quarta-feira, 17 de novembro de 2010




Post nº 12

ARTIGO DO EDITOR E TRADUTOR  RENATO  DANTAS SOBRE O ROMANCE "O SENHOR DOS DRAGÕES"

Capa e contracapa da 1ª edição do romance histórico "O Senhor dos Dragões" 





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Caros amigos:

O nosso colega RENATO DANTAS escreveu e publicou no blog do RPG “Notícias da Terceira Terra” resenha do meu romance histórico O SENHOR DOS DRAGÕES. Embora a publicação tenha ocorrido há mais de um mês, eu só soube dela ontem através da amiga Simone, que me mandou o seu texto integral. Achei excelente, não só por seu estilo e correção literária (Renato é mestre no assunto, pois é formado em letras, corretor de textos e tradutor), como porque em poucas linhas fez magnífica síntese do livro, cujo objetivo maior é divertir os leitores interessados em História.

Agradeci, dei-lhe os parabéns e obtive sua permissão para publicar a resenha aqui no nosso blog.

Desde logo esclareço que Lancelot não é citado no livro porque os textos mais antigos sobre Arthur não o citam. Ele só aparece nas lendas arturianas a partir da conquista normanda da Inglaterra em 1066, quando a dinastia francesa Plantagenet apoderou-se do trono inglês. Segundo os especialistas, convinha aos conquistadores terem um cavaleiro francês entre os heróis das famosas sagas inglesas, que na época começavam a se espalhar por toda a Europa medieval. Daí a criação de Sir Lancelot du Lac!

Mas isso é assunto para outra postagem; por enquanto, convido os amigos a lerem a resenha do Renato.

O Senhor dos Dragões


Renato Dantas


Por indicação de um amigo comecei a ler o livro Senhor dos Dragões, escrito pelo advogado e ex-procurador da fazenda (e meu conterrâneo) Virgílio Campos. O livro foi escrito em Londres, onde o autor morou por 6 anos, e foi originalmente publicado em inglês, sendo reescrito para o português pelo próprio autor (não acho que tradução seja o termo adequado nesse caso).

O livro narra a história do Rei Artur a partir de um ponto de vista mais histórico e menos fantasioso; a existência de magia e do sobrenatural nunca é confirmada ou negada ao longo do romance; os poderes de Merlin e de Morgana são em grande parte atribuídos aos seus conhecimentos científicos avançados para a época, mas um pouco de dúvida sempre fica no ar. 

Quem narra a história é um padre romano chamado Gildasius, que chegou à Britannia (nome que os romanos davam ao que é hoje a Inglaterra) como secretário do governador Ambrosius Aurelianus e mais tarde abraçou a vida religiosa, mas continuou com seus afazeres junto ao governador. 

O famoso Rei Artur aparece como Arturus, um proeminente oficial do império romano, filho de um poderoso senhor de terras, Uterius Pendragon (ou Uther, o Senhor dos Dragões, como o chamavam os celtas seus súditos). 

Quando Átila e sua horda de bárbaros ameaçam as fronteiras do Império, as Legiões estacionadas na Britannia são convocadas para combatê-lo, mas o governador Aurelianus ordena que Arturus permaneça na ilha, para organizar as milícias que irão combater os invasores scots, caledônios e saxões. Arturus fica decepcionado, mas como um disciplinado oficial, acata as ordens. 

Átila é derrotado, mas a Legião que Arturus comandaria se tivesse ido para a guerra é completamente destruída, e as milícias que ele organizou para repelir as invasões se mostram tão eficientes quanto as Legiões. Com o passar do tempo o Império Romano do Ocidente começa a desmoronar, mas a Britannia sob o comando civil de Aurelianus e militar de Arturus permanece firme. 

Durante um período de grande instabilidade no Império, alguns anos antes de sua queda final, Aurelianus declara a independência da Bretanha (não mais Britannia, que era o nome romano) e casa sua filha mais nova, Guinevere, com Arturus, proclamando-o Rei dos Bretões. 

Um grande período de estabilidade e glória se segue, com direito à criação da famosa Távola Redonda, mas as constantes invasões saxônicas, as intrigas dos nobres de descendência romana e uma rebelião liderada pelo sobrinho do rei, Mordred, abalam o reino e acabam levando-o ao fim. 

Muitos elementos clássicos da lenda do Rei Artur, como a inimizade com Morgana, a Dama do Lago, o cavaleiro Lancelot e o adultério de Guinevere não estão presentes na obra.  

O romance é uma boa diversão tanto para quem conhece a lenda do Rei Artur quanto para quem nunca leu nada a respeito, mas é preciso ter em mente que essa é apenas uma das muitas versões sobre a lenda.

Para jogadores e mestres que gostem de aventuras mais realistas (mais alguém pensou em GURPS?) o livro é uma ótima fonte de inspiração, especialmente para se usar com o suplemento GURPS Império Romano. Não conheço muito bem o RPG Pendragon, mas certamente o Senhor dos Dragões dará  boas ideias para aventuras arturianas menos fantasiosas.




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http://livrariacultura.com.br

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