sábado, 30 de outubro de 2010

Post nº 07

A  REAÇÃO  DE  PORTUGAL  AO  GOLPE  MILITAR  EM  FRANÇA  CONTRA  OS CAVALEIROS  TEMPLÁRIOS
Os Cavaleiros Templários foram fundamentais para a expulsão dos mouros de Portugal e todas as famílias
nobres tinham membros na Ordem. Por isso o rei Diniz e o povo português ficaram do seu lado  



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A notícia do arrasador golpe na França contra os Cavaleiros Templários deixa a Europa estupefata! Nos outros países nobreza, clero e povo ficam tão espantados quanto seus iguais franceses, mas seus soberanos, que devem grandes favores aos legendários Cavaleiros, também ficam temerosos do poder, audácia e implacável eficiência de Felipe o Belo. Ademais, a França é o país mais extenso, populoso, rico e poderoso do continente, e concluem que é melhor não desafiar o seu rei, até porque existe na sociedade forte antipatia aos Templários, pois o povo, embora surpreso, aplaude o golpe.

Aos humildes nada é mais prazeroso do que a escandalosa queda e desgraça dos poderosos! Por isso os reis europeus limitam-se a pedir a Felipe tímidas explicações e ele responde mentindo, dizendo que tem o apoio do Papa e lhes mandando a lista das atrozes acusações forjadas contra os cavaleiros. Na verdade, o Papa está tão perplexo quanto os demais e permanece calado tentando negociar nos bastidores, mas isto é visto como consentimento e os príncipes concluem que o melhor é seguir o colega francês, perseguindo a Ordem e tomando-lhe os bens. Como urubus, lançam-se à carniça e com documentos falsos alegam serem seus credores, pois nela depositaram grandes quantias”!

Além de culto e valente, Diniz é honesto e recusa-se a participar da
roubalheira dos demais monarcas europeus

Porém enquanto a Ordem existir os seus bens são inalienáveis. Caso seja extinta, serão incorporados a uma outra escolhida pelo Papa, mas no interregno ficarão sob a guarda das autoridades eclesiásticas. Os reis contornam a árdua questão jurídica através dos seus bispos, que embora nomeados pelo Papa são indicados por eles. Assim, fazem altos prelados de sua confiança “fiéis depositários” do acervo e apoderam-se dele. É importante realçar que embora o povo seja fanaticamente religioso a Igreja Católica, como instituição terrena, passa por enorme crise moral e política, estando o Sumo Pontífice refugiado em um castelo na cidade de Avignon no sul da França devido aos cismas e revoltas que sacodem Roma e a Itália. Assim, embora conserve sua enorme autoridade religiosa sobre massas ignorantes e fanáticas, o Papa carece da boa vontade do poderoso rei francês para manter sua autoridade política e debelar as rebeliões que ameaçam desembocar em avassalador movimento de Reforma Religiosa 200 anos antes que ele realmente ocorra, como de fato virá a ocorrer no século XVI. O resultado é que o Papa pouco ou nada pode fazer pelos seus fiéis cavaleiros, pois além de estar politicamente fraco Felipe o chantageia ameaçando revelar ao público segredos que possui sobre fatos gravíssimos que acabariam por desmoralizar a Igreja completamente.

Não sabendo ainda que a chantagem inativara o Papa, Diniz manda-lhe
embaixadores para aconselha-lo a resistir ao rei Felipe 


No resto da Europa os Templários, sabedores da catástrofe francesa, contra-atacam como podem. Ensarilham armas e entram em estado de alerta máximo, atemorizando príncipes e bispos que não se atrevem a hostiliza-los, mas também não se colocam ao seu lado e preferem esperar que as coisas fiquem mais claras. Em alguns principados alemães senhores mais afoitos lançam-se sobre os cavaleiros, mas são derrotados e é a vez deles entrincheirarem-se amedrontados em seus castelos. Porém o tempo está contra os Templários e à medida que passa e a voz do Papa não se ergue em sua defesa acreditam que o Sumo Pontífice está contra eles e fogem ou ingressam na Ordem dos Cavaleiros Teutônicos. Processos, execuções e fugas ocorrem em toda a Europa, porém nada igual ao que acontece na França. Na maioria dos casos os cavaleiros simplesmente somem, fugindo para lugares distantes ou ingressando em outras Ordens que se atrevem a correr o risco de aceitá-los.

Castelo de Tomar, sede da Ordem dos Cavaleiros Templários em Portugal. Diniz muda-lhe o nome
para "Ordem dos Cavaleiros de Cristo" e tudo continua na mesma
            
Todavia, no cruel cenário de covardia, desonestidade e cupidez que grassa em toda a Europa, uma voz discordante se ergue em defesa dos perseguidos cavaleiros: a do popular rei Diniz de Portugal, grande administrador, valente guerreiro, brilhante intelectual e celebrado poeta. Apesar de reinar sobre um pequeno país, Diniz é o mais culto e digno soberano europeu. Estudioso e educado por doutores da Universidade de Paris, além de culto ele é também guerreiro e poeta, o que lhe vale a alcunha de "O Trovador". Criou escolas e incentiva a instrução, o comércio, a indústria e a agricultura, o que lhe dá também o apelido de "O Lavrador". Pouco tempo depois do traiçoeiro golpe militar ele funda a Universidade de Coimbra, que logo se tornará uma das mais afamadas da Europa.

Os cavaleiros templários tiveram grande atuação na Península Ibérica e foram essenciais para a
reconquista de Lisboa aos muçulmanos. Quadro de Alfredo Roque Gameiro (1917)
            
Portugal é o pais europeu onde proporcionalmente ao seu tamanho e população existem mais Cavaleiros e Castelos Templários, ao todo cerca de mil cavaleiros e trinta castelos. Na Inglaterra e Escócia, por exemplo, não existe nenhum castelo e o número de Cavaleiros nos dois países não chega a cem. Por outro lado, a unificação de Portugal, decorrente da expulsão dos muçulmanos para a qual os Templários muito contribuíram, é recente e, ao contrário do resto da Europa, eles gozam de grande prestígio entre o povo. Quase todas as famílias nobres têm pelo menos um membro na Ordem e o culto rei Diniz lhe tem respeito e gratidão, não só pela valente ajuda militar como pelo valioso auxílio à sua grande obra administrativa. Por isso, indignado com o que se passa na França, manda enérgico protesto ao Papa e vitupera a infame atitude de Felipe.
            
Passando das palavras aos atos, oferece integral proteção à Ordem. Em Portugal ela continuará atuando e todos os cavaleiros fugitivos serão bem recebidos! Centenas deles chegam de toda a Europa trazendo apenas a roupa do corpo, mas trazendo também os grandes conhecimentos que possuem, não só das artes marciais, mas também das artes do comércio e da navegação.
  
Em Portugal existem dezenas de castelos e ruínas de castelos templários. O castelo do Almourol em
ilha do rio Tejo é um dos mais belos e importantes

Oito navios templários que fogem de um porto francês atracam no pequeno porto de Lisboa. Logo chegam mais navios e com eles experientes tripulações, mapas secretos, valiosos instrumentos náuticos, livros contendo elaboradas técnicas contábeis, preciosas informações geográficas e astronômicas, e listas de importantes contatos comerciais no Mar Mediterrâneo, Mar Negro, Mar do Norte e Mar Báltico.

Maior tesouro que os Templários levam para Portugal são seus navios e seus conhecimentos náuticos.
No ano da sua chegada Diniz funda a Universidade de Coimbra e a marinha portuguesa
             
Não se sabe se com os navios também chegou a Portugal o lendário Tesouro dos Cavaleiros Templários, mas é certo que com eles chegou um outro valiosíssimo: o tesouro do conhecimento comercial e naval! Graças ao rei Diniz e aos Cavaleiros da Ordem do Templo, Portugal vai entrar no rol das grandes potências europeias e isto terá relevante importância no mundo muitos anos depois, inclusive no Brasil. Mas antes disso teremos de nos debruçar sobre outras questões do rumoroso caso e o longo e sinistro processo judicial que se desenrola na França contra a legendária Ordem guerreira.




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