do irmão, este não se abalara e preferira ouvir as sórdidas
intrigas do seu secretário Johannes, o qual fizera espalhar por toda a capital o maldoso boato de que a ambição e a indecência de Placídia não tinham limites, pois para fazer do
menino Valentiniano imperador ela era capaz até mesmo de seduzir o irmão idiota
e com ele manter relações sexuais incestuosas. Suas excessivas demonstrações
públicas e privadas de “amor doentio” pelo irmão mentalmente enfermo não
poderiam ter outro significado senão este.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Habilmente, Johannes fizera com
que os boatos por ele mesmo fabricados chegassem aos ouvidos do quase demente
Honório, altamente devoto e que muitos diziam ser casto, contando-se como piada
que ele era o único homem na face da terra que enviuvara duas vezes de esposas
que morreram virgens. Em pânico, ele procurara o seu íntimo auxiliar e
conselheiro Johannes para dizer-lhe que estava horrorizado com a “enormidade do
pecado” das intenções da irmã Placídia, das quais jamais suspeitara e jurava
inocência, vendo com terror demoníaco a infame possibilidade de que as pessoas
pudessem acreditá-lo capaz de cometer tamanha aberração, como era o caso do
sórdido “crime de incesto”, por si só suficiente para condená-lo às eternas chamas do inferno! Em tão terrível situação, o que lhe aconselhava o
seu “fiel amigo”? Hipocritamente Johannes mostrara-se chocado e, após manifestar
sua solidariedade ao devoto imperador, disse-lhe que o melhor modo de afastar
as acusações seria eliminar a sua causa, expulsando Placídia e exilando-a com
os filhos na Corte do seu sobrinho Teodósio II em Constantinopla. Com essa
medida o mal seria cortado pela raiz e o povo veria que o virtuoso imperador
nada tinha a ver com a torpeza da irmã, tanto que a expulsara e exilara. Em breve tudo seria esquecido e poder-se-ia respirar de novo ar puro na Corte, pois <i>“longe dos olhos longe
dos pensamentos”!</i> <br />
<i><br /></i>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpdOxC5tFgNwOO4Api-4slSZWy2Xo5ieptF_sjs0QoJSMLqfQWhQ5g7vFInaPH1pCmmsOpv3OZHAMJBzrZOaKuFIkiVBsY1G7VDStWlfcWYzbwL8N8O4RRwmrwXhKwjF8ZB7GWxS8S5hfM/s1600/hon%C3%B3rio+-John_William_Waterhouse_-_The_Favorites_of_the_Emperor_Honorius_-_1883.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="364" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpdOxC5tFgNwOO4Api-4slSZWy2Xo5ieptF_sjs0QoJSMLqfQWhQ5g7vFInaPH1pCmmsOpv3OZHAMJBzrZOaKuFIkiVBsY1G7VDStWlfcWYzbwL8N8O4RRwmrwXhKwjF8ZB7GWxS8S5hfM/s1600/hon%C3%B3rio+-John_William_Waterhouse_-_The_Favorites_of_the_Emperor_Honorius_-_1883.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">O imperador Honório era um completo imbecil, pois se ocupava mais com as aves do<br />galinheiro do palácio do que com os negócios do Império</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em nome do imbecil Honório, o pérfido
burocrata agira imediatamente. Placídia foi presa em seus aposentos no palácio e
posta sob forte guarda. Antes que a notícia se espalhasse, ela e os dois filhos
pequenos foram embarcados na calada da noite em um navio militar com destino a Constantinopla
levando somente bagagem leve e acompanhada por modesta comitiva de apenas uma
dúzia de serviçais e damas de honra. Embora formalmente bem recebida na Corte
do sobrinho, ela foi tratada pela nobreza com o desdém que sofrem os poderosos
quando subitamente decaem de suas antigas posições de grandeza, mas não se
abalou nem baixou a crista e passou a planejar cuidadosamente sua vingança, acumulando
dinheiro e bons relacionamentos no meio civil e militar. Assim, ela estava
com tudo pronto e caiu sobre Johannes como um raio quando a ocasião
favorável surgiu. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Johannes foi deposto e preso em
um calabouço infecto (426 DC) e quando Placídia chegou triunfante a Ravena com
sua brilhante comitiva, em condições completamente opostas às de quando partira
em opróbrio dois anos antes, ordenou que Johannes fosse submetido as mais
cruéis torturas. Depois mandou que lhe cortassem a mão com a qual assinara a
ordem de sua prisão e expulsão e lhe cortassem a língua com a qual espalhara o
torpe boato que tanta dor moral e injusta humilhação lhe tinham causado.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDwaUXS_s57qqdGI1WvS2NfezZGSmZceTKQwcA153dx-MtPGLmSLtXjMJpPtgDxH1qaFYTjCRZlgabRz2LzSJbUacUtbi2mFLzyKAbbDp0ooI0kIiK4Mtaot2TVI4W7ulZnSrOojVuQhRO/s1600/gala+placidia+-mausoleu+4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="299" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDwaUXS_s57qqdGI1WvS2NfezZGSmZceTKQwcA153dx-MtPGLmSLtXjMJpPtgDxH1qaFYTjCRZlgabRz2LzSJbUacUtbi2mFLzyKAbbDp0ooI0kIiK4Mtaot2TVI4W7ulZnSrOojVuQhRO/s1600/gala+placidia+-mausoleu+4.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Detalhe do belíssimo teto do mausoléu da imperatriz<br />Gala Placídia em Ravena</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não satisfeita, esperou que o
deposto imperador se recuperasse fisicamente dos horríveis ferimentos e deu
prosseguimento à sua atroz vingança.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em um belo dia de sol, Placídia mandou
vestir Johannes de palhaço e o fez montar de costas em um burro no qual foi
fortemente amarrado. Depois ordenou que o infeliz prisioneiro fosse conduzido
em desfile perante a multidão que gargalhava e aplaudia nas ruas apinhadas o
imperial “palhaço”, seguido por uma trupe circense como se ele fosse o seu
chefe. O grotesco desfile terminou no circo da cidade, onde o decapitaram
publicamente e espetaram sua cabeça, assim como a mão e a língua amputadas já
ressecadas, em três lanças postas lado a lado em uma praça para simbolizar a
justa punição dos que pensam indecências, assinam indignidades e espalham
infâmias.<br />
<br />
De todos os imperadores romanos em cinco séculos, Vitelius, Heliogabalus, Johannes e Petronius Maximus foram os que tiveram morte mais ignominiosa. Curiosamente, as duas últimas ocorreram no século V, último do Império e quando o Cristianismo já reinava absoluto no mundo romano. Parece que devotos cristãos, como Galla Placídia, não tinham assimilado muito bem os ensinamentos Evangélicos sobre caridade e misericórdia.</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A trajetória do secretário cuja
ambição o fez viver gloriosamente como imperador e cuja torpeza o fez morrer humilhantemente
como palhaço, terminou com uma brutal alegoria sobre a fatuidade da grandeza
material e uma sangrenta advertência ética. Por outro lado, Placídia reinou sozinha gloriosamente por vários anos com o apoio do competente general Aécio até a coroação do seu filho Valentiniano III. Mesmo assim continuou a mandar por trás do trono até sua morte em 450 DC e passou à história como a única mulher que governou o Império Romano por seus próprios méritos políticos e administrativos. Mais de mil anos se passariam até que na pessoa de Elizabeth I da Inglaterra surgisse à frente de uma grande nação outra mulher tão valente, dura e capaz quanto ela.<br />
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5084150772219664474.post-54908465060810043332014-08-20T11:46:00.002-07:002015-09-29T12:04:19.242-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: x-small;"><u>Post nº 80</u></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 18.0pt;"><br /></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: x-large;">O MILAGRE GREGO E O NASCIMENTO DA CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL</span></b><br />
<b><span style="font-size: x-large;"><br /></span></b>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivNFtBEyG5c69LWnw-81iSj1yMWL8LssJiQw751lYqX5QpoWmuF1igwoKn0Yx6uh8YvxPyI3ECZn5oxWBAiKtbpJGEBFIiHJx_sLHfq6OQsj9Ezqkqfc2BJaB-4jND2ffG2QAOVHks2zML/s1600/Pericles+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="508" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivNFtBEyG5c69LWnw-81iSj1yMWL8LssJiQw751lYqX5QpoWmuF1igwoKn0Yx6uh8YvxPyI3ECZn5oxWBAiKtbpJGEBFIiHJx_sLHfq6OQsj9Ezqkqfc2BJaB-4jND2ffG2QAOVHks2zML/s1600/Pericles+1.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b><i>No século 5º AC Péricles construiu o Partenon que se tornou o símbolo da hegemonia cultural da Grécia</i></b></span></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjv60IOjwaIh6Fkn-TGDxuCNaa-EeWmMycbd3Ylg_mu5yZ3omX8GoBzlMC8ExkZEtQonSDaMwAlwmGBQnu8pfGpviBSQnqp7EVYzIt_c1iRl8vtbwojm-t1s9NxIPXkBWj4nnccBoodRUut/s1600/livro+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjv60IOjwaIh6Fkn-TGDxuCNaa-EeWmMycbd3Ylg_mu5yZ3omX8GoBzlMC8ExkZEtQonSDaMwAlwmGBQnu8pfGpviBSQnqp7EVYzIt_c1iRl8vtbwojm-t1s9NxIPXkBWj4nnccBoodRUut/s1600/livro+3.jpg" width="243" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 18.0pt;"><br /></span></b></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoDgw2XWKEpDSKDmSnb110CREs0F_7kkRHUbwn-SrxF_oheRqIa1Jnb7O8fcZiAemA7bAv1FHChhy31ysFO0K4EtC1KcFSrS2giElCecCAPyGq6EB0JFoyhJY603_6a8gkRqo7_X3dXv51/s1600/livros.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="231" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoDgw2XWKEpDSKDmSnb110CREs0F_7kkRHUbwn-SrxF_oheRqIa1Jnb7O8fcZiAemA7bAv1FHChhy31ysFO0K4EtC1KcFSrS2giElCecCAPyGq6EB0JFoyhJY603_6a8gkRqo7_X3dXv51/s1600/livros.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Para adquirir estes livros clique </span></b></i><i style="font-size: 12.8px;"><b><span style="font-size: x-small;"><i style="font-size: 13px;"><b><span style="font-size: x-small;">acima em nossa livraria</span></b></i></span></b></i><br />
<i style="font-size: 12.8px;"><b><span style="font-size: x-small;"><i style="font-size: 13px;"><b><span style="font-size: x-small;">virtual ou vá ao site da Amazon.com</span></b></i></span></b></i><br />
<i><b><span style="font-size: x-small;">
</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É pacífico entre os estudiosos
que a Civilização Ocidental se fundamenta em três pilares: a <i>Cultura Grega, </i>o <i>Direito Romano </i>e a <i>Teologia
Judaica</i>. Porém, considerando-se: <i>a) </i>que
o Direito Romano inspira-se em boa parte nas Leis atenienses de Sólon e é
influenciado pela Filosofia Estóica; <i>b) </i>que
o Velho Testamento somente tornou-se conhecido após ser publicado em grego no
século II AC e, <i>c)</i> que o Novo
Testamento foi inteiramente escrito em grego, parece-nos certo dizer que a
Civilização Ocidental nada mais é do que a ampliação e evolução da Civilização
Grega ao longo dos séculos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A Grécia é uma pequena nação
milenar de escassa população, cujo solo pedregoso jamais lhe permitiu ter
próspera agricultura e boa pecuária. Grande parte é constituída por ilhas
rochosas no mar ao redor, tão áridas quanto o solo continental. É pobre de minérios
e na antiguidade suas habilidades náuticas, industriais e comerciais não superavam
outros povos mediterrâneos, como os fenícios. Ademais, a Grécia não era um
“país” na acepção do termo, mas um ajuntamento de pequenos países formados por
“cidades-estado” independentes umas das outras e sem um poder central que as
unisse política e administrativamente. A rivalidade entre esses “mini-países”
era intensa e guerreavam muito mais uns contra os outros do que contra
“estrangeiros”, mas apesar das rivalidades todos se julgavam “gregos” e partes
de uma coisa maior chamada “Grécia”, dentro da qual partilhavam a mesma língua,
cultura, religião e origem étnica. A Grécia, portanto, era uma NAÇÃO mas não
era um PAÍS, de sorte que quando os seus habitantes se sentiam ameaçados por um
poder “de fora” ou “estrangeiro” uniam-se em uma confederação e elegiam comandante
supremo alguém com grande experiência militar e prestígio político de uma das
suas cidades mais importantes, tal como ocorreu na lendária Guerra de Tróia e
nas guerras contra o Império Persa. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjToIvGmmeGSYa0mZcyAfRfRVveUe7i3pFU-j2_rBgCmTNQ4vcpT8bRC2dvJ9GK0C2LD_PnsDzoJhoqfzylAYZJapeJNNxaLRHA4q0KvaAg_JaMXTwNcUDUIGwZpJELUYLx1zPgAnhP68LK/s1600/batalha+de+salamina+-ilustra%C3%A7%C3%A3o+livro+escolar+s.19.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjToIvGmmeGSYa0mZcyAfRfRVveUe7i3pFU-j2_rBgCmTNQ4vcpT8bRC2dvJ9GK0C2LD_PnsDzoJhoqfzylAYZJapeJNNxaLRHA4q0KvaAg_JaMXTwNcUDUIGwZpJELUYLx1zPgAnhP68LK/s1600/batalha+de+salamina+-ilustra%C3%A7%C3%A3o+livro+escolar+s.19.jpg" width="458" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Na batalha naval de Salamina os gregos derrotaram os persas e<br />mantiveram sua independência</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Vê-se assim que a Grécia, além de
pequena e pobre, era política e administrativamente dividida, não dispunha de
real poder econômico e militar, e por isso não possuía peso internacional. Ainda por cima era atormentada por constantes disputas e guerras entre suas
cidades, o que a fazia ainda mais pobre e insignificante. Como, então, se
explica possa ter produzido tão extraordinária cultura, fonte de todos os
nossos saberes científicos, filosóficos, jurídicos, literários, artísticos e
até mesmo desportivos ?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O mistério até hoje não foi
solucionado apesar das muitas teorias e hipóteses a respeito, todas elas sem maior
sustentação, o que levou sábios eminentes a chamarem o fenômeno ocorrido na
Grécia entre os séculos VI e II AC de “MILAGRE GREGO”.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não é que os gregos desse longo e
extraordinário período de 400 anos tenham criado e descoberto tudo, pois seu
grande mérito na maioria dos casos foi sistematizar conhecimentos já existentes,
especialmente nas áreas da matemática e da geometria, mas lhes deram validade
científica formulando postulados e teoremas expostos em Tratados ainda
plenamente válidos e estudados nas Escolas. Com isso descobriram que a Terra
era redonda, girava em torno do Sol e seu tamanho era quase igual ao que
somente nos foi possível medir com exatidão 2.200 anos depois com a ajuda de
satélites artificiais e de sofisticado aparato científico. <br />
<br />
Fato ímpar no mundo, inclusive no Ocidente, onde até o século XIX proibia-se às mulheres o acesso às universidades, os gregos séculos antes de Cristo não só incentivavam a educação feminina como davam à mulher lugar de destaque na vida intelectual da nação, louvando-a e premiando-a, do que é exemplo a grande poetisa Corina derrotando o grande poeta Píndaro em vários concursos de poesia.<br />
<br />
Mas foi na filosofia que o "Milagre Grego" atingiu o seu ponto mais alto. De um modo ou de outro, todo o pensamento ocidental tem suas raízes no pensamento dos antigos filósofos gregos, quer nos chamados pré-socráticos, como Tales de Mileto, Heráclito, Anaxágoras e Demócrito, quer nos chamados pós-socráticos, como Platão, Aristóteles, Zeno e Epicuro. É interessante notar que o ponto de referência, como se fora uma espécie de divisor de águas entre pensadores antigos e modernos dentro do contexto grego, é Sócrates, considerado com justiça o patriarca da Filosofia do Ocidente.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBytoC6LDJQCEwRmTXxB2rte7yPOs8TyvJczCeDeb0JdtHThltHUJpfty6XtvBOQT5C6cspYN2gRcySZnWenPtngAiowoWtYsF_ZCkGAY4CATI5Tz81R0BrrG1PiykqDAEEoX04umlV-EY/s1600/socrates+II.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBytoC6LDJQCEwRmTXxB2rte7yPOs8TyvJczCeDeb0JdtHThltHUJpfty6XtvBOQT5C6cspYN2gRcySZnWenPtngAiowoWtYsF_ZCkGAY4CATI5Tz81R0BrrG1PiykqDAEEoX04umlV-EY/s1600/socrates+II.jpg" width="514" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Sócrates, através do seu discípulo Platão, é considerado o patriarca do<br />pensamento filosófico ocidental</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
Infelizmente poucos livros de grandes escritores da antiguidade chegaram até nós, fazendo com que só tenhamos fragmentos de sábios pré-socráticos como Heráclito e Pitágoras ou mesmo de pós-socráticos como Epicuro e Zeno. O mesmo ocorre com as grandes poetisas gregas como Safo, Corina e Trasila, de cuja excelente obra lírica só temos fragmentos e notícias dadas por outros autores, mas que são suficientes para aquilatarmos do valor da sua obra e do prestígio que gozaram na Grécia da sua época. Apenas para comparar, os romanos, séculos posteriores aos gregos e com hegemonia muito maior e muito mais duradoura, e que por isso as obras dos seus grandes autores nos chegaram bem mais conservadas e em muito maior número, não nos legaram nenhuma poetisa ou mulher de reconhecido valor intelectual.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIKQFiaxOiBk5Ivwt8LNHScW118ww7X2VUsR0dHxPxpWC0NXMJHiCJKeysm8p1rZAT3VwKUFeqB6ztpy_Iw3wVx6iiAyzaScKQXxlCjSvBFJQfNYhzT_oIseNMSh4bzFV-w9c9YrSExktI/s1600/safo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIKQFiaxOiBk5Ivwt8LNHScW118ww7X2VUsR0dHxPxpWC0NXMJHiCJKeysm8p1rZAT3VwKUFeqB6ztpy_Iw3wVx6iiAyzaScKQXxlCjSvBFJQfNYhzT_oIseNMSh4bzFV-w9c9YrSExktI/s1600/safo.jpg" width="626" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Safo foi a mais importante poetisa grega da antiguidade e é considerada uma das<br />maiores poetisas de todos os tempos</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Porém o mais impressionante é que
numa “Era” ainda pré-científica os gregos criaram ciências como a Filosofia, a
Estética, a Pedagogia, a Física, a Metafísica e a História; métodos de raciocínio e de investigação como a
Dialética e a Lógica Formal. Criaram a arte como expressão do sentimento e da
beleza ideal mostrada em suas insuperáveis esculturas e o esporte como
expressão da mais apurada técnica e da beleza física eternizada nas Olimpíadas.
Também criaram sofisticada tecnologia, como os notáveis aparelhos de elevado
nível tecnológico de Arquimedes e Hieron de Alexandria. Na literatura, criaram
o teatro nos moldes que, com as devidas adaptações, assistimos até hoje, e
criaram quase todos os gêneros de poesia e de verso que conhecemos. Finalmente,
deram caráter científico à Medicina, até então território privativo do
empirismo e da superstição, e no nosso tempo médicos que concluem o curso e
saem da Escola para exercer a “arte de curar” fazem o Juramento de Hipócrates, médico
grego considerado o pai da medicina.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggofJd1Q46jSGXkJ35eAnpqJFE_Mg5Zg1HY1yDA6Vhv0Kbms8cK8nFRKvmRCk-3UAxLvXRz6Bg503x0RQv10bMiO0XYg8SAafEE6PD7WE4GcBc1N6wvrZy6EYY3M65JMK9q320VRHcGAJJ/s1600/Plato_Aristotle.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggofJd1Q46jSGXkJ35eAnpqJFE_Mg5Zg1HY1yDA6Vhv0Kbms8cK8nFRKvmRCk-3UAxLvXRz6Bg503x0RQv10bMiO0XYg8SAafEE6PD7WE4GcBc1N6wvrZy6EYY3M65JMK9q320VRHcGAJJ/s1600/Plato_Aristotle.jpg" width="488" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Inspirados pelo pensamento de Sócrates, os sábio Platão e Aristóteles criaram as</span></b></i><br />
<i><b><span style="font-size: x-small;">bases filosóficas e científicas da Civilização Ocidental</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Um episódio trivial mostra em
poucas palavras a enorme importância da Cultura Grega para a nossa Civilização. Conta-se que o sábio Albert Einstein foi a uma recepção na casa de
um colega na Universidade de Princeton e alguém lhe perguntou se ele já se
indagara por que “um Einstein surgira no Ocidente e não na China”. Todos riram
achando que o sábio responderia com uma das suas piadas, mas ele disse sério:
“já pensei sobre isso e concluí que tanto eu quanto os meus colegas surgimos no
Ocidente por duas coisas que se uniram para que a Revolução Científica
ocorresse na Europa e não na Ásia: a invenção da Lógica Formal pelos sábios gregos no
século IV AC e a invenção do Método Experimental pelos sábios europeus ocidentais no
século XVII DC”. Para o genial Einstein todo o
nosso atual progresso científico e tecnológico tem por base o feliz fato de que
em um dia qualquer há 2.400 anos em Atenas o professor Aristóteles sentou-se na cadeira de sua escrivaninha e decidiu escrever um manual escolar para ensinar aos seus
alunos a técnica de pensar e de raciocinar corretamente, criando um método
seguro de busca da verdade a que se deu posteriormente o nome de “Lógica Formal”.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Todavia, penso que em meio as
extraordinárias contribuições do “Milagre Grego” à civilização a mais notável
de todas foi retirar o HOMEM da periferia do universo e colocá-lo no seu centro,
tirando-o da sua condição de simples ATOR e fazendo-o também AUTOR da sua
própria História. Até então, como depois na Idade
Média, achava-se que o centro do universo era ocupado pelos deuses e o homem
era somente um apêndice e joguete do seu poder, mas os gregos fizeram os deuses
iguais aos homens em físico, virtudes e defeitos, dando-lhes como caráter
distintivo apenas a imortalidade, único predicado divino de que o homem não é
dotado, não obstante ser sua suprema aspiração. Assim, puseram o homem junto aos
deuses como seus “quase iguais” e criaram a mais importante de todas as
correntes de pensamento na história da humanidade: O HUMANISMO !</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhessj6FplZ7EehIhdR8qRu1aKMZOvmVzKAIbw1FUw5F6TLxYN7h7MEhZ6fLF4Yd5TIvRfSyDopePM-HB97jgwuGt7F_AQjkROyqSNhwcIss8raqHJrzFzxj-_QFlMIpgXUv2nb1uSANDgg/s1600/Alexandre+recebendo+aula+de+arist%C3%B3teles+-+gravura+de+jean+leon+ger%C3%B4me+ferris+s%C3%A9c.XIX+.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhessj6FplZ7EehIhdR8qRu1aKMZOvmVzKAIbw1FUw5F6TLxYN7h7MEhZ6fLF4Yd5TIvRfSyDopePM-HB97jgwuGt7F_AQjkROyqSNhwcIss8raqHJrzFzxj-_QFlMIpgXUv2nb1uSANDgg/s1600/Alexandre+recebendo+aula+de+arist%C3%B3teles+-+gravura+de+jean+leon+ger%C3%B4me+ferris+s%C3%A9c.XIX+.jpg" width="446" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Os gregos davam grande valor à educação e Alexandre, maior dos guerreiros,<br />teve como professor Aristóteles, maior dos mestres</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O Cristianismo assimilou boa
parte da filosofia grega, mas deu ao humanismo feição diversa: ao invés de <i>fazer de Deus preocupação do homem</i>, inverteu
os pólos da equação e <i>fez do homem
preocupação de Deus</i>, negando a aquele os atributos deste, que passaram a
ter extensão imensamente maior do que os poucos e fracos atributos dos “humanizados” deuses criados pelos gregos, pois estes recusavam à divindade atributos que consideravam
absurdos porque totalmente incompreensíveis à sua mente prática e racional,
como é o caso do atributo da <i>perfeição
absoluta </i>do Deus cristão. O “humanismo” só voltaria a ser
tema de debates na <i>Renascença</i> e os
melhores intelectuais da época, como D’Avinci, Erasmus, Morus e Michelangelo,
eram notórios humanistas à moda grega, embora católicos devotos. Na ocasião a Grécia de há muito
perdera seu esplendor intelectual e era página virada da História, tendo
voltado a ser o país insignificante que a natureza talhara
para ser, mas o período áureo da sua cultura no primeiro milênio antes de
Cristo, embora totalmente inexplicável, continuava a existir nos sonhos dos
poetas e dos artistas, no pensamento dos filósofos de todas as tendências e nos projetos inovadores dos letrados, inspirando-os
a vôos mais ousados e às mais brilhantes realizações.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Penso que o “Milagre Grego” é o
mais extraordinário e o mais feliz de todos os muitos inexplicáveis episódios e
intrigantes mistérios que povoam a História.<br />
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5084150772219664474.post-45079038289891722872014-08-07T14:48:00.000-07:002015-09-27T12:04:19.740-07:00<b>Post nº 79</b><br />
<b><br /></b>
<br />
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: x-large;">AS GRANDES CRISES ECONÔMICAS DA HISTÓRIA</span></b><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkZlT2A_3aMsyw9XY7p5qM5grZ0ltD09muJtNmcYe5__JqK4vFg6o6m9qXWNzqcxVrDYy-xwF3QxigznR2Rf3u83yNclkI-Hiq-yK7wRpaka4TysyR_5KClpSljkjmwrHcVq98giL8CO85/s1600/clipper+Vonstetinalightning.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="428" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkZlT2A_3aMsyw9XY7p5qM5grZ0ltD09muJtNmcYe5__JqK4vFg6o6m9qXWNzqcxVrDYy-xwF3QxigznR2Rf3u83yNclkI-Hiq-yK7wRpaka4TysyR_5KClpSljkjmwrHcVq98giL8CO85/s1600/clipper+Vonstetinalightning.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">No século XIX a invenção do navio "clipper" multiplicou o comércio em todos os quadrantes do mundo e o<br />mercado financeiro ganhou enorme importância. A economia se globalizou e suas crises também</span></b></i><br />
<br /></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: x-large;"></span></b></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5FFyfl26LqvcRwYRCzf0bZATFjbvFlZWMxfuDn1DGvSmYEpTEYBwTk77LbCFBUZ4uYcTZBHFBn-e_pnh_BKIaYRNSchoNCGf6e8aXUd7Nu5HODFyApoX0hb_Ls-HOcSx6Lx5W9uKvBUbh/s1600/roman+agrarian+reform.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="440" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5FFyfl26LqvcRwYRCzf0bZATFjbvFlZWMxfuDn1DGvSmYEpTEYBwTk77LbCFBUZ4uYcTZBHFBn-e_pnh_BKIaYRNSchoNCGf6e8aXUd7Nu5HODFyApoX0hb_Ls-HOcSx6Lx5W9uKvBUbh/s1600/roman+agrarian+reform.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">A 1ª grande crise econômica de que temos notícia clara é a "crise agrária" de Roma no século II AC. Ela<br />causou grave crise política e o assassinato dos senadores reformistas Caio e Tibério Graco</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A primeira grande crise econômica
de que se tem notícia ocorreu no Egito há quase quatro mil anos e é relatada na
Bíblia através da parábola das <i>“7 vacas
gordas e 7 vacas magras”. </i>Abstraindo a parte fantasiosa da história, tudo indica<i> </i>que o sábio escravo judeu José previu que algo andava mal na Economia do país e preveniu o faraó com bons argumentos. Este então o nomeou 1º ministro com amplos poderes para enfrentar a crise que se avizinhava e a história bíblica mostra como um líder sábio e inteligente é capaz de prever a marcha da economia no médio prazo
e de agir de acordo a fim de evitar possível catástrofe.<br />
<br />
Além da "Grande Crise Egípcia do 2º Milênio AC", a história registra outras graves crises
econômicas, embora dando muito mais ênfase aos seus aspectos políticos do que aos seus aspectos puramente econômicos. As mais graves ocorreram no Império
Romano, cuja história conhecemos com abundância de detalhes, destacando-se na
Era Pré-Cristã a <i>crise agrária </i>do
século II AC, que causou o assassinato dos senadores reformistas Tibério e Caio
Graco, e a <i>crise dos devedores </i>no
século I AC, que causou a rebelião e morte do senador reformista Lucius
Catilina, alvo no Senado de Roma das famosas “Catilinárias”, notáveis discursos do grande
orador Marcus Tulius Cícero, líder da facção conservadora. Mas todas elas foram
localizadas e não ultrapassaram os limites dos países onde ocorreram e de suas regiões vizinhas, como foi o caso da "Crise Egípcia", a qual também atingiu a Judeia, conforme o relato bíblico.<br />
<br />
A primeira crise de
natureza realmente global, pois atingiu vários países da Europa, norte da
África e Oriente Próximo, foi a <i>crise
inflacionária</i> do final do século III da Era Cristã. O excesso de gastos do
governo imperial com revoltas, invasões e guerras civis causou cunhagem
exagerada de moeda metálica, sobretudo das que não tinham valor intrínseco,
como era o caso das moedas de cobre, e os preços dispararam, levando o imperador Diocleciano a decretar
o primeiro congelamento generalizado de preços da história. Mas seu efeito foi
limitado e o que realmente solucionou a crise foi paralisar a cunhagem de moeda,
moralizar a arrecadação de impostos e cortar as despesas. Isto Diocleciano conseguiu dando
racionalidade à administração através da divisão do imenso Império em quatro impérios menores, todos unidos sob sua autoridade em uma espécie de federação. Ele nomeou imperadores três generais de sua confiança e os colocou em lugares estratégicos, onde
ficassem mais perto dos administrados e pudessem fiscalizar a máquina
burocrática do Estado com eficácia. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nos tempos modernos as crises
econômicas cresceram e se tornaram o fato dominante na vida dos povos, mesmo
quando eles disso não se apercebam, fazendo menos importantes até mesmo guerras
e revoluções. A crise atual, iniciada em 2008, ainda está em pleno desenvolvimento
e ninguém pode prever seus desdobramentos futuros, mas uma coisa é certa: sua
solução está longe, pois todos os remédios aplicados até agora se mostraram
apenas tópicos, incapazes de lhe dar um final feliz. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Este blog é sobre “História
Antiga”, mas, sendo as crises econômicas fenômeno quase tão antigo quanto a
civilização, creio que não fugiremos do nosso objetivo se aqui as abordarmos
dentro de um contexto abrangente que tenha o “moderno” como simples
desdobramento do “antigo” para o bom entendimento do aficionado de história. Visando auxiliar tanto os
economistas quanto os leigos a melhor entenderem a crise atual, pois a solução
de qualquer problema passa por sua prévia compreensão, a ótima revista
britânica “The Economist” publicou breve história das cinco maiores crises dos
últimos tempos, que republicamos abaixo. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipQp5tlAqHdvPMTsrOHEcIyBhwJZDrfJq7SWoE7dJTIt5yzeIdzSQnuxl8NyEiVff5U_4z1eZQ9XLDq4y9CJZkPIvike8QAT7qNQAcBgj0XUcE2HLOOAkfy1ge4KNW_bpx6NG_MlsUFSKI/s1600/Crise+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipQp5tlAqHdvPMTsrOHEcIyBhwJZDrfJq7SWoE7dJTIt5yzeIdzSQnuxl8NyEiVff5U_4z1eZQ9XLDq4y9CJZkPIvike8QAT7qNQAcBgj0XUcE2HLOOAkfy1ge4KNW_bpx6NG_MlsUFSKI/s1600/Crise+1.jpg" width="586" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoc49dYu5jMq7tQOU4QNLTrzgQ6SCTtyX80zhT-NH5UIIb-PRDTe_lPTRB7oc0dIeXL6_xj7eZI9dYPHKWuygTl3WoPkaPlq3cQ8JAEOCJj0Dp4VvWmCRQ8BDkmEVR2VwuEjsySGwjTj8X/s1600/Crise+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoc49dYu5jMq7tQOU4QNLTrzgQ6SCTtyX80zhT-NH5UIIb-PRDTe_lPTRB7oc0dIeXL6_xj7eZI9dYPHKWuygTl3WoPkaPlq3cQ8JAEOCJj0Dp4VvWmCRQ8BDkmEVR2VwuEjsySGwjTj8X/s1600/Crise+2.jpg" width="500" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNIud8u1LOFQpc0q6Utt488Jc8fG9zzsxvpQTAZi_hqKk0ku_OHAlxrzIYHsFduf_3kGLnIdJ9IEh8nR63fi1eox-Qnwz6Gjq-bUIuVatS7jLHOlnT4XrzPSQlzS_VOr5U3_CXQAh0aNnV/s1600/Crise+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNIud8u1LOFQpc0q6Utt488Jc8fG9zzsxvpQTAZi_hqKk0ku_OHAlxrzIYHsFduf_3kGLnIdJ9IEh8nR63fi1eox-Qnwz6Gjq-bUIuVatS7jLHOlnT4XrzPSQlzS_VOr5U3_CXQAh0aNnV/s1600/Crise+3.jpg" width="458" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: x-large;"><br /></span></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyHvwP88P3SNKlszROprm9u84KicYRqygJy5vEA3k5RstSnDlabVl93WzfF6qX88xCjDEUHpUEABvpSEUnAwgx-BSpqTcWMuHSgNZoQwwbg28gY_gFQ59NFNT2MasSUWUrGdv27c7FAd88/s1600/Crise+4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyHvwP88P3SNKlszROprm9u84KicYRqygJy5vEA3k5RstSnDlabVl93WzfF6qX88xCjDEUHpUEABvpSEUnAwgx-BSpqTcWMuHSgNZoQwwbg28gY_gFQ59NFNT2MasSUWUrGdv27c7FAd88/s1600/Crise+4.jpg" width="468" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: x-large;"><br /></span></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK2PyPi_g94jEY5GxSVx7UNDwqC8Q4bkyrs6a3gUISILOXBaGFSDOtfk_ar8A3AfsdsK1cap2v_aUKOj68kARTOIbz-Bue_vrlMQK7qMnu4kfVWg4F_W_jEvIVqkhLShlOSIyjZQ8fzUhm/s1600/Crise+5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK2PyPi_g94jEY5GxSVx7UNDwqC8Q4bkyrs6a3gUISILOXBaGFSDOtfk_ar8A3AfsdsK1cap2v_aUKOj68kARTOIbz-Bue_vrlMQK7qMnu4kfVWg4F_W_jEvIVqkhLShlOSIyjZQ8fzUhm/s1600/Crise+5.jpg" width="450" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: x-large;"><br /></span></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuzfeCIcM5rDtpQudsrtsKwTuxlR9TJaJadKspo_5lLFc4nK7jz5l2DpYkoWy-Q4wG1pKZNiDMScHP5S6DTvZ13wTCEFBlqbGA_RnP8mX2QB9jd8aqdQVC6E2Jw_rHM6vsLlFH6b1A-eKQ/s1600/Crise+6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuzfeCIcM5rDtpQudsrtsKwTuxlR9TJaJadKspo_5lLFc4nK7jz5l2DpYkoWy-Q4wG1pKZNiDMScHP5S6DTvZ13wTCEFBlqbGA_RnP8mX2QB9jd8aqdQVC6E2Jw_rHM6vsLlFH6b1A-eKQ/s1600/Crise+6.jpg" width="452" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: x-large;"><br /></span></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpzNEzzBEWzeO8yLU8a1-Uvgx_PMOhLEMlpmgPaZRATrnFUzsg01x2ukhpLmbeJ5CqRkw3egSsv6sgMjMBzIblwaE9-tBIEZw9ajusHTs1vyEpJ-0LXPDxK4B0z0x64bfd4prXGVg3m6O9/s1600/Crise+7.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpzNEzzBEWzeO8yLU8a1-Uvgx_PMOhLEMlpmgPaZRATrnFUzsg01x2ukhpLmbeJ5CqRkw3egSsv6sgMjMBzIblwaE9-tBIEZw9ajusHTs1vyEpJ-0LXPDxK4B0z0x64bfd4prXGVg3m6O9/s1600/Crise+7.jpg" width="454" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: x-large;"><br /></span></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5084150772219664474.post-4570326758286532332014-06-20T09:47:00.002-07:002018-08-07T14:30:08.354-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<b><u><span style="font-size: 10.0pt;">Post nº
78</span></u></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: center;">
<span style="font-size: x-large;"><b>ÁTILA É PARALISADO NAS MURALHAS DE AQUILEIA PELA SUPERSTIÇÃO</b></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: center;">
<span style="font-size: x-large;"><b><br /></b></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoDyzqJ8afvTWzncxemlFYE9ZkqUJ8D_hCR7c9BJuPbqY8CnB_JLwM06e19bApuioKJfZMbAV6MatR7jUMlWvhFOM2lI0qrE7WVmQhtlU24PUTPeUgOHkqIOusAAI7egowmhUdP1MipHkO/s1600/atilla+-+alphonse+de+neuville+s%C3%A9c.19.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoDyzqJ8afvTWzncxemlFYE9ZkqUJ8D_hCR7c9BJuPbqY8CnB_JLwM06e19bApuioKJfZMbAV6MatR7jUMlWvhFOM2lI0qrE7WVmQhtlU24PUTPeUgOHkqIOusAAI7egowmhUdP1MipHkO/s1600/atilla+-+alphonse+de+neuville+s%C3%A9c.19.jpg" width="480" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b><i>Átila vingou-se da valente resistência da grande cidade romana de Aquileia<br />destruindo-a até os alicerces após três meses de cerco</i></b></span></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoQ568znZE-oo4iJ5H09Oxrg1KCPgVg-iNXFe9wbNGYOJfJ03-6DuaEA7r4aIRDTOw7o9pZDqt_y65WxnVEa2i-QhcSNmjwimN9z-n-Pp33UFFt45rkoEcqzb63n_ZyaCVkTycY-KFx7Gw/s1600/livro+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoQ568znZE-oo4iJ5H09Oxrg1KCPgVg-iNXFe9wbNGYOJfJ03-6DuaEA7r4aIRDTOw7o9pZDqt_y65WxnVEa2i-QhcSNmjwimN9z-n-Pp33UFFt45rkoEcqzb63n_ZyaCVkTycY-KFx7Gw/s1600/livro+3.jpg" width="243" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJNe8tUdedGi1B_5GYWQ4oTmObE7QywXbV4MqfprVBjmSx0CpmzDnSnX3MZdFOrMgIN_xRGCJg5iXCt-RNqvPlki0QEGtlwTVb8Oszwu33OExFJhzw3Oc5tA22fI9TW50fyMfG_KTd52Vq/s1600/livros.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="231" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJNe8tUdedGi1B_5GYWQ4oTmObE7QywXbV4MqfprVBjmSx0CpmzDnSnX3MZdFOrMgIN_xRGCJg5iXCt-RNqvPlki0QEGtlwTVb8Oszwu33OExFJhzw3Oc5tA22fI9TW50fyMfG_KTd52Vq/s1600/livros.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Para adquirir estes livros clique acima em nossa livraria</span></b></i><br />
<i><b><span style="font-size: x-small;">virtual ou no site da Amazon.com</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: center; text-indent: 45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
Átila ficara furioso com a sua derrota na Gália e decidiu vingar-se de Aécio invadindo a Itália no ano seguinte, onde ele sabia que a posição militar do seu adversário era frágil por não dispor de aliados poderosos como na Gália. O exército huno também ficara enfraquecido com a derrota nos Campos Catalúnicos, mas ainda era enorme se comparado com o isolado exército de Aécio. Por isso cruzou
os Alpes orientais no final de março de 452 DC e cercou Aquileia, a maior e mais importante cidade do nordeste da Itália, intimando-a a render-se. A cidade<i> </i>recusou os termos de rendição e a batalha começou. Aconteceu então um fato que paralisou os hunos: no alto
das muralhas havia soldados negros como carvão!</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
A massa de
guerreiros hunos jamais vira gente dessa cor e ficou aterrorizada, pensando que certamente
eram demônios que tinham vindo defender a cidade. Na verdade os “demônios” eram
guerreiros vindos do sul do grande deserto africano, sobreviventes de uma feroz
guerra tribal. Tinham se incorporado como guardas a uma grande caravana que
seguia rumo a Cartago. Quando lá chegaram, maravilharam-se com a imensa
metrópole, mas ficaram desempregados e o sheik seu ex-patrão, um homem
compassivo que se afeiçoara a eles, procurou ajudá-los. Como os guerreiros não
sabiam fazer outra coisa senão lutar, o sheik lhes procurou emprego de natureza
militar e soube que no sul da Itália legiões romanas estavam recrutando
mercenários para preencher seus quadros devastados na recente guerra contra os
hunos. Conseguiu passagens para eles em navios que se dirigiam aos portos do
sul da península e pediu aos capitães seus amigos que os encaminhasse aos postos
de recrutamento tão logo desembarcassem.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
Assim
aconteceu, e uma centena deles foi incorporada a uma legião juntamente com
milhares de mercenários das mais diversas nacionalidades que para lá iam em
busca de emprego. A grande legião perdera metade dos seus efetivos e por isso
alistara mais de três mil mercenários, todos eles experientes na arte da
guerra. Os duros treinamentos durante o outono e o inverno lhes ensinaram a
disciplina e as táticas de combate romanas, fazendo com que a legião<i> </i>readquirisse seu antigo poderio e
estivesse pronta para a batalha ao ser mandada para Aquileia no começo da
primavera. Quatro dias após sua chegada os hunos aproximaram-se e a luta
começou.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
Foi quando
viram os soldados negros e recuaram em pânico.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
Átila, ao
contrário da nossa propaganda na época, e que continua sendo repetida até hoje,
não tinha nada de ignorante: conhecia várias cidades do norte da Itália,
inclusive Ravena, e sabia falar, ler e escrever latim razoavelmente. Durante
suas visitas à Itália vira pessoas de pele escura e sabia que elas não tinham
nada a ver com “demônios”; por isso fez um veemente discurso aos supersticiosos
soldados censurando-lhes a covardia e explicando-lhes que os soldados negros de
quem tanto tinham medo eram gente comum, vinda de um lugar distante do outro
lado do mar, onde o calor abrasador queimava a pele do povo e lhe dava a cor
negra.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYfNihFkWiwjv01EQwAIUzlO0L34LKgHBcSJFoiONu9fwr5SAu-NqGkBPRln7ORG97q6pjws_FMOZnzWmzeWtKzwW9AtUNJlKQaXZoGnDbkSGnjRdssZ4DjP3sAtGGHs73nAoCKxEB_y-p/s1600/atilla+corte+-M%C3%B3r+Than+s%C3%A9c.19+-galeria+nacional+budapeste.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="436" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYfNihFkWiwjv01EQwAIUzlO0L34LKgHBcSJFoiONu9fwr5SAu-NqGkBPRln7ORG97q6pjws_FMOZnzWmzeWtKzwW9AtUNJlKQaXZoGnDbkSGnjRdssZ4DjP3sAtGGHs73nAoCKxEB_y-p/s1600/atilla+corte+-M%C3%B3r+Than+s%C3%A9c.19+-galeria+nacional+budapeste.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Ao contrário do que diz a história oficial, Átila não tinha nada de selvagem e o filósofo bizantino Crispus, que<br />foi embaixador de Constantinopla na sua corte, diz que ela era bastante sofisticada </span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
Certo de que
suas explicações tinham bastado ordenou novo ataque, mas os soldados
mantiveram-se a uma distância segura atirando flechas e pesadas pedras com as
suas catapultas ao invés de tentarem escalar a muralha.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
Indignado,
Átila ordenou várias execuções por covardia, e ele pessoalmente cortou a cabeça
de meia dúzia de “covardes”, mas isso em nada melhorou o ânimo combativo das
tropas. Ele estava sem entender o que se passava na mente dos soldados
acovardados quando um dos seus generais o procurou e disse-lhe: “Os homens não
são covardes nem tem medo de morrer em combate, pois sabem que se morrerem
lutando uma bela Valkiria levará suas almas para o Valhalla, onde passarão a
eternidade caçando e galopando pelos seus paradisíacos campos sem fim; mas
acham que se forem mortos por um <i>demônio</i>
<i>imortal</i> este se tornará dono das suas
almas e as levará para o inferno onde sofrerão eternamente”!</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
“Então é
isso”, disse Átila, “Os soldados acham que os negros são demônios porque são
imortais; se é assim, só há uma solução: matar um deles”!</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
Ele notara que
os legionários negros tinham se divertido com a “covardia” dos atacantes e por
isso ficavam imprudentemente de pé nas ameias fazendo gestos obscenos e
zombando do inimigo, que até então se conservara à distância. Mandou suas
tropas se postarem em frente da cidade e calmamente as passou em revista;
depois fez meia volta e se aproximou da muralha, galopando velozmente ao longo
dela sob uma chuva de flechas enquanto mirava cuidadosamente um dos legionários
negros de pé sobre a ameia. O disparo do seu arco foi preciso e o soldado
imprudente caiu do alto com o pescoço trespassado por uma flecha certeira.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
Quando voltou
da sua teatral corrida sob os aplausos ensurdecedores das suas tropas o valente
rei dos hunos lhes disse: “Vocês viram que os negros não são demônios, pois não
são imortais; vamos agora lutar de verdade e derrotá-los”! Os ferozes
guerreiros atacaram em massa e só então a batalha de Aquileia realmente
começou. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
Por incrível
que pareça a cidade resistiu três meses!</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgq7WltM1-wnzDAG-8r7xoOT_VMqkiQCZCZkZfk6uhIsFuNof_5FY6vzZsRfRGeLtL7t-FGwHFJoQ8WRbQzV-jche-o6MWmE6St2CHO0mLPo8lolUlm0J-w70cCe2X3ICqwKswX5itDJGRg/s1600/Ezio+-+Todd+Thomas+na+%C3%B3pera+de+H%C3%A4endel.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgq7WltM1-wnzDAG-8r7xoOT_VMqkiQCZCZkZfk6uhIsFuNof_5FY6vzZsRfRGeLtL7t-FGwHFJoQ8WRbQzV-jche-o6MWmE6St2CHO0mLPo8lolUlm0J-w70cCe2X3ICqwKswX5itDJGRg/s1600/Ezio+-+Todd+Thomas+na+%C3%B3pera+de+H%C3%A4endel.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">O exército de Aécio na Itália era muito inferior ao de Átila e ele adotou a tática de guerrilhas ao invés</span></b></i><br />
<i><b><span style="font-size: x-small;">de enfrentar os hunos em campo aberto. Por isso não pôde socorrer Aquileia.</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
Aécio ficara
surpreso por Átila não haver desistido depois do primeiro mês, pois os hunos
gostavam de lutar em campo aberto, galopando velozmente e disparando flechas
contra o inimigo, mas detestavam cercos prolongados, nos quais tinham de lutar
a pé escalando muralhas. Nesse tipo de luta, enquanto alguns grupos atacavam e
eram repelidos os demais ficavam ociosos aguardando sua vez de atacar; isto os
irritava e desgastava, e sempre que podiam evitavam tal tipo de combate. Também
o surpreendeu o fato de Átila não ter deixado uma fração das suas tropas
cercando a cidade e avançado com seu imenso exército sobre o resto da Itália.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
Do ponto de vista
militar a atitude do rei huno não fazia sentido.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
O que Aécio só
veio saber depois é que a covardia dos hunos diante dos “demônios” humilhara
Átila profundamente e ele decidira vingar-se da zombaria dos legionários; por
isso resolvera recuperar sua honra militar destruindo a cidade com ataque após
ataque a fim de não dar descanso aos defensores e esmagá-los rapidamente. Porém
os legionários lhe opuseram tenaz resistência, fazendo-o apegar-se ainda mais
ao seu infantil projeto de vingança, alheio ao bom senso militar. O orgulho
ferido de Átila, portanto, teve grande influência no resultado final da
campanha. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: center;">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5084150772219664474.post-70810146352135865002014-03-27T14:06:00.000-07:002015-09-25T11:51:35.027-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: x-small;">Post nº 77</span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 18.0pt;"><br /></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 18.0pt;">A QUEDA DO IMPÉRIO ROMANO DO
OCIDENTE<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiH3U2yoQmbzGazhOX8awLxuX953b3Gn8vNhqpgJEHfFnrobdQN6viNjjIMrMYMtvIcPeOfPsLuJ9jGPjJI_aM4zNyqYGQvihrqsSlOsXuRmqsV3HdfNNX1VrEk-zRiminmELTM69JLWX_D/s1600/Nero+-+inc%C3%AAndio+de+roma+-robert+hubert+sec.18.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="522" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiH3U2yoQmbzGazhOX8awLxuX953b3Gn8vNhqpgJEHfFnrobdQN6viNjjIMrMYMtvIcPeOfPsLuJ9jGPjJI_aM4zNyqYGQvihrqsSlOsXuRmqsV3HdfNNX1VrEk-zRiminmELTM69JLWX_D/s1600/Nero+-+inc%C3%AAndio+de+roma+-robert+hubert+sec.18.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b><i>Apesar de saqueada e incendiada pelos vândalos em 455, Roma ainda sobreviveria 21 anos como Império</i></b></span></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi34AmVXoYYMUyu7JUyYxsgYrw4mwhSPOmxTJFEXAv9hbQPnvbLL3Lm0OG7oP7J4RhU_V8mlHN7QYSMKoG1ex29RbxhEvoQBJhV7YY6aSH0DhVPIpZ0FqyZniCbkNHcQm8kElGpWfbSf-5z/s1600/livro+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi34AmVXoYYMUyu7JUyYxsgYrw4mwhSPOmxTJFEXAv9hbQPnvbLL3Lm0OG7oP7J4RhU_V8mlHN7QYSMKoG1ex29RbxhEvoQBJhV7YY6aSH0DhVPIpZ0FqyZniCbkNHcQm8kElGpWfbSf-5z/s1600/livro+3.jpg" width="243" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 18.0pt;"> </span></b><b><span style="font-size: 16.0pt;"> </span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: center;">
<b><span style="font-size: 16.0pt;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsex5WfiPUHIL-zIB8XLWE0dnXwkjBofyUYQM5lUvZ1kH28nbSnseX60ICt8GpFbUenB4BOIlabpgV4wVH1IZiX0KgwlIpGHhpK4QSMWEIrmius1uIchv8ejJ5gHWv9kehGRphaLVGhSHt/s1600/livros.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="231" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsex5WfiPUHIL-zIB8XLWE0dnXwkjBofyUYQM5lUvZ1kH28nbSnseX60ICt8GpFbUenB4BOIlabpgV4wVH1IZiX0KgwlIpGHhpK4QSMWEIrmius1uIchv8ejJ5gHWv9kehGRphaLVGhSHt/s1600/livros.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Para adquirir estes livros vá ao site da Amazon.com ou</span></b></i><br />
<i><b><span style="font-size: x-small;">à nossa livraria virtual acima </span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
A
traiçoeira morte de Flávio Aécio (20-10-454 DC), último grande general romano, pelas mãos do
imperador Valentiniano III a quem fielmente servira durante décadas, foi também
a morte do Império como grande potência militar e relevante
ator político no cenário mundial. Cinco meses após o covarde assassinato,
ex-oficiais de Aécio vingaram o antigo chefe matando Valentiniano durante competição esportiva no Campo de Marte em Roma, à qual o infame imperador comparecera com seus
mais importantes ministros (16-03-455 DC). O assassinato de um imperador e dos seus mais
íntimos auxiliares pela Guarda Imperial perante milhares de pessoas,
mostrava o imenso grau de indisciplina e desprezo das tropas pelas instituições,
não muito diferente do que era sentido pelo povo.</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
O
riquíssimo senador Petrônio Maximus gastou rios de dinheiro para obter o apoio
das tropas e do Senado e tornou-se sucessor de Valentiniano. Para legitimar-se
no trono, casou com a viúva do seu antecessor em cujo
assassinato colaborara e passou a governar tão incompetente e
irresponsavelmente quanto ele. Alguns meses depois, soube-se que
Genserico, rei dos vândalos, partira do seu reino no norte da África à frente
de poderosa frota e grande exército para atacar Roma.
Povo e autoridades entraram em pânico e o inútil Petrônio Maximus, ao invés de
preparar a resistência, foi ao Senado dizer que nada havia a fazer e por
isso fugiria com todas as riquezas que pudesse levar consigo, deixando a cidade
entregue à própria sorte. Em seu covarde discurso aconselhou os senadores a
fazerem o mesmo e estes o vaiaram, atirando-lhe objetos e expulsando-o com toda
a sua comitiva. Quando Petrônio Maximus saiu à rua, multidão em frente do
edifício o vaiou ainda mais furiosamente e começou a apedrejá-lo. Os seus
comparsas conseguiram escapar, mas ele foi capturado e apedrejado até a morte (06-10-455 DC). Em seguida arrastaram o seu cadáver pelas ruas e o jogaram no rio
Tibre sob aplausos e gargalhadas dos seus algozes. Três dias depois os
vândalos entraram em Roma sem enfrentar resistência e saquearam a cidade à
vontade, incendiando vários dos seus edifícios.<br />
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfVMPnkS1FZxuKqKxEkWB53x3hr5XyeC09lI8ZNmsXrErwvY_1rgS6iBx6nhcySEhNem4y9Ddx1J5sLt9ozsvl0WWy3-HHN8dI-dhOHNZb8XHE6vFPZyKBbbZAbLpugN3mmdTLmFdnzVXh/s1600/Genserico+-The+Sack+of+Rome+by+the+Vandals+-+an%C3%B4nimo+sec.19.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfVMPnkS1FZxuKqKxEkWB53x3hr5XyeC09lI8ZNmsXrErwvY_1rgS6iBx6nhcySEhNem4y9Ddx1J5sLt9ozsvl0WWy3-HHN8dI-dhOHNZb8XHE6vFPZyKBbbZAbLpugN3mmdTLmFdnzVXh/s1600/Genserico+-The+Sack+of+Rome+by+the+Vandals+-+an%C3%B4nimo+sec.19.png" width="514" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">O saque de Roma pelos vândalos foi total , inclusive das igrejas e mosteiros</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-indent: 45pt;"><span style="text-indent: 45pt;">Diferentemente
dos visigodos quarenta e cinco anos antes, desta vez os vândalos não pouparam
nada, e embora tenham respeitado o Papa e os membros do clero, despojaram as
igrejas e mosteiros de tudo, roubando até mesmo as jóias sacras e os artefatos
cerimoniais, inclusive os do Templo de Jerusalém, trazidos à Roma pelo
imperador Tito quatro séculos antes. Levado para a África, o volumoso tesouro
de inestimável valor histórico e artístico desapareceu para sempre. T</span></span>ambém aprisionaram milhares de pessoas e as levaram para vendê-las no
rico mercado de escravos de Cartago ou libertar a troco de resgate aqueles que
pudessem pagar. Como que para completar a vingança de Aécio, a viúva e as
filhas do finado Valentiniano, que estavam em Roma indiferentes ao que se
passava, foram também aprisionadas, destituídas das jóias valiosas e luxuosos
vestidos, e levadas para a África como os demais prisioneiros. Correram
histórias na época de que elas tinham sido vendidas como escravas por preço
altíssimo em leilão conduzido pelo próprio Genserico, mas tudo indica que os
“compradores” foram seus próprios filhos, que trataram muito bem as princesas. Mais
tarde o Imperador Romano do Oriente pagou bom resgate por elas e o velho
pirata Genserico, sempre sedento de ouro, as mandou para Constantinopla, onde
terminaram confortavelmente suas vidas atribuladas.</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
Após
os vândalos invadirem e saquearem Roma, tudo o que restou do império até seu
melancólico final em 476 foi a recordação da sua passada grandeza. A era de
governos imperiais estáveis também findou com Aécio, pois nos dois anos
seguintes três imperadores foram violentamente tirados do poder. Valentiniano
foi morto em março de 455, e seu comparsa, assassino e sucessor Petrônio
Maximus o seguiu rápido em outubro do mesmo ano. Porém,
assim que os vândalos se retiraram da Itália uma assembléia de príncipes galos-germânicos
se reuniu em Arles e elegeu novo imperador o distinto príncipe Avito
sob gerais aplausos e grandes esperanças. Mas seu governo foi tão corrupto e
incompetente como os dois que o antecederam e um ano depois ele também
foi destronado (Nov./456 DC) e morto no mês seguinte.</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
O
trono ficou vago durante vários meses, até que Majoriano, um bravo e austero
romano da velha guarda, foi eleito em julho de 457. Começou governando auspiciosamente
fazendo grandes reformas de há muito necessárias, mas adiadas anos a fio
devido à oposição velada de fortíssimos grupos interessados na manutenção de
privilégios. Infelizmente ele declarou guerra a Genserico e o astuto rei
vândalo, enquanto fingia negociar um tratado de paz, atacou o porto onde a
esquadra romana estava ancorada e a destruiu. Os descontentes com
as reformas imediatamente culparam Majoriano pelo desastre, tramando sangrenta
conspiração para derrubá-lo, e em agosto de 461 o único imperador decente que
Roma tivera no século V foi preso e executado. Quatro
imperadores assassinados em seis anos era demais e todos os cidadãos dignos
recusaram o perigoso cargo, pois tinham sabiamente concluído que sentar no
trono imperial era o modo mais curto de cometer suicídio.</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
Richomer,
hábil político e poderoso mercenário bárbaro a serviço do império, principal
sustentáculo de Majoriano no início e o maior responsável por sua queda depois,
se tornou líder maior e governou durante anos através de testas-de-ferro sem
qualquer expressão social, política ou militar. Finalmente a morte o afastou,
mas os novos imperadores continuaram a ser tão ineficazes e incompetentes
quanto os bonecos de Richomer, até que Rômulo Augustulus, jovem e educado
cavalheiro ainda quase adolescente, muito admirado na alta sociedade pelo seu
belo porte e elegância, foi posto no trono em 475 pelo poderoso general Orestes
seu pai. Ele seria o último imperador romano do ocidente até Carlos Magno ser
ungido pelo Papa sob o mesmo título no ano 800, mais de três séculos depois.<br />
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicLaUSONo-BFz_uctmZsIpGeSu89rBWzIk5-QCNLzkVtZYmDV3aJAygmG3VEhZmN874L4qrUngwEinAZnIG_2jBZZsGK3QErKv2yC0VAcc_LLi-KpVEjaWJP-GlUakwc5A2L1S8kTcAJEF/s1600/charlemagne+-albrecht+d%C3%BCrer+sec.16.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicLaUSONo-BFz_uctmZsIpGeSu89rBWzIk5-QCNLzkVtZYmDV3aJAygmG3VEhZmN874L4qrUngwEinAZnIG_2jBZZsGK3QErKv2yC0VAcc_LLi-KpVEjaWJP-GlUakwc5A2L1S8kTcAJEF/s1600/charlemagne+-albrecht+d%C3%BCrer+sec.16.jpg" width="334" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Entre a deposição de Rômulo Augustulus e a coroação de<br />Carlos Magno como Imperador Romano do Ocidente<br />passar-se-iam 326 anos</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">
<br />
<div style="text-align: justify;">
A
maioria das pessoas, mesmo as instruídas, pensa que o fim do Império Romano foi
uma catástrofe causada por súbita e arrasadora invasão de povos bárbaros vindos
do leste da Europa, e que sua queda teve o ruído de um trovão. Na verdade o seu
fim ocorreu vagarosamente, e o seu último ato foi tão suave e estranho que
pouca gente na época julgou que ele representasse o que é hoje conhecido como “A queda do Império Romano”.</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
É
verdade que houve grandes ataques e invasões militares, como as de Átila (451 e 452 DC), mas as
verdadeiras invasões eram pacíficos movimentos migratórios de tribos germânicas
que pediam humildemente a imperial permissão para cruzarem a fronteira e
estabelecerem-se em terras incultas e abandonadas da Gália e da Hispania, hoje
Bélgica, França, Espanha e Portugal. Longe de serem abruptas e violentas, estas
massivas migrações duraram quase dois séculos, e os imigrantes apenas fugiam de
intermináveis guerras tribais, fome e miséria generalizadas, buscando uma vida
melhor nas prósperas regiões ocidentais da Europa, protegidas pelas famosas
legiões romanas e celebradas pelos andarilhos menestréis como “Terra de Leite e
Mel”. Mesmo as grandes invasões militares da Itália pelos visigodos, hunos e
vândalos não tiveram maior significação política na vagarosa queda do império,
porque as tropas invasoras não se estabeleciam no território e logo iam embora
após destruírem e roubarem o que podiam. Os bárbaros somente começaram a se
instalar na Itália após a morte de Aécio.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Durante séculos também foi popular a crença de que o Império acabara porque Roma sucumbira diante dos bárbaros devido à decadência dos costumes de sua sociedade e à corrupção da sua civilização altamente sofisticada. A licenciosidade teria destruído as virtudes guerreiras do povo romano, fazendo-o presa fácil de bárbaros primitivos, mas de costumes ainda puros e não corrompidos pelos males da civilização. A falsidade de tal interpretação reside no fato de que Roma jamais foi tão poderosa econômica, política e militarmente quanto nos séculos I, II e III da nossa Era, quando o paganismo era quase absoluto e a licenciosidade atingia os extremos descritos por vários historiadores, sobretudo Suetônio no seu famoso <i>"Crônica Escandalosa dos Doze Césares". </i>Ao contrário desta crença puritana, foi exatamente a partir do fim do governo de Constantino na primeira metade do século IV, com o banimento do paganismo pretensamente impuro e a adoção do cristianismo pretensamente puro, que o Império entrou em crise irreversível e lentamente desagregou-se no decorrer do século V até o seu final colapso em 476.</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitGapS1nykYHNq5a-TR3xrIpEdUt2sTVs8FBCluj-EsiTExbInG-w8-btsGrYQbjHuIUonpJ6T-o5V1BKhbOg9XWYq5zarMmKUWVC5t4ylNObomoNuzeso7AGROD3Dy8GDlyZkwTbEVUl9/s1600/roma+-heliogabalus+-leo+reiffenstein+sec.19.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitGapS1nykYHNq5a-TR3xrIpEdUt2sTVs8FBCluj-EsiTExbInG-w8-btsGrYQbjHuIUonpJ6T-o5V1BKhbOg9XWYq5zarMmKUWVC5t4ylNObomoNuzeso7AGROD3Dy8GDlyZkwTbEVUl9/s1600/roma+-heliogabalus+-leo+reiffenstein+sec.19.jpg" width="490" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Os nababescos festins da aristocracia romana e a "corrupção dos costumes"<br />nada tiveram a ver com a desagregação e o fim do Império</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify;">
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br />
As
causas da “Queda do Império Romano”, portanto, não foram a decadência dos costumes nem as invasões bárbaras, embora estas tenham tido importante papel no processo, sobretudo por trazerem hordas de
povos primitivos para viverem numa desenvolvida e sofisticada sociedade,
produzindo brutal rebaixamento no seu nível de cultura e civilização. A principal causa do fim do império foi a transição do sistema escravocrata para o sistema
feudal. Infelizmente para Aécio, ele foi o primeiro estadista romano a perceber
que a única chance de sobrevivência do império seria a adoção do novo sistema, único
que os bárbaros, avessos ao regime escravocrata, poderiam aceitar. A
escravidão nos campos seria substituída pela servidão, fazendo dos antigos
escravos inquilinos perpétuos da terra possuída por um senhor que lhes
cobraria obediência e parte da produção como aluguel; este senhor possuiria a
terra em nome de outro senhor mais poderoso, ao qual também pagaria obediência
e aluguel, e este faria o mesmo em relação a outro senhor ainda mais poderoso,
e assim por diante até chegar à pessoa do imperador. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Este sistema já estava em
vigor em algumas remotas regiões da Gália e da Espanha ocupadas pelos
bárbaros, mas os proprietários de cultura romana não queriam nem ouvir falar
dele, porque além de representar uma diminuição temporária dos lucros líquidos
e do domínio discricionário sobre a terra, também significava a perda total do
imenso patrimônio que os escravos representavam. Ademais, não conseguiam
imaginar como poderia uma família aristocrática viver sem escravos! Foi a
simpatia de Aécio pelo novo sistema, e o apoio dado aos bárbaros para
desenvolvê-lo nas terras por eles ocupadas, o maior motivo para que a
aristocracia romana sempre o olhasse com grande suspeita, e esta foi uma das
razões que contribuíram para que ele jamais se tornasse imperador.<br />
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjB7K8EI-JoEhObIpi0RxvtT4_VWCxRSm4e6SZsndrf2WzIjpK1HxGKidwdCE9VUcR7SrHnh4byqu0H77wLcMvJY0aSaqL42R23itwTQr4UdNM0VKoi5mjxf8e7oWuDJgax65bq8iUAUV5h/s1600/roman+agrarian+reform.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="440" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjB7K8EI-JoEhObIpi0RxvtT4_VWCxRSm4e6SZsndrf2WzIjpK1HxGKidwdCE9VUcR7SrHnh4byqu0H77wLcMvJY0aSaqL42R23itwTQr4UdNM0VKoi5mjxf8e7oWuDJgax65bq8iUAUV5h/s1600/roman+agrarian+reform.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">A substituição dos pequenos fazendeiros por grandes latifundiários exigia exércitos de escravos e foi a<br />crise do regime escravocrata a principal causa da queda do Império Romano do Ocidente<br /> </span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">
<br />
<div style="text-align: justify;">
Fato
concreto é que o novo sistema não foi adotado a tempo de salvar o império e o
mundo ocidental mergulhou em completa anarquia e selvageria por mais de
três séculos, período obscuro conhecido como “Alta Idade Média”. Somente quando
certa ordem voltou no tempo de Carlos Magno o sistema feudal adquiriu formato
jurídico definitivo e no final do século IX implantara-se em toda a
Europa, extinguindo a escravidão no continente. Porém o colapso das
instituições do império quatro séculos antes tinha causado tamanho
atraso econômico e retrocesso cultural, que mais cinco séculos se passariam até
que viesse a <i>Renascença </i>e o tempo
perdido começasse a ser recuperado. Mas
voltando a Rômulo Augustulus deve ser dito que ele governou apenas
simbolicamente, tanto quanto os atuais soberanos europeus governam os seus
reinos democráticos. Um ano após a coroação do último imperador, o rei dos
hérulos Odoacro que há anos assolava o norte da Itália com seus bandos de
ferozes guerreiros, derrotou em batalha o seu ex-amigo general Orestes, pai do
imperador, e assumiu o controle da Itália. Como resultado, achou desnecessário alguém em Ravena usando o título de
imperador e posando de governante, pois queria governar o seu recém adquirido
reino diretamente do palácio imperial em Ravena, como natural ao soberano da
Itália. Mas para isso teria que despejar seu ocupante, “simpático jovem filho do seu ex-amigo Orestes, tornado inimigo por força
das circunstâncias”!</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcNhUJlZzgH7bHR6PSMO9iRCSeMF8PXMa0JFs7oi2tuhnhUFBcQJj4N66RDfNuvjj4g-QBGRjxI8UjaD09bBkNEQoJDRZpVPbuNKttG7sNZUJm8kCoDABzAlsmVFc4izkn-EAxm3Et7gqN/s1600/romulo+augustulo+%2526+odoacro+-charlotte+mary+yonge+sec.19.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcNhUJlZzgH7bHR6PSMO9iRCSeMF8PXMa0JFs7oi2tuhnhUFBcQJj4N66RDfNuvjj4g-QBGRjxI8UjaD09bBkNEQoJDRZpVPbuNKttG7sNZUJm8kCoDABzAlsmVFc4izkn-EAxm3Et7gqN/s1600/romulo+augustulo+%2526+odoacro+-charlotte+mary+yonge+sec.19.png" width="590" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Rômulo Augustulus recebe Odoacro com grandes honras nos portões de Ravena e humildemente<br />põe aos seus pés a sua coroa imperial (476 DC)</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
Sendo
hábil político e amante das formalidades legais, só recorrendo à força em
último caso, Odoacro ficou feliz ao ver o imperador de Roma curvar-se diante dele e lhe fez excelente oferta: <i>Rômulo
Augustulus renunciaria ao seu título em solene cerimônia pública e sairia do
palácio imperial espontaneamente em troca de magnífica mansão à beira mar, grande
quantia em ouro no ato e excelente pensão anual, o bastante para que vivesse
principescamente o resto da vida.</i> Selado o acordo, ele renunciou como
combinado (Set./476 DC) e foi viver em seu novo palácio como simples particular, evitando meter-se em assuntos políticos daí em diante.</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
A
ironia do prosaico evento, mais tarde chamado <i>A Queda do Império Romano</i>, foi que Odoacro era filho de importante ministro de Átila, e os hérulus, seu povo, eram uma tribo germânica
que lutara sob a bandeira de Átila na Gália e na Itália, misturando-se
largamente com os hunos. Em conseqüência, penso ser apropriado dizer que os
hunos, derrotados por Aécio duas vezes, foram indiretamente vitoriosos no final.
Por outro lado, o ridículo “negócio” entre Odoacro e Rômulo Augustulus povoou o
anedotário fazendo as pessoas rirem em toda parte, mostrando que ao invés de
ter sido o resultado de terrível batalha entre romanos e bárbaros, a
chamada “Queda do Império Romano” foi apenas o resultado de um lucrativo acordo
de cavalheiros.</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7gIhnbrLjgmngCtq3K7QwFnvAdtsgGLSRaTpr8-OhtYKg7MLGYT7mKoZYjICxRieJ2eLIbS5utauQWYho4ipUr7oWVGuydnaIcsB1-567hMBvIVwu5Fna7IbINaSYNzyG1TcHFLsiIXSQ/s1600/ren%25C3%25BAncia+r%25C3%25B4mulo+aug%25C3%25BAstulo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7gIhnbrLjgmngCtq3K7QwFnvAdtsgGLSRaTpr8-OhtYKg7MLGYT7mKoZYjICxRieJ2eLIbS5utauQWYho4ipUr7oWVGuydnaIcsB1-567hMBvIVwu5Fna7IbINaSYNzyG1TcHFLsiIXSQ/s1600/ren%25C3%25BAncia+r%25C3%25B4mulo+aug%25C3%25BAstulo.jpg" width="357" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Em solene cerimônia Rômulo Augustulus renuncia ao título </span></b></i><i><b><span style="font-size: x-small;">de</span></b></i><br />
<i><b><span style="font-size: x-small;">imperador e passa a Odoacro as insígnias do poder imperial</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
Indignado
com a negociata, o Imperador Romano do Oriente reclamou o trono vazio sob o
“argumento legal” de que era o legítimo herdeiro do Império Ocidental no caso
do seu titular morrer ou renunciar sem deixar herdeiros e o senado romano não
lhe eleger um sucessor. Mas Odoacro respondeu aos seus “clamores jurídicos”
fazendo o senado escrever-lhe dizendo que “Um novo imperador é desnecessário ao
povo romano, pois todos estão felizes e seguros sob o profícuo governo de
Odoacro; de sorte que o melhor para sua Majestade do Oriente será cuidar dos
seus próprios graves assuntos, um pesado fardo mesmo para alguém tão sábio e
competente, e parar de se intrometer nos negócios do Ocidente de uma vez por
todas”! Para completar, o senado romano mandou para Constantinopla a coroa e as
insígnias do último Imperador do Ocidente, dizendo que ao Império bastava um só
imperador e sua Majestade Oriental poderia usar as jóias também como Majestade Ocidental desde que não se metesse nos negócios do Ocidente.</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
O
povo romano considerou tudo uma piada e o caso virou apenas mais uma anedota
entre as muitas que circulavam na ocasião. Assim, ao contrário do que muitos
pensam, o Império Romano do Ocidente não caiu em meio a gritos de tragédia, mas
em meio a gargalhadas de comédia.</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
Na
época ninguém achou que o Império houvesse acabado: “Mais cedo ou mais tarde
um imperador como Teodósio o Grande irá surgir e colocará tudo novamente nos
seus devidos lugares, fazendo as coisas voltarem à normalidade!” era o
sentimento generalizado. Mas quando um ano passou e virou uma década e a
década virou um século sem que nenhum novo grande imperador
aparecesse, as pessoas finalmente perceberam que o Império tinha terminado e os
historiadores tomaram o ano de 476 como data de sua queda. <span style="text-indent: 45pt;">Na verdade o Império morrera vinte e dois antes junto
com Flávio Aécio, seu último grande general.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify;">
<span style="text-indent: 45pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: center;">
<span style="text-indent: 45pt;"><i>Sic Transit Gloria Mundi</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: center; text-indent: 45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45.0pt;">
<o:p> </o:p><b style="text-align: center;"> </b></div>
Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5084150772219664474.post-55095010069699015512013-12-16T12:29:00.002-08:002015-11-08T13:38:08.016-08:00<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: left;">
<b><u>Post nº 76</u></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: center;">
<b><span style="font-size: 20.0pt;"><br /></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: center;">
<b><span style="font-size: 20.0pt;">PERFIL DE UTHER - O SENHOR DOS
DRAGÕES<o:p></o:p></span></b><br />
<b><span style="font-size: 20.0pt;"><br /></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: center;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivTaSv2PzRqJ_xJazXf5zAKkUilCgESIFY_CUveLU6E4Fdu8mDyNmBbol_mIXygu-mTok3XTFvlR36ZtMV_QWhBspZZMNhq2ppJbcJCTv6AF1Q09uzg3lcOpZWyOF2Vzgtb0HdhRvqPzOw/s1600/gustave+dor%C3%A9+B.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivTaSv2PzRqJ_xJazXf5zAKkUilCgESIFY_CUveLU6E4Fdu8mDyNmBbol_mIXygu-mTok3XTFvlR36ZtMV_QWhBspZZMNhq2ppJbcJCTv6AF1Q09uzg3lcOpZWyOF2Vzgtb0HdhRvqPzOw/s640/gustave+dor%C3%A9+B.jpg" width="512" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Uther era astuto, leal com amigos, impiedoso com inimigos e generoso com o povo. Mais</span></b></i><br />
<i><b><span style="font-size: x-small;">que qualquer outro cultivou a própria lenda e virou "O Senhor dos Dragões"</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcjWzIBKh-yoAO7Rd7XW6jqw0XS1a8fh34rtpnKPn-7pwDg_Z2G8iOlv21Tauhu5P_-NQt75UGrIvQOsoKnzPqGvkXVNmlmNwskD7r4hgxhi-9EO7dF69qJUMte2RCVNDGuZJzNyuVmq97/s1600/Cavaleiros+Templ%C3%A1rios+-+livro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcjWzIBKh-yoAO7Rd7XW6jqw0XS1a8fh34rtpnKPn-7pwDg_Z2G8iOlv21Tauhu5P_-NQt75UGrIvQOsoKnzPqGvkXVNmlmNwskD7r4hgxhi-9EO7dF69qJUMte2RCVNDGuZJzNyuVmq97/s400/Cavaleiros+Templ%C3%A1rios+-+livro.jpg" width="290" /></a></div>
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTG7Q1YZKacyHBMkdFSGlSMtLFH2F9LYh9cYr4pwxkabPlaAa96rhhAsZwLJRE3SLpMJjhRd_u4fll1v0knB_cmwvMWajMvC6pv_dpJEU2fBpIKrlp8MYcALV40M99kBXqHupAxqvGGn-f/s1600/livros.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="231" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTG7Q1YZKacyHBMkdFSGlSMtLFH2F9LYh9cYr4pwxkabPlaAa96rhhAsZwLJRE3SLpMJjhRd_u4fll1v0knB_cmwvMWajMvC6pv_dpJEU2fBpIKrlp8MYcALV40M99kBXqHupAxqvGGn-f/s320/livros.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Para adquirir estes livros vá ao site da Amazon.com ou à</span></b></i><br />
<i><b><span style="font-size: x-small;">nossa livraria virtual acima</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<i>Eis como o frade romano Gildasius
Pisannensis descreve o seu amigo príncipe Uther Pendragon, chamado por seus
súditos de “O Senhor dos Dragões”.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
Ainda quando
estudava com os padres em Bath, Uther assimilara a fundo o preceito evangélico: “Sede
simples como a pomba e astuto como a serpente”! Mas à medida que aprendia com a
vida fez ao santo mandamento um pequeno acréscimo: “Sede simples como a pomba,
astuto como a serpente e mortífero como o leão”!</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
Era homem
simples e cordial, jamais mostrando pompa ou orgulho e tratando a todos como
seus iguais. Também era polido e atencioso, e na medida do possível ajudava os
que recorriam aos seus préstimos, pois mesquinheza e arrogância<i>
</i>eram palavras que não existiam no seu dicionário. Porém essa postura
pessoal era apenas a base sólida para o exercício da sua principal qualidade: <i>a astúcia</i>!</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
Conquistava as
pessoas com seus modos simples e amigáveis apenas para usá-las na consecução
dos seus objetivos, mas como muitas vezes não precisava delas no presente, nunca excluía a hipótese de precisar delas no futuro, e mantinha a mesma
postura simples e cordial em todas as ocasiões. Até porque isto lhe evitava
possíveis acusações de falsidade ou hipocrisia. Sabia distinguir amigos e
inimigos não apenas pelo que diziam ou faziam, mas também por um simples gesto
ou palavra, e às vezes até mesmo por um olhar. Era exímio conhecedor de pessoas
e excelente jogador, prevendo sempre com antecedência duas ou três jogadas à
frente; isto fazia com que ninguém o superasse em qualquer tipo de negociação, e embora nada fizesse que não fosse do seu próprio interesse, premiava os que
lhe serviam com lealdade, reforçando sua reputação de homem correto e
desarmando espíritos menos sutis que o seu. Muitos anos depois, quando já
éramos amigos íntimos, questionei seu excessivo pragmatismo e ele me respondeu
com toda a sinceridade do seu espírito simples: “Olhe aqui, Gildásio: você só é
frade porque sua mulher morreu e você quis ganhar do céu o conforto que a terra
lhe negou, por isso pare com essa tolice de dizer que existem pessoas que não
agem por interesse. Até mesmo o santo só é santo porque deseja ganhar de Deus a
recompensa do paraíso”!</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
Assim era Uther:
duro, pragmático e objetivo. Porque era simples e cordial jamais usava palavras
ásperas, e porque era astuto jamais fazia ameaças, pois raciocinava
corretamente: “Ameaças só servem para prevenir os inimigos e despertá-los da
sua falsa sensação de segurança; melhor deixá-los adormecidos para mais
facilmente liquidá-los no momento oportuno”! E aí entrava a terceira virtude
que ele acrescentara ao mandamento evangélico: <i>a mortífera agilidade do leão</i>!</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtfsTZbOYFnkmWHRmjsWKWeu5XU0BXJnoEh9jRACnPfWrvKAEF0wjO8RTruHin4zlvwxz27k__ZeuprpYeh9vVtV6HzlIOrFiiEe_dzGpsNs8q8xxWbahutfbBvzkUMmeliAi1hO23ai5n/s1600/cavaleiro+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtfsTZbOYFnkmWHRmjsWKWeu5XU0BXJnoEh9jRACnPfWrvKAEF0wjO8RTruHin4zlvwxz27k__ZeuprpYeh9vVtV6HzlIOrFiiEe_dzGpsNs8q8xxWbahutfbBvzkUMmeliAi1hO23ai5n/s640/cavaleiro+2.jpg" width="500" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Uther impressionava por seu porte, bravura, frieza, voz forte segura e impositiva,<br />mas sobretudo pelo medo causado pela fama que o acompanhava</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
Ele fazia de
tudo para não entrar numa briga, mas se nela entrasse o fazia de modo tão
rápido e letal que destruía completamente o inimigo e os seus aliados, não
sobrando ninguém para revidar. Por isso é que ao eliminar os filhos e genros de
Gorlósio eliminara também seus descendentes varões. Apesar disso ele se
considerava generoso e humanitário, pois nunca matava por matar. Na verdade o
seu objetivo não era torturar ou matar ninguém: era apenas livrar-se de um
incômodo. Uma vez ele me disse com a mais fria honestidade: “Saiba você, meu
bom Gildásio, que jamais fiz o mal quando podia fazer o bem ou matei alguém que
não merecesse morrer para beneficio de todos. Jamais maltratei pessoa alguma,
nem mesmo meus piores inimigos, e quando fui obrigado a eliminá-los o fiz de
forma rápida e quase indolor, poupando-os de sofrimentos desnecessários”!</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br />
Também se
julgava um homem da lei, pois há tempos descobrira que a forma melhor de manter
o poder era através de leis que o legitimassem e dessem ao governante a
reputação de ser justo e imparcial. Para tal fim nada melhor do que leis
escritas ministradas por juízes instruídos. A palavra escrita sempre tivera
entre os povos cultos grande prestígio e entre os incultos respeito quase
religioso, por isso comprou em Bath um exemplar do Código Teodosiano,
promulgado pelo Imperador Romano do Oriente, e sabendo ler bem o latim o
examinou com auxílio de um advogado e dele excluiu todas as regras em desacordo
com os costumes de Cornwall, acrescentando-lhe algumas que aumentavam o poder
do <i>Marchensis </i>romano; ou seja, dele
próprio. Depois contratou escribas para fazerem uma pequena edição privada do
código por ele modificado e pôs ricas capas de couro nos exemplares produzidos.
Os escribas estavam ansiosos por um emprego seguro, e quando lhes ofereceu o
cargo de juízes em Cornwall aceitaram sem hesitar. Deu-lhes roupas vistosas e
os instalou dignamente nos vilarejos mais importantes, decretando que dali em
diante todos os litígios deviam ser a eles submetidos e decididos de acordo com
as leis da “Santa Igreja”, pois, sendo um governante romano e cristão, outras
leis não poderia ele admitir em seu distrito senão aquelas decretadas pelo
imperador e aprovadas pela Igreja!</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQnkSmg5nrGNAhyFI5f9PXw6Z1GTHJoFGliDJG-7uz-KgzRJ8Pw2EFFiH-3qWL90ryFhyDVZSOoZQg2Y7hzZqAvXtzklPRDLcaisSvuoRgPz87yiXEmeVuuuMtl151bjNx4ZHTDo6XLvgk/s1600/gustave+dor%C3%A9+5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQnkSmg5nrGNAhyFI5f9PXw6Z1GTHJoFGliDJG-7uz-KgzRJ8Pw2EFFiH-3qWL90ryFhyDVZSOoZQg2Y7hzZqAvXtzklPRDLcaisSvuoRgPz87yiXEmeVuuuMtl151bjNx4ZHTDo6XLvgk/s640/gustave+dor%C3%A9+5.jpg" width="514" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Melhor que ninguém Uther soube cultivar mitos que incendiavam a imaginação<br />popular e tornou-se legendário</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
Porém a
nomeação dos juízes não lhe custou praticamente nada, pois uma taxa era cobrada
aos vencidos em proporção ao valor do litígio por eles causado. Nos casos
criminais uma pesada multa era aplicada ao infrator, e quando havia condenação
à morte todos os bens do condenado iam para os “cofres públicos”. Mas ele sabia
que a tentação de suborno e extorsão era grande e poderia desviar os juízes da
função para a qual os nomeara, desmoralizando o sistema que tentava implantar.
Em conseqüência, os advertiu previamente de que qualquer ato de corrupção
resultaria na imediata execução do juiz corrupto, e para mostrar que não estava
brincando enforcou pessoalmente diante deles dois ladrões presos alguns dias
antes, enquanto dizia aos futuros julgadores: “Um juiz corrupto é três vezes
mais ladrão do que qualquer ladrão comum, por isso ao invés de enforcá-lo eu o
manterei vivo e cortarei seus pés e pernas, depois cortarei suas mãos e braços,
e finalmente cortarei sua cabeça, mandando espetar seus restos em estacas para
que sejam comidos pelos urubus. A falta de um enterro cristão também condenará
sua alma ao inferno”!</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
Claro que se
podia apelar ao <i>Marchensis </i>da
sentença, mas quando não era do seu interesse modificá-la dizia ao apelante que
o juiz fizera o que a lei mandava, e como “suprema autoridade imperial” ele era
obrigado a cumpri-la; infelizmente não podia fazer nada pelo “prezado amigo”,
pois a lei era a lei. Nas poucas apelações que atendia dizia que o juiz se
enganara e aplicara a lei de forma errônea, devendo ser por isso severamente
repreendido. Ele nunca o repreendia, limitando-se a modificar a decisão através
de uma boa justificativa legal feita pelo próprio juiz que a prolatara e chamado
para ouvir a “repreensão”, mas na verdade para redigir a decisão modificando
sua sentença. Isto os ensinou que nos casos importantes deviam antes ouvir a
opinião do chefe. Porém apelações eram raras, pois ordenara aos juízes
decidirem com o vistoso código aberto e lendo para os litigantes a regra na
qual se baseavam. Eles não entendiam nada da leitura porque quase ninguém sabia
latim, mas isto só fazia aumentar o prestígio da decisão, pois nas suas mentes
simples as misteriosas palavras soavam como algo mágico e a lei adquiria
significado místico, fazendo-a temida e obedecida. Aos poucos a justiça romana,
ou melhor, a justiça de Uther, se tornou respeitada em todo Cornwall pela sua
“correção e imparcialidade”!</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWZW-jVC4YChYCqbm36uP_FZWUb98vNwwjZdTmbXSIMmPdCdbMUnaaOG90oMORybJpUs7qiIC2IE2Y7rTvj1C-I9c9Tw5v1dCktAIcd99bU90qoh_srh1qPkAfi0x_5rlM0LUPBP7WBxQq/s1600/gustave+dor%C3%A9+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWZW-jVC4YChYCqbm36uP_FZWUb98vNwwjZdTmbXSIMmPdCdbMUnaaOG90oMORybJpUs7qiIC2IE2Y7rTvj1C-I9c9Tw5v1dCktAIcd99bU90qoh_srh1qPkAfi0x_5rlM0LUPBP7WBxQq/s640/gustave+dor%C3%A9+3.jpg" width="512" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Ninguém ousava desafiar Uther, homem cuja lenda dizia que vencia e domava dragões</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Todavia os
mais poderosos senhores continuavam fora do seu alcance porque todos eles
tinham exércitos particulares e, embora fossem leais ao “chefe dos chefes”, sempre poderiam se revoltar. Aliás, essa coisa de “chefes” o incomodava
bastante, pois no seu entendimento o poder<i>
</i>era indivisível, mas enquanto não pudesse acabar com seus bandos armados
teria de dançar de acordo com a música. Assim, tal como o imperador Augusto,
que governava como ditador enquanto fingia que tudo era decidido pelo senado,
Uther costumava convocar os chefes regularmente para reuniões onde os assuntos
importantes eram discutidos. Geralmente expunha a matéria sem dar opinião,
dizendo que ouviria todos os demais e a decisão seria tomada em conjunto.
Embora ele já houvesse decidido previamente, deixava que a discussão se
aprofundasse, ouvindo atentamente e não apresentado objeções às opiniões
contrárias que iam aparecendo, mas fazia muitas perguntas sob o pretexto de
querer entendê-las melhor até que elas se mostravam inviáveis aos olhos dos
demais e alguém aparecia com a opinião que lhe interessava. Porém continuava
perguntando e aos poucos ia concordando, até que todos também concordavam e ele
proclamava que a <i>opinião do amigo</i> <i>fulano</i> prevalecera por unanimidade. Às
vezes não se chegava a um consenso e ele dizia impaciente: “Todos sabem que sou
homem razoável, que sempre concorda com as sábias opiniões dos amigos e que
jamais aprovaria algo que não fosse do nosso mútuo interesse, mas sou obrigado
a dizer que a <i>opinião do amigo cicrano</i>
é a que melhor atende às circunstâncias atuais e peço aos que confiam no meu
julgamento que apoiem <i>a opinião dele</i>.
Vamos votar”.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
Ele nunca
perdia, e os senhores cuja<i> opinião </i>tinha
prevalecido, e até mesmo os que tinham sido vencidos, aplaudiam o seu espírito
conciliador.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 2.2pt; text-align: justify;">
Este era o verdadeiro Uther Pendragon, “Senhor dos Dragões”, príncipe bravo e correto que todos viam, respeitavam e temiam, mas que pouquíssimos conheciam.</div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5084150772219664474.post-8590607982413804982013-07-26T19:09:00.002-07:002017-10-11T13:14:59.643-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<b><span lang="EN-GB">Post nº 75</span></b></div>
<div align="center" class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b><span lang="EN-GB"><span style="font-size: x-large;">ATTILA<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>AND<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>AETIUS<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>-<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>STUDY<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>OF<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>CHARACTER</span></span></b><br />
<div style="text-align: right;">
<b><span lang="EN-GB" style="font-size: x-small;"><i>"Legend is the poetry of history" </i></span></b></div>
<div style="text-align: right;">
<b style="text-indent: 0cm;"><span lang="EN-GB" style="font-size: x-small;"><i> </i></span></b></div>
<span style="text-indent: 0cm;"></span><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3s71RBk8HQMhYfMxy72z6Y30hTvFPxTYTJ3smRmac74lqaeuOOaY10lSzn5oLcUNVI9GPSh1hxkHt7hiBF6CAjo0Dheu6AXJ6i_ZF3J2AjRI1sV6MXF7_RA1AJa61PbGFzjqSQVmXVE7-/s1600/atila+opera+ezio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img bba="true" border="0" height="425" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3s71RBk8HQMhYfMxy72z6Y30hTvFPxTYTJ3smRmac74lqaeuOOaY10lSzn5oLcUNVI9GPSh1hxkHt7hiBF6CAjo0Dheu6AXJ6i_ZF3J2AjRI1sV6MXF7_RA1AJa61PbGFzjqSQVmXVE7-/s640/atila+opera+ezio.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">Attila in front of his troops on the eve of the battle of Chalons - Scene of the famous </span></strong></em><br />
<em><strong><span style="font-size: x-small;">opera "Attila" by Giuseppe Verdi</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div align="center" class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center; text-indent: 0cm;">
<span style="text-indent: 0cm;"></span></div>
<div align="center" class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center; text-indent: 0cm;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
</div>
<div align="center" class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="text-indent: 0cm;">I don’t know in History any coincidence more amazing than the relationship between Attila and Aetius: two men of the same age, from completely different nations and civilizations; who albeit separated by hundreds of miles lived for long periods in each other’s houses; who were friends from youth; who became leaders of their respective people and in a decisive moment for the survival of their peoples and civilizations became ferocious enemies on the battlefield, playing the most dangerous, bloody and decisive game in the history of the Western Roman Empire.</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="text-indent: 0cm;">The one who won the game would impose his civilization all over </span><st1:place style="text-indent: 0cm;" w:st="on">Europe</st1:place><span style="text-indent: 0cm;">. Therefore, if Attila had won </span><st1:place style="text-indent: 0cm;" w:st="on">Europe</st1:place><span style="text-indent: 0cm;"> would be now a pagan primitive Asiatic Civilization instead of a Christian advanced Roman one. The fact was that even after becoming enemies Aetius and Attila always maintained the most profound respect for each other’s military skills, and this respect was transmitted to their respective followers and Armies. This doesn’t mean that both men were good fellows, God forbid, for both of them were capable of the most terrible deeds to reach their respective goals; for instance: Attila killed his only brother to occupy the Royal throne alone, only three years after both of them had begun to reign together; Aetius killed his most dangerous rival when he discovered that his enemy and followers were planning a plot to destroy his position in the Roman Army and in the Imperial Court.</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="text-indent: 0cm;">They were brave and skilled warriors, sharing the same personal abilities in individual fighting, for Aetius, as said by Gregorius De Tours, was </span><i style="text-indent: 0cm;">‘eques promptissimus sagittarum jactu peritus’ </i><span style="text-indent: 0cm;">(the most speedy riding his horse and expert shooting his bow), and Attila was the same according to history. They were ruthless, cold and dangerous in political and military matters, but they were also kind and generous to their friends once assured that they weren’t a risk to their political or military power. They could perceive a false friend or a scoundrel from afar, but they could also recognize the worth qualities of a man and, what was still more important: respect these qualities even if he was an enemy.</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="text-indent: 0cm;">However, there were also important differences in the character of both men in political and military aspects, for Attila and so the Huns used to play clean and fair: loyalty and trust was his trademark, but not Aetius’ and even less the Romans’.</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="text-indent: 0cm;">The motto for Attila seemed to be: </span><span style="mso-bidi-font-style: italic;">‘If you want to kill a man, be harsh and challenge him to a single combat face to face; violence is the best way to solve</span><span style="text-indent: 0cm;"> </span><span style="mso-bidi-font-style: italic;">problems and must always be used to impose fear and respect’. </span><span style="text-indent: 0cm;">For Aetius it seemed to be quite the opposite: </span><span style="mso-bidi-font-style: italic;">‘If you want to kill a man, be kind and polite and do it as smoothly and diplomatically as possible; violence is the last resort to solve problems and must be used</span><span style="text-indent: 0cm;"> </span><span style="mso-bidi-font-style: italic;">only when strictly necessary’.</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="text-indent: 0cm;">But this doesn’t mean that Aetius was in want of courage; in fact </span><span style="mso-bidi-font-style: italic;">courage</span><span style="text-indent: 0cm;"> was one of his most remarkable attributes, as Merobaldus said in his Panegyric: </span><i style="text-indent: 0cm;">‘lorica non tam munimen quam vestimentum’ </i><span style="text-indent: 0cm;">(for you, armour wasn’t a protection, but an ornament).</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimJ2YVI2x5Gw5-uup0YE9Kg2JuqXlKyrqqZvJx5LRTm6jugx-HogOcst7uStzoEaQAVwQz7npcv3j8HqIJj-C18iEWNERihgrhfzj-JYSrHWKNtYbP3PTDb9CzxLNt7W6rEfjmPjJfS-s2/s1600/atgtila+-+verdi+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img bba="true" border="0" height="600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimJ2YVI2x5Gw5-uup0YE9Kg2JuqXlKyrqqZvJx5LRTm6jugx-HogOcst7uStzoEaQAVwQz7npcv3j8HqIJj-C18iEWNERihgrhfzj-JYSrHWKNtYbP3PTDb9CzxLNt7W6rEfjmPjJfS-s2/s640/atgtila+-+verdi+1.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">Aetius talks to one of his generals in the famous opera "Attila" by Giuseppe Verdi</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
<span lang="EN-GB"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="text-indent: 0cm;">However, the two men’s differences of character were due more to their cultural environments than to their personalities. Attila had been raised riding horses on the open plains with his friends without any sort of sophistication, luxuries or intellectual concerns. For those men, the foremost virtues were conspicuous bravery, brutality and unconditional loyalty, which involve trust and love of truth; simulation, disguise and falsehood were capital sins for them. On the other hand, Aetius had been raised in the most sophisticated, hypocritical, luxurious, and intellectualised civilization of all. In this society open brutality, conspicuous bravery and unconditional loyalty were the fast track to failure and self-destruction. Bravery and brutality should be disguised so as not to provoke fear or suspicion in other countrymen and loyalty was pretence or a commodity for trading. You couldn’t trust anyone and truth was only a matter of convenience. The educated Roman used to learn by his own experience or by the accurate study of the best analytical and enlightened historians that simulation and falsehood were the capital virtues for a successful social or political career in his society.</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="text-indent: 0cm;">Aetius, as a Roman statesman, was an unscrupulous politician but he could also have and maintain a true friendship although always an interested one. This friendship, albeit true, had to be with one who could be useful in case of need without representing any kind of risks. This was Aetius’ way to have things done: charming and friendly behaviour disguising the coldest political calculation and the most ultimate dissimulation disguising his ruthlessness when necessary in some appropriate cases. Nevertheless, it was the roman way and I would like to ask specialists in Politics if this kind of behaviour isn’t appropriate for a true statesman in a developed and sophisticated society, for I think that it certainly is.</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="text-indent: 0cm;">His highly skilled political behaviour not only won great prizes in his brilliant career and several dedicated friends, but also distrust, suspicion and enemies, especially in the Imperial Court and in the High Echelons of the army usually formed by generals chosen by the Empress, and Aetius’ enemies, as a counterbalance to his power in the low military ranks where his popularity was enormous.</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="text-indent: 0cm;">The relationship and the game between Aetius and Empress Galla Placídia were great mysteries of the time and most historians, all of them pious clergymen who hated “pagan” Aetius because he had killed their idol, “devout catholic” Bonifatius, say that, despite being close political allies, the general and the empress were </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;">friendly enemies. </i><span style="text-indent: 0cm;">According to them, </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;">she distrusted him and despised his falsehood and bad character</i><span style="text-indent: 0cm;">!</span><br />
<span lang="EN-GB"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicsnIEzaOk3Z8G0U8hzWkDA5dyyI5pK1cn4xpTWerPpuPStJZZavXJ-cHdT9LelIw7cA82sdVLsnY13ClzMp2BbHRecmy7g1I_Xvae2BHMWo5dVPoDKSepDTGWjmx2q3EejtUsGoATYvKf/s1600/gala+placidia+-bandeja.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicsnIEzaOk3Z8G0U8hzWkDA5dyyI5pK1cn4xpTWerPpuPStJZZavXJ-cHdT9LelIw7cA82sdVLsnY13ClzMp2BbHRecmy7g1I_Xvae2BHMWo5dVPoDKSepDTGWjmx2q3EejtUsGoATYvKf/s1600/gala+placidia+-bandeja.jpg" width="577" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="font-size: x-small;">Image of Gala Placidia in a golden tray - Roman-bizantyne art 5º Century AD</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
But their bias against Aetius and their dishonest judgment is made evident when they talk about Attila's invasion of the West in 452. These same pious historians and critics of his "bad character" say that there were at the time among the Romans a complete discouragement and a strong desire to negotiate with Attila no matter what the costs or consequences. Nevertheless, they add that in the middle of the rampat cowardice only Aetius stood his ground refusing any deal with Attila and almost without official support restlessly organised an alliance between the Romans and the Germanic tribes of the West, which produced the important victory of Chalons.<br />
<span style="text-indent: 0cm;"><br /></span>
<span style="text-indent: 0cm;">This means that despite his former friendship with the Huns and being the only Roman able to negotiate with them, in the decisive moment he opted for his country instead of his Hun friends. Attila, who was very well informed by his spies about what was happening among the Romans felt his respect for Aetius growing and, considering the facts, what we can say is that the calumnies against Aetius are so absurd that it is better to ignore them altogether. With all his defects, which actually are the statesman’s virtues, he was not only the noblest Roman citizen and gifted general of his time, but also the last.</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span lang="EN-GB"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="text-indent: 0cm;">Returning to our comparison between Aetius and Attila we have already seen how different human relationships were in the Hun and Roman societies. In fact, Aetius and Attila had already perceived the gap but differently: staying in Roman cities several times, Attila knew the Roman way of life and despised it altogether. He perceived the corruption and the falsehood of its social and political spectrum, taking careful notes about what from his point of view was wrong in its decadent society. For him, this kind of civilization wasn’t worthwhile surviving.</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKa8z4976-3OHpJI1TGVjjYLHkbzbWcjMK2axBHnN5ldE8WvejQBCPty5H5NwWswSsHrsA6FREkLEzTwCUbgleOTw9m_eHaj3hE8RlLTcMfaZQm7A4OxcZ2PsJgrZjb3WIczjo5-HwJgMA/s1600/attila+-+verdi.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img bba="true" border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKa8z4976-3OHpJI1TGVjjYLHkbzbWcjMK2axBHnN5ldE8WvejQBCPty5H5NwWswSsHrsA6FREkLEzTwCUbgleOTw9m_eHaj3hE8RlLTcMfaZQm7A4OxcZ2PsJgrZjb3WIczjo5-HwJgMA/s640/attila+-+verdi.jpg" width="443" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">Attila in the famous opera "Ezio" by Haendell</span></strong></em><br />
<em><strong><span style="font-size: x-small;"><br /></span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="text-indent: 0cm;">When Attila realised that his friend Aetius in whose house he was a dear guest was also a perfect product of that despicable society, in spite of his being a nice guy and a truly great warrior, he began to behave and deal with Aetius very carefully. Nevertheless, his respect for the warrior qualities of his friend remained intact. While time passed, Attila continued to take careful notes of Aetius’ military achievements and his respect for him grew stronger.</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="text-indent: 0cm;">Aetius had seen things from a different angle typical of a civilised man. For him, although healthy, the Huns’ society was also a very primitive one: it represented an old era in mankind’s history, surpassed a long time ago; so it wasn’t the Roman civilization that should recede to its barbarian stage, but the still barbaric Huns that should advance towards a more modern way of life adopting the Roman culture.</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="text-indent: 0cm;">Both cultures were completely different and incompatible; they could not coexist face to face as great military powers so one should be absorbed by the other and disappear, for they could not coexist forever. To sum up: Aetius was a modern prince who knew that the first duty for a prince was to preserve the safety of his principality at any cost without ethical or moral worries. To keep his position safe was a second duty, only a result of the first accomplishment. On the other hand, Attila was a primitive prince who cared only about his position because nations or states were things beyond his understanding. The truth was that the world was in the verge of an enormous clash of civilizations and in Chalons the West fortunately prevailed over the East.</span><br />
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhk0ymeWBZidhNqBJSvtQREdkXr1NET5RpygXQCWdbX1AxRtvxGbijQyDCSeHRzd9xe0ofmOgVBE1_VNt3slkKwNHfaTptk9ig4SWyQ-I9XJT7sRCLyn0xQ-4UdWO6ttDpWmn0U_obDve9M/s1600/Ezio+-+Todd+Thomas+na+%C3%B3pera+de+H%C3%A4endel.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img bba="true" border="0" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhk0ymeWBZidhNqBJSvtQREdkXr1NET5RpygXQCWdbX1AxRtvxGbijQyDCSeHRzd9xe0ofmOgVBE1_VNt3slkKwNHfaTptk9ig4SWyQ-I9XJT7sRCLyn0xQ-4UdWO6ttDpWmn0U_obDve9M/s640/Ezio+-+Todd+Thomas+na+%C3%B3pera+de+H%C3%A4endel.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">Aetius performed by Todd Thomas in Handel's opera "Ezio" (Aetius in italian)</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
<span lang="EN-GB"> </span><br />
<span style="text-indent: 0cm;">Like his rival, Aetius also kept in high account Attila’s military skills and achievements. This kind of mutual respect led to an episode that many say to be true and many others say to be a legend, pure creation of the imagination of some flatterers, because they were also present on the occasion and they say that they didn’t see the scene. However, we have to keep in mind that legends are also an important source of history because they always have its origins in real facts. Legend is the way that in oral tradition fact is transmitted mouth-to-mouth by creative storytellers and registered in the imaginative people’s minds. If you want a more erudite definition of what legend is</span><span style="mso-bidi-font-style: italic;"> </span><span style="text-indent: 0cm;">I dare</span><span style="mso-bidi-font-style: italic;"> </span><span style="text-indent: 0cm;">say that</span><span style="mso-bidi-font-style: italic;"> legend is the poetry of history.</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="text-indent: 0cm;">Anyway, truth or legend here is the story. Reliable military witnesses told that in the aftermath of the huge and terrible Battle of Chalons, when after an agonic night the Huns conceded the costly victory to the Romans and withdrew at dawn, Aetius was on horseback, immobile, watching their retreat from a nearby hill accompanied by all his general staff and could see clearly Attila moving nervously on horseback back and forth, commanding the retreat. Suddenly, Attila realised that Aetius illuminated by the first rays of the rising sun was watching and following his movements carefully from the top of the hill.</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="text-indent: 0cm;">Attila turned his horse and galloped in Aetius’ direction for a few dozen yards, raised his right arm and very seriously made a long farewell gesture. Aetius replied in the same style and Attila, turning his horse again to his men, who were also watching the amazing, chivalrous scene, went away slowly.</span><br />
<span style="text-indent: 0cm;"><br /></span>
<span style="text-indent: 0cm;"><b><u>Note</u>: </b>The "Battle of Challons" is also called the "Battle of the Catalunian Fields".</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5084150772219664474.post-7421077243706875432013-04-15T17:24:00.002-07:002015-09-21T11:59:14.990-07:00<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u>Post nº 74</u></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<b><span style="font-size: x-large;">AVITUS - O IMPERADOR QUE VIROU BISPO</span></b><br />
<b><span style="font-size: x-large;">PARA FUGIR DA PENA DE MORTE</span></b><br />
</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHCblle1CC5fA8u1BQDeK7CwJleIru6HELBb70yzwsJ_oMFQy9byWcbL_6xNB_cGvmwy_8Iw-uAzYPCS5NM7B9-QLzeayJ3ueSmz_0yGnVMpd-4AwljI1tJ7wqYJ4U9aFmujN5Rd91arB5/s1600/206934.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" dua="true" height="614" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHCblle1CC5fA8u1BQDeK7CwJleIru6HELBb70yzwsJ_oMFQy9byWcbL_6xNB_cGvmwy_8Iw-uAzYPCS5NM7B9-QLzeayJ3ueSmz_0yGnVMpd-4AwljI1tJ7wqYJ4U9aFmujN5Rd91arB5/s640/206934.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">Efígie de Avitus em moeda cunhada durante seu curto reinado (455-456 DC)</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNFZdi_yGMTsmkreVZAYE0kF3bpK4e0OxQ47PVUK_cqJI2B2qI5oRyPB6r2X-laiJQ2XBIZLM-P12K7mRT6gX27RthvTM113Q8nwo6vinIfTGkzwlyudgmITZfUTRrOEHFVlqj-wRyJ41R/s1600/livros.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" dua="true" height="230" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNFZdi_yGMTsmkreVZAYE0kF3bpK4e0OxQ47PVUK_cqJI2B2qI5oRyPB6r2X-laiJQ2XBIZLM-P12K7mRT6gX27RthvTM113Q8nwo6vinIfTGkzwlyudgmITZfUTRrOEHFVlqj-wRyJ41R/s320/livros.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhm173mubr5n8j9Mo2dk0GG78FHYTlIsCD7lCaXiW1eSpaJ_xwJ1vNzWa2C2X0xmlt2IHqrFEjIguPLTZGobim7eXiXe4XbVHyU_o3seE6gJMK8H2kldAbpKhZr2ALOmXz_Rixs_U5gaxSd/s1600/livro+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" dua="true" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhm173mubr5n8j9Mo2dk0GG78FHYTlIsCD7lCaXiW1eSpaJ_xwJ1vNzWa2C2X0xmlt2IHqrFEjIguPLTZGobim7eXiXe4XbVHyU_o3seE6gJMK8H2kldAbpKhZr2ALOmXz_Rixs_U5gaxSd/s400/livro+3.jpg" width="302" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">Para adquirir estes livros clique acima em nossa livraria</span></strong></em><br />
<span style="font-size: x-small;"><b><i>virtual ou vá ao site da Amazon.com</i></b></span></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="font-size: 20pt;"><o:p><span style="text-decoration: none;"></span></o:p></span></u></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="font-size: 20pt;"><o:p><span style="text-decoration: none;"></span></o:p></span></u></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><o:p><span style="text-decoration: none;"></span></o:p></u></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><o:p><span style="text-decoration: none;"></span></o:p></u></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><o:p><span style="text-decoration: none;"></span></o:p></u></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<br />
Em 455 Genserico, rei dos vândalos, marchou contra Roma e o covarde imperador Petrônio Maximus ao invés de lhe opor resistência resolveu fugir, aconselhando os senadores a fazerem o mesmo. Estes o apuparam com desprezo e quando ele saiu à rua com sua claque de fujões o povo os vaiou raivosamente jogando-lhes todo tipo de objetos. Os membros da comitiva imperial correram, mas a furiosa multidão agarrou o imperador e o apedrejou até matá-lo em plena via pública. Depois o arrastou pelas ruas e o jogou nas águas do rio Tibre, de onde o cadáver nunca foi recuperado. A cidade ficou entregue à anarquia até os vândalos chegarem alguns dias depois e a saquearem durante uma semana, roubando e prendendo gente rica para dela cobrar resgate. Concluído o saque de tudo que tivesse algum valor, Genserico voltou ao seu reino deixando a “capital do mundo” nua das imensas riquezas que por tantos séculos ostentara.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgC1qCeWOaEZKwQfcJfOt3N_NJOUkCQ879uEpoex6W8_PqxKYnV7BApmtO745IdU02zey7AYVQdlPmXgnlgMuanNVa5TlfSR8pj9USoqpFaNKm9IxgkTVUD2hXsjW8aifhFv8XKEu7J7qQC/s1600/Sack_of_jerusalem.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="346" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgC1qCeWOaEZKwQfcJfOt3N_NJOUkCQ879uEpoex6W8_PqxKYnV7BApmtO745IdU02zey7AYVQdlPmXgnlgMuanNVa5TlfSR8pj9USoqpFaNKm9IxgkTVUD2hXsjW8aifhFv8XKEu7J7qQC/s640/Sack_of_jerusalem.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b><i>Em 70 DC os romanos saquearam o sagrado tesouro do Templo de Jerusalém e o guardaram em Roma como<br />troféu, mas em 455 os Vândalos o tomaram e o levaram para a África, onde sumiu para sempre</i></b></span></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
Roma ficou várias semanas sem governo até assembléia de príncipes germânicos reunida em Arles aclamar novo imperador o príncipe Avitus, galo-romano de família riquíssima, natural de Clermont na França atual, que fora amigo íntimo de Aécio e ocupara importantes cargos imperiais, inclusive o de governador da Gália nos anos 430. Enfadado das tarefas oficiais, ele se recolhera à luxuosa vida privada em seu palácio particular de Clermont por mais de uma década, mas Aécio interrompera o seu ócio e o trouxera de volta à atividade durante a invasão de Átila, fazendo com que ele participasse ao seu lado da batalha dos Campos Catalúnicos em julho de 451. Sendo homem muito culto, passara longa temporada na corte de Teodorico, rei dos visigodos, aproveitando sua estadia para ensinar poética, retórica e literatura ao príncipe herdeiro, futuro Teodorico II. Ótimo diplomata, antes da decisiva batalha fora encarregado por Aécio de trazer o velho rei Teodorico para a coalizão contra Átila, pois devido a antigas querelas ele hesitava juntar-se ao general romano. Avitus aplainara as divergências e Teodorico aliara-se a Aécio, possibilitando a derrota dos hunos.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
Agradecido, Aécio o fez novamente governador da Gália e ele ficara no cargo até o assassinato do amigo, quando então se demitiu, mas Petrônio Maximus, em um dos seus poucos atos inteligentes, insistira para que voltasse devido às suas excelentes relações com os povos germânicos de há muito estabelecidos na grande província. Estava há pouco tempo no cargo pela terceira vez quando a assembléia de príncipes o aclamou imperador, mas a escolha só foi aprovada pelo senado romano sob a condição dele vir residir na cidade, pois há quase um século a capital administrativa mudara por razões estratégicas, primeiro para Milão e depois para Ravena, permanecendo Roma apenas a capital oficial. Avitus aceitou e viajou para a grande metrópole sob gerais aplausos.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1d8Or2PANFLb7wgjT-O3ypErk3CDI4kGKY0q2d95vmX02s0tNUHF2FMAj36BMUAAnBYXNKo30Qxw2LZOQW_nD3R6WumJ7kN0eVsnWkXZBtfGX6EDg-j0WHLHdW9SMfPUpQxTQbQOSYcyf/s1600/Visigoths_and_Ostrogoths_fightingryansgallery.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="468" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1d8Or2PANFLb7wgjT-O3ypErk3CDI4kGKY0q2d95vmX02s0tNUHF2FMAj36BMUAAnBYXNKo30Qxw2LZOQW_nD3R6WumJ7kN0eVsnWkXZBtfGX6EDg-j0WHLHdW9SMfPUpQxTQbQOSYcyf/s640/Visigoths_and_Ostrogoths_fightingryansgallery.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Os visigodos possuíam grande valor guerreiro e o seu apoio aos romanos, conseguido por Avitus, foi decisivo<br />para que Aécio derrotasse Átila na grande batalha dos Campos Catalúnicos (451 DC)</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
O auspicioso início do seu governo logo deu lugar à intensa recriminação popular e à forte oposição no Senado, pois o novo imperador nenhuma medida tomou para sanar a grave situação em que ficara Roma após a catastrófica invasão dos vândalos. Enquanto a economia e a administração imperial se deterioravam ainda mais, ele permanecia inerte e indiferente, preocupado apenas em manter o luxuoso estilo de vida a que estava acostumado na vida privada e do qual jamais se afastara mesmo quando exercera importantes magistraturas oficiais e governara a Gália. A verdade é que Avitus era afeiçoado ao ócio e estava habituado apenas a funções burocráticas rotineiras que davam grande prestígio, mas não exigiam esforço nem requeriam a tomada de graves decisões, sendo inteiramente inadequado para lidar com situações excepcionais onde liderança e competência administrativa eram fundamentais. O resultado foi o Senado expulsá-lo do trono imperial sob instigação do poderoso conde Ricimerus após apenas um ano de governo. Inconformado, Avitus voltou-se para a Gália em busca de suporte porque, repudiado pelo senado que festivamente o recebera um ano antes, fugira de Roma e agora pedia aos príncipes gauleses que o aclamaram para repô-lo no trono.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
Como pudera ocorrer tão brusca mudança de sentimentos em menos de doze meses? A resposta era simples: incompetência e corrupção, as mesmas doenças dos outros dois últimos imperadores. As virtudes que tinham feito o riquíssimo Avitus popular entre os rudes príncipes da Gália eram a refinada educação e o talento diplomático. Muito gentil, instruído, elegante e sedutor, ele conquistara os príncipes e, conforme as más línguas, também suas mulheres. Como governador, pusera em prática aquilo que melhor sabia fazer: nada! Deixava os príncipes dirigirem seus domínios como bem entendessem, limitando-se a assinar os decretos que lhe traziam prontos e suas inspeções eram agradáveis visitas sociais aos amigos ao invés de fiscalizações de um enérgico delegado imperial visando corrigir abusos e injustiças. Em conseqüência gozava de grande popularidade entre os príncipes, dos quais era apenas um <i style="mso-bidi-font-style: normal;">carimbo</i>.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
Na verdade, o seu modo de governar era adequado ao caso da Gália, pois de há muito fora ela dividida em principados bárbaros romanizados cujos líderes governavam sob títulos romanos dados pelo imperador: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">cônsul</i>, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">prefeito</i>, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">pretor</i> e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">conde</i>. Mas a obediência ao monarca limitava-se ao fornecimento de tropas para repelir outros invasores que viessem tomar as terras que lhes tinham sido concedidas e ao pagamento de um tributo anual. Nada mais. Isto significa que referidos príncipes eram independentes de fato, embora não de direito, o que os tornava súditos inúteis ao imperador no caso de revolta ou de invasão em outro lugar que não fosse a Gália. Ao ir para a Itália Avitus ficara por conta própria, apesar de não sabê-lo e achar que ninguém em Roma o desafiaria por contar com os príncipes gauleses caso lhe ameaçassem o poder por eles outorgado, mas a falsidade da sua certeza ele teria de descobrir com a própria experiência.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
Infelizmente ele não percebeu que em Roma teria de governar para e com os romanos, fazendo face aos imensos problemas que enfrentavam e não deles se distanciando como se ainda estivesse na Gália governando para e com os seus compadres gauleses. Ao se deparar com a dura realidade, custou a entender que o confortável estilo por ele adotado na Gália era totalmente inadequado para um vasto império que se desintegrava e necessitava de um líder forte e enérgico. Sua fina educação, elegância e diplomacia, que tanto sucesso faziam entre os bárbaros, eram irrelevantes em Roma, pois a cidade estava cheia de nobres com suas mesmas qualidades. Para piorar as coisas, na sofisticada capital do mundo ele se dedicara com afinco ao seu esporte predileto na rude província: a caça às mulheres!</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
Tudo indica que acostumado às grosseiras damas gaulesas ele perdera a cabeça ao ver as lindas e elegantíssimas damas romanas, passando a agir de forma cínica e despudorada, assediando até mesmo aquelas de reconhecida virtude. Em todo caso tivera sucesso com muitas senhoras e senhoritas da mais alta aristocracia e pusera afrontosos chifres nas testas de alguns dos mais influentes senadores.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjquIgZH1wVEkofCowo50PwkOFbWLj1MljE0y3wACeyOY3JobhbRoTB-vdW85y9FHMirkCMX4JFiLXUrap88fuEC5ojGRCULuKijCfAp0iMQTccR1Y3Mzp18q4YezQY-O3_qhOwgFmduzHw/s1600/untitled.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" dua="true" height="304" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjquIgZH1wVEkofCowo50PwkOFbWLj1MljE0y3wACeyOY3JobhbRoTB-vdW85y9FHMirkCMX4JFiLXUrap88fuEC5ojGRCULuKijCfAp0iMQTccR1Y3Mzp18q4YezQY-O3_qhOwgFmduzHw/s640/untitled.bmp" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">Flavius Ricimerus (nome germânico Richomer ou Ricimer). Um dos poucos generais que tiveram sua </span></strong></em><br />
<em><strong><span style="font-size: x-small;">efígie em moedas sem ocuparem o trono imperial</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<br />
Sua incompetência administrativa e seu mau comportamento já tinham posto sua reputação em nível baixíssimo quando o general Ricimerus, mercenário a serviço do Império, destruiu grande frota vândala que ia para o norte da Itália fazer o mesmo que fizera um ano antes no sul: roubar, destruir e escravizar. A vitória foi esmagadora e o general vitorioso foi recebido em Roma não só como triunfador, mas também como <i style="mso-bidi-font-style: normal;">vingador</i>! Desmoralização suprema, Avitus não foi convidado para as festas, e quando quis ir de qualquer forma Ricimerus lhe disse que seria preso se fosse, devendo deixar o trono antes que dele fosse retirado à força. Em desespero, fugiu para o norte com seus guardas e pediu aos príncipes gauleses que lhe dessem tropas para resistir à rebelião, mas eles se negaram ao ver que nada ganhariam, pois Ricimerus proibira a sua volta a Roma e eles não iriam lutar por uma causa que nenhuma vantagem lhes traria. O imperador inútil teria que se costurar com as próprias linhas.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
Ao saberem da recusa dos príncipes e verem a ameaça de guerra civil afastada, os senadores romanos resolveram se vingar das humilhações, da desonra das filhas e dos chifres que Avitus lhes pusera, condenando-o à morte e prometendo boa recompensa a quem o executasse. A sentença era absurda, pois Avitus não cometera crime algum, a não ser os de adultério e sedução de esposas e filhas de aristocratas, mas para eles referidas "infrações" eram muito mais graves do que roubo e assassinato! Tentando escapar do supremo opróbio ele não só renunciou formalmente ao trono como praticou ato de supremo cretinismo: gastando rios de dinheiro obteve dos habitantes de Piacenza sua eleição para o cargo de bispo da cidade, pois a lei canônica conferia imunidade aos príncipes da Igreja. O resultado foi que num passe de mágica um imperador virou bispo como se fora o auge de uma tragicomédia em teatro de 3ª categoria!</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
A história do século 5º é péssima, havendo versão de que Avitus travou batalha com Ricimerus e após ser derrotado foi por ele obrigado a se tornar bispo, mas isso não tem nenhum suporte lógico porque Avitus não possuía exército devido à geral falta de apoio e não havia razão para que Ricimerus o obrigasse a usar a tiara ao invés do diadema. Até porque o seu dever era executá-lo, cumprindo sentença do Senado, e não dar-lhe imunidade. Tudo indica que o pseudo fato é invenção de Sidonius Apolinarius, genro de Avitus e historiador que tudo fez para livrar sua memória do ridículo.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
Vago o trono definitivamente, não havia a menor suspeita sobre quem o ocuparia, pois o conde Ricimerus, único com poder militar suficiente para ocupá-lo, não podia fazê-lo porque era mercenário bárbaro que nem sequer era cidadão romano. Se o ocupasse, ninguém o levaria a sério: nem os romanos nem os reis bárbaros vassalos, todos eles rivais entre si. No entretempo, Avitus pediu ao Senado que a sentença de morte expedida contra ele fosse revogada devido ao seu novo status clerical, mas aí lhe veio o golpe final: o Papa declarou nula sua eleição ao bispado de Piacenza devido ao fato dele não possuir ordens sacras e por isso estar impedido pela lei canônica de ser bispo. Vendo que poderia ser preso a qualquer momento, ou até mesmo assassinado por alguém em busca da recompensa oferecida pelo Senado, Avitus fugiu com seus guardas a procura de esconderijo nos Alpes em pleno inverno, porém semanas depois alguns deles voltaram dizendo que ele morrera de morte natural nas montanhas e lá fora enterrado.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
Novamente há a versão de que ele morreu não quando fugia, mas quando viajava a fim de levar sagrada relíquia para importante diocese gaulesa. Dessa tola versão deve ser dito o mesmo que foi dito da outra sobre a sua ridícula transformação em bispo.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
Fato é que a história dos soldados sobre o verdadeiro fim de Avitus parecia ser correta, pois ninguém reclamou o prêmio pela possível execução do condenado, mas existia a suspeita de que o ex-imperador se escondera em lugar secreto e ele próprio mandara seus fiéis seguidores divulgarem a história para que a perseguição cessasse e o deixassem terminar seus dias em paz.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
Nunca se soube com certeza qual das versões era a verdadeira, mas, vivo ou morto, o bom camarada Avitus sumiu de vez do cenário sócio-político europeu, deixando como marca própria apenas a ridícula história do imperador que virou bispo para escapar de absurda sentença de morte, decretada tão somente porque ousara plantar vistosos chifres nas testas de eminentes senadores.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5084150772219664474.post-89866164987000486402013-04-11T14:46:00.000-07:002015-09-18T12:37:28.010-07:00<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u>Post nº 73</u></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 20pt;">ALEXANDRE MAGNO - O JOVEM GÊNIO MILITAR QUE CONQUISTOU O MUNDO</span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoXfOmN_D7PeLuUwDs1c37TkK5_L1dOUjdtplmxrf1ZhAD6xRw69BOlRsaAlIZ6dbGgG5FTtiD1JIdy2D4iXGU1idKHtUG9yQ8_5H3z3QNEPDOznJVjR6t4yrCP_ppsPq4dJz1J_Ns9IXs/s1600/alexandre+-detalhe+de+tela+de+charles+le+brun+.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" bua="true" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoXfOmN_D7PeLuUwDs1c37TkK5_L1dOUjdtplmxrf1ZhAD6xRw69BOlRsaAlIZ6dbGgG5FTtiD1JIdy2D4iXGU1idKHtUG9yQ8_5H3z3QNEPDOznJVjR6t4yrCP_ppsPq4dJz1J_Ns9IXs/s640/alexandre+-detalhe+de+tela+de+charles+le+brun+.jpg" width="542" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">Alexandre Magno - Retrato bastante fiel à realidade, feito com base em seus bustos,</span></strong></em><br />
<em><strong><span style="font-size: x-small;"> estátuas e efígies </span></strong></em><em><strong><span style="font-size: x-small;">em moedas. Detalhe de tela de Charles Le Brun (séc. XVII)</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVae0960NaPmOAoZWXFbtz9De6Qxfl1WDoUte3DEDOZEdjqALnL1pq3bGEtnE6P3fFPp75LC87ehG2K0mkrjJFH1Y7FfTKMBSEyW_jL1Dm7Wp5hUEoGY0oVEjK9Mp_Tlq3dmEURzh1Pe0L/s1600/livro+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" dua="true" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVae0960NaPmOAoZWXFbtz9De6Qxfl1WDoUte3DEDOZEdjqALnL1pq3bGEtnE6P3fFPp75LC87ehG2K0mkrjJFH1Y7FfTKMBSEyW_jL1Dm7Wp5hUEoGY0oVEjK9Mp_Tlq3dmEURzh1Pe0L/s320/livro+3.jpg" width="243" /></a></div>
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizDHSMW3ZFM-91q2Djb8ueHevZOkiN7BW_UD6ZN0q6qDwq4G3N41-7OrowlsOBACK1ysQyz0bmrz0QP6s7Xj8RVyeFHPu2EzMTMWZCPZ2wW6YIXqyFReqoHPBslCGJfftSEc0yowgi20XI/s1600/livros.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" bua="true" height="230" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizDHSMW3ZFM-91q2Djb8ueHevZOkiN7BW_UD6ZN0q6qDwq4G3N41-7OrowlsOBACK1ysQyz0bmrz0QP6s7Xj8RVyeFHPu2EzMTMWZCPZ2wW6YIXqyFReqoHPBslCGJfftSEc0yowgi20XI/s320/livros.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b><i>Para adquirir estes livros vá ao site da Amazon.com ou ao</i></b></span><br />
<span style="font-size: x-small;"><b><i>site da nossa livraria virtual acima</i></b></span><br />
<span style="font-size: x-small;"><b><i><br /></i></b></span></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br />
A Pérsia era um grande império, mas a sua fraqueza militar ficara evidente na primeira metade do século V AC quando os modestos gregos infligiram-lhe derrota humilhante nas chamadas "Guerras Médicas" (medos-persas) e tornaram vãos os seus desígnios de conquista da Grécia ao destruírem a sua poderosa esquadra na batalha naval de Salamina (480 AC). Desde então houvera uma paz muito tensa, entremeada de intrigas, querelas políticas e combates ocasionais, com a Pérsia sempre se metendo nos negócios da Grécia por iniciativa própria ou a chamado de uma ou de outra cidade-estado grega em guerra com suas vizinhas. Isto fazia com que os gregos vissem nos persas seus inimigos naturais e quando Felipe os conclamou a guerra todos se alistaram sob a sua bandeira, a qual seria levada adiante por seu filho Alexandre.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFVekZDVwkvmS3L1wxAgiFgKjKFilRoY73LY-aCJnAeqlfAfvLZaXXJjYt4z6HFfddAg7YD0PO77cABx8yBXOTdMCSI-WK8QkxtfBrXFl08cFM8C65RqmOJdoahu_AfNngqsFmYJ-2cnyN/s1600/batalha+de+salamina+-+wilhelm+von+kaulbach.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" bua="true" height="424" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFVekZDVwkvmS3L1wxAgiFgKjKFilRoY73LY-aCJnAeqlfAfvLZaXXJjYt4z6HFfddAg7YD0PO77cABx8yBXOTdMCSI-WK8QkxtfBrXFl08cFM8C65RqmOJdoahu_AfNngqsFmYJ-2cnyN/s640/batalha+de+salamina+-+wilhelm+von+kaulbach.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">Após a vitória dos gregos sobre os persas na batalha naval de Salamina houve 140 anos de paz muito tensa,</span></strong></em><br />
<em><strong><span style="font-size: x-small;">até que Felipe resolveu romper o impasse. Tela de Wilhelm von Kaulbach (séc. XIX)</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Com um exército de vinte e cinco mil homens, imenso para os padrões gregos, Alexandre invadiu a Pérsia e usando a nova <i>Falange<b> </b>Macedônica<b> </b></i>herdada do pai derrotou os persas na batalha do rio Grânico, fazendo com que quase todas as províncias ocidentais do cambaleante império passassem para o seu lado. As que não passaram foram aniquiladas a ferro e fogo, como foi o caso da grande cidade portuária de Tiro. À medida que obtinha vitória sobre vitória, Alexandre conseguia mais e mais cavalos, abundantes nas regiões conquistadas e próprios para campanhas militares nas vastas planícies da Ásia. Ele então fez mais três inovações na falange: 1) criou pelotões independentes de cavaleiros armados apenas com espadas que ficavam na retaguarda e só se lançavam sobre o inimigo quando este conseguia escapar das "mandíbulas", saindo pelo campo aos magotes totalmente desnorteado; 2) pôs hoplitas espadachins em torno dos hoplitas lanceiros ao longo do retângulo do bloco de falange, de forma que o inimigo que lograsse passar por entre os "espinhos do porco" ficava frente a frente com um hábil espadachim que o liquidava depressa; 3) com a substituição dos lanceiros das linhas de frente e de flanco por espadachins, reduziu à três as linhas de lanceiros e fez a terceira conservar suas lanças em pé, só as baixando quando o lanceiro da frente tombava. Isto diminuiu os "espinhos do porco", porém deu-lhe mais agilidade e o impressionante espetáculo das enormes lanças levantadas foi psicologicamente importante para aterrorizar o inimigo antes que ele se lançasse ao combate. Lutar com um inimigo de antemão aterrorizado é valiosa vantagem tática e ninguém melhor que Alexandre sabia disso.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSqqpJjRqT-hG5u1L8_aw8u_W6JGY3-c6UqtPT7Py1u7YyRsKysF_03juqMEL_qUK3n3TtkiRMbXS7TM6eCXlXCN8LVagW9YgBGF0APASGb0eEjbHOXhNK0aNymg3e7hKTmqiC1qEDmmWK/s1600/Dario+III+&+Alexandre.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" bua="true" height="432" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSqqpJjRqT-hG5u1L8_aw8u_W6JGY3-c6UqtPT7Py1u7YyRsKysF_03juqMEL_qUK3n3TtkiRMbXS7TM6eCXlXCN8LVagW9YgBGF0APASGb0eEjbHOXhNK0aNymg3e7hKTmqiC1qEDmmWK/s640/Dario+III+&+Alexandre.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">Após a derrota final Dario III fugiu, mas durante a fuga foi assassinado por traidores e deixado na margem da estrada, onde Alexandre o achou. Gravura de autor anônimo do séc. XIX </span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<span style="text-indent: 45pt;">Foi desse modo que ele esmagou os grandes exércitos persas, em média três ou quatro vezes maiores que o seu. Os inúmeros povos do vasto Império (cossacos, russos, afegãos, paquistaneses, indianos, etc.) nunca tinham visto máquina de guerra tão organizada, fria, azeitada e mortífera, e passaram a se render em massa a “Sikhanda”, como o chamavam. Assim, Alexandre se tornou o novo “Grande Rei dos Arianos” (título do imperador persa), muito mais temido e respeitado do que os seus antecessores, pois fazia questão de participar de todas as batalhas, não só orientando e dando ordens aos seus homens como lutando pessoalmente no meio deles frente a frente com o inimigo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiR6LS44OjI36Pi4llB2ndGO6KjZJ6KhE3KZUqkn_FSl7Zs4y1qbjW2EK6YfDKpCFmrbZ8QvNMZgVdhh1_2R9CLZdSXh60f2Z-f6HdJgIE6V3J5NXSqX5G5cp3CbQuVDVYncyXLkAgbyKU0/s1600/alexandre+-batalha+do+rio+hydaspes+-andr%C3%A9+castagne+1896.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" bua="true" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiR6LS44OjI36Pi4llB2ndGO6KjZJ6KhE3KZUqkn_FSl7Zs4y1qbjW2EK6YfDKpCFmrbZ8QvNMZgVdhh1_2R9CLZdSXh60f2Z-f6HdJgIE6V3J5NXSqX5G5cp3CbQuVDVYncyXLkAgbyKU0/s640/alexandre+-batalha+do+rio+hydaspes+-andr%C3%A9+castagne+1896.jpg" width="436" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">Alexandre derrota os elefantes do rei Porus na batalha de Hydaspes, também</span></strong></em><br />
<em><strong><span style="font-size: x-small;">chamada batalha do rio Indo. Gravura de André Castagne (1899)</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Se isso por um lado o fez <em>Guerreiro</em> <em>dos</em> <em>Guerreiros</em>, por outro lhe encurtou a vida, pois foi ferido várias vezes, algumas gravemente, e os relatos indicam que a sua morte prematura aos trinta e dois anos deveu-se principalmente ao enfraquecimento das suas resistências orgânicas graças aos seus excessos (bebia demais) e aos graves ferimentos mal curados. Ainda por cima fora tomado de grave depressão após matar em uma bebedeira o seu melhor amigo, que muitos dizem ter sido seu amante. Algum tempo depois outro oficial, que também diziam ser seu parceiro sexual, morreu vítima de súbita enfermidade durante uma viagem e a sua depressão aumentou ainda mais, fazendo-o apresentar nítidos sintomas de desequilíbrio e megalomania poucos meses antes da sua morte.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhda5nf26QEReWQydrYGRm3EmGAFGh_KfMqJwSOBhf6DpuEdjmSny6gqRll7RxGJycjNC96dkdczDoCuO0bWhj1IxbHVQdhm79dMU1YowfOnyXckgwyM4yUg6Fu8dBsG13f7CWB_YK8cQ5I/s1600/alexandre+e+a+fam%C3%ADlia+de+dario++-Charles_Le_Brun+1660.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" bua="true" height="416" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhda5nf26QEReWQydrYGRm3EmGAFGh_KfMqJwSOBhf6DpuEdjmSny6gqRll7RxGJycjNC96dkdczDoCuO0bWhj1IxbHVQdhm79dMU1YowfOnyXckgwyM4yUg6Fu8dBsG13f7CWB_YK8cQ5I/s640/alexandre+e+a+fam%C3%ADlia+de+dario++-Charles_Le_Brun+1660.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">Alexandre tratou bem a família de Dario. Tornou-se amigo da rainha-viúva e casou com</span></strong></em><br />
<em><strong><span style="font-size: x-small;">uma das suas filhas. Tela de Charles Le Brum (1673)</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br />
O homossexualismo, sobretudo entre soldados, não era censurável nas culturas greco-orientais e disso não o salvou o seu harém de belas mulheres da mais alta aristocracia nem as lindas princesas persas que tomou como esposas. Astutamente, casara com a belíssima Roxane, filha de um poderoso rei afegão e provavelmente sobrinha ou prima do Rei Dario III de quem o seu pai seria parente e súdito, de forma que ninguém podia negar ser ele membro da família real persa. Soberano por direito de herança do “parente” seu inimigo, assassinado por traidores que mandou executar, foi aceito pelos povos do império como seu novo monarca universal e deu a Dario majestosos funerais, chorando-o hipocritamente.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrVAd37Irk5Ok1z9lKYpoBM1G8EZscrk6kWHy6rAz37Uo1O91-szvmJJrFMtXB3tkSpMLwJ7vd6d52D-xWLD1PGXa21RNCj2OVUSplb_ZgSGNSqPXjAa1RsqTr-40IPNNdJpNm20wDhiFv/s1600/Alexandre+Macedon+Empire.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" bua="true" height="306" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrVAd37Irk5Ok1z9lKYpoBM1G8EZscrk6kWHy6rAz37Uo1O91-szvmJJrFMtXB3tkSpMLwJ7vd6d52D-xWLD1PGXa21RNCj2OVUSplb_ZgSGNSqPXjAa1RsqTr-40IPNNdJpNm20wDhiFv/s640/Alexandre+Macedon+Empire.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">O império de Alexandre em sua máxima extensão (322 AC)</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br />
Para consolidar-se no trono, fez-se amigo íntimo da rainha-viúva e tomou sob sua proteção a família real, casando-se com a princesa Barsine, filha reconhecida do falecido rei, pois a poligamia era legal tanto na Macedônia como na Pérsia. Assim agindo, tornou-se "herdeiro" de Dario e legitimou o seu direito à coroa. Ele estava no auge do poder quando o majestoso palácio imperial de Persépolis foi incendiado. Uns dizem que o incêndio foi acidental e outros que foi proposital, tendo sido Alexandre o seu autor, seguindo perverso conselho de sedutora cortesã grega chamada Thaís após ficar temporariamente enlouquecido pelo alcóol e pelas drogas durante uma bacanal, mas qualquer que tinha sido o caso ele ficou transtornado ao constatar os efeitos da catástrofe e mudou a capital de Persépolis para Babilônia.<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7brhxzSha3uQjbiaWtz_A_Up3gN67O_2yCniTQVUmFO8lYsumqG-4u0Pg9mC4ZhNPxKtDDNYxs2V1qMx1Iin9ms1cKv51YV40TqgihSZpIU4LgNo525WbzWQCYd_iPu-Ev0eSSrPwTDv5/s1600/Persepolis+-+reconstitui%C3%A7%C3%A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" bua="true" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7brhxzSha3uQjbiaWtz_A_Up3gN67O_2yCniTQVUmFO8lYsumqG-4u0Pg9mC4ZhNPxKtDDNYxs2V1qMx1Iin9ms1cKv51YV40TqgihSZpIU4LgNo525WbzWQCYd_iPu-Ev0eSSrPwTDv5/s640/Persepolis+-+reconstitui%C3%A7%C3%A3o.jpg" width="528" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">Persépolis - reconstituição de uma das alas externas do palácio imperial provavelmente</span></strong></em><br />
<em><strong><span style="font-size: x-small;">incendiado por Alexandre em momento de embriaguez e loucura</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
<br />
A decisão lhe foi fatal, pois apesar de esplendorosa a cidade era insalubre, cortada por braços de rio e cercada de pântanos, fábricas de nuvens de mosquitos e fontes de febres mortíferas. Com o organismo enfraquecido pelas guerras incessantes, ferimentos mal tratados, drogas inebriantes pseudamente curativas e excessivo consumo de bebida alcoólica, adoeceu gravemente quando se preparava para conquistar a Península Arábica e morreu em poucas semanas.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9Z5salJpa4bxiGdcybhhBB2SnUKA57DBYuerZcdjpiO2crJJ9-MAntK8tBEW5xVJKhhIg_t8gktTrWbB3wmz3YqCO7u2DPeDF2hKoIEfZXKx1DUMiTIhFTAjd5fS8uysVCkJG8shEOiuL/s1600/Alexander+Coin.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" bua="true" height="207" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9Z5salJpa4bxiGdcybhhBB2SnUKA57DBYuerZcdjpiO2crJJ9-MAntK8tBEW5xVJKhhIg_t8gktTrWbB3wmz3YqCO7u2DPeDF2hKoIEfZXKx1DUMiTIhFTAjd5fS8uysVCkJG8shEOiuL/s400/Alexander+Coin.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKFrKfLNHe4QdJLcz3cmW51Y11a2k0DmHTXhT1UVN8tRLvjyFTHOMsWqNbNGAEv_yZn911AlNFRu4ztDtf09LY1MgUCAAhkQg-xAywYqVdt_eJgvKBYdaOUUrKfhYnYAJ4Nw2QKjfj-jy-/s1600/Alexander-Coin.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" bua="true" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKFrKfLNHe4QdJLcz3cmW51Y11a2k0DmHTXhT1UVN8tRLvjyFTHOMsWqNbNGAEv_yZn911AlNFRu4ztDtf09LY1MgUCAAhkQg-xAywYqVdt_eJgvKBYdaOUUrKfhYnYAJ4Nw2QKjfj-jy-/s320/Alexander-Coin.jpg" width="317" /></a></div>
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjizYZEy2BfndRxE3ftxP0FJp34stZzt4W9-ryWoCcs2GLCs9KfijBTMW-lfpxE-GNgo8diDHwM2FRQPv23RFi7MaECip8XXmdi_EO-NTnkfmGviUt7jXZixkmAA_PuFwvN-WmOPWHgQYuZ/s1600/alexandre+-+moeda.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" bua="true" height="312" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjizYZEy2BfndRxE3ftxP0FJp34stZzt4W9-ryWoCcs2GLCs9KfijBTMW-lfpxE-GNgo8diDHwM2FRQPv23RFi7MaECip8XXmdi_EO-NTnkfmGviUt7jXZixkmAA_PuFwvN-WmOPWHgQYuZ/s320/alexandre+-+moeda.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">Moedas com a efígie de Alexandre ao tornar-se ele "Senhor do Mundo"</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br />
Alexandre teve um filho com a princesa Roxane, mas não prevendo a morte próxima não lhe nomeou tutor de sua confiança que fosse suficientemente poderoso para garantir-lhe os direitos em caso de sucessão, evento bastante previsível quando se participa de batalha após batalha de forma ativa e arriscada como no seu caso.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihEGJ37oMnqN8RLBvzLbLIbeQxiSsiEtFtdEFaeVG4NNJnlJ8S11Sth-Y9cHQAeTdZpJUkS5xcdcogmNysWUXigMG8__g2tJ_NWvlrVaLSKmdpgPAiTd_BvLzst-k15fImJxSti-xtcmKX/s1600/olympias_mus_theski_s.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" bua="true" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihEGJ37oMnqN8RLBvzLbLIbeQxiSsiEtFtdEFaeVG4NNJnlJ8S11Sth-Y9cHQAeTdZpJUkS5xcdcogmNysWUXigMG8__g2tJ_NWvlrVaLSKmdpgPAiTd_BvLzst-k15fImJxSti-xtcmKX/s640/olympias_mus_theski_s.jpg" width="568" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">Olímpia, mãe de Alexandre, era uma mulher bonita e inteligente, mas era megalomaníaca</span></strong></em><br />
<em><strong><span style="font-size: x-small;">e convenceu o filho de que ele era um deus. Medalhão antigo.</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Tudo indica que não o fez por superstição, pois desde criança tinham lhe metido na cabeça que era um "deus". Deuses na tradição grega tinham as virtudes e defeitos dos homens comuns, mas diferiam por serem "imortais". A sua mãe psicótica (há indícios de que era apaixonada pela beleza do filho) foi quem criou o mito da "divindade" de Alexandre após fato singular: amamentava-o pela manhã poucos dias após o seu nascimento, em quarto inundado de sol pelas amplas janelas abertas, quando uma pequena águia entrou e pousou no espaldar da cama diante dos olhos assustados das servas reais. Após alguns segundos ela abriu majestosamente as asas sobre o idílico quadro e alçou vôo, saindo pela mesma janela por onde entrara. Verdade ou não, a história espalhou-se e a arrogante rainha, fingindo indiferença, disse que fora apenas uma visita que Zeus, rei dos deuses, viera fazer ao filho em forma de águia. Alexandre cresceu ouvindo a tolice e no mundo supersticioso da época certamente passou a julgar-se um "deus imortal".<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6f6dKnU-hZzc33PAS9PQrpzrDvsO7AuoTgDG3DDP6pComb2fn314Mtaf9LJxgTV1BQ7IkSgJA36pgGR16WnOONsBeZnmXaoVrAMweKJSj9h2s5v31H2btpXi1cmU7bQkaDU6u9OAXqCEA/s1600/alexandre+jovem+3.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" bua="true" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6f6dKnU-hZzc33PAS9PQrpzrDvsO7AuoTgDG3DDP6pComb2fn314Mtaf9LJxgTV1BQ7IkSgJA36pgGR16WnOONsBeZnmXaoVrAMweKJSj9h2s5v31H2btpXi1cmU7bQkaDU6u9OAXqCEA/s400/alexandre+jovem+3.gif" width="271" /></a></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirh5hkoO67PdBUplqC3QFTvPhV0YGhb8kn5JGaRSq-29LM4fQ8i-0tkqY2F4U-Z9M3zjIo0N8G_x448SklbBbWMOYZSDrsN5rnnMlCmgZ9hmBNE7cNhnA9Yvhn1alf80DgoccqENxC1bzb/s1600/alexandre+jovem.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" bua="true" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirh5hkoO67PdBUplqC3QFTvPhV0YGhb8kn5JGaRSq-29LM4fQ8i-0tkqY2F4U-Z9M3zjIo0N8G_x448SklbBbWMOYZSDrsN5rnnMlCmgZ9hmBNE7cNhnA9Yvhn1alf80DgoccqENxC1bzb/s400/alexandre+jovem.jpg" width="285" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">Bustos de Alexandre jovem. Há evidências de que </span></strong></em><em><strong><span style="font-size: x-small;">Olímpia</span></strong></em><br />
<em><strong><span style="font-size: x-small;">tinha pelo filho adoração incestuosa (séc. IV AC)</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
A belíssima Roxane tem origem e vida controversas. Alguns dizem que ela não era parenta de Dario e nem sequer era persa, sendo o seu pai rei de um dos "tans" (Turkestan, Kazakistan, Afeganistan, Pakistan, etc.) que recebera o conquistador como o verdadeiro <em>Grande</em> <em>Rei</em> <em>dos</em> <em>Arianos</em>. Há indícios de que o <em>Mito</em> <em>Ariano</em> foi habilmente usado por Alexandre para ganhar apoio dos povos a nordeste e a leste da Pérsia, especialmente dos indianos. Ele também tomara como esposa a princesa Barsine, esta realmente filha de Dario, pois a poligamia era legal entre os macedônios e os persas. Roxane estava em segundo lugar ao enviuvar, mas diz-se que ela matou a rival e foi para o Épiro morar com a sogra Olímpia a fim de reivindicar o trono da Macedônia para o seu filho pequenino. Algum tempo depois um usurpador teria assassinado Olímpia, Roxane e a criança, assenhoreando-se do trono macedônico. Todavia as evidências históricas sobre isso são duvidosas e o que se conhece de Alexandre mostra que ele era uma raposa política e sabia que a coisa certa a fazer era casar com mulheres da família de Dario. Também não faz sentido Roxane matar a rival para depois sair com o filho da Pérsia, cenário principal dos acontecimentos e onde tudo era decidido. Todavia, qualquer que fosse o grau de parentesco com o imperador vencido, parece certo que Roxane vivia na sua corte e foi escolhida por Alexandre devido à sua extraordinária beleza, unindo o útil ao agradável. O fato de ser prima ou sobrinha de Dario não a impede de também ser filha de rei menor, parente e súdito do Grande Rei persa.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Não há provas de que Alexandre tenha sido envenenado, embora isso acidentalmente possa ter ocorrido devido a algum "medicamento" tóxico usado na época, mas depois de sua morte a rainha Roxane e o príncipe herdeiro saíram de cena (322 AC), não havendo certeza sobre o que de fato ocorreu. Os seus generais então dividiram o Império entre si e Ptolomeu, general-governador do Egito, exigiu que o sarcófago do Grande Rei fosse levado para Alexandria, cidade que ele fundara. Há mesmo uma história dizendo que ele atacou o cortejo funerário que se dirigia à Macedônia e o desviou para o Egito.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_8DB-KbDQfoTiTbsLYa6-m2tjGZ5W9WsSVXIM_wO8-V6vPvkuEz8wOm_oxcAba-YATC3zJzvsfJYuj_1nUhcsKgOhkKj00bp9sILIOk6fN23NxjORsJTasWCM-LAII5q21X5k49t47RT3/s1600/alexandre+-+funeral++-desenho+autor+an%C3%B4nimo+-s%C3%A9c.XIX+(reconstru%C3%A7%C3%A3o+seu+catafalco+baseado+em+descri%C3%A7%C3%A3o+de+Diodorus.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" bua="true" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_8DB-KbDQfoTiTbsLYa6-m2tjGZ5W9WsSVXIM_wO8-V6vPvkuEz8wOm_oxcAba-YATC3zJzvsfJYuj_1nUhcsKgOhkKj00bp9sILIOk6fN23NxjORsJTasWCM-LAII5q21X5k49t47RT3/s640/alexandre+-+funeral++-desenho+autor+an%C3%B4nimo+-s%C3%A9c.XIX+(reconstru%C3%A7%C3%A3o+seu+catafalco+baseado+em+descri%C3%A7%C3%A3o+de+Diodorus.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">A procissão funerária da Babilônia a Alexandria com o seu catafalco durou meses. Gravura de</span></strong></em><br />
<em><strong><span style="font-size: x-small;">autor anônimo do século XIX baseada em descrição do escritor grego Diodorus </span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Todavia é certo que Ptolomeu o pôs em majestoso templo-mausoléu em Alexandria após proclamar-se rei da terra dos faraós e criou um culto divino a Alexandre. O mausoléu existiu durante setecentos anos e era visitado por multidões, incluindo grandes personalidades da antiguidade, como César e Augusto. No início do século III DC o imperador Septímius Severus proibiu visitas do público para evitar danos ao corpo mumificado e mandou selar o sarcófago, mas visitas ocasionais de grandes personalidades, como a do imperador Caracala, continuaram a ser admitidas excepcionalmente. No final do século IV DC o imperador Teodósio mandou fechar os templos pagãos e o seu sucessor Arcádio mandou que fossem transformados em igrejas ortodoxas, demolindo-se aqueles que não fossem adaptáveis à nova religião. Assim, o majestoso templo-mausoléu foi destruído por fanáticos cristãos e não se sabe sequer o local onde ele ficava nem o destino dado ao sarcófogo e ao corpo do conquistador.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Depois da sua morte precoce o seu gigantesco Império se esfacelou, mas a <i>Falange<b> </b>Grega</i> ainda reinou invencível por mais de um século como a mais perfeita formação militar tática e estratégica já inventada e só foi superada pela <i>Legião</i> <i>Romana</i> no final da Segunda Guerra Púnica (202 AC). Esta se tornaria a mais perfeita formação militar de todos os tempos e sua organização tática, disposição estratégica e técnicas de combate ainda hoje são objeto de estudos nas Academias Militares do mundo inteiro</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="font-size: 20pt;"><o:p><span style="text-decoration: none;"></span></o:p></span></u></b></div>
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5084150772219664474.post-63425287279856729492013-04-07T13:24:00.000-07:002015-09-22T11:59:27.790-07:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">Post nº 72<o:p></o:p></span></u></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 18pt;">PETRONIUS MAXIMUS - THE EMPEROR WHO WAS STONED TO DEATH IN THE STREETS OF ROME</span></b><br />
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYRqG3ys3p-iBxEajrvDUj4YeiUuvLVPK0oTYt7FEk3TTO_eyUvrxtKFrx3P-roJEkjtajJwH0z9NpAYoYdDxZiebux5ehDFuJ1KkOtz7mOTDM0s5JcEvyA6H3D4-E5wtRwddk0MhaYViP/s1600/Genseric_sacking_Rome_455.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="472" mta="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYRqG3ys3p-iBxEajrvDUj4YeiUuvLVPK0oTYt7FEk3TTO_eyUvrxtKFrx3P-roJEkjtajJwH0z9NpAYoYdDxZiebux5ehDFuJ1KkOtz7mOTDM0s5JcEvyA6H3D4-E5wtRwddk0MhaYViP/s640/Genseric_sacking_Rome_455.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">Three days after emperor Petronius Maximus was stoned to death in the streets of Rome, Genseric</span></strong></em><br />
<strong><em><span style="font-size: x-small;">king of the Vandals </span></em></strong><em><strong><span style="font-size: x-small;">conquered the city and looted it completely (455 DC) </span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
<br />
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3PXCotu07rOcyM9vrYtVTcUmUu-FutciLAommi1mhvp3YtnGemZBTnaDeyPzdQjnKInCl31z7FE3Fux1IrT6FoMGZr3uwXd9EH0jm9UqJqxazFttkIOdlPMBEJJv_YKQOQBwvkEwlPNID/s1600/livros+-+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="232" mta="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3PXCotu07rOcyM9vrYtVTcUmUu-FutciLAommi1mhvp3YtnGemZBTnaDeyPzdQjnKInCl31z7FE3Fux1IrT6FoMGZr3uwXd9EH0jm9UqJqxazFttkIOdlPMBEJJv_YKQOQBwvkEwlPNID/s320/livros+-+1.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">To buy these books in English go to the site of Amazon.com</span></strong></em><br />
<em><strong><span style="font-size: x-small;">and </span></strong></em><strong style="font-size: 12.8px;"><em><span style="font-size: x-small;">in Portuguese go to our virtual bookshop above</span></em></strong></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span lang="EN-US" style="font-size: 18pt; mso-ansi-language: EN-US;"><o:p><span style="text-decoration: none;"></span></o:p></span></u></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span lang="EN-US" style="font-size: 18pt; mso-ansi-language: EN-US;"><o:p><span style="text-decoration: none;"></span></o:p></span></u></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span lang="EN-US" style="font-size: 18pt; mso-ansi-language: EN-US;"><o:p><span style="text-decoration: none;"></span></o:p></span></u></b></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">O</span><span lang="EN-GB">n March 27 455 DC, eleven days after the emperor Valentinianus killing by his own guards, the Roman Senate and the local military garrison acclaimed senator Petronius Maximus the new Western Roman Emperor. According to respected historians, the appointment was bought with rivers of gold because Maximus was a close member of the Valentinianus’ gang and people had resisted his nomination as much as possible, refusing the official version given to the dirty anecdote that was circulating in the city at the time of the <i>coup d’état.</i></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Accordingly, Maximus had bet his wife in an attempt to recover a lot of money he had lost to Valentinianus gambling dices. Losing again, he had called the lady and <span style="mso-bidi-font-style: italic;">paid<i> </i></span>his debt, but due to the following mockery he had become a secret enemy of his former Imperial buddy. However, what had been generally accepted as a shameless gambling bet among vicious drunkards was being presented now as a rape: “T<span style="mso-bidi-font-style: italic;">he villainous Valentinianus had used Maximus’ ring, gained playing dice to attract his wife to the Empress’ bedroom and outraged the virtuous lady, pretending to be her husband in the darkness. As a result, Maximus had plotted and commanded the coup to avenge his honour”.</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
No one had believed in this fairy tale, although, due to the teasing and mockery of the deceased Emperor and other members of the gang of the <span style="mso-bidi-font-style: italic;">“outraged husband”, this one may have felt</span> humiliated, this humiliation becoming an important factor for Maximus collaborating with the true conspirators, especially helping them to introduce in the Imperial Guard the general Aetius’ former soldiers who killed the rogue Valentinianus to avenge the murder of their dear commander.</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
So, was no surprise the overthrowing and killing of the corrupt Petronius Maximus in October 455, less than seven months after he put the Imperial Purple on his shoulders and less than a year after Aetius’ cowardly assassination by his gang. As everybody predicted, he was a useless leader and an incompetent administrator, who had remained on the Imperial throne as if he was seated at a private table, gambling, drinking and chatting with his equally perverted chums. His ashamed gorgeous wife, who had been object of the infamous bet, which had become the most celebrated dirty anecdote of the last years in town, had died of disgust and her scoundrel husband, now a widower, had quickly married the shameless Licinia Eudoxia, recent widow of his late buddy Valentinianus, whom he had conspired to assassinate only a few months before. As if this wasn’t enough, in an attempt to legitimate his crown by mixing with the Imperial Family, replacing Valentinianus in his family as he had replaced him on his throne, he married his son to Paladia, daughter of the assassinated Emperor.</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQr18lMTcEdyVmpRGgBha2CgtztU1oaEQWA2CH-xBKRIi9WOVeWvtiBdns9ucE2d8LaqA5Fj91YoRh_X9Z2rUm-fSWdrpgCpcRlrC7R72Xf2ec_ZSY_0I_FwnKmd7auTA6lgQ2Dr4NitET/s1600/Licinia_Eudoxia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="632" mta="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQr18lMTcEdyVmpRGgBha2CgtztU1oaEQWA2CH-xBKRIi9WOVeWvtiBdns9ucE2d8LaqA5Fj91YoRh_X9Z2rUm-fSWdrpgCpcRlrC7R72Xf2ec_ZSY_0I_FwnKmd7auTA6lgQ2Dr4NitET/s640/Licinia_Eudoxia.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">Empress Licínia Eudoxia married Petronius Maximus straight after the</span></strong></em><br />
<em><strong><span style="font-size: x-small;">assassination of her husband Valentinianus III</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
The summary of the comedy was that the shameless widow had married the rascal murderer of her late rogue husband, and her barefaced daughter had married the barefaced son of her father’s killer.</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
It was very difficult to find someone who didn’t stink in the pigsty the <st1:street w:st="on"><st1:address w:st="on">Imperial Court</st1:address></st1:street> had become, and everybody outside the pigsty was praying for the cleaner’s arrival. He came in the person of the old pirate Genseric, King of the Vandals, who had established a powerful empire in <st1:place w:st="on">North Africa</st1:place> since conquering the province from the Romans twenty-four years earlier. While Aetius was alive he had refrained from attacking Italy, especially after failing in an attempt to conquer the great Sicilian island in 443 when his invading army was defeated and repelled by Aetius. However, after the demise of the <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Iron</i> <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Wall</i>, Genseric saw that the path was open and realised that his moment had finally arrived. So, he began preparing a massive invasion at the very heart of the ailing Western Empire: <st1:place w:st="on"><st1:city w:st="on">Rome</st1:city></st1:place>!</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
When Genseric preparations for attack were known in <st1:country-region w:st="on"><st1:place w:st="on">Italy</st1:place></st1:country-region>, the Pope and the Roman Senate demanded immediate military measures from the Emperor to face the grave situation, but he remained gambling, drinking, chatting and making love with his mistresses as if nothing was happening. Finally, when everybody knew that Genseric’s army was ready to embark in the enormous fleet he had rounded up in North African ports, the pathetic Petronius Maximus was obliged to face the terrible problem, from which he had tried to escape as much as he could. Nonetheless, instead of assembling a powerful army to fight the enemy, he remained aloof with his entourage of chums, certain that Pope Leo could do with Genseric the same as he had done with Attila three years before: pay a huge ransom and obtain the barbarians’ withdrawal.</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMRZ-EY0Cl667871NRq5FX9cuP-jQ9Kpf79chJqyyJ2ShDHDMJGmE1JVSwrpLHXH9Cg9YnamuTV38pMCpncIrxUxd1Qm0YkfK4cCpLjU5YMpN0CYpScBRY_sN0ZYjbadY_sF3m83_qAyDL/s1600/Petronius+Maximus+-+455.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="312" mta="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMRZ-EY0Cl667871NRq5FX9cuP-jQ9Kpf79chJqyyJ2ShDHDMJGmE1JVSwrpLHXH9Cg9YnamuTV38pMCpncIrxUxd1Qm0YkfK4cCpLjU5YMpN0CYpScBRY_sN0ZYjbadY_sF3m83_qAyDL/s640/Petronius+Maximus+-+455.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">Besides being corrupt and incompetent, Petronius Maximus was a coward and tried </span></strong></em><em><strong><span style="font-size: x-small;">to flee when the </span></strong></em><br />
<em><strong><span style="font-size: x-small;">Vandals approached Rome. So, the indignant crowd stoned him to death</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
In his stupidity, ignorance and evil, which had made him and his gang support the calumnies and attempts to obliterate Aetius’ extraordinary military deeds, he and the other rascals of the Imperial Court were convinced that Attila had gone away because the Pope had bought his withdrawal from Italian soil, and not because he had been tirelessly combated, till he perceived the mortal military trap prepared by Aetius, which made him give up and return to Pannonia.</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
The fact was that everybody in <st1:city w:st="on"><st1:place w:st="on">Rome</st1:place></st1:city> was indignant with the incompetence of the useless Petronius Maximus and he became the most despised guy in town. When the Pope informed him that the Church had run out of money after paying Attila the huge ransom three years before, he was desperate. Furthermore, Genseric answered the proposals of the ineffective Emperor saying arrogantly that, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">t<span style="mso-bidi-font-style: italic;">he invincible King of the Vandals will not accept leftovers when he can take the whole banquet!</span></i></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
The invading fleet was already on its way when Petronius Maximus appeared before the Roman Senate to say that there was no salvation and consequently he was going to flee: <span style="mso-bidi-font-style: italic;"><em>If you are intelligent</em> <em>men you shall do the same</em>, </span>he barefaced advised the astonished Senators, who began booing and throwing objects at the <i style="mso-bidi-font-style: normal;">g<span style="mso-bidi-font-style: italic;">ambling</span></i><span style="mso-bidi-font-style: italic;"> <i>coward,</i> as he was now scornfully called by the ordinary people.</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
He retired quickly, accompanied by his buddies and guards, but when he left the building he met a crowd outside already informed of his cowardly behaviour, and they also began booing and throwing stones at the <span style="mso-bidi-font-style: italic;">Imperial</span> <span style="mso-bidi-font-style: italic;">Entourage</span>, which tried to flee as fast as they could, leaving the useless Emperor on his own. He also tried to escape, but was grabbed and stoned to death. Afterwards, the crowd dragged his corpse through the streets and threw the bloody remains into the River Tiber. His corpse was never found and he never had a funeral, for no one mourned the scoundrel or bother about his dirty remains. His sad case was the first among roman emperors, because even Nero had a proper funeral and was mourned by many people.</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Three days after Petronius Maximus amazing public stoning and humiliating “burial” in the waters of the river Tiber, Genseric disembarked in the nearby <st1:placetype w:st="on">port</st1:placetype> of <st1:placename w:st="on">Ostia</st1:placename> and entered <st1:city w:st="on"><st1:place w:st="on">Rome</st1:place></st1:city> without resistance. Thanks to the intervention of the brave and holy Pope Leo, respected by everyone including the Arian Vandals, Genseric prohibited burning, destruction, killings and atrocities against the defenceless population, but the city was submitted to overwhelming looting. This time, contrary to what had occurred during the Goths invasion forty-five years before, no church, monastery, convent, palace or private house was spared from being thoroughly sacked, and when the Vandals retired two weeks later <st1:city w:st="on"><st1:place w:st="on">Rome</st1:place></st1:city> was as bare of riches as the most humble peasant’s hut. In return, the Catholic Church transformed the substantive <i style="mso-bidi-font-style: normal;">vandal </i>into a perverse adjective and gave to the words <i style="mso-bidi-font-style: normal;">vandal </i>and <i style="mso-bidi-font-style: normal;">vandalism</i> the bad meaning they still have nowadays.</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNK8dP3ULfepqW4xl9qhchJ2yi1oumPj3RchPCFQ-hxFNzyhPCw4HpcxAH6Tm1ISRe01HIr_XxhGXNNBUuTnyDoDHfXIv9jVDRUy1jZd-sJtbUaFHu3CBaNzKes8yf8-DTPi73hnzAdHqD/s1600/roma+saqueada+pelos+vandalos+em+455+-heinrich+leutemann+1870.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" mta="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNK8dP3ULfepqW4xl9qhchJ2yi1oumPj3RchPCFQ-hxFNzyhPCw4HpcxAH6Tm1ISRe01HIr_XxhGXNNBUuTnyDoDHfXIv9jVDRUy1jZd-sJtbUaFHu3CBaNzKes8yf8-DTPi73hnzAdHqD/s640/roma+saqueada+pelos+vandalos+em+455+-heinrich+leutemann+1870.JPG" width="510" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">The sack of Rome by the Vandals in 455 DC was very much worse</span></strong></em><br />
<em><strong><span style="font-size: x-small;">than the sack by the Goths forty five years before</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span lang="EN-GB"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
There were also humorous stories.</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
One of those funny anecdotes said that the shameless empress Licinia Eudoxia and her both no less shameless daughters, widow and orphans twice of Roman Emperors in only seven months, went to visit Genseric in luxurious dresses and covered with jewellery, despite their husband and father-in-law being cruelly killed less than a week before. He gently received the barefaced women, but while they were chatting merrily, a group of Vandal women encircled the visitors and began, silently but firmly, stripping off their jewellery under the Genseric amused eyes. The Imperial visitors protested, but when they tried to react they were dominated and stripped not only of their precious jewellery but also of their rich dresses and shoes. When they were barefoot and covered only by their underwear, Genseric gave them rough dresses and wooden sandals, ordering their arrest. Jokers said that they were carried off to the Vandals ships together with thousands of other prisoners chosen for their youth, vigour and good-looking, transported to <st1:city w:st="on"><st1:place w:st="on">Carthage</st1:place></st1:city> and sold in auction as slaves. True or false, jokes were widespread saying that Genseric had carried out the auction personally, announcing, among the general laughing and mockery: <i>Who gives more for a noble and beautiful woman, widow of two Roman Emperors, who died happy and in fast succession in the comfort of her tender arms!</i></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1iRlbCYf1Z4Zdxhuf2p30ZMcfGZHrw0i4aoR8wI1jsS8-xv0uW1MmSUVJJjJflga3gg-yWEJ6dTuMMYlv5wzmSyZorjtCOpVR_W_ShsQM8pyceuDwjFUx7VymLBMf6rHU485_gxzMBk_W/s1600/eudoxia+(licinia).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="330" mta="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1iRlbCYf1Z4Zdxhuf2p30ZMcfGZHrw0i4aoR8wI1jsS8-xv0uW1MmSUVJJjJflga3gg-yWEJ6dTuMMYlv5wzmSyZorjtCOpVR_W_ShsQM8pyceuDwjFUx7VymLBMf6rHU485_gxzMBk_W/s640/eudoxia+(licinia).jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">Empress Licínia Eudoxia was a beautiful woman, but the story of her auction in Carthage</span></strong></em><br />
<em><strong><span style="font-size: x-small;">by Genseric is only a joke</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span lang="EN-GB" style="mso-bidi-font-style: italic;">The anecdote says </span><span lang="EN-GB">that Genseric was very disappointed with the low price Eudoxia had reached in the auction, regardless of his intense propaganda, but accepted the bid after one of his ministers telling him that only a crazy man would buy such a barefaced bad luck woman. However, some days later, Genseric repented accepting so low a price for <i>such a</i><span style="mso-bidi-font-style: italic;"> <i>fine lady</i></span>, refunded a small part of the money, <span style="mso-bidi-font-style: italic;">for the biggest part of the payment was for the bidder enjoying a Roman Empress in bed for some nights,</span> and got Eudoxia back. He did the same with her two daughters, and later he married them to his sons.</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Apart from jokes, true history says that the ladies lived in <st1:city w:st="on">Carthage</st1:city> in great style for several years till the old king, always thirsty for gold, freed and sent them to live in <st1:place w:st="on">Constantinople</st1:place> with their imperial relatives, as part of a lucrative deal he had made with the Eastern Roman Emperor. For them, the tragedies of the rascal emperors Valentinianus and Petronius Maximus resulted in a life of pleasure and adventure.</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
A happy ending for an unhappy history!</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5084150772219664474.post-85929927400999382462013-03-27T11:00:00.001-07:002017-03-30T13:28:03.017-07:00<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u>Post nº 70<o:p></o:p></u></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<span style="font-size: large;"></span><br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<b><span style="font-size: x-large;">VALENTINIANO III - O IMPERADOR MORTO</span></b><b><span style="font-size: x-large;"> </span></b><b><span style="font-size: x-large;">EM PRAÇA PÚBLICA </span></b><b><span style="font-size: x-large;">POR</span></b><br />
<b><span style="font-size: x-large;">SEUS P</span></b><b><span style="font-size: x-large;">RÓPRIOS GUARDAS</span></b></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgA6CNETisyZZoFoXr88za7oYGnbGujXXxVL5RTmd28x3pmTL4a4u4fDA2hyphenhyphenabpAhm3kEk2OjaCB1K48WQWNY_ZBCXNOzmd8S564aVrl_MpD4TzsuPd2Hf0rxKnmKtQHvj1sfldyhooOuaT/s1600/ValentinianIII.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="580" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgA6CNETisyZZoFoXr88za7oYGnbGujXXxVL5RTmd28x3pmTL4a4u4fDA2hyphenhyphenabpAhm3kEk2OjaCB1K48WQWNY_ZBCXNOzmd8S564aVrl_MpD4TzsuPd2Hf0rxKnmKtQHvj1sfldyhooOuaT/s640/ValentinianIII.jpg" usa="true" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">Valentiniano III - efígie em moeda romana da época</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRCvXMZI7W36OnqwyKnvNfqECiXLKQ7w0hAtIwzbXUKMzxigu6t20FRD_hEeQbGqk06V1vCg16pzukV0rN4v9b21cBShTRS0CPuG3qBxc7RKeZc5HiEpTSLH5lZVTELY6cBwOxqUZgkV2c/s1600/livro+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" dua="true" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRCvXMZI7W36OnqwyKnvNfqECiXLKQ7w0hAtIwzbXUKMzxigu6t20FRD_hEeQbGqk06V1vCg16pzukV0rN4v9b21cBShTRS0CPuG3qBxc7RKeZc5HiEpTSLH5lZVTELY6cBwOxqUZgkV2c/s320/livro+3.jpg" width="243" /></a></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBRp6x3fjIrlvlJQU4B7unp82kdqLjI1rEG1WBAYCBcUIojRclB3cMaw-mvCcxxqcSIA7UNMHQhgKcgvQL3rqlbKLhA39HYIniM5ClpQBLO2vRakpbziG7Tjkf3wGQ-VZJfSyC9p7C6Zt1/s1600/livros.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="230" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBRp6x3fjIrlvlJQU4B7unp82kdqLjI1rEG1WBAYCBcUIojRclB3cMaw-mvCcxxqcSIA7UNMHQhgKcgvQL3rqlbKLhA39HYIniM5ClpQBLO2vRakpbziG7Tjkf3wGQ-VZJfSyC9p7C6Zt1/s320/livros.jpg" usa="true" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">Adquira</span></strong></em><em style="font-size: 12.8px;"><strong><span style="font-size: x-small;"> estes livros na www.Amazon.com ou em nossa</span></strong></em><br />
<em style="font-size: 12.8px;"><strong><span style="font-size: x-small;"> livraria virtual acima</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Valentiniano III subiu ao trono com apenas seis anos de idade após a sua mãe Galla Placídia depor o imperador Johannes. Além de depô-lo, mandou cortar-lhe a língua e a mão direita, depois o vestiu de palhaço e o fez desfilar pelas ruas montado de costas em um burro até o local da execução em um circo, onde o decapitaram sob os aplausos da cruel multidão. Morto o antigo imperador, Galla Placídia governou o Império Romano por vários anos durante a menoridade do filho, tendo como primeiro ministro e principal apoio o brilhante general Flávio Aécio, com o qual entrara em acordo logo após a deposição de Johannes. Militar competente e político habilidoso, Aécio continuou no cargo após a coroação do jovem imperador e tudo indica que Placídia continuou a mandar tanto quanto mandava antes, pois era uma raposa política e uma administradora de primeira categoria. Quando ela morreu, Aécio perdeu muito do antigo prestígio, mas foi mantido no cargo e em 451 e 452 obteve grandes vitórias contra os Hunos.Mas suas vitórias em nada contribuíram para aumentar-lhe o prestígio e aumentaram o número dos seus inimigos invejosos, que passaram a conspirar contra ele junto ao cretino Valentiniano, também invejoso da fama e do poder militar do fiel ministro.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
A relação com seu glorioso ministro deteriorou-se e a conspiração dos invejosos teve sucesso quando em outubro de 454 ele assassinou Aécio traiçoeiramente durante reunião ministerial em Ravena, deixando em todos a convicção de que o incompetente imperador <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“agira como o louco que corta a sua</i> <i style="mso-bidi-font-style: normal;">mão direita com a sua mão esquerda”.</i> Nos últimos vinte e cinco anos Aécio não só conseguira manter de pé o cambaleante Império Romano do Ocidente, rechaçando todas as invasões bárbaras que irrompiam pelas suas frágeis fronteiras, como mantivera no poder a imperatriz Galla Placídia e o filho, sufocando todas as revoltas e tentativas de Golpe contra eles. Seu maior feito dera-se três anos antes quando organizara poderosa coalizão de tribos bárbaras romanizadas e expulsara da Gália o famoso Átila o Huno, obrigando-o a regressar ao seu reino na Hungria. No ano seguinte Átila atacara novamente, devastando o norte da Itália, mas Aécio lhe opôs tenaz guerra de guerrilhas e poucos meses depois o temível “Flagelo de Deus” se vira obrigado a retirar-se da Itália e regressar às suas bases na Europa Central. Muitos estranhavam que desfrutando de tanto poder militar e político jamais tivesse Aécio ambicionado a coroa imperial e preferido manter no trono o reles Valentiniano III, indivíduo cruel e corrupto cuja principal atividade era o jogo de azar com um bando de comparsas tão viciosos quanto ele. Assim, quando por motivos que permanecem obscuros até hoje ele apunhalou Aécio durante a reunião do ministério no palácio imperial, oficiais fanaticamente leais a Aécio começaram a tecer a teia para vingarem-se da imunda serpente traiçoeira que costumava passar o inverno em Roma em meio à desenfreadas orgias.</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<div style="text-align: justify;">
Esses oficiais escolheram cuidadosamente bravos soldados que haviam servido sob as ordens de Aécio e a ele eram também fanaticamente dedicados, introduzindo-os na guarda imperial através do prestigioso senador e cortesão Petrônio Maximus, membro da poderosa família Anicia e amigo íntimo do imperador que aderira à conspiração após passar a odiá-lo secretamente.</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<div style="text-align: justify;">
A história oficial diz que Petrônio Maximus conspirou contra Valentiniano depois que este ganhou o seu anel de ouro com sinete em uma mesa de jogo. Como o debochado imperador há tempos cobiçava a bela esposa de Maximus utilizou-se do sinete impresso no anel para mandar-lhe mensagem fingindo-se seu marido e pedindo-lhe para encontrá-lo nos aposentos da imperatriz Eudoxia, que estava ausente. A esposa de Maximus foi e Valentiniano a possuiu aproveitando-se da escuridão reinante no ambiente, mas quando a nobre dama descobriu o engodo ficou indignada e relatou o fato ao marido, o qual jurou vingar-se do ultraje lavando com sangue a sua honra manchada pelo devasso imperador.</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<div style="text-align: justify;">
Essa versão, cuidadosamente espalhada pelos devotos historiadores da época interessados em agradar o corrupto sucessor de Valentiniano, não tem lógica e deve ser descartada como falsa e ridícula, pois Petrônio Maximus não tinha honra alguma. Na verdade ele era um dos mais depravados comparsas de Valentiniano em toda sorte de orgias, perversões sexuais repulsivas e vícios imundos, entre os quais estavam a bebedeira descontrolada e o desenfreado jogo de azar.</div>
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGq6xNGx146i-ctR0GOCG-NPRjVeEeEIkY4GZt1hZ6GhXUkanOdMLNClsLSIFmzgPmqS3VjD9zT3zEg5ZWacEHGF4_5OPVgqNLTs9_RUnfcE23eLhKNqa-aR1z7fADpbasewl9Dw02Ks6k/s1600/Roma+no+s%C3%A9culo+V+-+maquete.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="434" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGq6xNGx146i-ctR0GOCG-NPRjVeEeEIkY4GZt1hZ6GhXUkanOdMLNClsLSIFmzgPmqS3VjD9zT3zEg5ZWacEHGF4_5OPVgqNLTs9_RUnfcE23eLhKNqa-aR1z7fADpbasewl9Dw02Ks6k/s640/Roma+no+s%C3%A9culo+V+-+maquete.jpg" usa="true" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">Centro de Roma no século V, época de Valentiniano III - maquete</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<div style="text-align: justify;">
Bem mais lógica e plausível é a versão anedótica que circulou entre o povo e que chegou até nós através de carta de uma nobre dama da época, recentemente descoberta. Segundo essa versão, o que realmente aconteceu foi que certa noite Maximus perdeu no jogo para Valentiniano soma muito alta. Tentando recuperá-la, apostou o seu valiosíssimo anel e perdeu. Não tendo mais nada para apostar na ocasião, Valentiniano o desafiou a apostar a própria esposa contra tudo o que já havia perdido e o corrupto Maximus aceitou, perdendo novamente. Já estando todos os jogadores ao redor da mesa embriagados, o ganhador e os seus comparsas forçaram-no a pagar a indecente aposta, e ele o fez mandando a mensagem à esposa, que não foi enganada coisa nenhuma e sabia muito bem do que se tratava.</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<div style="text-align: justify;">
Talvez ela achasse divertido trair o marido obedecendo às suas próprias ordens. Porém antes de chamá-la para efetuar o pagamento, Maximus exigiu dos comparsas jurarem guardar segredo do indecoroso e ridículo episódio; mas no dia seguinte, passada a bebedeira, a claque esqueceu o juramento e passou a zombar de Maximus, especialmente o seu querido amigo Valentiniano, que ganhara o seu dinheiro, o seu anel e a sua esposa.</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<div style="text-align: justify;">
Valentiniano fez tudo para abafar o caso porque caiu em si e viu que o maior prejudicado seria ele próprio, pois seu prestígio já estava bastante abalado pelos seus incontáveis desmandos, os quais tinham merecido grave censura do santo Papa Leão I, respeitado e venerado em todo o mundo cristão. Porém as ridicularias e piadinhas obscenas do restrito grupelho, sobretudo de Valentiniano, continuaram a perseguir o indecente Maximus dentro do palácio, e foi isso que o enfureceu e o fez secretamente odiar o seu companheiro de patifaria. Em conseqüência, decidiu vingar-se aderindo à conspiração. O “ultraje da sua honra” nenhuma relação teve com o caso, pois honra era uma coisa que ele não tinha.</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<div style="text-align: justify;">
Os oficiais conspiradores logo tomaram conhecimento do que se passava graças a informantes de confiança e mais que depressa trataram de angariar o apoio de Maximus para o Golpe, “cujo sucesso lhe permitiria vingar-se do ultraje sofrido”. Porém o aconselharam a não romper com o imperador e manter ativos os seus contatos na corte para tornar mais fácil o sucesso da empreitada. Foi graças à amizade de Maximus com o chefe da guarda imperial que os soldados assassinos foram introduzidos em suas fileiras, pois o senador não só o subornou como lhe garantiu que os mesmos eram apenas veteranos seus protegidos, cansados de guerras e almejando uma confortável posição na corte. O corrompido senador se tornou um precioso informante da rotina, agenda diária e detalhes da segurança pessoal de Valentiniano, permitindo aos golpistas planejarem o modo de contorná-la; também subornou altos oficiais da guarnição militar para permanecerem quietos nos quartéis se levantes ou distúrbios ocorressem na cidade nos próximos dias envolvendo membros da corte. Ele foi, portanto, um valioso elemento no sucesso da empreitada, mas não a planejou nem a liderou, como diz a história oficial.</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<br /></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSSZxnVJo-PNGQaTNm8YOe8LLgEtohwp2TNjKlxLXOJFSJ84scuQkXDyijsYomVLCJmKmWF2OSgRdadEVsK1deGG8m8IlJVkQ8WhphYMDmXUzLfmJmNoicPjflBZ_nU73ZEU7126arVPLU/s1600/Petronius+Maximus+-+455.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="312" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSSZxnVJo-PNGQaTNm8YOe8LLgEtohwp2TNjKlxLXOJFSJ84scuQkXDyijsYomVLCJmKmWF2OSgRdadEVsK1deGG8m8IlJVkQ8WhphYMDmXUzLfmJmNoicPjflBZ_nU73ZEU7126arVPLU/s640/Petronius+Maximus+-+455.jpg" usa="true" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">Petronius Maximus - efígie em moeda romana cunhada durante o seu curto reinado (mar-455 a out-455 DC)</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<div style="text-align: justify;">
O golpe foi marcado para o dia l6 de março de 455, pois nessa data Valentiniano compareceria ao Campo de Marte com lustrosa comitiva para presidir uma festiva competição de arco e flecha reunindo a nata dos desportistas da capital hábeis no seu manejo. A ocasião oferecia duas vantagens: a primeira é que embora houvesse aristocráticos oficiais do exército participando, a competição era civil e não haveria concentração de tropas regulares no local; a segunda é que se tratando de importante evento social presidido pelo imperador, lá estariam reunidos no mesmo lugar seus mais importantes ministros e cortesãos, os quais poderiam ser eliminados todos de uma vez juntos com o seu chefe. De acordo com o plano, dois guardas sacariam das espadas e golpeariam Valentiniano no momento combinado, ao mesmo tempo em que dois outros golpeariam Heráclito, o mais importante ministro do imperador e verdadeiro arquiteto do assassinato de Aécio.</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<div style="text-align: justify;">
Os demais guardas conspiradores, auxiliados pelos valentes oficiais e por civis que odiavam o tirano, deveriam matar os que tentassem resistir e quantos membros da comitiva pudessem. Exceto os guardas conjurados, todos os demais permaneceriam disfarçados no meio da multidão esperando pela chegada da comitiva imperial e assim que ela chegasse e os guardas golpeassem Valentiniano e Heráclito eles jogariam fora os disfarces e pulariam sobre a comitiva para participar da matança.</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuac75j_DXrUJcpmyTJ3fcgABwQ4oDpzTKm_yDy_PtGso0_W4EVPlRQHbxQmDR7t2s_0kw1CpxfMxJAife-cGB5ZGHgkD4LDYwb6P6kW2m7WR9nYOptFpGueHUjP0CC06iIIxmE3RKKf5W/s1600/Campus_Martius.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuac75j_DXrUJcpmyTJ3fcgABwQ4oDpzTKm_yDy_PtGso0_W4EVPlRQHbxQmDR7t2s_0kw1CpxfMxJAife-cGB5ZGHgkD4LDYwb6P6kW2m7WR9nYOptFpGueHUjP0CC06iIIxmE3RKKf5W/s640/Campus_Martius.jpg" usa="true" width="518" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">No Campo de Marte, junto à ponte nesta maquete da Roma antiga, havia solenes </span></strong></em><em style="text-indent: 45pt;"><strong><span style="font-size: x-small;">eventos</span></strong></em><br />
<em style="text-indent: 45pt;"><strong><span style="font-size: x-small;">religiosos </span></strong></em><em style="text-indent: 45pt;"><strong><span style="font-size: x-small;">e militares. Nele Valentiniano foi morto perante enorme público</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<div style="text-align: justify;">
<br />
E foi assim que tudo aconteceu. No momento em que a comitiva passava no meio da multidão, soldados que ladeavam o imperador e seus ministros sacaram das espadas e os feriram mortalmente. O centurião Hopitila, oficial de origem huna que durante muitos anos servira com Aécio, fez questão de atravessar Valentiniano de lado a lado no ventre enquanto lhe dizia olho no olho: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">isto é por teres pago ao meu senhor Aécio com a pior das ingratidões; vê agora o que a gratidão e a amizade são capazes de fazer para que a Justiça triunfe!<o:p></o:p></i></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<div style="text-align: justify;">
O centurião Traustila, também de origem huna e leal ex-oficial de Aécio, encarregou-se de matar o chanceler Heráclito nas mesmas condições em que o fizera Hopitila ao vil imperador, enquanto os outros membros da comitiva eram mortos pelos demais guardas. Em meio ao pânico geral ninguém se atreveu a defender os dignitários imperiais e todos eles foram implacavelmente mortos, salvo os raros que lograram fugir embarafustando pelo meio da multidão. Os poucos guardas não envolvidos na conspiração a ela aderiram tão logo viram o imperador prostrado numa poça de sangue e agiram de forma tão eficaz quanto os seus colegas de farda. Terminada a matança, os rebeldes vitoriosos dirigiram-se ao palácio imperial cercados de geral aplauso e imediatamente obtiveram a adesão da sua guarnição. O Golpe fora meticulosamente preparado, pois não houve reação militar: as tropas ficaram inertes nos quartéis e os seus oficiais, apesar de serem gente de Heráclito, nada fizeram. Uns diziam que a soldadesca se recusara obedecer a suas ordens, pois simpatizava com o finado Aécio e odiava seus assassinos, mas outros afirmavam que os oficiais foram subornados pelo riquíssimo senador Petrônio Maximus, apontado por todos como sendo o líder da conspiração.</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<div style="text-align: justify;">
Líder ou apenas partícipe, dez dias depois Petrônio Maximus foi eleito novo imperador pelo senado romano, dizem que gastando rios de dinheiros, mas o seu reinado seria breve e terminaria de forma ainda mais trágica do que o do seu antecessor.<br />
<em><br /></em>
<em>Hodie me cras tibi.</em></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; tab-stops: 351.0pt; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5084150772219664474.post-60908515224923612902013-03-22T10:10:00.001-07:002015-09-19T11:38:50.265-07:00<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<div align="center" style="text-align: justify;">
<strong><u></u></strong><strong><u></u></strong><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<strong><u>Post nº 69</u></strong></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<br />
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="EN-US" style="font-size: 18pt;"><span style="font-size: x-large;">THE </span><span style="font-size: x-large;">HUNS</span> <span style="font-size: x-large;">-</span> <span style="font-size: x-large;">WHO</span> <span style="font-size: x-large;">WERE </span><span style="font-size: x-large;">THIS </span></span></b><b><span lang="EN-US" style="font-size: 18pt;"><span style="font-size: x-large;">MYSTERYOUS </span></span></b><b><span lang="EN-US" style="font-size: 18pt;"><span style="font-size: x-large;">PEOPLE OF FEROCIOUS WARRIORS </span></span></b><b><span lang="EN-US" style="font-size: 18pt;"><span style="font-size: x-large;">?</span></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1S3gJCsWC9bVvpHjtqg2fr2HQR-xP0ciaXoD87XdHKeEkYf8zP9TSCFH1PdEo812Rx8iHHiK_zd_B6561XWUnVBRbC7jbC-calRl6LtDnUzS-3TkLdMwRRziRF52kCE3nDAgWZhx7yuHG/s1600/%C3%A1tila+em+chal%C3%B4ns+-+alphonse+de+neuville.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1S3gJCsWC9bVvpHjtqg2fr2HQR-xP0ciaXoD87XdHKeEkYf8zP9TSCFH1PdEo812Rx8iHHiK_zd_B6561XWUnVBRbC7jbC-calRl6LtDnUzS-3TkLdMwRRziRF52kCE3nDAgWZhx7yuHG/s640/%C3%A1tila+em+chal%C3%B4ns+-+alphonse+de+neuville.jpg" ssa="true" width="424" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">The Huns terrorized Europe as any barbarian people did never before</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh498XgrAeI-PONMAlXnQX6Qr32_6Mh-jGWBnZ1SABEKn0xX7ABdhjK2j0oceZvywi90tcTikSRrueBnBr-194_8emM3ktreG5XZ65A6_Vk7dQokqy-Q6EcswkoxrSY1m5ITyop8unhJfUU/s1600/livros+-+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="232" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh498XgrAeI-PONMAlXnQX6Qr32_6Mh-jGWBnZ1SABEKn0xX7ABdhjK2j0oceZvywi90tcTikSRrueBnBr-194_8emM3ktreG5XZ65A6_Vk7dQokqy-Q6EcswkoxrSY1m5ITyop8unhJfUU/s320/livros+-+1.jpg" ssa="true" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">To buy these books in English look for at <a href="http://www.amazon.uk.com/">www.amazon.com</a> </span></strong></em><br />
<strong><em><span style="font-size: x-small;">and in Portuguese press on our virtual bookshop above</span></em></strong></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
For many people who like history and try to understand the so called <i style="mso-bidi-font-style: normal;">barbarian invasions </i>of the <st1:place w:st="on">Roman Empire</st1:place>, especially in the last century of his existence, an intriguing question remains: <i>who were the Huns?</i></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
The question is intriguing because everybody knows who were the Germans or the Goths, peoples who invaded the Empire and settled inside his frontiers, giving birth to the modern European nations, but the Huns, the most ferocious and dangerous invaders of all, conquered, killed, tortured, sacked, destroyed and didn’t settle, going back to their kingdom in central Europe and afterwards fading away mysteriously in the midst of History. Nobody knows what happened to them and the most common answer is that they mixed with other barbarian nations and disappeared naturally, but if this is true why it was so suddenly and there’s no trace of their language or of their refined jewellery art among those who took their place in what is now the territory of modern <st1:country-region w:st="on"><st1:place w:st="on">Hungary</st1:place></st1:country-region>? On the other hand, nobody knows where they came from or what their ethnic origins were, most of the people thinking they were from Chinese or Mongolian stock.</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
The true fact is that the <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Huns </i>are one of the great mysteries of History and all we can do is try to find some answers without being sure if the facts and information they are based on really refers to the <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Huns </i>or to other people who didn’t make a hit in History and disappeared silently and unnoticed in a very different way.</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
The first notice we have about what is supposed to be the <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Hun People </i>comes from <st1:country-region w:st="on"><st1:place w:st="on">Greece</st1:place></st1:country-region>. 200 years BC, the Greek sage Eratosthenes wrote about a people who called themselves <i>Outioi, </i>a dangerous tribe of nomadic warriors living between the eastern edge of the Caspian Sea and the mountains of <st1:place w:st="on">Turkistan</st1:place>. According to him, these savage horsemen were a big problem for the <st1:place w:st="on">Persian Empire</st1:place>, for they were always causing trouble and severe damage on its north-east border. So, the question is: if 600 years before their arrival in the West they were living so far away from the territory of <span style="mso-bidi-font-style: italic;">China or Mongolia<i>, </i></span>why to confuse them with the <span style="mso-bidi-font-style: italic;">Chinese or the Mongolian<i>?</i></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIJIGdrkhHgiQ_vSwNjmmk9sSwGaUf_ILpaTBsxSzMvsK21kKEK3WwPxNuDcwHvI6s00VD90xMN55avc_oUF2dQi2Xi3YrEUY6pBtpdr1Ea8RMQCX7mwOiwFF-bpcvwxCaJLMCKCz1wHwz/s1600/Hunos+lutam+com+alanos+-+johann+geiger+1873.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="416" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIJIGdrkhHgiQ_vSwNjmmk9sSwGaUf_ILpaTBsxSzMvsK21kKEK3WwPxNuDcwHvI6s00VD90xMN55avc_oUF2dQi2Xi3YrEUY6pBtpdr1Ea8RMQCX7mwOiwFF-bpcvwxCaJLMCKCz1wHwz/s640/Hunos+lutam+com+alanos+-+johann+geiger+1873.jpg" ssa="true" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">To see the Huns as a Chinese or a Mongolian people is a historical mistake. In fact they didn't differ </span></strong></em><br />
<em><strong><span style="font-size: x-small;">physically from the common European man of the time from turkish stuff</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br />
Almost 300 years later, at the end of the first century of our Era, Dionysius Areopagita, the sage Bishop of Athens, refers to that tribe of nomadic horsemen as calling themselves <i>Ounnoi</i> and living between the Black Sea and the Caspian Sea, in the valleys of the Caucasus Mountains, which means that in the last three centuries they had emigrated, surrounding the Caspian north edge and moving from its eastern bank to the western one, together with their distant relatives, the <span style="mso-bidi-font-style: italic;">Turks<i>,</i></span> people who spoke a similar language coming from the linguistic tree called <span style="mso-bidi-font-style: italic;">Finn, without any links to the so called Oriental, Indo-European and Semitic trees of languages. <i><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></i></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
By this time, they became much acquainted with the Scythians, skilled archers and horsemen who inhabited the region that extends from the south-east to the northwest of the <st1:place w:st="on">Black Sea</st1:place>. This vast region to the north and east of Constantinople’s Empire and to the north-west of the Persian Empire, is generally called <st1:place w:st="on">Scythia</st1:place>. The southern branch of this brave people had created a very civilized kingdom called Parthia and defeated the Romans and the Persians several times, using their feared tactics of attacking riding speedily and shooting deadly arrows against the enemy, retiring immediately after arriving forty or fifty yards from their military lines. This operation used to be repeated again and again, decimating the adversary, till they decided to chase the <i style="mso-bidi-font-style: normal;">‘</i>f<span style="mso-bidi-font-style: italic;">leeing’</span> attackers. If the chase was on horseback, the Scythians<i> </i>continued pretending to flee while shooting their well-aimed arrows at the persecutors, killing one after the other, till weakening the enemy and turning back to smash it thoroughly. The consequence of the acquaintance between the Scythians and the Huns was that the later learned the Scythian’ tactics to fight on horseback, and became almost invincible because they added to the tactics their arrows with iron or hard bone tips, able to pierce any kind of armour.</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
At the end of the third Century AD, after causing havoc in the Persian Empire, the <span style="mso-bidi-font-style: italic;">Ounnoi<i> </i></span>or <span style="mso-bidi-font-style: italic;">Hun</span> left their cousin Turcoman, migrating north-westwards, and were noticed in large numbers in the vast region between the northwest Black Sea and the <st1:place w:st="on">Carpathian Mountains</st1:place>, disputing the land with the Gothic tribes.</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Finally, in the second half of the fourth Century AD they advanced westwards, passed the Carpathian Mountains expelling the Gothic tribes, and settled in the magnificent region of north <st1:state w:st="on"><st1:place w:st="on">Pannonia</st1:place></st1:state>, between those mountains and the upper River Danube. Their advance pushed the Goths into the territory of the <st1:place w:st="on">Eastern Roman Empire</st1:place> and the German to the West. So, the Germans began crossing the River Rhine in panic, looking for a safe haven in <st1:place w:st="on">Gaul</st1:place>, province of the Roman Western Empire. Therefore, contrary to what even educated people call nowadays <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Barbarian</i> <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Invasions</i>, what really happened was a great migratory movement of desperate German and Gothic tribes, fleeing from a merciless conqueror to what they judged to be a safe sanctuary in the western banks of the rivers Rhine and <st1:place w:st="on">Danube</st1:place>, territories of the Roman Empires.</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6RWydD6gEHgKUEGelYzaZZ-nMK2fncv4ZoB1tw3vNwcX2pyopPgtkkMJlUSmlGkPkEytTdq-kYJNAUhCnVW3gg831rIEnselCAvzfIaRcoXG3WB24aNaO03G8dUrbqQMaOhyjKfe9T5xN/s1600/hunos+-+checa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="386" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6RWydD6gEHgKUEGelYzaZZ-nMK2fncv4ZoB1tw3vNwcX2pyopPgtkkMJlUSmlGkPkEytTdq-kYJNAUhCnVW3gg831rIEnselCAvzfIaRcoXG3WB24aNaO03G8dUrbqQMaOhyjKfe9T5xN/s640/hunos+-+checa.jpg" ssa="true" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">After learning with the Scythian the Parthenian military tactics the Hun cavalry became invincible</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br />
Once established in Pannonia, the Huns decided to milk the Romans on their southern border, for they had perceived that the Empire, in spite of its riches and splendour, had become militarily weak, having no more national armies, but only mercenaries recruited from neighbouring peoples, especially Scythians, Goths and Germans. In the second half of the fourth century only for exception there were soldiers in the Imperial Army from authentic Roman stock.</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
On the other hand, the physical features of the Huns were not different from the physical features of other barbarian peoples and no historian of the time describes them as having <span style="mso-bidi-font-style: italic;">almond eyes </span>like the Chinese and Mongol. In short: the Hun man had no different features from the common European man, civilized or barbarian!</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
This gives support to the most accepted theory that, despite their large number of approximately one million, they disappeared completely from the European map in less than thirty years after Attila’s death, without any trace of a massive move back eastwards, because it is logical to suppose that, finished as a powerful nation, they naturally mixed with the Eastern German tribes or adopted different names to designate themselves in Hungary or in other parts of Europe, like <span style="mso-bidi-font-style: italic;">Finn, Cossack, Turk </span>and <span style="mso-bidi-font-style: italic;">Magyar.</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
One myth about the Huns is that they were the most evil people ever seen in the West. This is absurd because they weren’t more evil than any other people of the time, including the so called “civilized”. For instance: there’s no indication or testimony affirming that the Huns used to enjoy themselves chatting and laughing in a large circus while watching amused defenceless men and women being devoured by lions in the arena!</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Some people also say that Attila was ferocious to the point of killing his own brother to rule alone! The answer is that the famous Roman Emperor Caracala, the one who extended Roman citizenship to all free inhabitants of the empire, did the same thing. Well, there was a difference: Attila killed his brother Bleda after challenging him to a duel, fought in the open with equal weapons, while Caracala stabbed his unarmed brother Geta unexpectedly, inside the <st1:place w:st="on"><st1:placename w:st="on">Imperial</st1:placename> <st1:placetype w:st="on">Palace</st1:placetype></st1:place> and in the presence of their old widowed mother, who was trying to protect her scared fleeing son. Who was the most cowardly, treacherous and ferocious: the educated Roman Emperor or the ‘<span style="mso-bidi-font-style: italic;">savage’</span> Hun king?</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAw9MuHcPGsSsfBXfVYjePOZa99fuemV1KuJd5qcnMb64ykKBeifWMtRE8wWBMUtKOAqNupsrtuETGVq-dxlvghFSlFj3cXzAi-vwdv7ylnQTs-FGoeX6up7fR_8X2rdArdby8Wm8xTlKa/s1600/Huns+-+Geoges+Rochegrosse+(1882).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="442" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAw9MuHcPGsSsfBXfVYjePOZa99fuemV1KuJd5qcnMb64ykKBeifWMtRE8wWBMUtKOAqNupsrtuETGVq-dxlvghFSlFj3cXzAi-vwdv7ylnQTs-FGoeX6up7fR_8X2rdArdby8Wm8xTlKa/s640/Huns+-+Geoges+Rochegrosse+(1882).jpg" ssa="true" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">The huns were more robbers than destroyers. If they got what they want peacefully they</span></strong></em><br />
<em><strong><span style="font-size: x-small;">went away peacefully. Here they sack a rich Roman villa in northern Italy</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br />
These same people say that the Huns were merciless destroyers of cities, killing or enslaving their entire populations, as it happens in <st1:city w:st="on">Aquileia</st1:city> and <st1:city w:st="on"><st1:place w:st="on">Ferrara</st1:place></st1:city>. However, the civilized Alexander the Great, educated by the sage Aristotle, razed to the ground <st1:city w:st="on">Persepolis</st1:city>, the gorgeous capital of the Persian Empire, and the civilised Romans did this same job countless times, the most notorious cases being <st1:city w:st="on">Carthage</st1:city> and <st1:place w:st="on"><st1:city w:st="on">Palmyra</st1:city></st1:place>.</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Finally, they say that the Huns were the most savage, ignorant and primitive kind of people. We can answer this equally absurd statement with some questions: what savage people can mine and work metals, especially precious ones, so finely? What ignorant people have a sense of beauty able to produce such fine jewellery? What primitive people are able to weave and paint such fine fabrics? People who do such jobs and have such skills can’t be considered savage. Actually, the Huns were much more developed and civilised than the Germans, for these had none of the skills the Huns had.</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
As to the fact that the Huns abhorred urban life and preferred to live in camps and tents, what is possible to say is that these were much more comfortable, well planned and better built than the coarse German cabins and hamlets.</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
In support of this opinion, there’s the following fact: in 448, the Eastern Roman Emperor Theodosius II sent a rich Embassy to negotiate some important treaties with Attila. The ambassadors were the illustrious Maximinus, Orestes and Edecon, having as secretary the famous philosopher and historian Priscus, who wrote a meticulous report about the mission. The embassy was very well received everywhere while crossing the land of the Huns on its journey to their capital, which, according to the philosopher’s description, was not a camp of tents but a<span style="mso-bidi-font-style: italic;"> well planned wooden city</span>, somewhere between the River Danube, the River Teiss and the Carpathian Mountains. They paid a visit to the queen Creca, who lived with the king’s concubines, each one having her own private chambers in a large wooden Palace, which is portrayed by the reporter as follows: <i>It was a well constructed building, supported by shaped wooden columns, sculptured and varnished, which weren’t without regularity of proportions or the taste for ornaments. The queen received the ambassadors in her private chambers, which were covered with artistic tapestry, lying on a soft bed surrounded by her servants, who were knitting rich dresses’. </i>As to the noble Hun warriors, Priscus says: <i>They like to display great riches in gold and precious stones, which they use to ornament themselves, their armour, swords and even shoes, covering their tables with fine plates and vases made in gold and silver.</i></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span lang="EN-GB"><o:p> </o:p></span> <br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjutzn1M6Ergx4kveREXBfpJmUw6qzIRS2pOr7bqLgdsRgGKstZRcHYT36HzeI64IyXfL2qmUcxCANec6_v-DUN0lk8Wp5gfh4rnxbPEoRznhWZiSSBmeKx6Cy20rsugTh4HZZtlZNiHR_T/s1600/atilla+corte+-M%C3%B3r+Than+s%C3%A9c.19+-galeria+nacional+budapeste.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="436" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjutzn1M6Ergx4kveREXBfpJmUw6qzIRS2pOr7bqLgdsRgGKstZRcHYT36HzeI64IyXfL2qmUcxCANec6_v-DUN0lk8Wp5gfh4rnxbPEoRznhWZiSSBmeKx6Cy20rsugTh4HZZtlZNiHR_T/s640/atilla+corte+-M%C3%B3r+Than+s%C3%A9c.19+-galeria+nacional+budapeste.jpg" ssa="true" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">According to the bizantine philosopher and historian Priscus, who visited Attila</span></strong></em><br />
<em><strong><span style="font-size: x-small;">as a diplomat, his court was very luxurious and civilized</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br />
It is not possible to absolve Attila or the Huns from the terrible things they did, but is correct to say that their cruelty and horrors weren’t different from the cruelty and horrors of other people of the time that we call <i>civilised</i>.</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Perhaps the cause of the Huns being so vilified in their time and for the coming centuries is the fact of them not accepting Jesus Christ as their Saviour, as other barbarians did. To make things worse, the Huns not only rejected the Christian religion but also killed and cruelly tortured their ministers, sacking and destroying churches, convents and monasteries, bringing Attila to the insanity of calling himself <i>The</i><span style="mso-bidi-font-style: italic;"> <i>Scourge</i> <i>of</i> <i>God. </i></span>For the Christians, to depict him as <i>Antichrist</i> and his warriors as <i style="mso-bidi-font-style: normal;">d<span style="mso-bidi-font-style: italic;">evils</span></i>, with all the features that <span style="mso-bidi-font-style: italic;">devils<i> </i></span>have in the popular imagination, was not only a consequence of Attila’s cruelty, but also and above all, a consequence of his insane behaviour about Christianity and his mad portrayal of himself as tormentor of God. In an epoch of great Christian fervour and fanatic faith, like the V Century, all indicates that these things were the true sources of the everlasting bad reputation of the Huns in History.</div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5084150772219664474.post-31815637394995446512013-03-18T15:37:00.001-07:002016-07-11T10:36:47.383-07:00<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<div align="justify">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u>Post nº 68</u></b></div>
<br />
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 18pt;">EUTRÓPIO - O EUNUCO SODOMITA QUE GOVERNOU O IMPÉRIO ROMANO</span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhV5xqyWrb-o7LllrP5yABP597M8Tqaq4Pike1T-VN76grACSItDM1sb606K1Z7Eilq9ATzAZTtpzhW6io71GwIOttBuxCz-mbfLfvRBajSqVjsC9IfJVTqQaE92HuhvfBzdAZqNfNfywX4/s1600/homem+adulto+beijando+rapazinho+adolescente+-+pintura+grega+antiga+-Briseis+Painter+Louvrel.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="622" psa="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhV5xqyWrb-o7LllrP5yABP597M8Tqaq4Pike1T-VN76grACSItDM1sb606K1Z7Eilq9ATzAZTtpzhW6io71GwIOttBuxCz-mbfLfvRBajSqVjsC9IfJVTqQaE92HuhvfBzdAZqNfNfywX4/s640/homem+adulto+beijando+rapazinho+adolescente+-+pintura+grega+antiga+-Briseis+Painter+Louvrel.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">Pintura em vaso grego da Era Clássica. Em Constantinopla sodomitas ricos pagavam fortunas por belos</span></strong></em><br />
<em><strong><span style="font-size: x-small;">escravos eunucos adolescentes</span></strong></em><em style="font-size: 12.8000001907349px;"><strong><span style="font-size: x-small;">. O futuro cônsul Eutrópio foi um desses escravos efeminados. </span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTVPzfTmm9MY547JSfVwqc_gRGXCkV4zwyeNLMa6QE78XtiFDkAlitcRX1VT_Xx8834tUmtg6hPeRZSGKUc4_16lxvWEp4jTe4OfHOt-OaZZq5sOL2hoSbXhj-hNUdHOpXVlUV5vqEri7N/s1600/livro+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" dua="true" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTVPzfTmm9MY547JSfVwqc_gRGXCkV4zwyeNLMa6QE78XtiFDkAlitcRX1VT_Xx8834tUmtg6hPeRZSGKUc4_16lxvWEp4jTe4OfHOt-OaZZq5sOL2hoSbXhj-hNUdHOpXVlUV5vqEri7N/s400/livro+3.jpg" width="303" /></a></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEin2Y8hXZ5hjHoWdMp47anz44eOA4hUvg_DcvnmwGRhkwzBvOnbw99R4jJ12T9w6Xn-iT_MCgN7Vqr_JkrZEBTWK269w_-AA5BOCNJ6K2CKikpNr-k-l4p6RiiqkfoYnBgZRet8GnwlbJLL/s1600/livros.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="230" psa="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEin2Y8hXZ5hjHoWdMp47anz44eOA4hUvg_DcvnmwGRhkwzBvOnbw99R4jJ12T9w6Xn-iT_MCgN7Vqr_JkrZEBTWK269w_-AA5BOCNJ6K2CKikpNr-k-l4p6RiiqkfoYnBgZRet8GnwlbJLL/s320/livros.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b><i>Para adquirir estes livros clique acima em nossa livraria</i></b></span><br />
<span style="font-size: x-small;"><b><i>virtual ou no site da Amazon.com</i></b></span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="font-size: 18pt;"><o:p><span style="text-decoration: none;"></span></o:p></span></u></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="text-indent: 54pt;">Na crônica política escandalosa do Império Romano, poucos episódios mostram tão bem a sua decadência moral e o apodrecimento das suas instituições como o da ascensão e queda de Eutrópio, ex-escravo eunuco e sodomita que se tornou primeiro-ministro do fraco e indolente Arcádio, imperador romano do Oriente, e obteve a suprema honraria do consulado de Roma.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<span style="text-indent: 54pt;">Na sua origem, era ele jovem escravo nascido na Armênia que, certamente dotado de beleza física e efeminado, foi castrado e vendido em Constantinopla para satisfazer a lascívia de homens ricos dados à prática da pederastia. Este tipo de escravo atingia alto preço no mercado e os traficantes estavam sempre procurando por jovens bonitos que pudessem desempenhar bem as ignóbeis funções e satisfazer os depravados instintos de pervertidos aristocratas, dispostos a pagar caro por eles. O curioso é que o Cristianismo já havia triunfado plenamente, mas até então fora incapaz de por um fim ao sórdido comércio e às práticas torpes que o alimentavam.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<span style="text-indent: 54pt;">Vendido e revendido várias vezes enquanto a mocidade o fazia valioso, Eutrópio chegou à maturidade em companhia do rico pervertido Ptolomeu, que o achando já “gasto” para servir aos seus imundos prazeres, o deu de presente ao seu amigo general Arinteu, que procurava algo da espécie para cuidar da sua filha. A partir daí o seu trabalho deixou de ser o de “objeto sexual” e passou a ser o de “criado doméstico” para serviços especiais da jovem, como dar-lhe banho, pentear-lhe os cabelos, fazer-lhe a maquiagem, embelezá-la, cuidar das suas roupas, vesti-la com seus suntuosos trajes, refrescá-la com o leque nos momentos de calor, tirar-lhe os pelos, fazer-lhe as unhas e outras tarefas do tipo. O já maduro Eutrópio se saiu tão bem nas suas funções que conquistou a amizade da moça e do seu pai, o qual resolveu premiá-lo com a liberdade. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<div align="center">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjVQLy9IOdvNncik8vFwydvjtZJCADaTMXI2QTFs8sCyXNFuWCIuPH2bfKr9p5U_H1zBec2IaTM_NVpJpBok1kuKvFNPelKCAVdldqJE0XTk3EFvTkx7HYKl9Mb_hprkbPtHUK2MJ6JYsW/s1600/sodomitas+na+gr%C3%A9cia+antiga+Pintura+mural+em+uma+tumba+de+Paestum_Italy_GreekColony_sm.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="378" psa="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjVQLy9IOdvNncik8vFwydvjtZJCADaTMXI2QTFs8sCyXNFuWCIuPH2bfKr9p5U_H1zBec2IaTM_NVpJpBok1kuKvFNPelKCAVdldqJE0XTk3EFvTkx7HYKl9Mb_hprkbPtHUK2MJ6JYsW/s640/sodomitas+na+gr%C3%A9cia+antiga+Pintura+mural+em+uma+tumba+de+Paestum_Italy_GreekColony_sm.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div style="text-align: justify;">
<i><b><span style="font-size: x-small;"> Sodomitas ricos divertem-se com belos jovens escravos próprios para a sodomia comprados</span></b></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><b><span style="font-size: x-small;"> a peso de ouro. </span></b></i><i style="text-align: justify; text-indent: 54pt;"><b><span style="font-size: x-small;">Mural na tumba de um rico sodomita grego da época clássica.</span></b></i></div>
</td></tr>
</tbody></table>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<br />
<span style="text-indent: 54pt;"><br /></span>
<span style="text-indent: 54pt;">Através dos seus patrões, ele conhecera muita gente importante da Corte Imperial e, com boas recomendações, arranjou modesto emprego no palácio, começando por funções subalternas para logo alcançar outras melhores graças às suas requintadas maneiras, estudada hipocrisia e perícia na arte da lisonja e da bajulação.</span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="text-indent: 54pt;">Seu progresso no serviço doméstico imperial foi rápido e o ano de 395 o encontrou no elevado cargo de camareiro-chefe do imperador Arcádio, jovem recém saído da adolescência cuja falta de inteligência só não era maior do que a sua arrogância e vaidade. Manobrando habilmente entre os cortesãos e explorando ao máximo as falhas de caráter do imperador idiota, Eutrópio adquiriu enorme prestígio político e vastas riquezas, pois todos sabiam que o meio mais rápido de conseguir o atendimento dos seus pleitos era tratando-o com grande deferência e dando-lhe régios presentes. Assim, o influente camareiro tornou-se figura política de primeira grandeza e pulou do seu cargo doméstico para elevado cargo ministerial, do qual se utilizou para solertemente minar a autoridade do impopular primeiro-ministro Rufino. Ao mesmo tempo em que intrigava contra os seus rivais e traía os que nele confiavam, vestia-se luxuosamente, adotava estilo de vida acintoso e acumulava ainda mais riquezas, pois a sua insaciável sede de ouro o fizera evoluir da acintosa corrupção à vil extorsão.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiW7_ePvOuL-TFMiXzIZotUjUtriFcIRle8IislEiOUCvFVHWeGeb5J7uDpovmsIUBaSxnQOpmyOKobqG7Zb9Jrj0s4uocDgScp4RKXEaravAbQH_RMg-D8M_HD9T56JapHHjbgHvCGmMfO/s1600/eutropius+-+sec.+IV.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" psa="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiW7_ePvOuL-TFMiXzIZotUjUtriFcIRle8IislEiOUCvFVHWeGeb5J7uDpovmsIUBaSxnQOpmyOKobqG7Zb9Jrj0s4uocDgScp4RKXEaravAbQH_RMg-D8M_HD9T56JapHHjbgHvCGmMfO/s640/eutropius+-+sec.+IV.JPG" width="372" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Eutrópio já idoso quando exercia o cargo de Cônsul</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<br />
<span style="text-indent: 54pt;">A subida ao poder de um ex-escravo, que além de eunuco era sodomita notório, envergonhava os poucos que ainda possuíam decência no permissivo cenário da época, porém o que mais indignava a todos era a sua desmedida ganância e ofensiva arrogância, que não poupava nem mesmo a imperatriz Aelia Eudóxia, beldade de nobreza de segunda classe que tomara sob sua proteção quando solteira. Visando aumentar ainda mais o seu poder, usara de mil artimanhas para que o tolo imperador Arcádio a desposasse, pois assim teria uma agradecida aliada no próprio leito imperial, o que conseguiu quando ele casou com a noiva que o seu “fiel camareiro” lhe arranjara. Mal podia Eutrópio imaginar que estava chocando o ovo da venenosa serpente que mais tarde lhe daria a picada fatal.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<span style="text-indent: 54pt;">Finalmente, em 395, mesmo ano do casamento de Arcádio e Eudóxia, o odiado primeiro-ministro Rufino foi assassinado em um motim das tropas urdido pelos generais Stilicon, primeiro-ministro do Império do Ocidente, e Gainas, chefe godo a serviço do Império do Oriente. Dizem que ambos contaram com o decidido apoio e colaboração de Eutrópio, pois Rufino era o principal obstáculo para a sua total tomada do poder. Ademais, tudo indica que Rufino era o único no governo para quem Eutrópio perdia em ganância e extorsão, tendo acumulado fortuna maior que a sua. Afirma-se que esta era o tipo de “ofensa” que ele não suportava e o fizera aderir à conspiração, se é que não fora o seu mentor e articulador. De um modo ou de outro, o destino de Rufino deveria tê-lo alertado, porque os soldados não só mataram o primeiro-ministro como o esquartejaram diante do imperador, saindo às ruas estendendo os seus braços decepados para o público com as mãos em posição de quem pede esmolas, referindo-se assim à sua ganância e ao castigo que esperava os seus iguais.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3dW3JXER5boaWNUDUYv0U_n4Smrm3Mz6T8P1URcePlJxlH2Lsu-H68Z7GSwUIAcnSoBExHNDD1UNLsYeKPDEuuEpuNwgxNXYUYJRKp-6NTusJraADryDYNHWUioVYJxZSAO-no0gSgcjT/s1600/Arcadius_Istanbul_Museum.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" psa="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3dW3JXER5boaWNUDUYv0U_n4Smrm3Mz6T8P1URcePlJxlH2Lsu-H68Z7GSwUIAcnSoBExHNDD1UNLsYeKPDEuuEpuNwgxNXYUYJRKp-6NTusJraADryDYNHWUioVYJxZSAO-no0gSgcjT/s640/Arcadius_Istanbul_Museum.png" width="384" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Arcádio era doentio, incompetente e pouco inteligente</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<br />
<span style="text-indent: 54pt;">Logo Eutrópio tornou-se primeiro-ministro no lugar de Rufino e mais tarde o senado o elegeu cônsul para o anuênio de 399, a mais alta magistratura romana abaixo do imperador. Era a primeira vez que um ex-escravo, que ainda por cima era eunuco e sodomita, ocupava o consulado, outrora objeto de disputa entre os maiores de Roma, como Mário, Pompeu, César e Augusto. A desmoralização não podia ser maior e Honório, imperador do Ocidente, negou-se a reconhecê-lo, ordenando que daí em diante nenhum decreto emanado de Constantinopla vigorasse no Ocidente.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<span style="text-indent: 54pt;">Como fazem todos os tiranos, Eutrópio mantinha bandos de espiões para delatar mínimas infrações dos ricos e assim acusá-los de crimes graves, não tanto para puni-los com o degredo ou a morte, mas para subir no valimento do imbecil Arcádio e conseguir que os bens dos acusados fossem confiscados e a ele adjudicados como prêmio por seus “bons serviços”. Homens importantes, como os generais Abundancio, Timásio e Bargo, foram presos, exilados ou mortos para que o insaciável ministro se apoderasse dos seus bens. Como se não bastasse, intrigou Arcádio com o seu irmão Honório, imperador do Ocidente, e o seu ministro Stilicon, melhor general do Império na época, chegando ao ponto de obter do dócil senado de Constantinopla fosse Stilicon declarado inimigo público e confiscados seus bens no território do Império Oriental. Por fim, fomentou rebelião contra Honório nas províncias da África, que absorveu os esforços de Stilicon e os parcos recursos do Império do Ocidente até ser finalmente debelada.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<span style="text-indent: 54pt;">Traficando com a Justiça e a Administração, roubando o Erário, espoliando as províncias e tomando os bens dos ricos a quem acusava de “traição” ao menor pretexto, Eutrópio tornou-se alvo do ódio geral, mas também da mais sórdida adulação. Esta se excedia erigindo-lhe estátuas de mármore e bronze para exaltar-lhe os talentos civis e militares, pois sua ousadia não tinha limites e agora se apresentava às tropas de armadura e insígnias de general, fato que causava enormes gargalhadas aos militares de verdade. Por fim, obteve o título de </span><em style="text-indent: 54pt;">patrício </em><span style="text-indent: 54pt;">e passou a intitular-se “pai do imperador” e “terceiro fundador de Constantinopla”, coisas que certamente desgostaram Arcádio, por mais imbecil que fosse e por mais apreço que tivesse ao seu "eficiente ministro".</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAmA5Etqcm29p_e0UlROvKJ3PJLI2IGIvRLime_kIX-T0P453xX1Xqdj5oTk79Cv0XXHQTtZwPCxq_c7oHRu7EsuPW6rGyLQmOVc3tXsyhq7inXWYB9Z7NyfIzYR5yRD0umI_8A0GZyaFR/s1600/Arcadius_gold_multiple_CdM_Paris_Beistegui_239.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" psa="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAmA5Etqcm29p_e0UlROvKJ3PJLI2IGIvRLime_kIX-T0P453xX1Xqdj5oTk79Cv0XXHQTtZwPCxq_c7oHRu7EsuPW6rGyLQmOVc3tXsyhq7inXWYB9Z7NyfIzYR5yRD0umI_8A0GZyaFR/s640/Arcadius_gold_multiple_CdM_Paris_Beistegui_239.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Arcádio ocultava sua nulidade atrás do luxo de sua</span></b></i><br />
<i><b><span style="font-size: x-small;">riquíssima corte de ladrões e sodomitas</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<br />
<span style="text-indent: 54pt;">Tudo indica que foi a sua arrogância que o fez desentender-se com o general Gainas, seu principal sustentáculo militar, e perder o senso do que era ou não apropriado em uma corte como a de Constantinopla, onde o orgulho e a etiqueta eram tudo e a amizade e a gratidão eram nada. Assim, não só esqueceu o muito que devia ao poderoso general, dono de um exército privado de mercenários godos que o fazia independente até do próprio imperador, como esqueceu que a sua antiga protegida Aelia Eudóxia, gentil e modesta quando solteira, era agora a senhora de uma das mais ricas, poderosas e formalísticas cortes do mundo. Sem perceber o abismo que cavava com os seus próprios pés, Eutrópio insistiu em continuar tratando-a com a mesma antiga familiaridade, fazendo-a afastar-se dele para não parecer indelicada ao ter que repreendê-lo. Não há certeza sobre o que aconteceu, mas há evidências de que em ocasião da qual ela não pôde fugir, ele a tratou com inconveniente intimidade e ela sentiu-se desrespeitada, não mais se contendo e repreendendo-o severamente. Outro que não Eutrópio teria se arrojado aos seus pés suplicando perdão, mas a arrogância de que estava possuído o impediu e trocou palavras ríspidas com a imperatriz. É possível que já viesse falando mal da soberana pelas costas por sua atitude distante e ela disso estivesse informada, de forma que o incidente apenas fez o copo transbordar, fazendo-a queixar-se ao marido de ter sido ultrajada pelo atrevido ministro.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<span style="text-indent: 54pt;">Arcádio imediatamente o afastou do consulado e o demitiu de todas as funções, mandando-o prender pelos muitos crimes de que era acusado. Porém, avisado a tempo pelo seu eficiente “serviço de informações”, buscou asilo na catedral, colocando-se sob a proteção do famoso bispo João Crisóstomo, um dos maiores doutores da Igreja, mais tarde elevado a santo. Na época, as igrejas eram tão invioláveis quanto hoje o são as embaixadas e os soldados não ousaram entrar para prendê-lo, mas a cercaram decididos a esperar até que ele saísse. Nos dias que se seguiram, o respeitado sacerdote, considerado o maior orador sacro da época, fez tocantes sermões tendo diante de si e da congregação o trêmulo e choroso Eutrópio, antes tão poderoso e arrogante, mas agora tão fraco e humilde. Vendo o ódio no rosto dos fiéis pelo maldoso eunuco sodomita, agora prostrado em contrita oração diante do altar, o santo bispo falou sobre a pequeneza da vaidade e a grandeza do perdão, rogando a todos que perdoassem o decaído ministro, até há pouco perverso e temível, mas agora inofensivo e acovardado fugitivo com a cabeça a prêmio.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGkQ0wG6VILEfMNMR_R6tSuBhJjk0xFtARBL4GlR_KPlNVHw1FfxDy00242ACJbUhfE8S883h_tyB3gehaaKdEGPW7l_wer9MzwEJx_keGFORmp6L4hryJneo3XnBzX_1g8fagMn5GUWa-/s1600/Jo%C3%A3o+Cris%C3%B3stomo+-+mosaico+bizantino+s%C3%A9c.+V.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" psa="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGkQ0wG6VILEfMNMR_R6tSuBhJjk0xFtARBL4GlR_KPlNVHw1FfxDy00242ACJbUhfE8S883h_tyB3gehaaKdEGPW7l_wer9MzwEJx_keGFORmp6L4hryJneo3XnBzX_1g8fagMn5GUWa-/s640/Jo%C3%A3o+Cris%C3%B3stomo+-+mosaico+bizantino+s%C3%A9c.+V.jpg" width="538" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Graças ao bispo João Crisóstomo, doutor da Igreja e futuro santo, Eutrópio foi anistiado</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<span style="text-indent: 54pt;">A razão para Crisóstomo conceder asilo a Eutrópio, e empenhar-se tão a fundo no seu perdão, certamente deve-se ao fato de ter sido ele o verdadeiro autor do decreto de Arcádio mandando transformar os templos pagãos em templos cristãos ou demoli-los nos casos onde isso não fosse possível, pois o decreto foi promulgado em 399 DC, ano em que Eutrópio atingiu o ápice do seu poder ao ser eleito cônsul pelo senado de Constantinopla, embora tenha caído em desgraça pouco antes do término do mandato. Por isso, embora estivesse ciente da brutal perversidade e da imunda corrupção do ex-ministro, o santo bispo sabia que a Igreja tinha uma dívida para com ele, a quem devia outros favores, e resolveu pagá-la com juros.</span><br />
<br />
<span style="text-indent: 54pt;">Devemos todavia frisar que o ato legislativo de Eutrópio, tão caro à Igreja e que a História registra como sendo do imbecil Arcádio, não se deveu aos seus excessos de zelo religioso, pois não os tinha, mas à sua arguta conclusão de que o paganismo acabara e que extinguir de vez os seus vestígios era a natural aspiração da época. Assim, só teria a lucrar politicamente chutando cachorro que já estava morto há tempos, embora o povo e a Igreja ainda não tivessem consciência disso e continuassem a ver nos "diabólicos deuses pagãos" uma ameaça à salvação das almas, em boa hora eliminada pelo "devoto" cônsul Eutrópio.</span><br />
<br />
<span style="text-indent: 54pt;">De qualquer forma, fosse pelos magistrais sermões e esforços diplomáticos do santo bispo, fosse porque o imperador ainda tivesse alguma afeição pelo ex-ministro, chegou-se a um acordo e foi promulgado decreto mantendo o confisco dos seus mal adquiridos bens, mas lhe permitindo </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;">viver e circular</i><span style="text-indent: 54pt;"> </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;">livremente em Constantinopla a salvo da Justiça</i><span style="text-indent: 54pt;">. Alguém mais inteligente e menos arrogante teria visto possível armadilha na cláusula, mas como na época “Constantinopla” e “Império Romano do Oriente” significavam a mesma coisa, ninguém viu nada demais, exceto talvez a imperatriz Eudóxia, mulher culta que dizem ter sido a redatora do decreto.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjylueE681KkA4xer2NonTX-Tgx_Z8eUXgFxPpzjNsj4oQx2BbxuHRy4467WIn5Vg6aUzMFg3E5ak-3we35T5Du4KuMzG4wu0afWQ4fzqw5sC8xjzq2WxLJdypn_-9rXVWDABQses6YFVW-/s1600/jo%C3%A3o+cris%C3%B3stomo+e+aelia+eudoxia+-+jean-paul+laurens+(1880).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="502" psa="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjylueE681KkA4xer2NonTX-Tgx_Z8eUXgFxPpzjNsj4oQx2BbxuHRy4467WIn5Vg6aUzMFg3E5ak-3we35T5Du4KuMzG4wu0afWQ4fzqw5sC8xjzq2WxLJdypn_-9rXVWDABQses6YFVW-/s640/jo%C3%A3o+cris%C3%B3stomo+e+aelia+eudoxia+-+jean-paul+laurens+(1880).jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">O santo bispo João Crisóstomo ataca a imperatriz Eudóxia pela morte do seu protegido Eutrópio</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<span style="text-indent: 54pt;">Livre e possuindo ainda bastante ouro, salvo do confisco por tê-lo posto em lugar seguro, Eutrópio tentou recuperar o terreno perdido, buscando formas de se reaproximar da família imperial, mas seus esforços foram em vão porque o fraco Arcádio não mandava em nada e a decidida Eudóxia assumira as rédeas do poder. Frustrado, enveredou pelo seu bem conhecido caminho da intriga e da conspiração, mas a urdidura da trama exigiu que viajasse a outra cidade e lá foi preso, não porque, como disse a astuta Eudóxia, tivesse ele cometido algum crime, mas porque </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;">sua anistia era válida apenas dentro das muralhas de Constantinopla. Estando fora delas, a anistia não tinha efeito e nada impedia que a sentença de morte proferida meses antes fosse cumprida.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<span style="text-indent: 54pt;">Levado rapidamente ao patíbulo, Eutrópio foi decapitado e assim terminou a surpreendente carreira do escravo eunuco e sodomita que durante anos governou o riquíssimo Império Romano do Oriente, personificando um dos mais torpes e mais inacreditáveis governantes que qualquer Estado já teve ao longo da História. </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 54pt;">
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></div>
Unknownnoreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-5084150772219664474.post-2012502324728038782013-03-14T13:56:00.000-07:002017-03-09T14:23:55.240-08:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<b><u>Post nº 67</u></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: x-large;"><b><u><br /></u></b></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b><span style="font-size: x-large;">"GENERAL" MAC GREGOR - THE CONMAN WHO INVENTED </span></b><b><span style="font-size: x-large;">A GHOST </span></b><b><span style="font-size: x-large;">COUNTRY AND STOLE</span></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b><span style="font-size: x-large;">MILLIONS </span></b><b><span style="font-size: x-large;">IN </span></b><b><span style="font-size: x-large;">THE FINANCIAL MARKETS</span></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyc6LL54vRWXXfteZXE8L4124cloDJqKTf6eotgAZs4xM_G2-EmJo-uOHI3VEqmAn0Ma4JoQBLgpziUv0Cm6tKoTibg8NUFmU79ihL77JQ3IrlMoT_i9Ie7XnDEKMDxXXx403HU1DftThK/s1600/french+fleet+defeat+-+j.loutherbourg.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="454" psa="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyc6LL54vRWXXfteZXE8L4124cloDJqKTf6eotgAZs4xM_G2-EmJo-uOHI3VEqmAn0Ma4JoQBLgpziUv0Cm6tKoTibg8NUFmU79ihL77JQ3IrlMoT_i9Ie7XnDEKMDxXXx403HU1DftThK/s640/french+fleet+defeat+-+j.loutherbourg.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">The French defeat in the Napoleonic Wars caused euphoria in Britain and the financial markets boomed.</span></strong></em><br />
<em><strong><span style="font-size: x-small;">Canvas by Phillip James de Loutherbourgh (XIX century)</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b>THE AMAZING HISTORY OF GREGOR MACGREGOR</b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b>WHO IN THE XIX CENTURY </b><b>PULLED OFF THE</b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b>GREATEST CONFIDENCE TRICK OF ALL TIME</b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b><i>By the excellent british magazine "The Economist"</i></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcs4CzX8iFEzTc6i9XtYzcSoZc64UhJgeHgyq2Z1Q4NdUcH3ltlfYWM4B-ChC7jvJNSx8297ZNtU7iHkSyVSJXBEP9wS_k0wJbivb-VstJiBOgWXT1JhuseYDtNmpdOScbNR4ZE5MQDx37/s1600/rei+dos+vigaristas+-+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcs4CzX8iFEzTc6i9XtYzcSoZc64UhJgeHgyq2Z1Q4NdUcH3ltlfYWM4B-ChC7jvJNSx8297ZNtU7iHkSyVSJXBEP9wS_k0wJbivb-VstJiBOgWXT1JhuseYDtNmpdOScbNR4ZE5MQDx37/s1600/rei+dos+vigaristas+-+1.jpg" width="464" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsttpHoKWtQHbV1y46ir4Cz-N-H5JSIQWk16uO2DRjrsrPg5_LQh98GTAWZ4D-nf64FQcVo_QwO-tR7rVxNpC7Kr4LlKvkQa26sqo_YUar9Uvb6OzTo9Pw1xows6_5K3xDGkBG08ou6kDN/s1600/solid%C3%A3o+campestre.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="426" psa="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsttpHoKWtQHbV1y46ir4Cz-N-H5JSIQWk16uO2DRjrsrPg5_LQh98GTAWZ4D-nf64FQcVo_QwO-tR7rVxNpC7Kr4LlKvkQa26sqo_YUar9Uvb6OzTo9Pw1xows6_5K3xDGkBG08ou6kDN/s640/solid%C3%A3o+campestre.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">Mac Gregor had been borne in a peaceful place of remote Scotland but soon discovered that his true place</span></strong></em><br />
<em><strong><span style="font-size: x-small;">was </span></strong></em><em><strong><span style="font-size: x-small;">among the frenetical people of the huge London Financial Market</span></strong></em><br />
<em><strong><span style="font-size: x-small;"><br /></span></strong></em>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg60N1N8T62TsPNWPFspO16bWYoBEPm9zvwLh5-7lp8tVHUu9YOSB6rWsXVY27INcGCTEbtnXb2vY3fBOcCiVujQ4CSKphY-bBIUbKOEus6CaIJGK3Gussea_jyiW2DRTCFt6GCN2OIKNh_/s1600/rei+dos+vigaristas+-+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg60N1N8T62TsPNWPFspO16bWYoBEPm9zvwLh5-7lp8tVHUu9YOSB6rWsXVY27INcGCTEbtnXb2vY3fBOcCiVujQ4CSKphY-bBIUbKOEus6CaIJGK3Gussea_jyiW2DRTCFt6GCN2OIKNh_/s1600/rei+dos+vigaristas+-+2.jpg" width="464" /></a></div>
<em><strong><span style="font-size: x-small;"><br /></span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzCzuLeKlNa5hkcYsc9EI5YyBZ56GFuVBgTuC2xSc5J2MK_Z7cGuQEatMPnBGojNA3XF4vlIgJtnjBwHCllqsScAwVhNPhxvIYrSpPJV7zlU_XUlU38rG2nDHmDMnSmhILIzsZsLRbHbfC/s1600/Gregorio_MacGregor.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzCzuLeKlNa5hkcYsc9EI5YyBZ56GFuVBgTuC2xSc5J2MK_Z7cGuQEatMPnBGojNA3XF4vlIgJtnjBwHCllqsScAwVhNPhxvIYrSpPJV7zlU_XUlU38rG2nDHmDMnSmhILIzsZsLRbHbfC/s640/Gregorio_MacGregor.jpg" ssa="true" width="480" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">As an adventurer he was in Latin America during the independence wars. When </span></strong></em><em><strong><span style="font-size: x-small;">returning</span></strong></em><br />
<em><strong><span style="font-size: x-small;">to </span></strong></em><em><strong><span style="font-size: x-small;">Britain he said that had fought in a revolutionary army as its "general"</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiABa50LThCSnJ5nhhc5mdwFYzTLEOeSXyjaoZx6LxJKb8isaVh-p55th6uV3CBQ4SHatZzX6Y8j4iD4rQZcaght6JQF0JRXF-tSwpVyncYVrvksai7J-54WHOqnHYh3EwqLhzg00pu719P/s1600/rei+dos+vigaristas+-+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiABa50LThCSnJ5nhhc5mdwFYzTLEOeSXyjaoZx6LxJKb8isaVh-p55th6uV3CBQ4SHatZzX6Y8j4iD4rQZcaght6JQF0JRXF-tSwpVyncYVrvksai7J-54WHOqnHYh3EwqLhzg00pu719P/s1600/rei+dos+vigaristas+-+3.jpg" width="464" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJXEgoiytUnYJVHR7IwhArKG9Lyh5GkwgQq11yoSiJ6qxYtzxFmpCoKA8uz3jDOj1UyjXLt09I1zEaMS_ZVWcagsdj8Fe_PX1fGdTNBsE94haOqGTHP2zCrqACTgtv1kVobHXuKw7qzP-3/s1600/livros+-+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="232" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJXEgoiytUnYJVHR7IwhArKG9Lyh5GkwgQq11yoSiJ6qxYtzxFmpCoKA8uz3jDOj1UyjXLt09I1zEaMS_ZVWcagsdj8Fe_PX1fGdTNBsE94haOqGTHP2zCrqACTgtv1kVobHXuKw7qzP-3/s320/livros+-+1.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">To buy these novels in English go to the site of amazon.com<br />and in Portuguese go to our virtual librarary above</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<div>
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5084150772219664474.post-3973268856351363232013-03-11T14:37:00.001-07:002017-01-04T12:45:14.690-08:00 <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<strong><u>Post nº 66</u></strong></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<strong><span style="font-size: x-large;">THE HOLY ROMAN EMPIRE - AN EARLY</span></strong></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<strong><span style="font-size: x-large;"> DREAM OF EUROPEAN UNION</span></strong></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfGBhe2VuuCiFYjYZjKh5hRycp-T5OrACsMm6xTEJZbeQmWoKcSBOnNN0pXUNr6dPCFmgy5zOcARduYT1sOvEWfpkRWvwqBZOKjwE1ftjWcNZB7LbNsuE5SdM8WROX8BPNxOxVX-ckm-sw/s1600/paz+de+m%C3%BCnster+-+van+der+helst+1648.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="270" psa="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfGBhe2VuuCiFYjYZjKh5hRycp-T5OrACsMm6xTEJZbeQmWoKcSBOnNN0pXUNr6dPCFmgy5zOcARduYT1sOvEWfpkRWvwqBZOKjwE1ftjWcNZB7LbNsuE5SdM8WROX8BPNxOxVX-ckm-sw/s640/paz+de+m%C3%BCnster+-+van+der+helst+1648.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">In 1648 europeans finished the Thirty Years War and everybody was joyful, expecting for a New Era of union,</span></strong></em><br />
<em><strong><span style="font-size: x-small;">peace and prosperity</span></strong></em><em><strong><span style="font-size: x-small;"> in the Continent. Canvas by Van Der Helst (XVII century) </span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<strong>GOOD ESSAY OF THE BRITISH MAGAZINE <em>THE </em></strong><strong><em>ECONOMIST</em></strong></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<strong>ON THE <span style="font-size: large;">HOLY ROMAN </span></strong><strong><span style="font-size: large;">EMPIRE</span> AND ITS FAILLURE</strong></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<strong> IN</strong><strong> KEEPING </strong><strong>EUROPEAN COUNTRIES TOGETHER </strong></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOocyeWRXK94UjdEoGIq7b6AsvvMVrOfrMkM4NrKMwfOe7y8nnKMYddfM9EigPP5REV9cHhqVGmQthLfFkX6bURLv0Beh2CMLbDoiC8m6u4Szp__y6O-LMCfAmUvnSA7iqq_nK4PeXbmmX/s1600/Carlos+V+-+Peter+Paul+Rubens+.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" psa="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOocyeWRXK94UjdEoGIq7b6AsvvMVrOfrMkM4NrKMwfOe7y8nnKMYddfM9EigPP5REV9cHhqVGmQthLfFkX6bURLv0Beh2CMLbDoiC8m6u4Szp__y6O-LMCfAmUvnSA7iqq_nK4PeXbmmX/s640/Carlos+V+-+Peter+Paul+Rubens+.jpg" width="484" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">Charles V, king of Spain (XVI century), was the last truly Holy Roman</span></strong></em><br />
<em><strong><span style="font-size: x-small;">Emperor. </span></strong></em><em><strong><span style="font-size: x-small;">He used to say: "In my empire there is never sunset"</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkbKrqQTM1D4Htfwjjijc6gDxto5TA5P-MP_caPeFz7xDzgNv9GOg_S5b-NbQ8tfU55-dhPzNHh3zisyjUEbhDnHxhNejjykB_MvX9spabOV4fRO3yMlkIgphJDnw8vEkXj1fC-BnKctip/s1600/Roman+Holy+Empire+-1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" psa="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkbKrqQTM1D4Htfwjjijc6gDxto5TA5P-MP_caPeFz7xDzgNv9GOg_S5b-NbQ8tfU55-dhPzNHh3zisyjUEbhDnHxhNejjykB_MvX9spabOV4fRO3yMlkIgphJDnw8vEkXj1fC-BnKctip/s640/Roman+Holy+Empire+-1.jpg" width="464" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMBxs1BNLVSDBBFys1CSsAqLhQQjUR-NqJowkjzV0OnKcLRU6lU5oLQtuJkqrZbIuFXu2GVu39bTod2BsXE7dTpeIy8XnXR8PQFJuaN4tRnCDc50GNgKBfgdOayklk3WXfA7NHINo64JV6/s1600/charlemagne+-albrecht+d%25C3%25BCrer+sec.16.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" psa="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMBxs1BNLVSDBBFys1CSsAqLhQQjUR-NqJowkjzV0OnKcLRU6lU5oLQtuJkqrZbIuFXu2GVu39bTod2BsXE7dTpeIy8XnXR8PQFJuaN4tRnCDc50GNgKBfgdOayklk3WXfA7NHINo64JV6/s640/charlemagne+-albrecht+d%25C3%25BCrer+sec.16.jpg" width="335" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">Emperor Charlemagne (IX century) was the inspirer of the</span></strong></em><br />
<strong><em><span style="font-size: x-small;">future </span></em></strong><strong><em><span style="font-size: x-small;">Holy Roman Empire (X century)</span></em></strong></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcZLdmUELvEhrMtiTuqJ5Ksm_vtyOhuaUZsTnkGRyzNr3_8_BTYL6ipSJ91BkstvIgm-Xr-3OzNY7X0S0C1FW19b_k7AjRu83RlLr9CwexqKXKuT4nl81sS9j-2rlkKQy19VouWb53IbkE/s1600/Roman+Holy+Empire+-+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" psa="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcZLdmUELvEhrMtiTuqJ5Ksm_vtyOhuaUZsTnkGRyzNr3_8_BTYL6ipSJ91BkstvIgm-Xr-3OzNY7X0S0C1FW19b_k7AjRu83RlLr9CwexqKXKuT4nl81sS9j-2rlkKQy19VouWb53IbkE/s640/Roman+Holy+Empire+-+2.jpg" width="464" /></a></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhC77rzaKrfyiieeS_bx1v-OLTwtm-aNAiY4HtxI5lDX_6ozqquFVSqiVR23p34wXlu4taTipYa4tfyvpKN6Evt9X2_E2A7YoMLwlCcCcaED9JTg_TeLTVxE0HPkrWxfYuYSnCzw8pxmlM_/s1600/Frederico+Barba-Roxa+-+por+Max+Barack.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" psa="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhC77rzaKrfyiieeS_bx1v-OLTwtm-aNAiY4HtxI5lDX_6ozqquFVSqiVR23p34wXlu4taTipYa4tfyvpKN6Evt9X2_E2A7YoMLwlCcCcaED9JTg_TeLTVxE0HPkrWxfYuYSnCzw8pxmlM_/s640/Frederico+Barba-Roxa+-+por+Max+Barack.jpg" width="376" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">The Holy Roman Emperor Friedrich Barbarossa (XII century)</span></strong></em><br />
<strong><em><span style="font-size: x-small;">was the first one worthy the title</span></em></strong></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div align="center">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiX4TvZcGQ0f0oaG273Yv1x9MCgsO2gLvFUxcsLPBobvchgfLnAememoel3GlAFehkRPzkaE2OhYYGKmNl02bu9ui4ky13znPYKlVMUx27fjOB_kwX7flpSSRhOOdhZVh33M70wh_n3oXd-/s1600/Roman+Holy+Empire.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" psa="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiX4TvZcGQ0f0oaG273Yv1x9MCgsO2gLvFUxcsLPBobvchgfLnAememoel3GlAFehkRPzkaE2OhYYGKmNl02bu9ui4ky13znPYKlVMUx27fjOB_kwX7flpSSRhOOdhZVh33M70wh_n3oXd-/s640/Roman+Holy+Empire.jpg" width="464" /></a></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEUny6PDXVz_qXdw0s6oz9cYl-yDGZDTkLG2SCh8k3zSFgs19VWIRVGvNkqE047g_9p9-Fnk1XIDtZNkF9vaPpNFb4D7hFg-038Xp4ncyJQYZlmhedm0lI58C1dvLq3FGhalTRETzWn3V2/s1600/livros+-+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="232" psa="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEUny6PDXVz_qXdw0s6oz9cYl-yDGZDTkLG2SCh8k3zSFgs19VWIRVGvNkqE047g_9p9-Fnk1XIDtZNkF9vaPpNFb4D7hFg-038Xp4ncyJQYZlmhedm0lI58C1dvLq3FGhalTRETzWn3V2/s320/livros+-+1.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">To buy these books in English look at the site of <a href="http://www.amazon.uk.com/">amazon.com</a> </span></strong></em><br />
<strong><em><span style="font-size: x-small;">and in Portuguese look at our virtual bookshop above</span></em></strong></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5084150772219664474.post-43098218347418532972013-03-09T13:57:00.000-08:002015-09-12T12:12:58.696-07:00<div align="left">
<strong><u>Post nº 65</u></strong></div>
<div align="center">
<br /></div>
<div align="center">
<strong><span style="font-size: x-large;">PARAGUAY WAR </span></strong><span style="font-size: x-large;"> - <strong>THE LONGEST AND </strong></span><span style="font-size: x-large;"><strong>BLOODIEST OF THE AMERICAS</strong></span></div>
<div align="center">
<br /></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-aF2Qv4ecmlqnbnCh6zMkP88mFsHAqZe2c1oQXliNBUtYzMgg_t2bSfdEnrsINcdlAepZWbGlSA4sLEWdh8LO9jAniH4JaLEXd5l174Wp40X_wnUgrA1rVffSwCymy3T6kHFFCIdjm_w_/s1600/Batalha+do+Riachuelo+-+2+-+v%C3%ADtor+meirelles+1882.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="418" psa="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-aF2Qv4ecmlqnbnCh6zMkP88mFsHAqZe2c1oQXliNBUtYzMgg_t2bSfdEnrsINcdlAepZWbGlSA4sLEWdh8LO9jAniH4JaLEXd5l174Wp40X_wnUgrA1rVffSwCymy3T6kHFFCIdjm_w_/s640/Batalha+do+Riachuelo+-+2+-+v%C3%ADtor+meirelles+1882.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">In 1865 Brazil had the most powerful navy of the Americas, bigger than the US Navy and the third of</span></strong></em><br />
<em><strong><span style="font-size: x-small;">the world. The paraguayans had </span></strong></em><em><strong><span style="font-size: x-small;">no chance. Canvas by Vitor Meirelles (1882)</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div align="center">
<strong>EXCELLENT ESSAY OF THE BRITISH MAGAZINE</strong></div>
<div align="center">
<strong><em>THE ECONOMIST</em></strong></div>
<div align="center">
<br /></div>
<div align="center">
</div>
<div align="center">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2Yl3hZtoJ21-ZFetXefT95h0R9-bdBgta3-HE5qzJP0jk4MCX0w42cS_9-irVBxM2mU-ID158gQ8x538Dl4zUDiuJ5sRVkmsLBndjWimbvTsAJRN0cX4F2S3H9eOvO8NxLHNSv1xh9Sn2/s1600/Pedro_II_of_Brazil_Paris_1887.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" psa="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2Yl3hZtoJ21-ZFetXefT95h0R9-bdBgta3-HE5qzJP0jk4MCX0w42cS_9-irVBxM2mU-ID158gQ8x538Dl4zUDiuJ5sRVkmsLBndjWimbvTsAJRN0cX4F2S3H9eOvO8NxLHNSv1xh9Sn2/s640/Pedro_II_of_Brazil_Paris_1887.jpg" width="458" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">Emperor Pedro II of Brazil. Liberal and very intelectual, he was the most </span></strong></em><br />
<em><strong><span style="font-size: x-small;">tough </span></strong></em><em><strong><span style="font-size: x-small;">ennemy of the tyrannical dictator Solano Lopez of Paraguay</span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div align="center">
</div>
<div align="center">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCvnZTNNotuVoD5WGhDDB547N0kHB-W4Atsle63jF1cVW8qlYEmp5OkyHhlBAaezVtM-hUNowqI6sAU2Egbssco8kWfeS6BXcx1KAt-tnAL7rfFSL-pOnIxmfp5lh4Tf8oCTPxQ2SxOLK0/s1600/guerra+do+paraguai+-+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCvnZTNNotuVoD5WGhDDB547N0kHB-W4Atsle63jF1cVW8qlYEmp5OkyHhlBAaezVtM-hUNowqI6sAU2Egbssco8kWfeS6BXcx1KAt-tnAL7rfFSL-pOnIxmfp5lh4Tf8oCTPxQ2SxOLK0/s1600/guerra+do+paraguai+-+1.jpg" width="464" /></a></div>
</div>
<div align="center">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEim9OagqVJBYzm3GCUGk1DG6ZjLONZ7rp2fn2h8WPazM13RVhKsfmhu-KzyOB3VjGnQG5OWeBykIt1BaNqHMzYc9IL0Mm2t2sB3lbmlwTNI6eIGxiTP5uvOsm90yfllnkuaNtfZKA5LYvLb/s1600/Batalha+do+Riachuelo+-+1+-+vitor+meirelles+1870.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="314" jsa="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEim9OagqVJBYzm3GCUGk1DG6ZjLONZ7rp2fn2h8WPazM13RVhKsfmhu-KzyOB3VjGnQG5OWeBykIt1BaNqHMzYc9IL0Mm2t2sB3lbmlwTNI6eIGxiTP5uvOsm90yfllnkuaNtfZKA5LYvLb/s640/Batalha+do+Riachuelo+-+1+-+vitor+meirelles+1870.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">At the beggining of the war in 1865 the brazilian fleet smashed the paraguayan navy in the battle of Riachuelo</span></strong></em><br />
<em><strong><span style="font-size: x-small;">and took control of </span></strong></em><em><strong><span style="font-size: x-small;">the River Plate. Canvas by Vitor Meirelles (1870) </span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div align="center">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZD4L23U9Tb5H4__GI1xyNTNf-61vlx-fCbBPgc2V1Xerjuin0NUJ-n5cJgdoG_XSck7J-4zvE1Fy_Afyr3_ZceU3TwuDuDxqDb4W2mJhFdSFUfIBDm_Og7HWl9UxLQzCUyBGB2uqLcLA8/s1600/guerra+do+paraguai+-+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZD4L23U9Tb5H4__GI1xyNTNf-61vlx-fCbBPgc2V1Xerjuin0NUJ-n5cJgdoG_XSck7J-4zvE1Fy_Afyr3_ZceU3TwuDuDxqDb4W2mJhFdSFUfIBDm_Og7HWl9UxLQzCUyBGB2uqLcLA8/s1600/guerra+do+paraguai+-+2.jpg" width="464" /></a></div>
<br /></div>
<div align="center">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxcGhtbCox7IBKKi4CpZVt7vXWpKJd0IduxuuNPqVb8TQhOoZr_v2BohMHKEtP0ikGoR7scyZKrdBIt1yXb5tHI64H9z51n8DbZkhUwvCn25J9TMq_qS3-SYZ_OlB6PlObihzM56XQVJtk/s1600/batalha+de+ava%C3%AD+-+pedro+am%C3%A9rico+1877.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="339" jsa="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxcGhtbCox7IBKKi4CpZVt7vXWpKJd0IduxuuNPqVb8TQhOoZr_v2BohMHKEtP0ikGoR7scyZKrdBIt1yXb5tHI64H9z51n8DbZkhUwvCn25J9TMq_qS3-SYZ_OlB6PlObihzM56XQVJtk/s640/batalha+de+ava%C3%AD+-+pedro+am%C3%A9rico+1877.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em><strong><span style="font-size: x-small;">The terrible battle of Avaí in december 1868 was a decisive victory for </span></strong></em><em><strong><span style="font-size: x-small;">the </span></strong></em><em><strong><span style="font-size: x-small;">allies</span></strong></em><em><strong><span style="font-size: x-small;"> and killed</span></strong></em><br />
<em><strong><span style="font-size: x-small;">the last hopes of Lopez - Canvas by Pedro Americo (1877)</span></strong></em><br />
<em><strong><span style="font-size: x-small;"><br /></span></strong></em>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUbxlz_zzd9V8TsG5Pc3ILqFCAHJabfmxPjgLqE0LzhhmMg9vrjNnohsR6fYv8Bb4erxFRF3C6Z44N2vVrE1_Capa9y5LiUgy4jNeDJDjtOFlJJoj6eO-llwVUwky26CeI0v50NKqrawY1/s1600/guerra+do+paraguai+-+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUbxlz_zzd9V8TsG5Pc3ILqFCAHJabfmxPjgLqE0LzhhmMg9vrjNnohsR6fYv8Bb4erxFRF3C6Z44N2vVrE1_Capa9y5LiUgy4jNeDJDjtOFlJJoj6eO-llwVUwky26CeI0v50NKqrawY1/s1600/guerra+do+paraguai+-+3.jpg" width="464" /></a></div>
<em><strong><span style="font-size: x-small;"><br /></span></strong></em></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div align="center">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7s1fgwOinB-TcMYCgbBUYbHjB1FJdiicEvy4m4eC_Gxpixk0NhGVzusysKxyLQcenWKRPe-YSC7RILorLTH5_rlo75dVqKxUdysvH0frWs9EUc_piAfqRmbX8Pk0fSb7_izOCrYQVVuSz/s1600/livros+-+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="232" psa="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7s1fgwOinB-TcMYCgbBUYbHjB1FJdiicEvy4m4eC_Gxpixk0NhGVzusysKxyLQcenWKRPe-YSC7RILorLTH5_rlo75dVqKxUdysvH0frWs9EUc_piAfqRmbX8Pk0fSb7_izOCrYQVVuSz/s320/livros+-+1.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b><i>To buy these books in english or portuguese press on our</i></b></span><br />
<span style="font-size: x-small;"><b><i>virtual library above</i></b></span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div align="center">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5084150772219664474.post-30625710333921840872013-03-03T14:41:00.000-08:002018-08-22T13:43:24.832-07:00<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="font-size: 10pt;">Post nº 64<o:p></o:p></span></u></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 18pt;">ÁTILA - O MISTÉRIO DA SUNTUOSA TUMBA</span></b><br />
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 18pt;">SECRETA<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>DO REI<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>DOS<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>HUNOS</span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3vlGu_3KCBHJFLaiWWFVDlAviKqvTFe5IqzbnQV8aewKmqntvcSslV4NqqV5qzTmaippCjiG6g7jXICHoDbKyvE2GGf5xD6m5K3q4jUy4yVKrcWTXQtX8QLemkZi8s8lp_YsFLZSf_h-Q/s1600/atila+-unknown.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3vlGu_3KCBHJFLaiWWFVDlAviKqvTFe5IqzbnQV8aewKmqntvcSslV4NqqV5qzTmaippCjiG6g7jXICHoDbKyvE2GGf5xD6m5K3q4jUy4yVKrcWTXQtX8QLemkZi8s8lp_YsFLZSf_h-Q/s1600/atila+-unknown.jpg" width="522" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Átila destruiu dezenas de cidades e matou milhares de civis inocentes, mas morreu na cama<br />de morte natural e repousa em suntuosa tumba secreta até hoje não descoberta</span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTVPzfTmm9MY547JSfVwqc_gRGXCkV4zwyeNLMa6QE78XtiFDkAlitcRX1VT_Xx8834tUmtg6hPeRZSGKUc4_16lxvWEp4jTe4OfHOt-OaZZq5sOL2hoSbXhj-hNUdHOpXVlUV5vqEri7N/s1600/livro+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" dua="true" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTVPzfTmm9MY547JSfVwqc_gRGXCkV4zwyeNLMa6QE78XtiFDkAlitcRX1VT_Xx8834tUmtg6hPeRZSGKUc4_16lxvWEp4jTe4OfHOt-OaZZq5sOL2hoSbXhj-hNUdHOpXVlUV5vqEri7N/s320/livro+3.jpg" width="243" /></a></div>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHqIyWP1wfe-B2zuMwW8DpdugrKh223vwSGRKco93SRXZp0k7oYtQbRfC8tGvBrB3FFjCcOKRpdoV-FeIARvqiYEatQHvZDZQNvfGz6TjG_qzxEKTbVTR9iyD1HFMqMszHYM7O0CXPLVMw/s1600/livros.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" gsa="true" height="230" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHqIyWP1wfe-B2zuMwW8DpdugrKh223vwSGRKco93SRXZp0k7oYtQbRfC8tGvBrB3FFjCcOKRpdoV-FeIARvqiYEatQHvZDZQNvfGz6TjG_qzxEKTbVTR9iyD1HFMqMszHYM7O0CXPLVMw/s320/livros.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b><i>Para adquirir estes livros clique acima em nossa livraria virtual</i></b></span></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
Não há dúvidas sobre a causa da morte de Átila, pois o panegírico escrito por seu secretário grego atesta que ele morreu de causas naturais no leito nupcial. O panegírico é pomposo e exagerado, como são os elogios fúnebres dos tiranos, mas é esclarecedor quanto à forma como o famoso rei bárbaro morreu:</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 45pt; text-align: justify;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;">“Portanto, aqui dorme Átila, rei dos hunos, senhor e tormento dos dois impérios romanos, que lhe rendiam vassalagem e lhe pagavam pesados tributos anuais, sempre implorando pela sua boa vontade e amizade! O rei que foi também senhor de cem valentes nações da Cítia à Germania, cujos bravos reis se ajoelhavam perante ele e punham aos seus pés as riquezas das suas nações e os seus mais queridos tesouros pessoais! O rei que venceu mil batalhas e nunca perdeu nenhuma! Após vida tão gloriosa morreu feliz, não por causa de ferimentos causados por seus inimigos nem por causa de traição dos seus amigos, mas porque os deuses gentilmente o chamaram para juntar-se a eles no Valhalla! E assim, ele deixou aqueles que lhe eram mais queridos enquanto gozava os mais esplêndidos prazeres da vida, sem dores, recriminações, arrependimentos ou sofrimentos de qualquer espécie”!<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 63pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
Morrera na cama, certamente quando fazia amor com sua bela e ardente esposa germânica, pois da mesma forma que os hunos tinham antes se misturado com os citas, estavam agora se misturando rapidamente com os germânicos, e ele próprio já entrara para o panteão dos seus heróis mitológicos sob o nome de Wetzel. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
Os relatos dizem que após cuidadoso trabalho de mumificação, o seu corpo foi vestido com belíssima armadura de ouro e colocado em artístico sarcófago, também de ouro maciço, fato que sugere ter havido providências prévias quanto ao seu futuro funeral. Depois ficou dias em exposição na entrada do seu palácio de madeira e milhares de súditos desfilaram pesarosos perante ele ininterruptamente dia e noite, formando filas intermináveis. No final das cerimônias fúnebres, o rico sarcófago foi colocado dentro de outro de prata trabalhada e este dentro de um de bronze. Em seguida seus mais leais guerreiros o levaram à noite para lugar ignorado e lá o enterraram em túmulo secreto no meio de densas florestas.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7ra5p0wd3RW_k1S6bmhindqq3LdKlmg6mFNI2nCe6MUI-eR6-q1VqJrpQDllm1HalJ89vyYFQpg_XqXJGRdDDHnRxirhpEz1_xuGje0aXzYh3DC7sTVbiZNUZT7Sau06suSEfYRc9MoXP/s1600/2005-HU-attila0001.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="424" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7ra5p0wd3RW_k1S6bmhindqq3LdKlmg6mFNI2nCe6MUI-eR6-q1VqJrpQDllm1HalJ89vyYFQpg_XqXJGRdDDHnRxirhpEz1_xuGje0aXzYh3DC7sTVbiZNUZT7Sau06suSEfYRc9MoXP/s400/2005-HU-attila0001.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b><i>Monumento de Átila em Budapeste, onde também existem muitas ruas e avenidas com</i></b></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><b><i><b style="text-indent: 45pt;"><i> seu nome. Os húngaros o consideram herói nacional</i></b></i></b></span></div>
<span style="font-size: x-small;"><b><i>
</i></b></span></td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
A partir daí nasce o mistério, pois não restou nenhuma notícia do local da tumba, que tudo faz crer devia ser suntuosa e conter riquíssimos tesouros. Em relato original que se perdeu, mas que nos foi transmitido séculos depois por Giordano e Paulo Diácono, o filósofo grego e diplomata bizantino Crispo, que conheceu bem Átila por ter sido embaixador do Imperador de Constantinopla junto à sua corte, diz que ele foi sepultado numa noite de lua cheia em remota caverna, cuja entrada foi depois selada sem deixar qualquer vestígio que pudesse despertar a curiosidade de eventuais passantes, mesmo sendo o lugar absolutamente deserto. Ela teria sido primorosamente preparada e ricamente ornamentada por habilidosos escravos, enganados por promessas de ótimas recompensas. Após a chegada do féretro, eles puseram o pesado e luxuoso esquife no local escolhido, cercado de mobiliário riquíssimo e fabulosos tesouros, selaram a entrada da fenda aberta pela natureza sob os olhos vigilantes dos oficiais de confiança do rei e, depois de concluído o exaustivo e cuidadoso serviço, foram prontamente executados ao invés de receberem a gorda recompensa prometida.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
Depois de matar os escravos construtores do túmulo, os leais oficiais de Átila juraram guardar eterno segredo sobre sua localização, mesmo em face da tortura e da morte, de modo que nenhuma informação sobre ele jamais vazou após regressarem. Crispo especula que ele ficaria próximo a um grande rio, pois os hunos costumavam sepultar seus mortos nas proximidades de cursos d'água, obedecendo a milenar prática religiosa pagã de colocar vasos com comida e bebida ao lado dos cadáveres dos entes queridos para que<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> suas necessidades básicas pudessem ser satisfeitas na longa jornada para a outra vida!</i><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5PAhmYmUVAKJMlYUAF880UnDDY2xoQu_rhWLlj88tDoFIvue1V_nzXxG1W81LUaZtpyQhVg50iKMN-VfDG3iGxtjibxM3PSx_Ik16iUbRdl604I9SUU55oQ7LZd9ZtFcjVn6QO6XZBcDG/s1600/Atilla+-+opera+Ezio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5PAhmYmUVAKJMlYUAF880UnDDY2xoQu_rhWLlj88tDoFIvue1V_nzXxG1W81LUaZtpyQhVg50iKMN-VfDG3iGxtjibxM3PSx_Ik16iUbRdl604I9SUU55oQ7LZd9ZtFcjVn6QO6XZBcDG/s640/Atilla+-+opera+Ezio.jpg" width="436" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="font-size: x-small;">Átila personificado por tenor na ópera de Haendel "Ezio" (Aécio em italiano)</span></b></i><br />
<i><b><span style="font-size: x-small;"><br /></span></b></i></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<br />
Desde o secreto sepultamento do corpo tem havido muitas hipóteses sobre o seu real paradeiro, inclusive os poucos prováveis monte Isonzo, perto de Tolmino na atual Eslovênia, e a confluência dos rios Murra e Drava na Croácia. Porém o que oferece mais possibilidades é sítio próximo ao curso médio do rio Tibisco na Hungria, porque não é longe do sítio da antiga capital do Império Huno, onde os suntuosos funerais ocorreram. Não obstante ser o monte Isonzo o mais improvável dos lugares cogitados para local do misterioso sepulcro, os eslovenos continuam reivindicando a duvidosa honra de sediá-lo. Até mesmo circula entre eles antiga lenda relatando que alta noite o fantasma de Átila, com as feições do próprio demônio, aparece nos arredores do monte onde estaria o sepulcro, contando montes de moedas de ouro e jóias para certificar-se de que ele não foi violado e o seu tesouro continua intacto.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
De qualquer forma, tanto o governo húngaro como inúmeras expedições privadas continuam a buscar sem sucesso “A Tumba de Átila” quase 1.600 anos após sua morte. <br />
<br />
Em 1959 arqueólogos do governo da Hungria descobriram principesca sepultura huna perto do rio Tibisco, na mesma região que se tem como a mais provável para o último local de descanso do célebre <em>Flagelo de Deus</em>, e a notícia de que a sua misteriosa tumba fora finalmente encontrada espalhou-se pelo mundo como um raio. Todavia, cuidadosa perícia pôs em dúvida o acerto da descoberta e ela foi definitivamente descartada quando datação feita por rádiocarbono certificou que o túmulo datava do ano de 415 DC, quase quatro décadas antes da morte de Átila.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 2.2pt 0pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 45pt;">
O mistério do local onde jaz o seu corpo mumificado, cercado de tesouros e riquíssima decoração, continua a desafiar os caçadores de aventuras.<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span lang="IT" style="mso-ansi-language: IT;"><o:p></o:p></span></u></b></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0