domingo, 3 de março de 2013

Post nº 64

ÁTILA  -  O  MISTÉRIO  DA  SUNTUOSA  TUMBA
SECRETA  DO  REI  DOS  HUNOS

Átila destruiu dezenas de cidades e matou milhares de civis inocentes, mas morreu na cama
de morte natural e repousa em suntuosa tumba secreta até hoje não descoberta


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Não há dúvidas sobre a causa da morte de Átila, pois o panegírico escrito por seu secretário grego atesta que ele morreu de causas naturais no leito nupcial. O panegírico é pomposo e exagerado, como são os elogios fúnebres dos tiranos, mas é esclarecedor quanto à forma como o famoso rei bárbaro morreu:

“Portanto, aqui dorme Átila, rei dos hunos, senhor e tormento dos dois impérios romanos, que lhe rendiam vassalagem e lhe pagavam pesados tributos anuais, sempre implorando pela sua boa vontade e amizade! O rei que foi também senhor de cem valentes nações da Cítia à Germania, cujos bravos reis se ajoelhavam perante ele e punham aos seus pés as riquezas das suas nações e os seus mais queridos tesouros pessoais! O rei que venceu mil batalhas e nunca perdeu nenhuma! Após vida tão gloriosa morreu feliz, não por causa de ferimentos causados por seus inimigos nem por causa de traição dos seus amigos, mas porque os deuses gentilmente o chamaram para juntar-se a eles no Valhalla! E assim, ele deixou aqueles que lhe eram mais queridos enquanto gozava os mais esplêndidos prazeres da vida, sem dores, recriminações, arrependimentos ou sofrimentos de qualquer espécie”!

Morrera na cama, certamente quando fazia amor com sua bela e ardente esposa germânica, pois da mesma forma que os hunos tinham antes se misturado com os citas, estavam agora se misturando rapidamente com os germânicos, e ele próprio já entrara para o panteão dos seus heróis mitológicos sob o nome de Wetzel.

Os relatos dizem que após cuidadoso trabalho de mumificação, o seu corpo foi vestido com belíssima armadura de ouro e colocado em artístico sarcófago, também de ouro maciço, fato que sugere ter havido providências prévias quanto ao seu futuro funeral. Depois ficou dias em exposição na entrada do seu palácio de madeira e milhares de súditos desfilaram pesarosos perante ele ininterruptamente dia e noite, formando filas intermináveis. No final das cerimônias fúnebres, o rico sarcófago foi colocado dentro de outro de prata trabalhada e este dentro de um de bronze. Em seguida seus mais leais guerreiros o levaram à noite para lugar ignorado e lá o enterraram em túmulo secreto no meio de densas florestas.

Monumento de Átila em Budapeste, onde também existem muitas ruas e avenidas com
                                                            seu nome. Os húngaros o consideram herói nacional

A partir daí nasce o mistério, pois não restou nenhuma notícia do local da tumba, que tudo faz crer devia ser suntuosa e conter riquíssimos tesouros. Em relato original que se perdeu, mas que nos foi transmitido séculos depois por Giordano e Paulo Diácono, o filósofo grego e diplomata bizantino Crispo, que conheceu bem Átila por ter sido embaixador do Imperador de Constantinopla junto à sua corte, diz que ele foi sepultado numa noite de lua cheia em remota caverna, cuja entrada foi depois selada sem deixar qualquer vestígio que pudesse despertar a curiosidade de eventuais passantes, mesmo sendo o lugar absolutamente deserto. Ela teria sido primorosamente preparada e ricamente ornamentada por habilidosos escravos, enganados por promessas de ótimas recompensas. Após a chegada do féretro, eles puseram o pesado e luxuoso esquife no local escolhido, cercado de mobiliário riquíssimo e fabulosos tesouros, selaram a entrada da fenda aberta pela natureza sob os olhos vigilantes dos oficiais de confiança do rei e, depois de concluído o exaustivo e cuidadoso serviço, foram prontamente executados ao invés de receberem a gorda recompensa prometida.

Depois de matar os escravos construtores do túmulo, os leais oficiais de Átila juraram guardar eterno segredo sobre  sua localização, mesmo em face da tortura e da morte, de modo que nenhuma informação sobre ele jamais vazou após regressarem. Crispo especula que ele ficaria próximo a um grande rio, pois os hunos costumavam sepultar seus mortos nas proximidades de cursos d'água, obedecendo a milenar prática religiosa pagã de colocar vasos com comida e bebida ao lado dos cadáveres dos entes queridos para que suas necessidades básicas pudessem ser satisfeitas na longa jornada para a outra vida!

Átila personificado por tenor na ópera de Haendel "Ezio" (Aécio em italiano)


Desde o secreto sepultamento do corpo tem havido muitas hipóteses sobre o seu real paradeiro, inclusive os poucos prováveis monte Isonzo, perto de Tolmino na atual Eslovênia, e a confluência dos rios Murra e Drava na Croácia. Porém o que oferece mais possibilidades é sítio próximo ao curso médio do rio Tibisco na Hungria, porque não é longe do sítio da antiga capital do Império Huno, onde os suntuosos funerais ocorreram. Não obstante ser o monte Isonzo o mais improvável dos lugares cogitados para local do misterioso sepulcro, os eslovenos continuam reivindicando a duvidosa honra de sediá-lo. Até mesmo circula entre eles antiga lenda relatando que alta noite o fantasma de Átila, com as feições do próprio demônio, aparece nos arredores do monte onde estaria o sepulcro, contando montes de moedas de ouro e jóias para certificar-se de que ele não foi violado e o seu tesouro continua intacto.

De qualquer forma, tanto o governo húngaro como inúmeras expedições privadas continuam a buscar sem sucesso “A Tumba de Átila” quase 1.600 anos após sua morte.

             Em 1959 arqueólogos do governo da Hungria descobriram principesca sepultura huna perto do rio Tibisco, na mesma região que se tem como a mais provável para o último local de descanso do célebre Flagelo de Deus, e a notícia de que a sua misteriosa tumba fora finalmente encontrada espalhou-se pelo mundo como um raio. Todavia, cuidadosa perícia pôs em dúvida o acerto da descoberta e ela foi definitivamente descartada quando datação feita por rádiocarbono certificou que o túmulo datava do ano de 415 DC, quase quatro décadas antes da morte de Átila.

O mistério do local onde jaz o seu corpo mumificado, cercado de tesouros e riquíssima decoração, continua a desafiar os caçadores de aventuras.

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