Post nº 2
O REI ARTHUR REALMENTE EXISTIU ?
Seguindo a versão romântica do século XII, estátuas, quadros e filmes mostram Arthur como guerreiro medieval e não como legionário romano |
"Livraria Virtual"
As primeiras referências escritas que temos de Arthur estão em poemas populares compostos a partir dos anos 500 no oeste da Inglaterra pelos britânicos nativos de raça céltica que há muito tinham adotado o cristianismo. Eles resistiram aos invasoes pagãos anglo-saxãos e conservaram o que podiam da religião cristã e da cultura romana, mantendo também o culto aos heróis da resistência.
Nos anos 700 a conquista se completou e os anglo-saxãos se converteram ao cristianismo, dando ensejo a que aparecesse uma “História dos Britânicos” escrita por alguém que se autodenominou Nennius, provavelmente um sacerdote cristão a respeito de quem nada se sabe. A obra cita muito Arthur e contém uma lista de doze batalhas vencidas por ele contra os invasores pagãos, o que sugere ter o herói vivido nos anos 400, período das grandes invasões bárbaras que destruíram o Império Romano do qual a Inglaterra era parte.
É razoável supor que Arthur era um alto oficial que ficara na Ilha sob as ordens de Ambrosius Aurelianus, importante cidadão romano-britânico que parece ter governado a Britannia nos anos 30-50 do século V, pois há parte de uma carta sua ao imperador datada de 436. O bispo Gildas fala muito nele em sua obra De Excidio Britanniae (A Destruição da Britannia) publicada em 540, e tudo indica que estava no controle da província quando as legiões foram combater Átila na Gália em 451. Todavia Gildas não fala em Arthur, o que é compreensível se nos anos 30-50 do século V, quando Ambrosius Aurelianus era o último governador romano da Britannia, Arthur fosse apenas um seu subordinado.
Devemos notar que após a provável partida das legiões em 451 o contato entre a Britannia e Roma cessou e os historiadores, todos eles do continente, não tiveram mais notícias da ilha e nada escreveram sobre o período que vai dos anos 450 aos anos 520, década em que Gildas provavelmente chegou de Roma e desembarcou na ilha. Embora de origem britânica, é provável que Gildas tivesse saído do país ainda criança ou nascido no continente, pois a atual região francesa da Bretanha era povoada na época por britânicos fugitivos das invasões anglo-saxônicas. Tendo sido educado em Roma e lá vivido até a maturidade, é possível que ele soubesse a história do seu país apenas pelos historiadores continentais, e estes nada tinham escrito sobre a época posterior a Ambrosius Aurelianus.
Sendo um scholar, Gildas certamente não deu importância aos poemas orais em língua local, recitados ao redor das fogueiras nas noites frias ou nas festas populares. Isto talvez explique a sua ignorância sobre Arthur, pois nos anos 500 já circulavam oralmente no sudoeste da Britannia, terra do herói, muitos poemas sobre as lutas que os locais travavam para manter os invasores afastados da sua região. Desses poemas o único que chegou até nós foi o épico Gododdin, onde Arthur e outros herois são celebrados, mas ele só adquiriu forma escrita por mão anônima nos anos 600, bem depois da morte de Gildas. Creio que a oralidade da história britânica em poemas populares na sua época, cheios de fantasias como é próprio do gênero, certamente motivou a sua ignorância sobre os fatos e os homens que desde a morte de Ambrosius Aurelianus no século anterior sustentavam a independência da região contra os bárbaros invasores pagãos.
Nos séculos V e VI os anglo-saxãos pagãos empurraram os britons
cristãos para o Oeste. Muitos foram para França e Espanha
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É razoável supor que Arthur era um alto oficial que ficara na Ilha sob as ordens de Ambrosius Aurelianus, importante cidadão romano-britânico que parece ter governado a Britannia nos anos 30-50 do século V, pois há parte de uma carta sua ao imperador datada de 436. O bispo Gildas fala muito nele em sua obra De Excidio Britanniae (A Destruição da Britannia) publicada em 540, e tudo indica que estava no controle da província quando as legiões foram combater Átila na Gália em 451. Todavia Gildas não fala em Arthur, o que é compreensível se nos anos 30-50 do século V, quando Ambrosius Aurelianus era o último governador romano da Britannia, Arthur fosse apenas um seu subordinado.
Devemos notar que após a provável partida das legiões em 451 o contato entre a Britannia e Roma cessou e os historiadores, todos eles do continente, não tiveram mais notícias da ilha e nada escreveram sobre o período que vai dos anos 450 aos anos 520, década em que Gildas provavelmente chegou de Roma e desembarcou na ilha. Embora de origem britânica, é provável que Gildas tivesse saído do país ainda criança ou nascido no continente, pois a atual região francesa da Bretanha era povoada na época por britânicos fugitivos das invasões anglo-saxônicas. Tendo sido educado em Roma e lá vivido até a maturidade, é possível que ele soubesse a história do seu país apenas pelos historiadores continentais, e estes nada tinham escrito sobre a época posterior a Ambrosius Aurelianus.
No século XIX o romantismo trouxe de volta o "Ciclo Arturiano" com o poema "Os
Idílios do Rei" de lord Tennyson, ilustrado por Gustave Doré
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Sendo um scholar, Gildas certamente não deu importância aos poemas orais em língua local, recitados ao redor das fogueiras nas noites frias ou nas festas populares. Isto talvez explique a sua ignorância sobre Arthur, pois nos anos 500 já circulavam oralmente no sudoeste da Britannia, terra do herói, muitos poemas sobre as lutas que os locais travavam para manter os invasores afastados da sua região. Desses poemas o único que chegou até nós foi o épico Gododdin, onde Arthur e outros herois são celebrados, mas ele só adquiriu forma escrita por mão anônima nos anos 600, bem depois da morte de Gildas. Creio que a oralidade da história britânica em poemas populares na sua época, cheios de fantasias como é próprio do gênero, certamente motivou a sua ignorância sobre os fatos e os homens que desde a morte de Ambrosius Aurelianus no século anterior sustentavam a independência da região contra os bárbaros invasores pagãos.
O século V, período em que Arthur teria vivido, é um dos mais obscuros da história britânica, pois nem sequer se sabe ao certo o ano da partida das legiões. Historiadores apontam diferentes datas, sendo 407 a mais comum, mas acho falso, pois é certo que em 436 ainda havia um governo romano na Britannia, como atesta carta de Ambrosius Aurelianus ao imperador sobre a perigosa situação da província e pedindo autorização para criar um exército provincial. O documento está incompleto e não é possível dizer o cargo oficial do autor, mas é óbvio que só um alto dignitário poderia dirigir-se diretamente ao imperador pedindo licença para levantar tropas na ilha a fim de enfrentar os bárbaros. Isto seria próprio de um governador provincial, e se havia um na Britannia em 436 não há como se admitir a partida das legiões antes dessa data. Penso que 451 é a data mais provável, pois foi quando Átila invadiu a Gália e Aécio reuniu todas as tropas romanas disponíveis para enfrentá-lo, derrotando-o na batalha de Chalôns, também chamada de Batalha dos Campos Catalúnicos. Fazer as legiões atravessarem o Canal da Mancha para enfrentar o rei huno na vizinha Gália seria a atitude lógica de um general em tal situação.
No século XX a romantização de Arthur como herói medieval continuou
firme na mídia. Vemos aqui cena da peça musical "Camelot"
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O século V, período em que Arthur teria vivido, é um dos mais obscuros da história britânica, pois nem sequer se sabe ao certo o ano da partida das legiões. Historiadores apontam diferentes datas, sendo 407 a mais comum, mas acho falso, pois é certo que em 436 ainda havia um governo romano na Britannia, como atesta carta de Ambrosius Aurelianus ao imperador sobre a perigosa situação da província e pedindo autorização para criar um exército provincial. O documento está incompleto e não é possível dizer o cargo oficial do autor, mas é óbvio que só um alto dignitário poderia dirigir-se diretamente ao imperador pedindo licença para levantar tropas na ilha a fim de enfrentar os bárbaros. Isto seria próprio de um governador provincial, e se havia um na Britannia em 436 não há como se admitir a partida das legiões antes dessa data. Penso que 451 é a data mais provável, pois foi quando Átila invadiu a Gália e Aécio reuniu todas as tropas romanas disponíveis para enfrentá-lo, derrotando-o na batalha de Chalôns, também chamada de Batalha dos Campos Catalúnicos. Fazer as legiões atravessarem o Canal da Mancha para enfrentar o rei huno na vizinha Gália seria a atitude lógica de um general em tal situação.
Historiadores continentais relatam que nos anos 460 a Gália sofreu novas invasões e um general chamado Riotimus veio da Britannia com um exército para expulsar os invasores, obtendo sucesso e voltando depois ao seu país. Hoje se sabe que Riotimus era a latinização do título “Riothamos”, que em um dos antigos dialetos celtas significava “Chefe Supremo”, e não um nome próprio. Como os poucos historiadores da época eram de cultura romana, certamente ignoravam tal detalhe e escreveram o título com o qual as pessoas designavam o líder como sendo o seu nome, confundindo o título com o homem, tal como fazemos ao nos referir a um soberano apenas pelas palavras "rei" ou "rainha".
Portanto, é crível que o nome celta do herói fosse Arthur, o rei britânico a quem Nennius se refere. Era usual entre os romanos latinizar nomes nativos e Arthur aparece na obra com o nome de Arturus, sendo que alguns escritos da época também o chamam Artorius. A mistura de nomes, títulos e postos deve ter contribuído bastante para o mistério.
Nos anos 500 os anglo-saxões começaram a adotar os costumes romanos dos britons e
nos anos 700 se tornaram cristãos. Ilustração de Albert Kretschmer (1882)
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Portanto, é crível que o nome celta do herói fosse Arthur, o rei britânico a quem Nennius se refere. Era usual entre os romanos latinizar nomes nativos e Arthur aparece na obra com o nome de Arturus, sendo que alguns escritos da época também o chamam Artorius. A mistura de nomes, títulos e postos deve ter contribuído bastante para o mistério.
As destruições feitas pelos bárbaros nos anos finais do Império causaram a fuga de populações inteiras e quase fez cessar a atividade cultural, sobretudo na Britannia, de onde mais da metade da população do civilizado Leste fugiu para o noroeste da Gália, criando a atual Bretangne francesa, e para o noroeste da Espanha, misturando-se com os suevos da Galícia. Em consequência, a palavra escrita praticamente desapareceu da Ilha e a sua história foi substituída pela tradição oral, dando origem aos mitos e lendas.
Por isso não é de admirar que importantes líderes da resistência, como Uther, Merlin, Arthur, Kay, Percival, Tristan e outros, tenham se tornado lendários; mas certamente Arthur foi o mais notável e sua lenda adquiriu contornos definitivos quando o bispo Geoffrey of Monmouth publicou em 1135 sua História dos Reis da Britannia, desde então a principal fonte de informações sobre o herói e aqueles que lhe eram próximos.
Penso que o argumento mais forte para a real existência de Arthur é o fato de durante dois séculos os anglo-saxãos não terem conseguido conquistar o País de Gales e a Península de Devon, pois nestas regiões, assim com em outras partes do sudoeste da Britannia, são raríssimos os vestígios da sua presença anteriores ao século VII. Isto significa que, não obstante as suas incursões e depredações narradas por Gildas, os anglo-saxãos jamais conseguiram nelas implantar o seu domínio enquanto não se converteram ao cristianismo no final do século VII, misturando-se definitivamente com os britânicos e criando uma nova nacionalidade coesa e forte. Se não o conseguiram, apesar de serem muito superiores numérica e militarmente aos britânicos, foi porque se depararam com a efetiva e eficaz resistência deles, coisa que somente poderia ocorrer no caso de estarem econômica, social e politicamente muito organizados. Isto faz pressupor a existência de um reino britânico-cristão bastante poderoso, requisito essencial para a existência de Arthur e seus cavaleiros na corte do lendário Reino de Camelot.
As circunstâncias históricas mostram a perfeita possibilidade e até mesmo a necessidade de que tal Reino existisse e tivesse notáveis líderes como Arthur e seus cavaleiros para enfrentar a massiva invasão bárbara, pois só assim ter-se-ia uma explicação razoável para o fracasso dos anglo-saxãos em conquistar nos anos seguintes a vasta região, uma das mais férteis e belas da Inglaterra.
É até possível pensar que a chegada de Gildas à Britannia, na segunda ou terceira década do século VI, tenha coincidido com o período de caos que teria se seguido à morte de Arthur no final do século V e que teria encorajado os invasores a redobrarem seus esforços de conquista dada a ausência do seu valoroso adversário. Os 30 ou 40 anos de caos entre a morte de Arthur e a chegada de Gildas teriam presenciado a destruição dos mosteiros e bibliotecas contendo os registros do brilhante período do rei celta, fazendo com que Gildas dele não tivesse tido conhecimento, levando-o a concentrar-se apenas na devastação ocorrida depois do historicamente esquecido reinado de Arthur.
Mas os supersticiosos acreditam que o "espírito de Arthur" cuidou de preservar a sua unicidade entre os reis britânicos impedindo que qualquer deles tivesse o seu nome, pois embora vários herdeiros da coroa tenham sido batizados "Arthur", todos morreram antes de poderem usá-la. Por via das dúvidas, desde a morte do último há alguns séculos, nenhum crownprince inglês recebeu o nome do lendário rei celta!
A minha opinião é que Arthur existiu e teve importante papel na guerra de resistência aos invasores anglo-saxãos no período inicial da invasão, mas a sua luta foi em vão e a Britannia mergulhou na barbárie testemunhada por Gildas, nela permanecendo durante os dois séculos seguintes, período conhecido como Alta Idade Média ou “Idade das Trevas”, até que o rei Alfredo o Grande viesse de novo unificar o país e prepará-lo para uma nova existência, onde o culto dos heróis desempenharia papel importante na construção de uma identidade nacional legitimamente britânica.
Por sorte, a história desses heróis sobreviveu na cabeça das pessoas sob a forma de mitos e lendas, como é próprio da tradição oral, e serviu tanto para forjar a nova nação como para nos brindar com as belas estórias que têm encantado gerações através dos séculos.
Filme recente com o ator Clive Owen retrata corretamente Arthur como oficial romano do século V em
luta com os anglo-saxãos, mas erra ao dizer que ele era sármata e não britânico
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Penso que o argumento mais forte para a real existência de Arthur é o fato de durante dois séculos os anglo-saxãos não terem conseguido conquistar o País de Gales e a Península de Devon, pois nestas regiões, assim com em outras partes do sudoeste da Britannia, são raríssimos os vestígios da sua presença anteriores ao século VII. Isto significa que, não obstante as suas incursões e depredações narradas por Gildas, os anglo-saxãos jamais conseguiram nelas implantar o seu domínio enquanto não se converteram ao cristianismo no final do século VII, misturando-se definitivamente com os britânicos e criando uma nova nacionalidade coesa e forte. Se não o conseguiram, apesar de serem muito superiores numérica e militarmente aos britânicos, foi porque se depararam com a efetiva e eficaz resistência deles, coisa que somente poderia ocorrer no caso de estarem econômica, social e politicamente muito organizados. Isto faz pressupor a existência de um reino britânico-cristão bastante poderoso, requisito essencial para a existência de Arthur e seus cavaleiros na corte do lendário Reino de Camelot.
As circunstâncias históricas mostram a perfeita possibilidade e até mesmo a necessidade de que tal Reino existisse e tivesse notáveis líderes como Arthur e seus cavaleiros para enfrentar a massiva invasão bárbara, pois só assim ter-se-ia uma explicação razoável para o fracasso dos anglo-saxãos em conquistar nos anos seguintes a vasta região, uma das mais férteis e belas da Inglaterra.
A tenaz resistência aos invasores anglo-saxãos no século V, aqui retratados no filme com Clive Owen, deu
fama e glória a Arthur, fazendo-o rei dos britânicos e guerreiro legendário
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É até possível pensar que a chegada de Gildas à Britannia, na segunda ou terceira década do século VI, tenha coincidido com o período de caos que teria se seguido à morte de Arthur no final do século V e que teria encorajado os invasores a redobrarem seus esforços de conquista dada a ausência do seu valoroso adversário. Os 30 ou 40 anos de caos entre a morte de Arthur e a chegada de Gildas teriam presenciado a destruição dos mosteiros e bibliotecas contendo os registros do brilhante período do rei celta, fazendo com que Gildas dele não tivesse tido conhecimento, levando-o a concentrar-se apenas na devastação ocorrida depois do historicamente esquecido reinado de Arthur.
Ruínas da abadia de Glastonbury, onde a lenda diz que Arthur foi enterrado. Embora sua construção
date do século IX, há sinais de que no local existira antes igreja dos tempos romanos
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Mas os supersticiosos acreditam que o "espírito de Arthur" cuidou de preservar a sua unicidade entre os reis britânicos impedindo que qualquer deles tivesse o seu nome, pois embora vários herdeiros da coroa tenham sido batizados "Arthur", todos morreram antes de poderem usá-la. Por via das dúvidas, desde a morte do último há alguns séculos, nenhum crownprince inglês recebeu o nome do lendário rei celta!
Parece ter havido consenso na Inglaterra de que "Rei Arthur" só deve haver um,
reinando para sempre no mundo da fantasia. Gravura de Gustave Doré
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A minha opinião é que Arthur existiu e teve importante papel na guerra de resistência aos invasores anglo-saxãos no período inicial da invasão, mas a sua luta foi em vão e a Britannia mergulhou na barbárie testemunhada por Gildas, nela permanecendo durante os dois séculos seguintes, período conhecido como Alta Idade Média ou “Idade das Trevas”, até que o rei Alfredo o Grande viesse de novo unificar o país e prepará-lo para uma nova existência, onde o culto dos heróis desempenharia papel importante na construção de uma identidade nacional legitimamente britânica.
Por sorte, a história desses heróis sobreviveu na cabeça das pessoas sob a forma de mitos e lendas, como é próprio da tradição oral, e serviu tanto para forjar a nova nação como para nos brindar com as belas estórias que têm encantado gerações através dos séculos.
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